Pode-se notar um aspecto bem retratado no Auto da Compadecida,
o qual resultou no nosso objeto de estudo, ou seja, a religiosidade. Ariano Suassuana apresenta sempre em suas obras traos tpicos e personagens do serto do Nordeste, moradores de regies mais ridas, com poucos recursos, mas que acima de tudo possuem uma imensa f, demonstrando fortemente a religiosidade. Uma religiosidade catlica devocional, tpica do povo do Nordeste, composta pelo misticismo, crenas, valores ticos, pelo imaginrio e um ponto de vista cristo do mundo, j que durante o julgamento os deuses tornam-se humanos, havendo uma grande disputa entre o mundo celestial e o trreo, que por sua vez do mesmo modo so imaginados, percebe-se tambm que o cu impe diversas regras morais e que o inferno s possvel enxerg-lo por meio de uma porta, onde est repleto de sofredores que pagam por seus pecados no fogo do inferno. A figura da Virgem Maria, a Compadecida, que tem a funo de advogada, presente na obra de Ariano Suassuna, bem como nos autos para equilibrar o conflito entre a justia e a misericrdia. A imagem de Nossa Senhora fortemente idealizada pelo povo brasileiro, pois a figura materna, a virgem que gerou Jesus, o Salvador filho de Deus. Maria intercede sempre a favor dos homens e isso deixado explicitamente por Ariano no auto. Nota-se uma crtica a respeito da figura do padre e do bispo j que so retratados pelo tom satrico, pois se mostram como pessoas sem nenhuma moral, ambiciosos, totalmente desonestos, procuravam levar vantagem em tudo. O texto tambm faz critica a Igreja, mas no deixa de lado a conduta e os aspectos da religiosidade brasileira,