Li com atenção os trabalhos dos meus colegas e optei por fazer
um comentário genérico a todos os contributos.
No primeiro domínio elencado, «Competências do professor
bibliotecário», verifiquei que a grande maioria considerou o termo competências com o significado de atribuições / funções. No meu entender, o que se pretendia neste domínio era definir o perfil do professor bibliotecário e, deste modo, o termo competências ganha a significação de habilitações, capacidades. O que interessava para este estudo era analisar que formação deve ter o professor bibliotecário à partida, para poder levar a cabo a tarefa de gerir a biblioteca escolar de uma forma eficaz e eficiente.
Este aspecto parece-me muito importante, porque a formação
do professor bibliotecário deve precisamente abarcar as competências pedagógicas e a experiência de docência, mas também as competências ao nível do tratamento documental e da gestão da informação. Esta dupla especialização é que será capaz de tornar o professor bibliotecário num agente fundamental na gestão para a mudança.
Por outro lado se tomarmos a tabela matriz como um todo
verificamos que as funções do professor bibliotecário são transversais a todos os domínios elencados: é ele o responsável pela gestão das colecções (definindo uma correcta política de aquisições), pela organização e gestão do fundo documental (definindo uma correcta política de catalogação, classificação e indexação), pela promoção das literacias da informação, pela articulação da biblioteca com os departamentos da escola, pela gestão dos recursos digitais, pela dinamização da biblioteca.
Em conclusão as tarefas que numa biblioteca pública,
patrimonial ou universitária, estão atribuídas a várias pessoas, nas bibliotecas escolares estão todas condensadas num só agente – o professor bibliotecário. Será que se conseguirá a mudança?