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RT Ms tee My (le nerd Oe TC Tey Nova Cartografia Social da Amaz6nia Setorial de Negras e Negros do Estado do Para Circulo Palmarino Coordenagdes Estaduais: Para: Byany Sanches Mourdo (Dois anos de Fundacao no Para) Vitéria: Gilberto Batista Rio de Janeiro: Fabio Nogueira ‘So Paulo: Junior Freitas Bahia: Edson Bonfim AMOR FM CABANA - Associagao do Movimento Regg: ‘Coordenagao Geral: Enilson Nonato da Silva Vice Coordenador: Gerson Batista Diretor de Comunicacao: Vitor Samuel Tesoureira: Hanny Abreu da Silva Secretaria de Negras e Negros: Paulo de Tarso Bezerra de Moraes Data de Fundagao: 22/12/1897 CEDENPA - Centro de Estudos e Defesa do Negro do Para Coordenadora Financeira: Edilamar dos Anjos Conceigso. Coordenadora Administrativa: Maria Aparecida Santos Correa Goordenador de Acompanhamento de Projetos: Cristiano Bendelack Dias Projeto Nova Cartogratia Social da Amazonia INSTITUTO MOCAMBO Instituto de Educacao, Cultura e Desenvolvimento das Relacdes Raciais Coordenador Geral: Domingos Conceicao Vice Coordenador: Viadimir Furtado Miranda Coordenador Temitoriat Amador da Concei¢ao (Duda) Coordenador de Juventude: Nazaré Cruz Coordenador de Pesquisa: Lilian Santana UNEGRO - Unido de Negros pela Igualdade Coordenador Geral: Jairro Rodrigues da Silva Coordenador Administrativo e Financas Roberdan Henrique de Carvalho Coordenador de Juventude: Wanderlei Maciel Coordenador de Comunicagao: Marcela Aritéia de Oliveira Coordenador de Assuntos Educacionais: Felipe Alex. GEAM - Grupo de Estudos Afro-Amazénico Nuicieo Executivo composto pelos Professores: Eleanor Palhano, Raimundo Jorge, Marilu Campelo, Zélia Amador de Deus @ Apolinrio Alves Filho. Série: Movimentos Socials e Conflitos nas Cidades da AmazOnia Fasciculo 4 Negras e Negros na Cidade de Belem ISBN: 85-86037-26-6 Coordenagao do Projeto Colaboradora Fotografias “Nova Cartografia Social da Amazénia” Zéiia Amador Simone Gayoso Alfredo Wagner Bemno de Almeida Jurandir Santos de Novaes (PPGSA.UFAM, FAPEAM CNPQ) Edigao Solange Gayoso Solange M? Gayoso da Costa Equipe de Pesquisa Jurandir Santos de Novaes Rodrigo Macedo Lopes Solange M® Gayoso da Costa Domingos Conceigao Jurandir Santos de Novaes Projeto Grafico José Fernandes F. Neto Cartografia e mapa Rodrigo Macedo Lopes Em dezembro de 2005, em reuniao do Conselho da Cidade e liderangas do movimento social em Belém, foi apresentado 0 projeto ‘Nova Cartografia Social da Amaz6nia" e 0 resultado dos trabaihos de pesquisa com = quebradeiras de céco babacu e quilombolas. Das situagées socials identiicadas gerou a mobilizacdo dos presentes na ‘eunigo para o desenvolvimento do Projeio com grupas que vivem nas cidades. A partir desta reunido teve origem a Série "Movimentos Sociais e Confltos nas Cidades da Amazénia". Esta série inicia com os indigenas, homosexuals, aro-eligiosos © negros e negras de Bolém e tam conlinuidade com outos grupos em Belém e outras cidades da ‘Amazénia, como Manaus. 1. 