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1.Introdugao as Instalagdes Elétricas de Baixa Tensao 1.1,Generalidades E imprescindivel que o projetista saiba onde se situa a sua instalagao dentro de um sistema elétrico mais complexo, a partir do gerador, até os pontos de utilizagdo em baixa tensio, O sistema elétrico compreende produgao, transmissio e distribuigo, conforme ilustra a Fig. 1.1. As instalagdes elétricas de baixa tenstio so regulamentadas pela norma NBR-5410, da ABNT, que estabelece de 1000 volts como o limite para a baixa tensdo em corrente altemada € de 1500 volts para a corrente continua. A frequéncia maxima de aplicagdo desta norma ¢ de 400 Hz. Toda a energia gerada para atender a um sistema elétrico é sob a forma trifésiea, alternada, tendo sido fixada a freqiiéncia de 60 ciclos/segundo para uso em todo 0 territério brasileiro, por decreto governamental. Producto Transmissao Distribugao LT DP. @ E ‘sen TH saezaouoosooKv = TZ ‘any 13 14 DS DS Zawrery 3e0220V Fig. 1.1, Diagrama de um sistema elérico 1.2.Produgao ‘A geragdo industrial de energia elétrica pode ser realizada por meio do uso da energia potencial da agua (geragdo hidrelétrica) ou utilizando a energia potencial dos combustiveis (geragdo termoelétriea). No Brasil, cerca de 90% da energia gerada sio através de hidrelétricas, porque 0 nosso Pais possui um rico potencial hidréulico, estimado em mais de 150 mithdes de kW. Capitulo 1 — Introducdo ds Instalacdes Eléwicas de Baixa Tensdo 2 As termoelétricas existentes no Brasil utilizam combustiveis fosseis (petréleo, carvao mineral ete.), combustiveis ndo-fosseis (madeira, bagago de cana, ete.), combustivel nuclear (uranio enriquecido). Os geradores industriais de eletricidade necessitam de energia mecdnica (energia cinética) para fazerem girar os rotores das turbinas, nos quais estio acoplados, no mesmo eixo, os rotores dos geradores de eletricidade. Entdo a geracdo necessita de uma turbina (hidrdulica ou térmica) e de um gerador sincrono, montados no mesmo eixo, em geral vertical. 1.3.Transmissdo Transmissio significa o transporte de energia elétrica gerada até os centros consumidores. Para que seja economicamente vidvel, a tensdo gerada nos geradores trifisicos de corrente altemada normalmente de 13,8 kV deve ser elevada a valores padronizados em fungio da poténcia a ser transmitida e das disténcias aos centros consumidores. As tenses mais usuais em corrente alternada nas linhas de transmissao sao 69, 138, 230, 400 © 500 KV. A partir de 500 KV, somente um estudo econdmico vai decidir se deve ser usada a tensGo alternada ou continua, como € 0 caso da linha de transmissio de Ttaipu, com 600 kV em corrente continua, Neste caso, a instalago necessita de uma subestagao retificadora, ou seja, que transforma a tensdo altemada em continua, transmitindo a energia elétrica em tensiio continua e, proxima aos centros consumidores, de uma estagio inversora para transformar a tensfo continua em tensio altemada outra vez, antes de distribuir aos consumidores © objetivo principal da transmissiio em tensio continua seri o da diminuigdo das perda por efeito corona que é resultante da ionizagdo do ar em tomo dos condutores, com tensdes alternadas muito elevadas. 1.4.Distribuigdo A distribuigao bairros, indistrias). a parte do sistema elétrico ja dentro dos centros de utilizagio (cidades, A distribuigdo comega na subestagdo abaixadora, onde a tensdo da linha de transmi baixada para valores padronizados nas redes de distribuigdo priméria (11 kV; 13,8 kV; 15 kV; 34,5 kV ete.) Das subestagdes de distribuigdo priméria partem as redes de distribuigdo secundaria ou de baixa tensdo. As redes de distribuigao priméria podem ser: radial, em anel ou radial seletivo, A parte final de um sistema elétrico é a subestagdo abaixadora para a baixa tensdo, ou seja, a tensiio de utilizagio (380/220 V, 220/127V — Sistema trifsico e 220/110V — sistema monofisico com tape). No Brasil ha cidades onde a tensio fase-neutro é de 220 V (Brasilia, Nordeste, etc.) outras em 127 V (Rio de Janeiro, Sao Paulo, Sul ete.). As redes de distribuigdo dentro dos centros urbanos podem ser aér redes aéreas, os transformadores podem ser montados em postes ou em subestagdes abrigadas; nas redes subterraneas, os transformadores deverdo ser montados em cdmaras subterrineas. Os transformadores-abaixadores nas redes de distribuigdo de energia elétrica podem ser monofasicos, bifésicos (iluminagao piiblica) ou trifésicos. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 1 — Introduedo as Instalacdes Elétricas de Baixa Tensio 3 As redes de distribuigdo priméria e secundaria, normalmente, sao trifésicas, ¢ as ligagdes aos consumidores poderio ser monofissicas, bifisicas ou trifasicas, de acordo com a sua carga', conforme ilustra a Fig. 1.2. A entrada de energia dos consumidores finais é denominada de ramal de entrada (aérea ou subterrdnea). A ligago da rede de distribuigo secundaria a0 consumidor (ramal) poder ser feita por cabos subterrineos ou aéreos, com entrada tinica para luz.e forga. Chamamos “luz” a todo circuito destinado unicamente a fins de iluminagio ou pequenos motores monofiisicos (geladeiras, maquinas de lavar, aparelhos eletrodomésticos, ventiladores etc.). Chamamos “forga” a todo circuito destinado 4 forga motriz, aquecimento, solda ou outros fins industriais. Em edificios residenciais, usamos forga nas bombas, elevadores, incineradores etc. E quase sempre trifasica, (©) Ramal tifisico Fig. 1.2. () Rede publica de baixa tensio " Os valores de carga para as faixas monofisica, bifisica ou trifisica s2o estabelecidos pelas normas das ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 1 — Introducdo ds Instalacdes Eléwicas de Baixa Tensdo 4 Quando numa instalagdo existem cargas mono, bi ¢ trifisicas procura-se equilibrar pelas trés fases toda a carga instalada. Foi estabelecida pela Portaria no. 84, de 27-04-67, do Departamento Nacional de Aguas e Energia do Ministério de Minas e Energia, a adogio do ramal nico de ligagio, isto é, luz e forga juntos num nico alimentador, 1.5.0 Conceito de Projeto Projetar, no sentido mais geral do termo, é apresentar solugdes possiveis de serem implementadas para a resolugio de determinados problemas. Para 0 projetista, a solugao procurada visa atender a uma necessidade, um resultado desejado, um objetivo. Assim, por exemplo, "definir de que forma a energia elétrica sera conduzida da rede de distribuigao até os pontos de utilizago em um determinado edificio", abragendo todos os aspectos envolvidos, & © enunciado geral do problema que seré 0 objeto do estudo do projetista de in elétricas residenciais (tinico e coletivo). O projeto &, portanto, uma mediagao entre duas situages ou dois estados, conforme ilustra a Fig, 1.3. E importante ter em mente que a solugao nao é tinica. Freqiientemente, existirao diversas alternativas de solugdes possiveis. O projetista deveri examiné-las, avaliar as possibilidades de cada uma delas, ¢ finalmente inclinar-se por aquela que julgar a mais adequada, Nem sempre esta escolha é tranqilila, isto é, direta e inquestiondvel. A maioria das vezes ela envolve aspectos contraditérios, pois estardo sob o julgamento pessoal do projetista, as mediagdes entre o atendimento indispensavel as normas técnicas, a seguranga das instalagdes e dos usuarios, & operacionalidade, & racionalidade, e aos aspectos econdmicos envolvidos na questéo, Projetar pressupde capacidade de ctiagio, para elaborar as solugde: possiveis dentro de um determinado contexto, e capacidade de discernimento, para comparé: las e seleciond-tas. Fig. 1.3. Conceito de projeto como transigio entre dois estados © "projeto” é em esséncia, uma antecipagio detalhada de uma solugio que sera implementada para satisfazer determinado objetivo, Por esta razio, 0 projetista deve preocupar-se com a sua viabilidade, tanto do ponto de vista técnico (podera mesmo ser executade?), como do ponto de vista econémico (poderd ser executado a um custo razoivel?) Outro aspecto de fundamental importincia é a qualidade da solugdo apresentada. Tendo em mente que em boa parte das ocasides o projetista ndo estard presente na implantagao do projeto, ele deve questionar-se objetivamente: 0 projeto & perfeitamente compreensivel ¢ esclarecedor?, 0 projeto apresenta um nivel de detalhamento tal que garanta aos seus executores € aos seus usuarios que aquilo que esta sendo executado na realidade corresponde ao que foi idealizado no projeto? projeto representa uma solugio da engenharia para problemas da necessidade humana, Um projeto 0 resultado de uma interagio dos sujeitos envolvidos: cliente, profissional projetista e entidades normatizadoras (associagdes normatizadoras, érgdos do poder piblico, concessiondrias, etc.). Esta interago é dindmica e pode ser representada pela Fig. 1.4, (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 1 — Introduedo as Instalacdes Elétricas de Baixa Tensio 5 Fig. 1.4. 