Você está na página 1de 5
ESCANOMETRIA DOS MEMBROS INFERIORES: REVISITANDO DR. JUAN FARILL” Henrique Zambenedetti Werlang’, Gabriel Anténio de Oliveira, Ana Maria Tamelini!, Ben Hur Madalosso', Francisco da Silva Maciel Janior* Resumo ‘08 membros inferior ‘A escanometria pelo “método de Fari rece, hd mais de meio século, como um método amplamente utilizado pa tamento pelos especial das medidas costumam ser ignorados ou negligenciados, comprometendo © sou respective ‘na técnica do exame e na avali sxame rotineiro na maioria dos rvigos radiolégicos. Ela perma- diagnéstico da diferenca entre Sh de diversas éreas. Contudo, de © resultado final. Este trabalho tem por objetivo divulgar os detalhes preconizados pelo autor, restaurando @ prec 130 da métod, bem como discutilo em rela Unitermos: aril; Escanomettia; Membros interiors; Dierenca. Abstract nical procedu For mo ‘areas for both measuring and treating differences in length between lower extremit details during examination and measurements evaluation have usually b ignored, affecting the final results and consequently the effectiven ‘Scanametry of lower extremities: revisiting Dr. Juan Far Orthoradiographic measurement employing the “Far technique” ‘08 demais métodos. is a routine study in the majority of radio- than half a century, thie method has been widely utilized by specialists in several . Nevertheless, tech- 3m neglected oF of this method. The present study ‘imed at publicizing the details standardized by the authors, restoring accuracy to the technique, besides iscussing it in comparison with other methods. ‘Keywords: Faril; Orhoradiographic measurement; Lower extremitias; Difference. INTRODUCAO. ‘A maneira mais precisa de se avaliar @ Aiferenga entre 0s memos inerires épor exames de imagem. O primero método de escanografia foi deserito por Meri em 10942 Em 1953, o Dr- Juan Fail desere- ‘ew uma téniea pritiea para mei diferen- ‘tatoo Nome an senpta asic Serbo 2 Meo cage Sasori Oa fur dr tendencs tases Oo Dagtce "ale tard lige Sater de Rage Og ssn gorge, enocpetse ema ‘rape oles entra ssa oa “Then tad coligotoeer de Roa a6 eso tisenco Centos insu sage arin arm, 235, rans Creare aban 170. Ena tatanairn aio! Bras 2007:40(2):137-141 «a8 entre 0s comprimentos dos membros inferior. O principio em que este mé- todo se baseia & muito simples: na medida da diferenga entre duas dstineas, a elimie nagio de iguais segmentos de cada uma nko altera 0 resultado final. Sendo um metodo de fcilexecugdo e que no exige nenhum equipamento especific, & realizado diaria- mente em qualquer servigo de radiologia eral Porém, poucos especialistas tiveram oportunidad de lero antigo original doe Juan Fail, e quase sempre aprenderam 0 ‘ndtodo com alguém que também no ole, ‘Conseqientement, a forma de medir no € padronizada e resultados incorretos si “obtidos, comprometendo o tratamento dos pacientes, o qual varia conforme o tipo 0 sau da deformidade constatada™. Este imétodo, como os demais, tem limitagies © esti contra-indicado em alguns casos. objetivo deste trabalho é restaurar € divulgar a téenica de aferigdo preconizada pelo autor, bem como comparar sua efic cia com os demais métodos (eseanogralia com réyua milimetrada, radiografia pano- rimica e vamografia computadorizada), ESCANOGRAFIA (TECNICA) O exame é realizado em dus etapas. Na primeira, com o paciente deitado em posi- io supina na mesa Potter-Bucky, coloca- Se um pé junto ao outro, ¢ seus maiones ei- xs formando um ingulo de aproximada- ‘mente 90° com a mesa (Figura 1); aina-se o feixe central longitudinal do colimador, Figura 1 Locas de colmacso do ene deans X pra a realeagio da escanogaia. 0 resutado obo ests cemonatado na Figura 5. 