0 Setorial de Negras e Negras de Belém, teve inicio em 2001 por ocasio do Congresso da Cidade de Belém, permanecendo até 2004, ¢ se rearticula como Férum de Negras e Negros do Estado do Para em 2006. Mais recentemente, em 2007 novamente, como Setorial de Negras © Negros do Estado do Para enquanto uma estratégia de organizagao @ de luta Politica do movimento social negro do Para. Tem por objetivo socializar, compartihar e fortalecer a unidade de agoes, atividades praticas dos coletivos de negras e negros seja na relagao interna ou com os demais movimentos e com os poderes publices. Parlicipantes da 1* Oficina. Nova Cartografla Social da AmazOnia ‘Negras e Negrosina Cidade de Belém, 09/02/2006. Construiram este fasciculo: Antonino Alves da Silva, Apolinario Alves Filho, Artur Leandro, Byany Sanches, Carlos Augusto dos S. Calandrini, Domingos Conceicéo, Enilson Nonato da Silva, Fatima do S. Valente Brito, Giancarlo Amorim de Moraes, Jairo Silva, José Pinheiro Veras, José Pinheiro Veras, Lilian Carolina de Aratijo Santana, Livia Cristina de Araujo Santana, Maria de Nazaré Costa da Cruz, Maria de Fétima Matos Silva, Maria Madalena Cruz, Marley Valente Tolu Beta, Nadir Raimunda Reis, Oneide Monteiro Rodrigues -Mam' etu Nangetu, Pai Luiz Tayand6, Pai Nelson Santos, Paulo de Tarso B. de Negréo, Rychelle Rosy M. Pantoja, Sonia Barbosa, Vitor Samuel P_ De Moraes, Wladimir Parlcipantes da 2° Oficina. Nova Cartografia Social da Amaz6nia. Furtado Miranda, Zélia Amador de Deus. Negras e Negros na Cidade de Belém, 24/02/2007. “Sempre que entra alguém no movimento diz assim, eu sou negro, eu digo, tu vais descobrir 0 gosto ea dorde assumir a tua negritude, porque isso a gente vive a cada dia, muitas das vezes a gente denuncia um racismo e muitas das vezes a gente nao denuncia. Eu s6 fui pro movimento quando eu sofri descriminaco racial pela segunda vez. Eu ja tinha consciéncia daquilo. Da primeira vez eu deixei passar, na segunda eu fui (...) na verdade cada um de nés tem uma historia muito triste pré contar por tras de nossos rostos, porque a gente vive isso no nosso dia-a-dia e eu garanto a vocés que por mais que sejam sensiveis as nossas causas, ninguém vai sentir 0 que a gente sente, ninguém vai sentir 0 que um homossexual sente quando é discriminado. A dor ela td aqui ela ta entranhada e ela fica gente! ela 6 muito dolorida. Ent4o 0 movimento, ele ajuda a gente a trabalhar isso, eu digo assim que o movimento ele est contribuindo muito pra mim, em termos de conhecimento, em termos de produgéo intelectual de ter contato e de dividir essa dor também com outras pessoas, que quando a gente nao ta no movimento a gente se fecha um pouco mais e guarda isso pra gente.” Maria de Nazaré Costa da Cruz, Oficina Nova Cartografia Social da Amazénia, 24/02!2007. 4 Nova Cartografia Social da Amaz6nia Porque 0 Fasciculo “Estamos aqui pra fazer a nova cartografia, nosso mapeamento, onde nés estamos, nossos conftos, nossas cores, onde nds nos organizamos, como & que vai a luta, o que temos feito na nossa historia aqui em Belém." (Domingos Conceigao, Oficina Nova Cartografia Social da Amazé6nia, 9/02/2006) A luta desde 0 inicio, é pelo reconhecimento da importancia da questao racial “O movimento negro contemporaneo, com o carater mais politico reivindicativo ressurge no final da década de 1970, durante o periodo de “abertura’ do longo regime de ditadura militar que vivemos no paii iniciado em 1964. Esse movimento ressurge, num primeiro momento, denunciando o racismo e a discriminagdo racial existente no Brasil, denunciando também, o mito da democracia racial e na fase seguinte, exigindo que o estado brasileiro implante politicas publicas de combate ao racismo e eliminagao da discriminacao racial. Nao é uma luta facil, é uma luta dificil, é uma luta lenta, por que vocé muitas vezes, tem que convencer o proprio parceiro pessoas que outrora foram e sao aliadas em algumas lutas mas, quando se trata das politicas de ago afirmativa