0 projeto come iteragiio dos sujeitos envolvidos Um projeto é dindmico, portanto, pode softer revisdes (alteragdes), entretanto o ideal & que as revisées ocorram ainda na fase de projeto. Qualquer revisiio quer na fase de projeto ou na fase de execugdo, deve ser devidamente analisada, aprovada pelo projetista e registrada. E importante observar que uma revisio que ocorra na fase de execugdo & frequentemente mais onerosa do que se houvesse ocorrido na fase de projeto, uma vez que poderd implicar em desperdicio de recursos materiais, recursos humanos e tempo. Além disso, os projetos tém um prazo de execugao e custo de implantagdo definidos. A frequéncia de revisdes na fase de execugdo certamente sera responsavel por alteragdes, em geral, prejudiciais, aos cronogramas © orgamentos iniciais. projetista ¢ um solucionador de problemas, um criador de solugGes. Para ele a realizagao & ver os seus projetos serem implantados como foram coneebidos, ou o mais proximo possivel disto. Por outro lado, a frustragdo ¢ ver os seus projetos abandonados nas gavetas, ou implantados com tantas modificagdes que o fizeram perder a identidade. 1.6.A Dimensao Etica do Trabalho do Projetista No desempenho de suas tarefas, 0 projetista assume uma atitude profissional de dimensao ética. Sendo um técnico, um especialista, estard sob sua responsabilidade a anélise de problemas complexos para os quais a sociedade espera solugdes. Sendo um cidadio, tera em mente 0 fato de que, em geral, os seus projetos poderdo afetar a qualidade de vida de uma comunidade inteira ou parte dela. Dai, espera-se que as suas atividades se realizem no mais elevado nivel ético e moral, com objetivos voltados para a seguranga e beneficio da humanidade © bom projetista ¢ movido por senso de responsabilidade que envolve os seguintes aspectos: © Desejo de prosseguir até o fim, buscando levar a sua solugdo ao bom éxito; ‘+ Disposi¢ao para inovar sempre, buscando os melhores métodos ¢ as melhores técnicas, visando ao aperfeigoamento ¢ & constante atualizagio; ‘+ Companheirismo e solidariedade para com os colegas, através do intercimbio de informagGes técnicas; ‘* Acompanhamento da implantagao e do desempenho das solugées, visando comprovar sua eficacia e auferir experiéncia; ‘+ Responsabilidade profissional para manter confidenciais, as idéias, provessos, téenicas ou conhecimentos, que sejam objetos de contratos especificos, sobre os quais o cliente ou empregador solicite sigilo; © Tera perspectiva de, através de suas criagdes, contribuir para melhorar as condigdes de vida da humanidade; __ Atualmente, as atividades no ambito da engenharia ja esto contempladas pelo Cédigo de Etica Profissional publicado pelo sistema CONFEA ¢ CREA's ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 1 — Introducdo ds Instalacdes Eléwicas de Baixa Tensdo 6 1.7.A Responsabilidade Profissional do Projetista Para o desempenho profissional de suas atividades, o projetista devera obter habilitagao especifica através de formagdo em centros educacionais especializados (universidades, faculdades de engenharia, centros de educago tecnolégica, escolas técnicas etc.) e registro no respectivo Conselho Profissional, O registro profissional, no caso de cursos superiores e cursos técnicos da area de engenharia, junto ao CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, confere ao profissional a habilitagdo necessiria, especificando as dreas ¢ os limites de suas atribuigdes profissionais. Segundo definigao do proprio CREA, a fungdo deste ¢ atuar em defesa da sociedade contra os maus profissionais, e ndo como associagao de classe, como poderia nos parecer a principio. Para a defesa dos interesses dos técnicos e engenheiros existem as AssociagSes e Sindicatos Para garantir aos profissionais registrados nos CREAs um meio de cadastrar suas obras & servigos, cargos ou fungdes, cursos e prémios, foi criada, em 1977, a Anotagio de Responsabilidade Técnica — ART, através da Lei n° 6.496/77. A ART define, para efeitos legais, os responsaveis técnicos pelo empreendimento, obra ou servigo, tendo valor de um contrato. Mas para isso, ela deve ser registrada no CREA onde for executada a atividade técnica, O CREA-MG somente registra a ART se 0 profissional ou a empresa estiverem registrados e/ou visados no Conselho e com a anuidade em dia. Cada projeto tera o seu respectivo registro junto a0 CREA, através da ART. Nesta ocasio, © Conselho verificara se o profissional esta habilitado para aquela especialidade, fazendo a respectiva anotagdo que passard a constar do acervo técnico do profissional A ART descreve 0 objeto do projeto, o qual, na forma da legislagio em vigor, estaré sob a a) Garantia da qualidade dos servigos prestados: Por ser um documento de fiscalizagao da atividade profissional, a ART impede a atividade de leigos nas areas de engenharia, arquitetura © agronomia, O resultado é uma maior qualidade ¢ maior seguranga nos servigos prestados nessas reas. Se mesmo assim houver algum problema na obra/servigo ou em decorréncia delas, a ART é um documento que comprova a participagao de um profissional em um empreendimento, e pode ser usada para que ele responda, legalmente, por suas ages. b) Formagio de curriculo: Toda a experiéncia adquirida pelo profissional na realizago de seu trabalho, pode fazer parte de seu curriculo - Acervo Técnico - desde que anotadas as respectivas ARTs nos CREAs. As Certiddes de Acervo Técnico - CATs, emitidas pelo Conselho sempre que o profissional precisar, atestam essa sua bagagem profissional, pois elas funcionam como um curriculo oficial e tem fé publica. ©) Acervo téenieo: Acervo Técnico é 0 conjunto dos registros de ARTs relativas a obras/servigos concluidos do profissional. Vale informar que, mesmo sendo empregado e realizando 0 projeto/obra para uma empresa, 0 acervo é do profissional, uma vez que é ele quem detém 0 conhecimento técnico ¢ é 0 cérebro do empreendimento, no que se refere tecnologia. 4) Garantia de mercado de trabalho: Para que uma empresa se mantenha tecnicamente habilitada, no que diz respeito 4 qualificago de Acervo Técnico, € necessario que, a0 substituir um profissional de seu quadro funcional por outro, 0 novo contratado possua, no (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 1 — Introducdo ds Instalacdes Eléwicas de Baixa Tensdo 1 minimo, um histérico de Acervo Técnico condizente com o objetivo social da empresa. Desse modo, a ART contribui para preservar o mercado de trabalho para o profissional, valorizando a autoria e a qualificagao do trabalho intelectual, e) Garantia de honordrios/satarios: Quando nao existir contrato escrito, a ART, registrada corretamente no CREA, tem validade legal, inclusive para prova em Juizo. 1) Licitagdes: Com o advento da Lei 8.666/93, que instituiu normas para licitagdes e contratos de administrago publica, tomou-se ainda maior a importéncia da Anotagao de Responsabilidade Técnica - ART. Desde entao, ¢ obrigatéria a apresentagao da certidio emitida pelos CREAs na documentacZo exigida nas licitagdes, para a comprovagdo de acervo técnico, g) Aposentadoria: A ART ¢ a CAT (Certidio de Acervo Técnico), com as datas de recolhimento ¢ especificagdes corretas das atividades técnicas desenvolvidas, so documentos vilidos para caracterizar a atividade profissional e comprovagao de tempo de servigo junto a Previdéncia Soci h) Salério Minimo Profissional — SMP: A ART de Desempenho de Cargo ou Fungo é, para os assalariados, um documento legal que poder comprovar, junto a0 Ministério do Trabalho, 0 cumprimento do Saldrio Minimo Profissional, por parte do empregador (Lei Federal 4.950-A e art. 82 da Lei Federal 5.194/66). i) Delimitagio de responsabilidade profissional: A definigio dos limites da responsabilidade técnica e legal de cada profissional, em determinada atividade ou empreendimento que inclui participagao de varios outros profissionais, é possivel através da ART. Neste caso, a ART caracteriza a responsabilidade de cada um, bem como a ‘solidariedade' prevista no Cédigo de Defesa do Consumidor. Para que isso seja possivel, cada atividade deve ficar bem caracterizada na ART. j) Fiscalizagao de honordrios: A ART serve também como um instrumento de fiscalizago do cumprimento das tabelas basicas de honordrios profissionais, elaboradas pelas entidades de classe e registradas nos CREAs. Com isso, permite uma maior uniformizagao do mercado ¢ coibe a concorréncia desleal. 