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Uma casa grande. Telhados de fogo, nadando contra a corrente num deserto.

guas es
pessas, corpreas e doces burbulhando debaixo deste equilibrio. Essas guas sindismic
as que outrora me fizeram parar em bom porto. Depressa a minha mente se despiu d
elas, ou pelo menos tentou durante algum tempo. Depois desistiu. E foi fcil. e do
rmente. seco. esteril. fundo.
O casco roa ao de leve nos seixos da margem, deixando perceber o vento das balas
trespassarem algum. que no isto. Isto embate noutro sitio qualquer, nunca to mau co
mo poderia ter sido o ao. A casa com telhado de fogo nunca afunda N'Outro Sitio Q
ualquer. Para um poo se afundar, um sitio no chega.
Nas escadas est Algum. Pequenita figura, sem cara nem alma, leva baixos os olhos q
ue poder ter. No seu jeito de no ser, uma graciosidade hipottica, um meio movimento
no universo. Talvez parecendo ser algo. talvez no parecendo ser inteiro. Algum, no
o gesto.
Se fosse uma possibilidade, talvez gritasse mais. No estaria na escada. No estaria
s. Estaria Algures, no meio de sons de prazer ou de algo cortante em algo cortad
o. No se ouve nada mais fundo que o borbulhar e o embater e o roar e a bala. No se
distingue existncia na figura. Algum no sabe falar.
Algum procura uma imagem
Nenhuma imagem procura Algum.
O sonho escapa para outro.
Tambm no ia ficar para sempre.
Tem mais que fazer.

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