para a populagao negra, muitas vezes, no conseguem entender e com base no senso ‘comum, sempre eivado de preconceito racial, tomam posi¢o contra E so capazes até de responder que raca ndo importa, afinal, © ‘somos todos mestigos”. Por exemplo, nofinal da década de 1980, uma das dificuldades do movimento negro, era convencer a esquerda de que era importante ter o movimento negro, por que o grande entendimento da esquerda, e ainda hoje, de algumas pessoas, era que a questao nao era racial, era 0 sempre oa tornado classico refrao, “a luta é de classe endo de raga” Ea questéo racial pranés do movimento Negro é a questo fundamental. Até parece que desde que alutaé luta, nds temos sempre que convencer nao sé as pessoas que esto fora do campo das lutas democraticas, mas também, muitas vezes, aquelas que estéono proprio campo das lutas democraticas. E muito trabalhoso, é cansativo, temos trabalho duplo, por causa Disso.” (Zélia Amador de Deus, Oficina Nova Cartografia Social Da Amazonia, 9/02/2006) “Historicamente a gente vem vivendo 0 conflito, cada politica afirmativa que é colocada como proposigao do movimento negro, até que ela seja executada a gente passa por muitos conflilos até a sensibilizacao do préprio parlamentar, da conscientizacao com essa questo étnico-racial, ela é muito dificil, porque a gente costuma dizer que uma coisa sou eu enquanto mulher enquanto negra, mae solteira, falar da minha condi¢ao de mulher negra. Nesse sentido, outra coisa é uma parlamentar branca que é sensivel minha causa, mas nao vive na pele toda exclusdo, preconceito e discriminagao que eu vivo. Entao, a gente costuma dizer 0 seguinte: é um ntimero pequeno de pessoas relacionadas a institucionalidade que tem uma relacdo com o movimento de querer fazer alguma coisa, mas é diferente se vocé tem uma pessoa que € do campo, que é do meio e tem a discussao, é um outro contexto completamente diferente.” (Maria de Nazaré Costa da Cruz, Oficina Nova Cartografia Social da Amazonia, 24/02/2007) Negras e Negros no Estado do Para Fonte: IBGE. Censo Demografico do Brasil, 2000. “Somos um movimento que esta inserido no debate politico da cidade, do nosso tempo, da nossa cidade, do que esta ocorrendo e temos uma radicalidade tanto tedrica como pratica, militante, acreditamos nisso @ a nossa luta é fazer um movimento negro que reverta todo o processo de opressao, de escravido que se impés historicamente. Entéo nés lutamos por isso pela liberdade pela emancipacao da nossa populacao" (Domingos Conceiedo, Oficina Nova Cartografia Social da Amazonia, 24/02!2007) “Eu acho que é 0 mito da democracia racial que esse pais ainda comunga, que a sociedade acha que existe, que somos todos iguais e que na realidade a gente sabe que isso nao é verdade, nao somos todos iguais, nds somos diferentes e misturados também, mas queremos ser tratados como diferentes mas também com respeito. E quando se trata do mito da democracia racial temos a questo do preconceito, a questo principalmente do racismo, que quando a gente té no movimento levantando essa bandeira que a gente luta, as outras pessoas acham que isso é uma luta qualquer, minimiza a nossa luta por exemplo, horrivel quando a governadora veta 0 nosso projeto porque aquilo fere a constituicao(...)o segmento negro & ‘onde as politicas publicas menos chegam."