COMENTÁRIO À ANÁLISE CRÍTICA FEITA PELA COLEGA CÉLIA
ALMEIDA
A análise apresentada pressupõe, como pedido, uma reflexão
sobre a pertinência da existência do modelo de auto-avaliação das BE.
De facto, parte do princípio orientador de que o modelo servirá
como um instrumento tendente a encontrar “soluções de melhoria ou percursos alternativos no funcionamento” da BE, tal como decorre da leitura dos textos facultados na respectiva sessão de formação. Encontra, consequentemente, no papel do professor bibliotecário, um perfil de “investigador da sua própria actividade”, em articulação com outros intervenientes no processo ensino-aprendizagem e pressupondo que a avaliação da BE deve “ser incorporada no processo de auto – avaliação da própria escola e deve articular-se com os objectivos do projecto educativo de escola”.
Estas conclusões, claramente expostas pela colega, requerem,
como proposto, que se verifique o modelo como uma ferramenta de integração da BE na actuação e filosofia da escola. Ao mesmo tempo que apontam para o conceito de “valor”, pressupõem o entendimento de que é sobretudo a acção, decorrente do processo de análise, que deve pautar a orientação da BE.
Considero apenas que, a este propósito, o enfoque que é dado
ao “espaço agradável e bem organizado [que] se constitui como resposta aos objectivos gerais do projecto da escola” é uma perspectiva um pouco redutora da BE, cujos objectivos, julgo, vão muito além da questão da “agradabilidade e organização”.
Ainda, relativamente à análise crítica, está muito bem
sintetizada a descrição do modelo, nos seus domínios e indicadores temáticos, mas senti falta (talvez porque eu própria me debata com essa questão desde o momento em que tive conhecimento deste modelo) de uma perspectiva crítica, no sentido de ver referidos eventuais constrangimentos na sua aplicação, nomeadamente no que diz respeito à necessidade de convocar e integrar a escola e todas as suas estruturas neste processo.
Obrigado à colega, no entanto, pela sua capacidade de síntese,
e por me ter permitido, ainda que indirectamente, andar às voltas com as minhas próprias dúvidas e hesitações.