1.8.Competéncia Profissional Os Profissionais habilitados para as atividades de elaboragdo e execugdo de projetos de instalago de energia elétrica sio os Engenheiros e os Técnicos Industriais de Nivel Médio, conforme atribuigdes especificas definidas para cada categoria profissional No que se refere aos Engenheiros, a situago € controversa, porém a maioria dos CREA's tem adotado resolugdes semelhantes a0 CREA - MG, que estabelece duas categorias de atribuigdes (Decisdo Normalizadora NQ 2 de 24/08/89 do CREA - MG): 1* Categoria: Elaboragdo execugdo de projetos de instalagdes de energia elétrica, sem restrigdes quanto a carga, tensio ou condigdo de trabalho. Esta categoria abrange os Engenheiros Eletricistas ou Mecdnicos-Eletricistas, ou ainda, outra especialidade profissional com as atribuigdes da alinea "h" do artigo 32 do Decreto Federal N2 23.569/33 de 11/12/33 2% Categoria: Elaboragdo e execugio de projetos de instalagdes de energia elétrica, em baixa tensio, para fins residenciais, com carga total instalada no superior a 50 KW, desde que a forga motriz, j4 inclufda neste limite, ndo ultrapasse 10 cv, excluidas as instalagdes que: a) Destinem-se ao suprimento de energia elétrica a locais que exigem a utilizagao de material especial de seguranga e protecdo, como hospitais, postos de gasolina e afins; ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 1 — Introducdo ds Instalacdes Eléwicas de Baixa Tensdo 8 b) Sejam dotadas de sistema de geragdo de energia, como centros de processamento de dados e afins; ©) Destinem-se ao suprimento de recintos para reunides, como teatros, cinemas, templos gindsios, hotéis, "shopping-centers", mercados, escolas e afins; d) Pela natureza dos materiais empregados ou dos trabalhos executados possa scr verificada a presenga de gases ou vapores inflamaveis, assim como poeiras, fibras, combustiveis ete. Esta categoria abrange, além dos profissionais citados na 1* categoria, todos os demais profissionais diplomados em curso superior de Engenharia Civil ou Arquitetura, que possuam as atribuicdes dos artigos 28 e 30 do Decreto Federal N° 23.569/33 de 11 /12/33. Muito embora exista tal regulamentago, a posigiio que se tenta fortalecer na sociedade civil, & que estejam habilitados para desenvolver as atividades de projetos ¢ de execugio de instalagdes elétricas apenas aqueles profissionais que tenham obtido formagio especifica na rea de eletrotécnica. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson 2.Projeto de Instalagées Elétricas 2.1,Conceito a previsio escrita da instalag4o, com todos os seus detalhes, localizagdo dos pontos de utilizagio da energia elétrica, comandos, trajeto dos condutores, divisio em circuitos, sego dos condutores, dispositivos de manobra, carga de cada circuito, carga total, ete. Ou seja, projetar uma instalagdo elétrica de um edificio consiste basicamente em: — quantificar, determinar os tipos e localizar os pontos de utilizago de energia elétrica; — dimensionar, definir o tipo e o caminhamento dos condutores e condutos; = dimensionar, definir 0 tipo e a localizagao dos dispositivos de protegao, de comando, de medigdo de energia elétrica e demais acessérios. objetivo de um projeto de instalagées elétricas ¢ garantir a transferéncia de energia desde uma fonte, em geral a rede de distribuigdo da concessiondria ou geradores particulares, até os pontos de utilizago (pontos de luz, tomadas, motores, etc). Para que isto se faga de maneira segura e eficaz € necessirio que 0 projeto seja elaborado, observando as prescrigdes das diversas normas técnicas aplicaveis. projeto de instalagdes elétricas pode ser dividido em categorias: a). Residencial ({inico e coletivo); b) Comercial; c) Industrial; 2.2.Partes Componentes de um Projeto Sendo a representagdo escrita de uma instalagdo, 0 projeto consiste basicamente em desenhos e documentos. De uma maneira geral, em um projeto de instalagdes elétricas de edificios de uso coletivo, temos as seguintes partes: — ART; — Carta de solicitagio de aprovagao a concessiondria; — Memorial descritivo; = Memorial de calculo (cdlculo da demanda, dimensionamento dos condutores, dimensionamento dos condutos, dimensionamento das protegdes); Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 10 — Plantas (planta de situagao, planta de pavimentos); — Esquemas verticais (prumadas); = Quadros (quadros de distribuigio de cargas, diagramas multifilares ou unifilares); — Detalhes (entrada de servigo, caixa seccionadorea, centros de medi passagem, aterramentos, outros); 10, caixas de — Convengdes; — Especificagdes; — Lista de materiais. 2.3.Normatizagao 23.1. Simbologia A fim de facilitar a execuydo do projeto e a identificagao dos diversos pontos de utilizagio, langa-se no de simbolos graficos. Os simbolos grificos utilizados nos projetos de instalagdes elétricas so padronizados pela ABNT — Associagao Brasileira de Normas Técnicas, através das seguintes normas: — NBR-544: simbolos grificos para instalagGes prediais; — NBR-5446: simbolos graficos de relacionamento usados na confecgo de esquemas; — NBR-5453: sinais e simbolos para eletricidade; Na Fig. 2.1 temos os simbolos grificos para os projetos de instalagdes elétricas. Foram deixadas uma coluna para a simbologia mais usual e uma coluna para a simbologia normalizada pela ABNT, ficando a critério de cada projetista a simbologia a adotar. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas u Designegio suet ‘Atal (NB5444) Designagao sual Ruel (waR-sia) 24) Questo gona ferbutio (6 forgay 5) Caixa do elon 6) Cabea para ‘morc <} etoruptr 6.1) Uma eapio 142) Duns sods 3) Trés segoes 1) Paralalo ou throe way 135) ntomedinio os foornay {46} Bota de min tere 4.7} Bott com ‘campainia na pared 8} Bot de can ppainha no peso 9 Fusival 10) Chave seccio ‘nara corn hsive {abenura sem carga) 11) Chavo seccio ‘adorn corn sta {aboruraem ea) 1.12) Chave secch- nadora fabertura Sem cary 1.19) Chave seecto acdora fabertura fom carga 4.44) Diguniora ‘leo 4.15} Diuntor a 6.16} Chave ever ©) Tomadias 2.1) Tomada do ue aparece, bane (00 mm da piso feabada) ean F Fig. 2.5. Tomadas de uso geral Nas unidades residenciais ¢ nas acomodagdes de hotéis, motéis ¢ similares, o niimero de tomadas de uso geral deve ser fixado de acordo com o seguinte critério: 1. Condicoos para so ostabolocor a quantidado minima de tomadas de uso geral (TUG's). no minimo uma tomada pelo menos uma no minimo uma tomada ‘tomada para cada ‘5m ou fracao de eas | —_perimetro, espagades 120 uniformemente quanto posstvel ho minimo uma tomada junto a0 lavatorie com uma distancia ‘minima de 6ocm do limite do boxe ‘uma temada para cada 3,5m ou fragao de nas] _perimetro, | indopondonto da area ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 2 NOTAS: a) No caso de cozinhas, copas, copas-cozinhas, areas de servigo, lavanderias ¢ locais andlogos todas as tomadas devem ser médias (1,30 m), € deve ser prevista pelo menos um tomada acima de cada bancada (balcio); b) Em diversas aplicagdes ¢ recomendavel prever uma quantidade de tomadas de uso geral maior do que o minimo calculado, evitando-se, assim, 0 emprego de extensdes © benjamins (tés), que além de desperdigarem energia, podem comprometer a seguranga da instalago; ©) Para efeito de céleulo as tomadas duplas ¢ triplas so contadas em niimero e poténcia como uma s6; a) E recomedavel ter como distincia maxima entre tomadas deve ser de 1,50 m para cada lado (3 m); ©) No caso de varandas, quando nao for possivel a instalagdo de tomada no proprio local, esta deverd ser instalada préxima ao seu acesso; 1) Bm halls de escadaria, salas de manutengao ¢ sala de localizagao de equipamentos tais como casas de maquinas, salas de bombas, ¢ locais andlogos, deverd ser prevista no minimo uma tomada. 