137 Figura 2. Aries de icra recog, dov-20 mover o tubo para canfcar que ofene srl dos ‘aos pasa extamente ene os pes © na snise pulbea, sam que haj necessdade de pacierte de maneira que ele passe exatamente entre (0s tornozelos e na sinfise plbiew do indi- vviduo (Figura 2). O paciente deve perma- necerimével até o término do exame. Uti- Tizando-se duas placas de chumbo, divide- se filme em trés segmentos, que Slo ra- iografados separadamente: no primeiro, realiza-se a radiografia dos quadris; no se- gundo, a dos joelhos; eno terceiro, a dos omozelos. Onumerador, posicionado a di- itado paciente, indica lado, Entre as ra- iografias, apenas a gaveta pode ser mo- vida. Em nenbuma hipdtese o chassis pode ser removido da gaveta até 0 Krmino das ets exposigaes. Numa segunda etapa, procede-se a0 cexame para medir a altura dos pés. Com estes rodados intemamente 30° sobre uma plataforma de madeira euja face posterior E revestida por chumbo, posiciona-se 0 chassis imediatamente atris dos pés ¢ rea liza-se uma radiografia em dntero-posterior dos tomnazelos. Esta posigio determina uma dissociago dos malgolos, permitindo {otal visualizago dos tus. Para uma ade- aquada imagem, as plantas dos pés devem estar totalmente apoiadas sobre a plata- {forma (Figura 3). Caso isso no seja pos- sivel, devido a alguma deformidade, por cexemplo, deve-se proceder a uma inclina- lo para frente ou para tris, conforme ne- cessirio, al que um adequad acoplamen- to seja obtido (Figura 4). 138 Figura 4. Poses adotadas para compensogao em caso de defomidade ds ps Esta segunda etapa geralmente é omi- tida, por desconhecimento ou porque, na imaioria das vezes, inexistem diferengas significativas entre as alturas dos pés. No centanto, existem situagdes em que isto pode acontecer (Iesbes congénitas, seq las de poliomielite, destruigdes osteocarti- laginosus decorrentes de processos infla- matérios ou cirirgicos, ete). Contra-indicagdes do método A mais importante & a impossibilidade de manter amplo contato de todas as par tes dos membros inferiores com a mesa pois posigées fletidas distorcem a imagem sea nas radiografias. Tal ocorre com 0 uso de fixadores externos!®, nas deformi- dades dos fEmures e das tibias no plano sagita ou ainda nas contraturas com flexio do quadril ou do joelho. Acentuadas deformidades em valgo, ‘varo ou equino impedem avaliagbes seg ras das diferengas entre as alturas dos pé. ESCANOMETRIA (MEDIDAS) A primeira medida &feitana escanogra- fia, entre o ponto mais alto da eabega fe- moral e a projesio do centro da incisura intercondiliana, em una linha que tangen- cia 0s e@ndilos femorais (Figura Sa). Pro- cedimento idéntico ¢ Feito no membro con- twalateral (Figura Sa"); a diferenga entre estas duas medidas representa 0 encurta- mento femoral A segunda medida é distineia do mes- ‘mo ponto da linha entre os ebndilos femo- rais,alé o ponto mais baixo da superficie articular da tibia, no tornozelo (Figura Sb), Repete-se esta medida no osso contralate- ral Figura Sb’); a diferenga entre estas duas medidas representa 0 encurtament tibial A terceira medida é feta diretamente do Ponto mais alto da cabega femoral até 0 ponto mais baixo da superficie articular da tibia (Figura Se). Isto &repetido no mem- bro oposto (Figura Se"); diferenga entre estas duas medidas foi ehamada, por Fa- fill, de encurtamento funcional. Finalmente, a quarta medida refere-se a altura do pé. Ela feita do ponto mais baixo do tilus, na superficie articular tibiotirsica, até a linha proporeionada pela limina de chumbo na face posterior da bancada de madeira (Figura 6d); repete-se esta aferigdo ro pé contralateral (Figura 6d"). diferen- ga entre estas duas medidas equivale ao en- curtamento do pe Radiol Beas 2007:40(2):137-141 Escanametiia dos membros infeiores: Medidas indetas Figura 5. Loais das madidas para 0 calcu do ercurtamento dos femurese das tis Figura 6. Locals das medidas para cleu do ercuramerto dos ps Caleulo ¢ ansilise das diferengas A assimetria no comprimento dos mem- bros inferiores pode ser devida, basica- mente, ats tipos de alteragdes: a primeira quando temos oss0s com tamanhos dife- rentes em relagdo aos eontralateras; a se- {gunda & quando temos um paciente com

Você também pode gostar