( Maria de Nazaré Costa da Cruz, Oficina Nova Cartografia Social da Amazénia, 24/02/2007) Género, Raga, Idade, Religido e Etnia “Nesse campo da questéo da mulher negra, é necessario_ que os movimentos sociais organizados de mulheres tenham condigdes de estabelecer didlogo, para tentar de alguma forma superar a questao do preconceito racial como ¢ que a gente, nessa linha de abordagem coloca a questéo da raga negra enquanto negra e a questo da etnia considerando as outras racas (...) a questao da mulher negra inserida em todo o potencial das mulheres, nao s6 como categoria, como especifica. O movimento de mulheres nao pode perder de vista 0 fato de nao trabalhar com a homogeneidade, por isso tem que pensar na mulher idosa, pensar na mulher negra, deficiente, na mulher negra homosexual, na mulher empregada domeéstica negra, amulher doméstica dona de casa, na carnavalesca. Agente tenta assim com isso, conseguir a grandeza de todas as mulheres, por que 0 que eu tenho aqui refletido é que quando a gente discute uma questo especifica, a gente tem que ver que o especifico, e na realidade ela acaba como geral”. Por que quando vocé discute populacdo negra, mulher negra, homem negro, tem os homossexuais, os empregados, os idosos, entéo na realidade a gente sabe que esto todas as categorias, todos os irmaos e irmas negras do nosso pais.”"(Maria de Fatima Matos Oficina Nova Cartografia Social da Amazénia, 9/02/2006) @ Formas organizativas do movimento: Entidades, Conseihos, Grupo de Pesquisa, Associagses, Forum, Setorial de Negras e Negros. {91 Formas organizativas com representagao do movimento: Conselho das Negras ¢ Negros de Belém, Forum da Cultura, Programa Raizes, Consetho Municipal de Diritos| Humanos, Casa Brasil Africa e Instituto Nacional da TradigSo e Cultura Afro-Brasiera-INTECAB/PA @ Estruturas de apoio ao movimento assinaladas pelos participantes da oficina: Parlamentares (Projetos de lei e emendas), Ministério do Desenvolvimento Agrério, Ministério do Desenvolvimneto Social e Combate a Fome (Cesta basica), Centro Federal de Educagio Tecnolégica do Paré (Cessa6 de fespaco, vagas em cursos), Partido dos Trabaihadores © Partido Comunista do Brasil (Apoio a Iuta politica Secretaria Municipal de Educagio (Infraestrutura © espago para o conselho), Universidade Federal do Pard, (Ciiagao da Casa Brasi-Attica), Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos(Espacofisico e assessor jurdica), Geréncia Regional de Patriménio da ‘Unio (Espaco fisico para o movimento nearo). Riidio. 4H E -Inonny Be Good (Loja de acessorio Reggae, doagio de ‘material), Escola de samba "Quem Séo Eles” (Espago fisico) e Escola de samba ‘Coragiio Jurunese (Espaco de debate sobre a questo dos negros). Rituais e Praticas de Coesao e Manisfestacao de Resisténcia: Festas, Blocos Camavalescos, Bandas de Musica, Radios| ‘Comunitérias, Programas de Radio, Bois, Escolas de ‘Samba, Estética Racial Negra, Projetos de Aca6 Cultural, Congresses, Seminérios, Hip Hop, Espagos Culturais, Joma. a 3 Territ6rios Especificos: Igrejas, Cemitérios de negros como local sagrado, antigo Clube de Pretos, locas de sacrficio de Negro, “Chibe os Liberios" que marca presenca negra no baie do Jurunas, Espaco Coisa de Preto. & Areas com maior concentragao de populagao negra apontadas pelos participantes da oficina. @Y Conquistas do Movimento: ‘Memorial dos Negros, Delegacia de Crimes Discriminatéros. Festa das Racas, Consetho Municipal [Nogras e Negros de Belém, Nicleo de Educacto Histéria e Cultura Afto, Radio Cidadania FM, Projeto raizes, Casa BrasibAfica Limites de Bairros (Lei Municipal n?. 7.806 de 30/07/96) no ‘0a