2. Conaigoes para se estabelecer a potencia mintna de tomas de uso geral (TUG's). atribuIr, no Minimo, 6O0VA por tomada, ate 3 tomadas. atribuir 100VA para 05 excedentes. + atribuir, no minimo, 00VA por tomada ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 2 Tomapas ot Uso Especirico (TUE’S) Sao destinadas a ligacao de equipamentos flxos e estacionarios, coma @ 0 caso de: a > Fig. 2.6. Tomadas de uso especifico 3, Condicoes para se estabelecer a quantidade de tomadas de uso especifico (TUE's).. A quantidade de TUE’s e estabelecida ce acordo com 0 numero de aparelhas de utilizacao que sabidamente vao estar flxos em uma dada posigao no ambiente A quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo com o niimero de aparelhos de utilizagao, com corrente nominal superior a 10 A. 4. Condicoes para se estabelecer a potencia de tomadas de uso especifico (TUE’s).. ee CUO ey Pantani Contorme © que fol visto: Para so prover @ carga de tomadas 6 nocossarto, primeiramente, prever a sus quantidade. Essa quantidace, segundo 0s criterlos, e estabelecida a partir do comoda om ostudo, fazendo-se necessario ter + ou o valor da area + uo valor do pertmetro + ou 0 valor da area © do portmotro ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 23 “Tabela 2.2 - Poténeias Médias dos Aparelhos Bletricos em Watts ‘Aparelbo Poténcia (W) Aparelho Poiiacia (W) “Aquecedor de ambiente 1000 Geladeira comum 200 ‘Aquecedor tipo boiler 1500 Geladeira duplex 500 Aspirador de ps 200 Grill 1000 Barbeador 30 Liquidificador 200 Batedeira 100 Miquina de costura 100 Chuveito 2500 Maquina de lavarroupa 500 Cireulador de ar 150 Projetor de slides 100 ‘Apatelbo de som 300 Radio 50 Enceredeira 300 Relogio 5 Esterilizador 200 Secador de cabelo 1000 Exaustor 300 Sevador de roupa 600 Ferro de engomar — comum 500 Televisor 200 Ferro de engomar -regulavel 1000 Tomeira térmica 2500 Fogio eléiico com 4 chapas 5000 Tornadeita 1000 Fogio elétrco com 2 chapas 200 Ventilador 150 Foro de microondas 1200 NOTAS: a) Quando utilizamos 0 termo “tomada” de uso especifico, no necessariamente queremos dizer que a ligagdo do equipamento & instalago elétrica iré utilizar uma tomada. Em alguns casos, a ligacao poder ser feita, por exemplo, por uma ligagao direta (emenda) de fios ou por uso de conectores. Exemplo de Dimensionamento: Determinar a quantidade a poténcias das tomadas de uso geral e uso especifico para cada uma das dependéncias da planta baixa (Fig. 2.4) conforme estabelecidos pela norma NBR 5410/97. Para facilitar o dimensionamento, utilizaremos tabelas. pends Direrates avant Tues Ts ‘2a. tr Re Saaineeila aE rece arr on | savsuxa-na | Aries ornto wom | sxzvmna-8 | A banhate 1 1 coe 1Z 7 ra 084 7 wa | saesinaee | EET caarha we | aes | ET | Go 7 [eam] | AP cor a 7 Bo BH ; Tabela 2.3 ~ Previsto da quantidade de tomadas de uso geral (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 4 Depenstncta Omens Guonteace | _Aevstodecaga romero | wes | nes | wor | nes sodeets | xm | 4 anI0VA ssadeints | 03 | 1 2 Bx100VA como oa [vs 3_[_- [enw eareto we Cn cepa 1m 7 TOA ral oo Tava = |e TT aE ar en 7 | 7 pane cheapo 30 = 1 xD0VA rene 2 7 xa0ovA Tabela 24 ~ Previsto das cargas das tomadas de uso geral e especifico. 2.7.4. Previ Sera necessario fazer a previsio das diversas cargas especiais que atendem aos sistemas de utilidades dos edificios. Podemos citar como exemplos os motores para elevadores, as bombas para recalque d’agua, bombas para drenagem de aguas pluviais ¢ esgotos, bombas para combate a incéndio, sistemas de aquecimento central etc. Em geral, estas cargas sio de uso comum, e portanto chamadas cargas do condominio. de Cargas Especi S A determinagdo da poténcia destas cargas depende de cada caso especifico, e, geralmente, & definida pelos fornecedores especializados dos diversos sistemas, cabendo a0 projetista prever a poténcia solicitada pelos mesmos 2.75. Previ Muitas vezes, partes do pavimento térreo de um edificio residencial, ou pavimentos especificos (sobrelojas) so utilizados para fins comerciais. Para insta industriais a NBR-S410 ndo estabelece critérios para previsto de cargas. Para isto, devemos evar em conta a utilizago do ambiente ¢ as necessidades do cliente. para Cargas em Areas Comerciais e Escritérios O calculo da iluminagao para estas areas é feito de modo diferente do processo utilizado para a determinagio da iluminagao em areas residenciais. Dependendo do caso, para areas de lojas ¢ escritérios, podem-se empregar diversos métodos para determinar 0 tipo ¢ a poténcia da iluminago adequada. Dente estes métodos, destacam-se 0 Método dos Lumens, o método das Cavidades Zonais ¢ 0 Método Ponto por Ponto, A Norma Brasileira NBR-5413 — Thuminagao de Interiores define os critérios a serem seguidos, especificando o nivel de iluminamento de acordo com a utilizagdo do recinto. ‘A Tabela 2.5 mostra os valores que podem ser adotados para pequenas dreas, Tabela 2.5 — Densidade de carga pata iluminagio Watts/n Tuminagio Tluminagio Uso do Local Incandescente Fluorescente Residencial 20 8 Nio-Residencial 30 12 Para a previsio de tomadas de uso geral em dreas comerciais e de escritérios, pode-se adotar o seguinte critério: (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 25 2.76. Escritérios comerciais (ou anilogos) com érea igual ou inferior a 40 m*: 1 tomada para cada 3m, ou fragdo de perimetro; ou 1 tomada para cada 4 m°, ou fragio de drea (adotar o que conduzir ao maior nimero). Escritérios comerciais (ou andlogos) com area superior a 40 m?*: 10 tomadas para os primeiros 40 m’ ¢ 1 tomada para cada 10 m’, ou frac Em lojas: 1 tomada para cada 30 m’, ou fragdo de drea, ndo computadas as tomadas destinadas a vitrines ¢ & demonstraso de aparelhos; A poténcia das tomadas de uso geral em escritérios e lojas seré 200 VA. Locagao dos Pontos Elétricos Tendo sido definidos todos os pontos de utilizagio de energia elétrica da instalagio, a sua locagdo em planta sera feita, utilizando-se a simbologia grifica definida na norma NBR-5444: Simbolos Graficos para Instalagdes étricas Prediais. Ao fazer a locagdo dos pontos em planta, o projetista deverd estar atento as seguintes recomendagées: 1. 2. 3. 4. Fazer 0 desenho utilizando um gabarito especifico para projetos de instalagdes elétricas, a simbologia apropriada para cada ponto de utilizago e colocando ao lado de cada ponto a sua respectiva poténcia; Observar o projeto arquiteténico, o projeto estrutural e os demais projetos de utilidades do edificio, evitando locar pontos elétricos sobre elementos estruturais (pilares ou vigas de concreto) ou em interferéncia com outras instalagdes (por exemplo, com pontos dos projetos de instalagGes telefnicas, hidréulicas, sanitérias, de combate a incéndio, de seguranga patrimonial etc.); Observar layout detalhado no projeto de ambientagdo, ou, na auséneia deste, manter uma interlocugdo com o cliente, visando localizar os pontos de maneira a: — Distribuir uniformemente os pontos de iluminagdo geral ¢ prever pontos de iluminagdo para destaques especificos; — Distribuir uniformemente as tomadas de uso geral; = Prever a localizagdo de tomadas sobre as eventuais bancadas existentes em copas, cozinhas, reas de servigo e banheiros (recomenda-se que sobre cada bancada seja previsto no minimo uma tomada de uso geral a 0,30 m de altura da mesma); — Prever a localizagiio das tomadas de uso especifico a no maximo 1,50 m dos aparelhos de utilizago; — Localizar de maneira apropriada os comandos dos pontos de iluminagdo, prevendo interruptores simples, duplos, triplos, paralelos, intermediérios ou outros dispositivos de comando onde se fizer necessario No que se refere as instalagdes do condominio, definir: — A localizagao dos motores para elevadores, bombas de recalque d’égua, bombas de drenagem, bombas do sistema de combate a incéndio, bombas para piscinas, portdes de acesso, etc., bem como a localizagao dos seus respectivos quadros de comando, observando as areas especificas destinadas a estes fins e as recomendagGes dos fabricantes destes equipamentos, (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 26 = Prever a utilizagdo de minuterias e/ou interruptores temporizados para © comando dos pontos de iluminagao de escadas, hall’s e circulagdes; — Prever a utilizagdo de interruptores diversos e/ou comandos nos préprios quadros para os pontos de iluminagao do subsolo, pavimento térreo, portai Jardins, piscinas, quadras esportivas, ete; — Prever a utilizagao de porteiros eletrénicos, sinalizadores de obstaculos, alarmes, etc. areas extemas, sinalizadores para acesso de veiculos, o=* soe series Ee LIF 4 o ‘camaceu 2 Daw ane @ @ = s 3 = ® I o a o | 4 ° T LEGENDA = ponto de tut ne porede = interrupter simp interrupter paraleto =tomade beixa monotésica com terra ~ tomas médio monotésice com terra = cxide soiga mésia bitésico com terre =n 4¢ aaido alte bitdsica com terre = campeinne = botdo de compsinne Fig. 2.7, Planta baixa do exemplo com a locagio dos pontos elétricos ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 2 Tendo sido definidos todos os pontos de utilizagao de energia elétrica da instalagdo, a sua localizagao em planta sera feita, utilizando-se para isto a simbologia grifica definida na norma NBR-5444: Simbolos Grificos para InstalagGes Elétricas Prediais (ver Fig. 2.1). A Tabela 2.6 ilustra a definigo de todos os pontos de luz e tomadas para a planta baixa do exemple. Depenetincia dimones | guereren | _USS es Tea] Parmar] NOOP* Trae patenca | dscimnarbo [potenad _| “oo i ‘o saaceatar | aco | a so [| 40 ssocpne | 00 | wz wm [s|@ aomisio [02 | ([:|[ = barter | oz oD | cinero | aan top [ iz | @ @ ral om | @ 0 carma | 0 | wa a ee axenigo 786 [11 10 @ | 10 ecao [a0 a @ eae | za D i Total +: OVA se00va 8500w Tabela 2.6—Definigao dos pontos de luz ¢ tomadas. 