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MEDITAO COM RASURAS Roberval Pereyr

Nenhuma luz retoca este semblante


que irrompe das valas.

Nenhuma voz fere o anjo
que mede os sonhos falidos.

Venho pelas encostas
com dez humanidades na capanga
e uma dor no dente cariado.

Me pediro que recite
algum segredo? Algum aedo terrvel
povoar minha sombra?
o meu av materno foi um vivo sem luto,
eu apenas beijo a estrada
que se acabou em teu sonho.

De bruos na histria da gagueira,
estudo a lngua das traas.

No conheci o justo,
no recebi o anel,
no fui sequer o irmo do convidado.

Respiro contra o silncio
que subjaz.
E meu sussurro faz estremecer
o fragilssimo crepsculo
dos nos.

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