yy \Variagdo anual da decinacso Oor0'36-W 6 Escala 1:70.000 0 so 100 2000 som Fonte: CODEM / 2002 Eerie ey O Congresso da Cidade e o Surgimento do Setorial de Negras e Negros de Belém “Criamos em Belém uma coisa que pra nds ela comegou a surgir no governo municipal em 2001, que é © setorial de negras e negros. Fortalecido, (...) agregamos entidades que nem queriam ir pra esse setorial que hoje estdo la, todas as entidades do movimento social negro esto presente nesse setorial que prandsé f superimportante” (Domingos Conceigéo, Oficina Nova Cartografia Social da Amaz6nia, 24/02/2007) j “As pessoas esto ai, mas elas ndo sao apenas, por exemplo, quando a gente pega nas questées de classe, as pessoas nao s4o apenas pobres ou ricas, elas s4o mulheres, elas s4o homens, elas s4o negras, elas sao indigenas ou elas tem religiosidade, elas tém cultura, elas tém uma cara, e o Congresso da Cidade mostra essa cara. Ent&o ela se aproxima mais da realidade.” (Zélia Amador de Deus, Belém de Todas as Falas, 2005) Rituais de Coesao e Estratégias de Resisténcia: Samba, Reggae, Beleza e Carimb6o Festa reggae; Blocos camavalescos; Escolas de Samba, Jomal; Tambor ou Carimb6, Reggae, Bandas de Musica; Radios Comunitarias; Programas de Radio; Estética racial negra, Projetos de acao cultural, Congressos, Semindrios, Seletiva de Basquete de Rua, Caravana Hip Hop, Amaz6nia Hip Hop, Espaco Coisa de Preto “Entdo é um espaco de resisténcia porque? Porque tem negro, mas se trabalha a tematica racial como se trabalha no movimento? Nao, mas a gente identifica como um espago de resistencia, entdo é isso que a gente precisa definir, se agente vai identificar porque tem negro, ou se agente vai identificar porque faz 0 recorte, porque faz a luta, porque ai a gente vai acabar registrando s6 aquilo que ta no entorno da entidade, 86 onde as entidades acabam abarcando, a gente vé que a dimensao € outra, & muito maior (...) por ‘exemplo, as escolas de samba tém uma concentragao grande de negros, mas ndo se faz 0 recorte racial la, nao se discute a tematica racial nas escolas de samba, em geral a gente vé que a grande maioria é o que? Negro.” (Maria de Nazaré Costa da Cruz, Oficina Nova Cartografia Social da Amazénia, 24/02/2007) “Ela (profissional de estética racial) nao faz o recorte racial, mas tipo assim fica Id dentro da periferia, o saldo dela € todo decorado com coisas afros, ela trabalha essas coisas nossas, ela é negra e tudo mais, mas nao @ ligada ao movimento.” (Maria de Nazaré Costa da Cruz, Oficina Nova Cartografia Social da Amazé6nia, 24/02/2007). *O reggae para nés, ele 6 um instrumento de transformacao social (...) divulgado muito mais por Bob Marley, e nessa divulgacao as lutas dos movimentos sociais, 0 combate a discriminacdo racial...") (Paulo de Tarso Negrao, Oficina Nova Cartografia Social da Amazénia, 24/02/2007) Nie — Conquistas Setorial de Negras e Negros: “Eu acho que isso tudo comega com a formacao do povo brasileiro. Uma idéia que foi importada, ou trazida, que se coloca hoje, se instala hoje de uma forma institucionalizada, € de uma forma dada, de uma dita superioridade euro-ocidental. Entao a partir dessa coisa que se instala, é esse sentido de superioridade que se instala, é isso que gera todo 0 conflito. Sentimento de superioridade(...) de que o branco é superior ao outro, ao negro por exemplo, aos indigenas. Prd mim assim, nao é s6 Belém. O conflito esta instalado no Brasil em fungdo da sua formagao(...) Os conflitos nascem