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PRÁTICAS E MODELOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

DAS
BIBLIOTECAS ESCOLARES

DREN – TURMA 1

COMENTÁRIO À TABELA DA COLEGA FERNANDA ROCHA

Competências do professor bibliotecário:

Subscrevo a opinião da colega, quando afirma que o professor bibliotecário tem de


possuir capacidades para efectuar uma diagnose da situação da Biblioteca e eu acrescentaria
ainda: do meio escolar e social onde está inserida, a fim de aplicar e ajustar as mudanças de
mentalidades que vão ocorrendo e que farão parte integrante da dinâmica da BE. Cabe
então ao professor bibliotecário o papel de proporcionar condições físicas e materiais (BE -
espaço privilegiado de recursos) e desenvolver estratégias para a construção de
conhecimento e aprendizagem, bem como para a formação das literacias.
Eu não sinto muito a falta de compreensão da parte dos professores relativamente à
natureza e dimensão do papel da BE, mas sinto alguma falta de motivação na adesão, no
envolvimento e participação em projectos de dinamização da Biblioteca: Falta de tempo;
Inadequação de horários ou Interferência com o cumprimento dos programas, são as razões
apontadas.
Penso que é muito importante o envolvimento dos professores, pois os alunos segui-
los-ão com a mesma intensidade, com a mesma convicção, ou não sejam eles a sua
referência! Por isso, além da tarefa árdua de conquistar o público – alunos - ainda acresce
outra: a dos colegas. Considero este, o caminho mais difícil a percorrer, mas gratificante, se
o conseguirmos.
Por outro lado, considero que, na base de realização de qualquer projecto/actividade
da BE, está a necessidade de uma boa planificação, programação e organização, o que
requer tempo e ambiente próprio para a sua realização, factores escassos no dia-a-dia do
professor bibliotecário.
Quando refere que os professores se preocupam demasiado com a colecção, penso
que a colecção e a sua organização são a “alma da Biblioteca”. É à sua volta que a vida na
BE gira, pois toda a comunidade escolar quer ver satisfeitas as suas necessidades de
procura, de pesquisa. Por outro lado, nós, professores bibliotecários desejamos
corresponder aos seus gostos e necessidades, a fim de os cativarmos como utilizadores e de
termos oportunidade de cumprir os grandes objectivos e metas da BE.

Organização e Gestão da BE

É pena que as condições de espaço da Biblioteca não sejam as ideais para


corresponder às necessidades da Escola, mas como está a decorrer a modernização do
espaço, assim já poderá efectuar a actualização do seu fundo documental. Tem uma óptima
oportunidade para dotar a Biblioteca de todas as infra-estruturas necessárias ao seu bom
funcionamento.
Neste aspecto, penso que todo o apoio prestado pela RBE tem sido enriquecedor e
profícuo, na medida em que os nossos espaços se tornaram mais agradáveis, apelativos e
funcionais, correspondendo às necessidades e exigências de mudança, no mundo actual em
que vivemos.
Verificará depois uma maior afluência de utilizadores, na medida em que, a
qualidade de uma biblioteca e dos seus serviços passa muito pela sua organização e espaço,
não descurando o sentido estético.

Gestão da Colecção

Neste aspecto, não concordo inteiramente com a Fernanda, pois, como já disse, eu
considero a gestão da colecção um factor importante, senão um factor central no trabalho
do professor bibliotecário, a julgar pelas expressões de desapontamento dos alunos e/ou
professores, quando não podemos corresponder às suas necessidades e/ou gostos. E a nossa
frustração também!

A BE como espaço de conhecimento e aprendizagem. Trabalho colaborativo e


articulado com departamentos e docentes

Tendo em conta que a BE é um espaço privilegiado de recursos para transformar a


informação em conhecimento, concordo plenamente com a colega quando afirma que a
articulação entre BE e professores é essencial. Temos é que demonstrar-lhes que a BE pode
colaborar de forma eficaz com o trabalho realizado na sala de aula. Em relação a isso,
podemos desenvolver algumas estratégias de acção, como convidá-los a uma visita guiada
de apresentação e conhecimento da BE e das suas potencialidades. Fiz isso na Biblioteca de
Tarouca e penso que surtiu o efeito desejado, a julgar pelo feedback revelado. Esta é uma
área em que temos de investir mais: no âmbito da formação de utilizadores, apresentar e
disponibilizar a BE, como uma mais--valia da Escola.