2.8.Determinagao do Padrao de Entrada 2.8.1. Introdusao O fornecimento de energia elétrica é determinado em fungao das limitagdes estabelecidas pelas normas técnicas da concessiondria local (onde se situa a unidade consumidora) em fungdo da poténcia (carga) instalada ou poténcia de demanda e tipo de carga ou de fornecimento. Consideraremos, por hipétese, que nos exemplos seguintes as edificacées estejam na drea de atuacao da concessionaria CEMIG. Normas Técnicas da CEMIG: ND 5.1 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensdo Secundéria - Rede de Distribuigdo Aérea, Edificagaes Individuais. ND 5.2 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensito Secundéria - Rede de Distribuigdo Aérea Edificagées Coletivas. ND 5.3 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensdo Primdria de 13.8 kV Rede de Distribuigdo Aérea ND 5.4 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensdo Primdria de 23.1 kV Rede de Distribuigdo Aérea ND 5.5 Fornecimento de Energia Elétrica em Tens&to Secundéria Rede de Distribuigao Subterranea. Inicialmente serdo descritas as terminologias e defi mais detalhada dos termos instalagdes de consumidores. jigdes que permitem uma compreensio nicos utilizados para o fornecimento de energia elétrica as ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 28 ‘onsumidor: E a pessoa fisica ou juridica a qual solicita 4 concessionaria e assume a responsabilidade pelo pagamento das contas e pelas demais obrigagdes regulamentares ¢ contratuais Unidade consumidora: Sio as instalagdes de um mio consumidor, caracterizadas pela centrega de energia elétrica em um s6 ponto, com medigao individualizada, Edificacio Individual: toda e qualquer construsio, reconhecida pelos poderes publicos, contendo uma tinica unidade consumidora. Edificagio de Uso Coletivo: E toda e qualquer construgo, reconhecida pelos poderes piblicos, constituida por duas ou mais unidades consumidoras, cujas reas comuns, com consumo de energia sejam juridicamente de responsabilidade do condominio. Limite_de Propriedade: Sao as demarcagdes e delimitagdes evidentes que separam a propriedade do consumidor da via publica e dos terrenos adjacentes de propriedade de terceiros, no alinhamento designado pelos poderes piblicos, Ponto de Entrega: E 0 ponto até o qual a concessiondria se obriga a fornecer energi elétrica, com participagdo nos investimentos necessérios, bem como, responsabilizando-se pela execugdo dos servigos de operacio e de manutengdo do sistema, nao sendo necessariamente o ponto de medigio. Entrada de Servigo: F 0 conjunto constituido pelos condutores, equipamentos ¢ acessérios instalados entre o ponto de derivagdo da rede secundaria e a medigao, inclusive. A entrada de servigo abrange, portanto, ramal de ligagfo e o padrdo de entrada da unidade consumidora. Ramal de Ligacdo: E 0 conjunto de condutores s6rios instalados pela concessiondria entre 0 ponto de derivagdo da rede secundéria e o ponto de entrega. Padrio de Entrada: E a instalago compreendendo o ramal de entrada, poste ou pontalete particular, caixas, dispositivo de protecao, aterramento e ferragens, de responsabilidade do consumidor, preparada de forma a permitir a ligagdo da unidade consumidora 4 rede da concessiondria, Ramal de Entrada: E 0 conjunto de condutores e acessérios instalados pelo consumidor entre o ponto de entrega ¢ a medigao ou protegao. Ramal_Intemo_do_Consumidor: E 0 conjunto de condutores ¢ acessérios instalados internamente na unidade consumidora, a partir da medigao ou protegdo do padrao de entrada Carga_ou_Poténeia_Instalada (kW): E 0 somatério das poténcias nominais dos equipamentos elétricos de uma unidade consumidora. Demanda (kVA): E a poténcia elétrica realmente absorvida em um determinado instante por um equipamento ou sistema. A demanda média é poténcia elétrica absorvida durante um intervalo de tempo determinado, usualmente 15 minutos. A demanda maxima é a maior de todas as demandas ocorridas em um intervalo de tempo. A demanda provavel (ou poténcia de alimentago ou poténcia de demanda ou simplesmente demanda) & a demanda maxima da instalagdo. Este ¢ 0 valor que sera utilizado para o dimensionamento dos condutores alimentadores e dos respectivos dispositivos de protegao. fator de demanda é a razo entre a demanda maxima e a poténcia instalada: Fp = Pow. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 29 2.8.2. Escolha do Padrao de Entrada © Padrio de Entrada e os tipos de fornecimento so definidos em fungdo da carga instalada, da demanda, do tipo de rede ¢ local onde estiver situada a unidade consumidora. 2.8.2.1. Levantamento da Carga Instalada Para definigdo do tipo de fomecimento, o projetista deve determinar a carga instalada, somando-se a poténcia em kW, dos aparelhos de iluminaco, aquecimento, eletrodomésticos, refrigerago, motores e méquina de solda que possam set ligados em sua unidade consumidora. Os aparelhos com previsio de serem adquiridos ¢ instalados futuramente, podem também ser computados no calculo. Nao ¢ necessario considerar a poténcia dos aparelhos de reserva. Quando o projetista ndo dispuser das poténcias de seus aparelhos, podem ser considerados ‘os valores médios indicados em tabelas (CEMIG ND 5.1. Tabelas 10 ¢ 11) Exemplo: a) O célculo da poténcia ativa de iluminagao e tomadas de uso geral (TUG’s) Poténcia de iluminagao: 1600 VA Fator de poténcia a ser adotado = 1.0 1600 VA x 1,0= 1600 W Poténcia de tomadas de uso geral (TUG's): 5800 VA. Fator de poténcia a ser adotado = 0,8 5800 VA x 1,0 = 4640 W b) Calculo da poténeia ativa total: poténcia ativa de iluminagao 1600 W poténcia ativa de TUG’s 4640 W poténcia ativa de TUE’s 8800 W Total 15040 W Para a CEMIG, no caso de consumidores individuais com carga inferior a 15 kW e que atendam aos demais requisitos (conforme especificados no item ‘Tipos de Fornecimento’ da ND 5.1) 0 dimensionamento ¢ feito pela carga instalada. Neste exemplo, o fornecimento deve ser a 3 fios, sendo a entrada de servigo dimensionada pelas faixa B ou Cl (10,1 < CI < 15 kW) de acordo com a determinagao do tipo de consumidor. No caso da faixa B: 3 fios (2 fases + 1 neutro); disjuntor geral 60 A; ramal de entrada 16 mm’; eletroduto PVC 32 mm ou Ago 25 mm; ete. Segundo a ND 5.1 0 dimensionamento da entrada de servigo das unidades consumidoras urbanas com carga instalada superior a 15 kW deve ser feito pela demanda provavel da edificagdo, cujo valor pode ser igual ou inferior & sua carga instalada. 2.8.2.2. Calculo da Demanda Se observarmos o funcionamento de uma instalagdo elétrica, seja residencial, comercial ou industrial; poderemos constatar que a poténcia elétrica consumida pela mesma é varidvel a cada instante. Esta variagdo ocorre também ao longo dos dias da semana e até mesmo das estagdes do ano. Tal fato ocorre porque as diversas cargas que compdem a instalagdo ndo estardo todas em funcionamento simultaneo. A poténcia total solicitada pela instalago a rede ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 30 cada instante, serd, portanto, fungao da quantidade de cargas em operagdo ¢ da poténcia elétrica absorvida por cada uma delas Caso a especificagdo da entrada de energia fosse feita pela carga (poténcia) instalada, em vez da demanda, haveria um superdimensionamento de todos os elementos (disjuntores, condutores, poste, ete.) que compdem a entrada de energia e, consequentemente, em vez de se adotar uma categoria adequada passar-se-ia para uma categoria superior, tendo como conseqiiéncia os custos maiores, sem necessidade. © calculo da demanda é um método estatistico, e suas tabelas foram elaboradas em fungo de estudos e experiéncias dos projetistas. A demanda, por ser um método estatistico, no pode ter o seu valor considerado como nico e verdadeiro, por isso é chamado de “provavel demanda méxima” ou “demanda maxima prevista”. Para simplificar, chamaremos somente de Demanda (D). > 0123456789 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 th) Fig. 2.8, Exemplo de curva de solicitasao didria de um consumidor residencial, © projetista pode determinar a demanda de sua edificag4o, considerando 0 regime de funcionamento de suas cargas, ou alternativamente, solicitar 4 CEMIG o céleulo da demanda de acordo com o critério apresentado na norma ND 5.1 Expresso para 0 Célculo da Demanda (CEMIG ND 5.1) D=atb+c+dt+etf(kVA) Onde: a= demanda referente a iluminagao e tomadas, dada pelas Tabelas 12 ¢ 13. (ND 5.1); b = demanda relativa aos aparelhos eletrodomésticos e de aquecimento. Os fatores de demanda, dados pelas Tabelas 14 15 (ND 5.1), devem ser aplicados, separadamente, 4 carga instalada dos seguintes grupos de aparelhos: - bl: chuveiros, tomeiras e cafeteiras elétricas; ~ b2: aquecedores de digua por acumulagdo e por passage; - b3: fornos, fogdes e aparelhos tipo "Grill"; = b4: maquinas de lavar e secar roupas, maquinas de lavar lougas e ferro