dai.” (Antonino Alves da Silva, Oficina Nova Cartografia Social da Amaz6nia, 24/02/2007) “Assim a meu ver 0 foco principal seria a insergao mesmo de espago, a gente é testado a todo momento e é colocado a prova a todo instante. Agente sempre tem que ser os melhores pra aparecer mesmo, infelizmente é isso que coorre, @ a meu ver seria um dos confltos principais mesmo. Assim de frente seria a insercéo de espaco do negro, na sociedade, no mercado de trabalho e principalmente a implantagao e implementagao de politicas de igualdade.” (Lilian Carolina da Araujo Santana Oficina Nova Cartografia Social da Amazénia, 24/02/2007) “As dificuldades, @ os conflitos com os quais nés nos deparamos em fungao disso porque nés nao nos auto valorizamos e a no auto valorizagao ela ¢ conseqiiéncia de um pouco de tudo, isso que foi falado aqui, que acaba sendo muito sutil, muitas vezes € muito sutil, outras vezes é escancarado, mas que nao € facil vocé se auto-identificar Negro com todas essas peculiaridades, desde a questéo de como 0 Brasil é formado" (Domingos Concei¢ao, Oficina Nova Cartografia Social da Amaz6nia, 24/02/2007) muitos dos nossos companheiros, vém sendo processados e a gente nao vai parar e nem pode parar. A nossa luta vai ser essa sempre, sempre a questéo da legalizagao das radios comunitarias.” (Vitor Samuel P. de Moraes, Oficina Nova Cartografia Social da Amazénia, 24/02/2007) *...08 ribeirinhos (...) quase ninguém percebe, exceto os programas dos quilombolas e vocés sabem disso, que isso verdadeiro ndo €? isso é muito pontual” (Jairo Silva, Oficina Nova Cartografia Social da Amazonia, 24/02/2007) 2. — Criagao do Conselho Municipal de Negras e Negros de Belém em 1997, torna-se Lei em 4 de agosto de 2004; 3. Implantagao do Nucleo de Historia e Educagao na Secretaria Municipal de Educacao de Belém Semec e de uma Sessdo na Secretaria Estadual de Educacao do Para Seduc com participacao na produgao de material pedagogico e grade curricular; 4. Congresso da Cidade de Belém; Dee COC ee artigo 322 Constituigao Estadual define que apés um ano de publicagéio da constituigéo do Estado todas as terras de remanescentes de quilombos teriam que ser demarcadas. O Governo do Estado nao Cumpriu © apés quase cinco anos foi demarcada em 1995 (uma) terra_no Estado do Para e no Brasil; ‘Tem aumentado 0 niimero de organizacées do movimento; Criag&o da Delegacia Especializada em Combate a Crimes Discriminatérios; Criagao da Casa Brasil Africa - UFPA Sistema de Cotas Racial; 0. Criagéo da Secretaria Especial de Politica de Promogao da Igualdade Racial no Governo Federal - 2003; Pauta do Movimento Implementagao da Lei 10.639/03; Criagdo do Conselho Estadual de Negras e Negros: Garantia do funcionamento do Conselho Municipal de Negras ¢ Negros de Belém: Crago de conselhos de negras e negros em Ananindeua e em outros municipios do Estado: Restabelecimento de Assessoria Juridica - existente até 2004 através da Prefeitura Municipal de Belém, disponibilizando ao Conselho Municipal de Negras e Negros, advogados para acompanhamento dos casos de deniincia de racismo; Criagdo da Secretaria Especial de Politica de Promocdo da Igualdade Racial SEPPIRIPA Luta permanente contra a discriminacao racial e formas correlatas no mercado de trabalho. Que UFPAimplemente 0 Projeto que prevé a politica de quotas jé aprovado pelo Conselho Superior de Ensino; Luta pela impiantagao do sistema de cotas raciais nas universidades do Paré Reverséo do veto do Governo do