Formação para a leitura e para as literacias

A Fernanda apresenta como fraquezas, o facto de se verificar pouca valorização dos hábitos
de leitura, por parte dos encarregados de educação. Concordo com essa constatação e penso
que temos que contrariar essa situação. É nosso papel principal desenvolver acções que
levem os educadores/professores a compreender a importância da leitura na formação da
criança e do jovem. Aí a Biblioteca constitui-se um centro de recursos a optimizar no
desenvolvimento e promoção das literacias. Temos então que desenvolver estratégias de
incentivo e gosto por ler.
Ler, de forma lúdica, ler com prazer! É um apelo constante e motivador que deve pautar
toda a nossa acção.
Gostei da ideia de “dar visibilidade às acções de sensibilização para a leitura”, como
estímulo para os alunos. É compreensível essa visão estratégica, na medida em que, nos
dias de hoje, com a difusão da informação, tudo é publicitado, tudo se apoia no “marketing”
para melhor ser conhecido e valorizado. Porque não dar visibilidade às actividades
realizadas pelos alunos, como por exemplo, um simples acto de leitura individual ou em
grupo?
Corroboro a opinião de que devemos aderir a projectos e concursos propostos pelo Plano
Nacional de Leitura, tão estimulantes que são para o desenvolvimento da literacia, nos
jovens de hoje.

A BE e os novos ambientes digitais

Concordo plenamente com a necessidade de preparar e integrar os alunos no século XXI,


na era das Tecnologias da Informação. As novas tecnologias permitem aos utilizadores da
BE aceder a informação/ conhecimento muito para além do seu espaço físico. Além de que
são um potencial auxílio dos alunos na resolução de problemas relacionados com a literacia
da informação, proporcionando-lhes mais conhecimento/informação e aquisição de
competências nas diversas áreas do saber.
Contudo, considero que esta é a área deficitária da maioria dos professores, devido
ao avanço muito rápido da técnica que não se compadece com a sua falta de tempo, de
agilidade mental e, por vezes, de motivação para treino efectivo. Só assim, seriam
esperados resultados positivos. Penso que nós, professores devemos interessar-nos pela
participação em acções de formação, ou até, em frequentar cursos nesta área, pois corremos
o risco de estarmos constantemente desactualizados e descontextualizados do panorama
tecnológico actual, caso que já é uma realidade!
Contudo, penso é necessário orientar os alunos no sentido do uso inadequado de selecção,
da enorme quantidade de informação disponibilizada. Por isso, nesta perspectivação de
mudança que o Plano Tecnológico da Educação trará às nossas bibliotecas, a nós,
professores/formadores também cabe o papel de formar e orientar o uso adequado das TIC,
de forma a conduzir os alunos no processo de conhecimento e aprendizagem.
Penso ainda, que devemos facultar uma acção de formação no âmbito do uso das TIC –
promovida pelos professores da área, não só para orientar os alunos numa correcta selecção
e recolha da pesquisa, como para dar a conhecer os limites de ordem ética que se prendem
com a livre informação tecnológica, bem como os perigos e ameaças advindos do mau uso
da mesma.

Gestão de Evidências / Avaliação

Apesar de não constituir um dos pontos fortes da nossa acção, por falta de aplicação, a
prática baseada na recolha de evidências é fundamental pois garante que o esforço diário é
colocado na avaliação da eficácia das acções desenvolvidas no sentido de melhorar/ apoiar
o processo de ensino aprendizagem.
Se nos detivermos a reflectir um pouco sobre a actividade de rotina do nosso dia-a-dia,
verificamos que realizamos acções de valor, atitudes informais dignas de serem registadas e
que se perdem no esquecimento. Só quando nos deparamos com alguma confrontação
similar, concluímos: “Ah, afinal, eu faço isto normalmente e não registo!”
Além de nos fazer reflectir sobre a nossa actuação passada, projecta-nos numa linha de
orientação futura de forma a darmos enfoque ao que realmente é essencial.
Mas também constato, tal como a Fernanda, que temos falta de tempo para a elaboração de
registos e recolha de evidências, pelo que só o fazemos em dias e acontecimentos mais
significativos. Tal facto dificulta o processo de avaliação, por défice de documentação
comprovativa.
A ideia que apresentou de criar instrumentos que facilitem a auto-regulação da BE,
apresenta-se-me muito positiva, desde que exequível. Acredito que o programa Bibliobase
nos proporcione tais instrumentos e nos facilite essa árdua, mas necessária tarefa!

Quadro síntese
Em termos de reflexão sintetizada, concordo com a colega na definição de
obstáculos a vencer e consequentes acções a desenvolver:
Na minha óptica, é preciso mudar mentalidades e valorizar a BE no contexto do
processo ensino/aprendizagem, da auto-formação e compreensão da vida.
É urgente apostar na formação das áreas deficitárias dos professores bibliotecário.
Não sei se concorda comigo, mas, fazendo uma análise do fundo documental
existente nas bibliotecas, constata-se que ele está a ficar desactualizado e não temos
recursos para o renovar com a rapidez desejada, como está a acontecer com os meios
informáticos. Temo que tal situação degenere em desmotivação pelo material livro e,
consequentemente pela leitura impressa, numa atracção desmesurada pelo mais fácil.
Há que criar mecanismos de motivação e verbas de renovação e actualização do
material impresso, pois é nele que reside a base e a construção de todo o saber.

Bom trabalho

Céu Ribeiro

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