elétrico; ~ bS: demais aparelhos (TV, conjunto de som, ventilador, geladeira, freezer, torradeira, liquidificador, batedeira, exaustor, ebulidor, ete.). = demanda dos aparelhos condicionadores de ar, determinada por: ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 3 = 100%, para os primeiros 5 aparelhos; ~ 86 %, para os dem: No caso de condicionador central de ar, utilizar fator de demanda igual a 100%, d=demanda de motores elétricos, dada pelas Tabelas 16 e 17 (ND 5.1). =demanda de méquinas de solda e transformador, determinada por: ~ 100% da poténcia do maior aparelho; - 70% da poténcia do segundo maior aparelho; = 40% da poténcia do terceiro maior aparelho; - 30% da poténcia dos demais aparelhos, No caso de maquina de solda a transformador com ligagdo V-v invertida, a poténcia deve considerada em dobro, demanda dos aparelhos de Raios-X, determinada por: - 100% da poténcia do maior aparelho; - 10% da poténcia dos demais aparelhos. Exemplo do C manda de @ Descsigéo Potéacia (W) Unitéria Toral 15 ‘Limpada incandescente 60 900 05 Liaspada incandesceate 100 500 02 “Aquecedor égua p/acunsul. de 801 1500 3000 or Freezes vertical 300 300 o1 Geladeira 250 250 03 TV acores 300 900 OL Ferro de passar roupas 3000 1000 02 Condicionados ar tipa janela (8500 BTUs) 1300 2600 or ‘Maquina de lavar roupas 3000 1000 oL ‘Maquina de seca sonpas 3500 3500 oL ‘Maquina de lavar loucas 1500 1500 on Enceradeisa 300 300 ot Exanstor 150 150 OL Conjunto de som 100 100 OL Aspirador de pé 600 600 TOTAL GERAL 16600 formecimento deve ser a 4 fios, seado 0 dimensicnamento da entrada de service feito pela demanda provavel 2) Célculo da demanda -D D=atbtc + demonda de iluminagfio - ver Tebela 12 1% CI=O81 x 14= 113 EVA = demanda de condicionacior de ar - ver Tabela 11 100% CI= 2.6 kW ou 3.1 kVA ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas * demanda de aparelhos cletrodomésticos ¢ de aquecimento - ver Tabela 15 b=b2+b1+b5 ~ ator de demanda para b2 = 0,92 (2 aparelhos - aquecedor de gua) bl= 92 x 3000 KVA - fator de demanda para b4 = 0.76 (4 aparelhos - maquinas de Iavar, secar ¢ ferro elétrico) b4 = 0.92 x 7000=5.32 KVA - fator de demanda para bS = 0,54 (9 aparelhos - demais eletrodomésticos) b5 = 0,54 x 2600 = 1,40 kVA b=2.76+532+140=9.48 kVA = demanda total +bte 13+9.48+3.1=1371KVA A entrada de serviga deve ser dimensionada pela faixa D1 (D < 15,0 kVA) 32 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 33 2.9 Divisio da Instalago em Circuitos 2.9.1, Setores de uma Instalagio Elétrica 2.9.1.1. Quadro de Distribuigdo (QD) ou Quadro de Luz (QL) Componente de uma instalagdo elétrica destinado a abrigar um ou mais dispositivos de protegio e/ou de manobra e a conexio de condutores elétricos interligados aos mesmos, com © fim de distribuir a energia elétrica aos diversos circuitos. Recebe os condutores (Ramal de Alimentagdo) que vém do medidor ou centro de medigao. lee 6 centro ae aistnbuleso, pots note € que se omeoor erty ‘oe aoa lampade to . Fig. 2.9. Quadro de distibuigio As partes componentes de um quadro de distribuigio so: = Disjuntor Geral; — Barramento de Interligagdo das Fases; = Disjuntores dos Circuitos Terminais; — Barramento de Neutro; — Barramento de Protego; — Estrutura: Composta de caixa metilica, chapa de montagem dos componentes, isoladores, tampa e sobretampa, A Fig. 2.10 ilustra um exemplo de um quadro de distribuigdo para fornecimento bi eines 00. Fig. 2.10 Exemplo de quadro de distribuigdo para fornecimento bifisico. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 34 2.9.1.2. Dispositivo de Protegao E um equipamento elétrico que atua automaticamente pela ago de dispositivos sensiveis, quando 0 cireuito elétrico ao qual esté conectado se encontra submetido a determinadas condigdes anormais, com o objetivo de evitar ou limitar os danos a um sistema ou equipamento elétrico, Os principais dispositivos de protesio utilizados em instalagdes prediais so os disjuntores termomagnéticos, ou disjuntores diferenciais e os fusiveis, s (Fig. 2.11) a) Disjuntor Termomagnético: caracterist oferecem protecao aos rmaiobra manus! cpeando-e come Tos do cireulto Saslipartice < tiimteraptor . ise an peered Os aisjuntares termomagneticas tem a mesma funcao que as chaves fusivels, Entretanto: © fusivol so quoima © disjuntor dosligaso necessitando ser trocado necessitando religa-lo a ® Fig. 2.11, Caracteristicas do disjuntor termomagnstico Os tipos de disjuntores termomagnéticos existentes no mercado so: monopolares, bipolares e tripolares. \ / 1 . [Monopole (Bipolar {Fipeter Fig. 2.12. Tipos de disjuntores termomagnéticos Os disjuntores termomagnéticos somente devem ser ligados aos condutores fase dos circuitos, b) Disjuntor Diferencial Residual (Fig. 2.13): é um dispositivo constituido de um disjuntor termomagnético acoplado a um outro dispositive: o diferencial residual. Desta forma o disjuntor diferencial ¢ um dispositive que protege os fios do circuito contra sobrecarga e curto-circuito e as pessoas contra choques elétricos, ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 35 2 do disjuntor 4 do aispositive termomagaetico tlferencial residual protege as pessoas contra choques brotage o los do eletricos provocados circuito contra por contatos diretos ‘sobrocarga ¢ fe indirotes earto-ireuto Fig. 2.13, Disjuntordiferencal residual ©) Interruptor Diferencial Residual (Fig. 2.14): & um dispositive constitufde de um interruptor acoplado a um outro dispositivo: o diferencial residual. O interruptor diferencial residual & um dispositivo que liga ¢ desliga, manualmente, o circuito ¢ protege as pessoas contra choques elétricos, Sendo assim, ele conjuga duas fungoes: a do Interruptor ‘que liga @ desig 8 do dispositive diferencia! rosidual (interno) ue protege as pessoas contra choques eletricos provocados por contatos iretos eindiretas Fig. 2.14, Interruptor diferencial residual 2.9.1.3, Circuito Elétrico Circuito Etetrico Eaprererr eee) Cour anced PERT eee ee tee £0 conjunto do equipamentos e tios, ligados 20 masmo dispositive ce pratecao. Oras) Gee ae ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 36 Circuito bE DistrisuicAo Liga 0 quadro do medidor ao quacro de disiribuigao. Rede publica d= Ponte de baixa tensao corivagao Ramal de ligacao Crem) Circuito de distribuicao (2F + N+ PE) Caixa igen da Vai para medica | Origem 4 e instalacao © quadre ce distribuigao Dispositive goral da Ramal de comands e protect entrada Ponto we entroga principal Condutor de aterramento Elotroda de aterramento Fig. 2.15. Circuito de distribuigdo, caixa de medigdo e quadro de distribuigao, CiRCUITOS TERMINAIS Partem do quadro de distribuigao e alimentam airetamente lampadas, tomacas de uso geral e tomadas de uso especifico. A Fig. 2.16 ilustra um exemplo de circuitos termi termomagnéticos: protegidos por disjuntores Circuito be ILuMiNagAo (FN) Disjuntor Fig. 2.16 Circuito de iluminagao fase-ncutro Exemplo de circuitos terminais protegidos por disjuntores DR (Fig. 2.17): ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 37 Circuito De ILumnacho Externa (FN) Cincurro De Tomapas DE Uso Gerat (FN) @) Dimon deen oe! ie @ Circuito De Tomapa pe Uso Esrecirico (FF) Fig. 2.17 Circuitos terminais protegidos por DR. 2.9.14, Quadros Terminais ‘So quadros elétricos que alimentam exclusivamente circuitos terminais, 2.9.1.5. Cireuitos Alimentadores So os circuitos que alimentam um ou mais quadros terminais e/ou quadros de distribuigao (alimentadores). Os termos: circuitos de distribuigdo principal, circuito de distribuigao divisionario e circuito subalimentador sio também empregados para designar circuitos alimentadores, 0s circuitos alimentadores podem ser monofasicos, bifésicos ou trifisicos. Os circuitos alimentadores partem de uma fonte de energia (rede publica, transformador ou gerador) ou de um quadro de distribuigdo e alimentam um ou mais quadros, ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 38 2.9.1.6. Quadros Alimentadores ou Quadros de Distribuigao So os quadros dos quais partem um ou mais circuitos alimentadores, podendo também. partir dos mesmos, circuitos terminais. > Cireuitos Terminals ar oa al va 4S ar va — i C8 EEEEEE + cicuitos ae Distibuicao Di imentaclores > Quadro de Distrbuigéo —-PCirculto de Distibuigdo Principal > Caixa Secclonadora PCircuito Alimentador Rede da Concessionévia Fig. 2.18 Circuitos de distribuigdo e cireuitos terminais, 2.9.2. Recomenda s para Localizagio dos Quadros Elétricos 2.9.2.1, Céleulo do Centro de Cargas Os quadros terminais ¢ quadros de distribuigdo deverio ser localizados preferencialmente no Centro de Carga da instalagio, que deverd ser definido como 0 ponto ou regitio onde se concentram as maiores poténcias. Considerando-se apenas o aspecto do dimensionamento elétrico dos circuitos, esta afirmagio é valida. Se o quadro estiver situado no ponto central das cargas as quais atende, considerando-se as poténcias individuais das cargas ¢ as suas distincias em relago ao quadro, pode-se obter uma razodvel economia nos condutores, haja vista que serdo reduzidos os comprimentos dos circuitos terminais, reduzindo-se em conseqiiéncia as quedas de tensio e possivelmente, a bitola dos condutores. Para encontrar 0 Centro de Cargas de uma instalagao que contem ‘n’ cargas de poténcias nominas P1, P2, ..., Pn utiliza-se o processo do Baricentro. O Baricentro de Cargas & 0 ponto Xe Y calculadas pelas expressdes ilustradas na Fig. 2.19. Entretanto, a localizagao dos quadros deve também atender a outros critérios, tais como facilidade de acesso, funcionalidade e seguranga, que deverdo ser considerados conjuntamente para obter-se a melhor solugo, conforme ilustrado na Fig, 2.20. