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Pelo outro

Empatia pelo outro


sai da pele por escamar,
tendência violenta
forma o modo de raspar

Há contacto humano
sem hipótese de fuga,
sorve-se a energia
e mais o que nos suga

Cornetas tocam alto


acordando a apatia,
será que estamos cegos
ou será que ninguém via

Ai orgulho desgraçado
que sabes tu de humanidade,
vives sozinho num canto
sendo sombra da verdade

Vida às claras
numa caixa de papel,
levada pelo vento
em lento mar de mel

Sonhar pelo outro


é deixar acreditar,
respirando para dentro
algo fino como o ar

Nuno Viriato, 2006

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