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O PAPEL DO PLANEAMENTO
A revitalização do centro das cidades - dinamização do tecido económico e social - é hoje uma
preocupação motivada quer por interesses económicos quer sociais e políticos, uma vez que dela dependem a
manutenção da centralidade desse espaço e o seu repovoamento
repovoamento.. É a única forma de atrair população
mais jovem e de torná-
torná-lo competitivo em relação às novas centralidades que vão surgindo, tanto no interior
das cidades como nas áreas suburbanas.
A necessidade de revitalização estende-
estende-se também a outras áreas da cidade que não o centro histórico,
sobretudo no que respeita à criação de condições para a fixação de população jovem,
jovem, o que passa,
também, por incentivos ao arrendamento.
A reabilitação urbana - intervenção em áreas degradadas para o melhoramento das condições
físicas do património edificado, mantendo-
mantendo-se o uso e o estatuto dos residentes e das actividades aí
instaladas - é um processo da maior importância para a revitalização da cidade.
cidade.
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No geral, envolve o restauro ou conservação dos imóveis e tem vindo a ser implementada em várias cidades
do nosso país, com o apoio de diversos programas e incentivos,
incentivos, como sejam:
• PRAUD - Programa de Reabilitação das Áreas Urbanas Degradadas, concede ajudas, através das autarquias
locais, para apoiar a reabilitação ou recuperação de áreas urbanas degradadas, incluindo a sua preparação e
acompanhamento;
• RECRIA
RECRIA,, REHABITA
REHABITA,, RECRIPH e SOLARH
SOLARH,, incentivos que apoiam financeiramente o restauro e a
conservação de edifícios degradados com ocupação residencial nas áreas antigas das cidades, pretendendo
fazer face ao problema da degradação de edifícios com rendas baixas.
A revitalização da cidade também pode ser feita através de acções como a requalificação - alteração
funcional de edifícios ou espaços,
espaços, devido à redistribuição da população e das actividades económicas.
Um importante apoio à requalificação urbana foi o
Programa Polis - Programa Nacional de
Requalificação Urbana e Valorização
Ambiental das Cidades -, dirigido
preferencialmente às cidades com um papel
importante na rede/sistema urbano nacional.
Criado em 2000, teve como objectivo principal
melhorar a qualidade de vida urbana, apoiando
intervenções urbanísticas e ambientais.
ambientais. Este
programa permitiu recuperar, transformar e
revalorizar a paisagem de muitas cidades
portuguesas, tornando-
tornando-as mais atractivas quer
para o exterior quer para a população que nelas _________
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A renovação urbana pode implicar o realojamento da população a viver em edifícios ou bairros
degradados.. Este problema, existindo um pouco por todo o País, assume maior gravidade nas grandes
degradados
concentrações urbanas, como as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, pelo que foi criado, em 1993, um
Plano Especial de Realojamento - PER -, para as áreas metropolitanas. Promove a erradicação de bairros
de habitação precária, proporcionando apoios aos municípios para o realojamento das famílias em habitações
de custos controlados. Para complementar e acelerar o processo, foi criado o PER
PER--FAMÍLIAS
FAMÍLIAS,, que apoia as
famílias na compra de casa própria ou na realização de obras de reabilitação numa habitação noutro local, por
exemplo o local de origem.
O realojamento dos moradores dos bairros de habitação precária é também uma forma de combater a
marginalidade.. Diminui as situações de risco para os jovens, proporcionando-
marginalidade proporcionando-lhes melhores condições de
vida, e elimina espaços tradicionais conotados com actividades marginais.
Em Portugal, algumas áreas urbanas degradadas beneficiaram da iniciativa comunitária URBAN.
URBAN. Lançada
em 1994, foi particularmente vocacionada para intervir nas áreas urbanas mais críticas do ponto de vista
socioeconómico, com problemas de desemprego, pobreza, exclusão social, criminalidade e delinquência, entre
outros. A articulação desta iniciativa com outros programas, nacionais e comunitários, permitiu a qualificação
social e urbanística dessas áreas.
Outras acções de incidência social poderão também contribuir para melhorar a qualidade de vida no espaço
urbano. São exemplos:
• a melhoria da gestão do tráfego urbano,
urbano, através de acções que o reduzam, como a construção de mais
parques de estacionamento na entrada das cidades e a criação de interfaces adequados às necessidades
específicas de cada centro urbano, em conjugação com a melhoria da eficácia dos transportes públicos que
poderá diminuir a duração e o cansaço das deslocações pendulares;
• o alargamento dos serviços de acompanhamento das crianças e jovens (espaços de ocupação de
tempos livres, equipamentos desportivos, bibliotecas, salas de apoio ao estudo), que diminuam as situações
de risco social;
• o desenvolvimento de serviços de apoio à população idosa que permita o acompanhamento domiciliário
e, através de um maior contacto social, a diminuição das situações de solidão;
• o aumento do número de espaços verdes, a promoção da melhoria dos já existentes e a
construção e optimização de equipamentos colectivos,
colectivos, nomeadamente os desportivos, de cultura e lazer,
que promovam o convívio e o encontro da população urbana.
A valorização urbana passa também pela promoção do respeito pela cidade, para o que é fundamental que os
cidadãos se sintam identificados com ela e que a sintam como sua. Importa, pois, pensar a cidade como um
espaço de vivência onde a vida tenha qualidade.
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Fonte: Adaptado de Geografia A 11.º Ano.
Ano. Texto editores, 2008. prof.geo.fernando@sapo.pt