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 39 Barceto Xy Py +Xz.Pp+X3-Patu+Xa-Pa vy P +P; + Py +..+P, 5 YisPrt Yo Po + ¥g-Ps tint Yo Po Py +P: +Py +... Py Isto ¢ feito para se evitar gastos esnacessarios com as fios do circulto de aistribulcao, que sao os mals yrossos de tods a instalarao e, portanto, os mals caro. Fig. 2.20 Localizagao do quadro de distribuigao. 2.9.2.2. Quadros Terminais de Residéncias (Apartamentos ¢ Casas) Nao obstante as colocagdes feitas acima, o quadro de distribuigao terminal em residéncias (casas e apartamentos) deve estar localizado: a) Préximo ao centro de carga, ou seja, locais onde haja maior concentragio de cargas de poténcias clevadas, como por exemplo, cozinhas, areas de servigo, banheiros ¢ ambientes onde possam existir aparelhos de ar condicionado; b) Em local de ficil acesso, ou seja, ambiente de servigo ou circulagdo, Exemplo: cozinha, rea de servigo, corredores; ©) Em local visivel e seguro e de preferéncia o mais préximo do medidor. Nos cémodos como cozinha e areas de servigo, observar para que a instalagdo do QD ou QL nao atrapalhe a colocagdo de armérios. A sugestio para a sua instalagdo é atrés de portas, desde que nio seja porta de correr. O QD ou QL nao deverd ser instalado em locais onde existe a possibilidade de, por determinados periodos, ficarem fechados com chave ou ser de alguma forma impossibilitado © acesso, como por exemplo: quartos, sétdos, depésitos, pordes ¢ banheiro, 2.9.2.3. Quadros Terminais de Instalagdes de Servigo (Condominio) ‘A determinagao e localizagao dos diversos quadros terminais das instalagdes de servigo (condominio) de edificios de uso coletivo devem atender, além do exposto anteriormente, j seguintes recomendagdes: a) Devem-se prever tantos quadros terminais, quantos forem os sistemas de utilidades do edificio. Por exemplo: Quadro Terminal de Muminagdo © Tomadas do Pavimento Térreo, Circulages e Escadas, Quadro Terminal de Iluminagdo e Tomadas do Subsolo, ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 40 Quadro Terminal de Elevadores, Quadro Terminal de Bombas de Recalque d°égua, Quadro Terminal da Piscina e Quadras Espottivas, ete. b) Os quadros terminais devem situar-se nas proximidades das suas cargas. 2.93. Divi io da Insta 2.9.3.1. Introdugao 3 de fundamental importancia que toda instalagdo elétrica seja dividida, de acordo com as necessidades, em varios circuitos, devendo cada circuito ser concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de realimentagdo inadvertida, através de outros circuitos. Deve-se evitar projetar circuitos terminais muito carregados (de elevada poténcia nominal), pois isto resulta em condutores de sego nominal muito grande, 0 que dificulta a execugdo da instalago dos fios nos eletrodutos ¢ as ligagdes dos mesmos aos terminais dos aparelhos de utilizagao (interruptores, tomadas e luminarias). Para que isto no ocorra é usual prever mais de um circuito de iluminagao ¢ tomadas de uso geral, de tal forma que a segdo nominal dos fios nao fique maior que 4,0 mm”. Se 08 circuitos ficarem muito + a instalagao dos flas Cartogados, 0s fios Nos olotrodutos adequados para suas ligacces rao resultar + as ligagoes terminais numa segao nominal (interruptores (oitote) mutto grande, fomacias) dificultando A divisio em circuitos terminais facilitard a operagio € manutengao da instalago, além de reduzir a interferéncia entre os pontos de utilizagdo. Como conseqiéncia, os circuitos terminais individualizados terdo reduzidas a queda de tensio e a corrente nominal, 0 que possibilitard o dimensionamento de condutores ¢ dispositivos de prot capacidade nominal. Cada circuito terminal ser ligado a um dispositive de protego. No caso das instalagdes residéncias, poderdo ser utilizados disjuntores termomagnéticos ou disjuntores residuais diferenciais (DR). Em instalagdes de alto padrdo técnico deve haver circuitos normais e circuitos de seguranga, Os circuitos normais estdo ligados apenas a uma fonte, em geral, & concessioniria local. Em caso de falha da rede, haverd interrupgao no abastecimento. Estes circuitos sao muitas vezes chamados de “ndo-essenciais”, Os cireuitos de seguranga so aqueles que garantirao 0 abastecimento, mesmo quando houver fatha da concessiondria. Como por exemplo, de circuitos de seguranga, podem-se citar os cireuitos de alarme e de protegao contra incéndio, abastecidos simultaneamente pela concessionaria ou por fonte propria (baterias, geradores de emergéncia etc.). Os circuitos de seguranga sio muitas vezes chamados de “essenciais”. 2.9.3.2. Objetivos A divisio da instalagdo em circuitos terminais tem os seguintes objetivos: — Limitar as conseqiiéncias de uma falta, a qual provocara apenas 0 seccionamento do circuito defeituoso; — Facilitar as verificagdes, os ensaios ¢ a manutengdo; (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 4 — Evitar os perigos que possam resultar da falha de um circuito tinico, como no caso de iluminagao. 29, . Critérios para a Divisdo da Instalagdo em Circuitos Terminais — Os circuitos terminais devem ser individualizados pela fungiio dos equipamentos de utilizagao que alimentam, Em particular, devem ser previstos circuitos terminais distintos para iluminagdo e tomadas. Em unidades residenciais, hotéis, motéis ou similares so permitidos pontos de iluminagdo ¢ tomadas em um mesmo circuito, exceto nas cozinhas, copas ¢ areas de servigo, que devem constituir um ou mais cireuitos independentes. — Devem ser previstos circuitos independentes para as tomadas de uso geral da cozinha, copa e area de servic = Equipamentos que absorvam corrente igual ou superior a 10 A (como aquecedores de gua, fogées e fornos elétricos, maquinas de lavar, aparelhos de aquecimento, aparelhos de ar-condicionado etc.) devem possuir circuitos independentes, sendo permitida a alimentagao de mais de um aparetho do mesmo tipo através de um s6 Circuito; — As protegdes dos circuitos de aquecimento ou condicionamento de at de uma residéncia podem ser agrupadas no quadro de distribuigdo da instalagdo elétrica geral ‘ou num quadro separado; = Quando um mesmo alimentador abastece varios aparelhos individuais de ar- condicionado, deve haver uma protegio para o alimentador geral e uma protego junto a cada aparelho, caso este nfo possua protegdo interna propria; — Cada circuito deveré ter seu proprio condutor neutro, Em lojas, residéncias ¢ escritérios, os circuits de distribuigdo devem obedecer as seguintes prescrigdes minimas: a) residéncias: | circuito para cada 60 m? ou fragao; b) lojas e escritérios: 1 circuito para cada 50 m? ou frag’o; = A poténcia dos circuitos, com excecdo de circuitos exclusivos para TUE’s, deve estar limitada a 1270 VA em 127 V, ou 2200 VA em 220 V. — Em_instalagdes com duas ou trés fases, as cargas devem ser distribuidas uniformemente entre as fases de modo a obter-se o maior equilibrio possivel. + prever circuitos de iluminacao separados dos circultos de tomadias de uso geral (TUG). prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento com corrente nominal superior a 10A. Por exemplo, equipamentos ligados om 127V com potencias acima de 1270 VA (127 x 108) devem ter um Circuito exclusive para si (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 2.93.4, Quadro de Distribuigdo de Cargas Para facilitar a obtengdo de informagGes relativas as cargas dos circuitos terminais de uma 2 instalagdo clétrica, clabora-se um “Quadro de Distribuigdo de Cargas” (Fig. 2.9), 0 qual sintetizari todos os dados, tais como: = Niimero e tipo de circuito; — Tensio; — Poténcia nominal; — Correntes: de projeto e corrigida; — Dimensionamento: dos condutores e das protegdes; — Distribuigdo das cargas por fase. ‘Tabela 2.7 — Divisio da instalagdo em circuitos. Grouito fensaq Local | Poténcia _|Conente| f [Corrente] secao de Proteed0 ” late x Potfrotall @® | |Comigica] condutores) Teo ]r*dey corenie n'| tipo wa [wn | cm pos) nominal fsciaestor | 2x170 |sotajontor] 1100 1 | tam {dorm WO 1 . 