Estado as cotas na Universidade do Estado do Para Garantia da demarcagao e titulagéo das terras de remanescentes de quilombos conforme o art. 322 da Constituigao do Estado do Para; 12. Regulamentagao do Art. 336 da Constituigao do Estado do Paré que trata da implementagao de pollticas piiblicas: “O prinoipio da igualdade deve ser aplicado pelo poder Publico, levando em conta a necessidade de tratar, desigualmente, os desiguais, na medida em que foram ou sejam injustamente desigualados, visando a ‘compensar pessoas vitimas de discriminagao” (CEP, 1989, p.141). 16. Criagéio de linhas de pesquisas voltadas a populagao negra em todas as universidades do Para; 17. Criagao de programa de satide para atender as demandas da populagdo negra que é acometida de doengas especificas; 48. Criacao de um canal de comunicacéo a populacao negra; 49. Financiamento de programas e projetos populagao negra do Paré; 20. Transformacao da Secretaria Especial de Politicas de Promogao da Igualdade Racial - SEPPIR em uma secretaria permanente ou um ministério. Beene gaene aa0eNo Contatos Circulo Palmarino (Dols anos de Fundagao no Pars) UNEGRO - Unio de Negros pela Igualdade End. Av, Nazaré, 532 Sala 402, Bairo de Nazaré End. Trav. Castelo Branco, 3.256, Cep: 66.603-40 pp: 68.036-170. Te: (91)3252,0082 e-mail jalrosivaunegro@ yahoo com br sitio: www.unegro.org.br ‘AMOR FM CABANA - Associacao do Movimento Reggae Data de Fundagao: 20/11/1998 nacional 06/12/2003 no Para End. Conj. Girasol Rua das Bronélias QA-8, Bairro Aguas Brancas, Cep: 67033024. Tol: (91)8818.67.46 GEAM - Grupo de Estudos Afro-Amazénico Data de Fundagao: 22/12/1997 End, Rua Augusto Corréa sin. Instituto de Filosofia e Ciéncias Humanas - UFPA. Tel: (91) 3201.7467 CEDENPA -Centro de Estudos © Defesa do Negro do Paré_ ata de Fundarao 2001 End, Rus dos Tmbras, Pas. Pauo ich 2, Batre remagso, Cop 6 045620, Te (o1}82°9 1738 32243280 AGUA Instituto Amazdnico de Planelamento, : : Geatio Urbana e Ambiental WSTITUTO MOCAMBO Intute de EGvcasion | Ena Tv. Dr. Enos Prin, 294, Baro do Maro End Trav Nore hegre, 99, one Pascagem Lnosroa C&P, 66086-100 mal aguag@olcom br Passagem Helena Dias, Bairro do Jurunas. Cep: 66.030-360 T°! ( Tel: (91) 3252.1086. e-mail: institutomocambo@yahoo.com.br Projeto Nova Cartografia Social da Amazonia (Fundagao Ford - PPGSCA - UFAM) Série: Movimentos Sociais.e Conflitos nas Cidades da Amazonia Indigenas na Cidade de Belém Homossexuais na Cidade de Belém Afro-religiosos na Cidade’de Belém Negras e Negros na Cidade de Belém Catadores na Cidade de Belém Pessoas com Deficiéncia na Cidade de Belém Feirantes dos Portos Publicos de Belém Ribeirinhos das lihas de Belém *Movimento das Peconheiras ¢ Peconheiros da Ilha de Itacoanzinho, \garapés Caixao e Genipauba’, Acara 10. ‘Historias de luta e conquistas dos moradores do Riacho Doce e Pantanal no Igarapé Tucunduba’, Belém 11, “Fé e Esperanga: Mulheres Guerreiras de Campo Sales’, Manaus 12. ‘Historias de Lutas e Conquistas dos Moradores do Bairro Jesus Me Deu”, Manaus 13, “Familias da Comunidade Parque Riachuelo I", Manaus 14, “Bairro Parque Riachuelo 1: Historia, Conquistas e Reivindicagdes", Manaus 15. “Ontem um dono, hoje mithares: AHistoria Bairro Parque So Pedro”, Manaus 16. “Comunidade Negra de Sao Benedito da Praca 14 de Janeiro”, Manaus SErNoDeoN= Realizacgao e Setorial de Negras e Negros do Estado do Para Apoio f OF rorprousparton UFAM = UNAMAZ Coe og IARA

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