1x60 secial| 127 lpanheto | 1x68 ha 1100 [despensa | 1100 oan | 34100 2| tum. os x kervigol 127 Ja.senico | 1x10 | 7 lerculagto| 1 190 Jgorogem | ax 100 | aicesar | 4x 300 | sciajonior} 3x 100. | 3|tuc’s| 127 |" sxioo | | loonhero | 1600 | ldespensa | 1 100 [nat 1«100 lgorogem | i100 }4|TUG's} 127 |cozinha 3x60 | tg09 I 1100 | Ja.servigo | 3x600 la servo 8 |ruc's} rar PY | ac100_ | 2000 | Iciculagto} 1100 6| te | 220 fonwero | 1x4400 | aao 7} tue | 220 ftometa | 1xa20 | ao Distrib. © 200 FR | ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 43 Concluida a divisdo das cargas em circuitos terminais, sera identificado na planta, ao lado de cada ponto de luz ou tomada, o nimero do seu respective circuito. 2.9.3.5, Tensao dos Circuitos De acordo com o niimero de fases e a tensio secundiria de fomecimento, devemos observar as seguintes recomendagdes quanto 4 determinagdo da tensio de ligago dos circuitos terminais: = Quando a instalago for monofisica, todos os circuitos terminais terdo ligagio fase~ neutro, na tensdo de fornecimento padronizada da concessioniria local; = Quando a instalagdo tiver duas ou trés fases, deve-se ter os circuitos de iluminagdo e tomadas de uso geral no menor valor de tensio, isto & estes circuitos serio monofisicos (ligagdo fase-neutro); — Quando a instalagao tiver duas ou trés fases, e a maior das tensdes (fase-fase) for até 230 V, pode-se ter circuitos de tomadas de uso especifico ligados em duas fases (Cireuitos bifisicos) ou circuitos entre uma fase ¢ 0 neutro (circuitos monofisicos). Nestes casos, geralmente utilizam-se circuitos bifisicos (220 V, por exemplo) para os aparelhos de uso especifico de maior poténcia, tais como chuveiros elétricos, tomneiras létricas e aparethos de ar-condicionado. A Fig. 2.21 mostra a divisio de uma instalagdo elétrica residencial em diversos citcuitos terminais. (F+ N+ PB) Disjuntor aurerencial residual geral (EN + PD] Protecao (PB) Quadro de distribuicao Fig. 2.21 Circuitos terminais de uma instalagdo residencial. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 44 donmiToi0 [; : @ -t [SDE JANTAR, — Gon 4 | l ow Ds or estan LEGENDA ‘= ponto de iuz na parede ~interruptor pa = tomade boise monofétice com terra = somada mésia monotdsica com terra ~ ex de saida méeta bitéa en. de seid alte bit = compcinhe ~botdo de campainna WO ONQQNPO we - nlerrustor duplo Pg Fig. 2.22 Indicando na planta o niimero do circuit. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 45 2.9.4, Desenho das Tubulagdes e Tragado dos Condutores dos Circuitos Terminais Uma vez coneluida a locago dos pontos na planta baixa e identificados os circuitos terminais conforme mostrado na Fig. 2.22, ¢ hora de interligar os mesmos, ou seja, representar o sistema de tubulaciio e fiagéio correspondente. Algumas recomendagdes devem ser seguidas 2.9.4.1, Orientagdes para o Tragado de Tubulagdes i. Inicialmente, deve-se locar 0 Quadro de Distribuigao, seguindo as recomendagdes do item 2: ii, A partir do Quadro de Distribuigdo, iniciar 0 tragado dos eletrodutos, procurando os caminhamentos mais curtos ¢ evitando, sempre que possivel, o cruzamento de tubulagdes; iii, Para isto devemos interligar inicialmente os pontos de luz (tubulagdes embutidas no teto), percorrendo e interligando assim todos os recintos; iv. Interligar os interuptores e tomadas a0(s) ponto(s) de luz de cada recinto (tubu embutidas nas paredes); Devemos evitar que as caixas embutidas no teto (caixas octogonais 4” x 4” x 4” fundo mével, ou octogonais 3” x 3” x 2” fundo fixo) estejam interligadas a mais de 6 tletrodulos, eae as caixasretangulares "x4" x 2" ou 4 x 2" x 2" embutidas nas paredes se conectem com mais de quadro eletrodutos, pois um numero maior de conexdes poderia vir a causar uma grande ocupacao das referidas caixas com emendas ou passagem de condutores; vi. Devemos, igualmente, procurar evitar que em cada trecho de eletroduto passe uma quantidade elevada de circuitos (limitar até um maximo de $5 circuitos, preferencialmente), pois, do contrario, poderemos vir a ter diametros elevados para os eletrodutos, além da influéncia de elevag3o da segio nominal dos condutores, devido ao Fator de Corregdo de Agrupamento (ver item sobre dimensionamento de condutores). Esta recomendagao é valida principalmente para o trecho inicial das tubulagdes (saida dos Quadros), onde devemos prever uma certa quantidade de saidas de eletrodutos, conforme o nimero de circuitos existentes no projeto; vii. Em algumas ocasides, ¢ recomendivel a utilizago de tubulagdes embutidas no piso, para o atendimento de circuitos de tomadas baixas e médias; Deverdo ser indicados os respectivos didmetros nominais das tubulagdes (ver item sobre dimensionamento de eletrodutos). relanguley A undead » < octogonal axa Fig. 2.23 Caixas de derivagao (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 46 2.9.4.2. Orientagdes para a Representagdo dos Condutores Coneluido 0 tragado de tubulagdes, passamos representagiio da fiagio, que tem por objetivo: i. Representar os condutores que passam em cada trecho de eletroduto, utilizando a simbologia grifica normatizada; ii, Identificar a que eircuitos pertencem os condutores representados; iii. Identificar as suas segdes nominais, em mm”; Fig. 2.24 Indicando na planta o caminhamento dos eletrodutos ¢ fiaglo. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 47 2.9.5. Estudo dos Condutores Usados nas Instalagées Elétricas 2.9.5.1, Conceitos B Condutor elétrico € todo material que possui a propriedade de conduzir ou transportar a energia elétrica, ou ainda, transmitir sinais elétricos, sicos sobre Condutores Os condutores devem ser analisados sobre os seguintes aspectos: a, Material a ser utilizado como condutor; b. Forma geométrica do condutor; ¢. Isolagdo ¢ isolamento; d. Blindagem; €, Segdo nominal, a) Material: ei elevada resistividade; (ii) materiais de elevada condutividade; Os materiais de elevada resistividade destinam-se as aplicagSes de transformagio de energia elétrica em térmica em equipamentos elétricos tais como foros, chuveiros, aquecedores, ferros e soldadores; aplicagdes de transformagio de energia elétrica em energia luminosa através de filamentos para iluminagdo em geral (tungsténio); aplicagdes com 0 intuit de criar condigdes destinadas a provocar quedas de tensdo tais como resistores © reatores. Os materiais de elevada condutividade destinam-se a todas as aplicagdes em que a corrente elétrica deve circular com as menores perdas possiveis, como por exemplo, em ligagdes de aparelhos, equipamentos e em transformagdes da energia elétrica em outras formas de energia (ex.: bobinas eletromagnéticas). Dentre os materiais condutores de elevada condutividade ¢ que possuem maior diversidade de utilizagao na area elétrica e eletrénica, e também por questées econdmicas, podemos citar: cobre, chumbo, bronze, aluminio, platina, lato, prata e mereirio. Cobre: conhecido desde os tempos pré-histéricos (neolitico — idade do cobre) cuja metalurgia foi iniciada por volta do ano 6000 a.C., 0 cobre é origindrio do Chipre, ilha de onde foi extraido na Antiguidade. E um metal de coloragdo avermelhada e brilhante, muito maledvel e diictil. Os principais produtores sio: Estados Unidos, Russia, Chile, Canadé, Austrilia ¢ Bolivia. © Brasil produz menos de 10% do que consome. cobre, que é um metal ndo ferroso de relevante importancia na atualidade, ao longo dos anos tem sido 0 mais utilizado devido ao seu comportamento quanto a condutividade elétrica e térmica. A utilizagdo do cobre em larga escala se deve ao fato de apresentar as propriedades e caracteristicas que lhe garantem posigao de destaque entre os metais condutores. Caracteristicas densidad 8,95 giem* ponto de fusio 1083 °C ponto de eb 2595 °C ccondutividade em ambientes sem oxigénio 61 m/W.mme? condutividade do cobre eletrolitic (uilizado em escala comercial) 58 m/W.mm? pureza minima do cobre eletolitico 99.9% baixa resistividade (laminado) 0.0179 W mmm caracteristicas mecanicas~ resistinca &tragdo(Laminado) 2026 kefimm® ficil deformasio a fio ea quente permite fic soldagem (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 48 Aluminio: metal de coloragio branco-prateada, extremamente maledvel e ductil. As primeiras noticias que se tem da sua utilizagdo foi hd 4000 anos, usado pelos egipcios babilénicos sob a forma de compostos, provavelmente como produto de algum tipo de medicamento e algumas solugdes quimicas. © estado elementar foi reconhecido por Oersted, em 1824, e isolado pelo quimico alemdo Friedrich Wobler (1800-1882) em 1827. O quimico francés Henri Sainte - Claire Devile (1818 - 1881) idealizou em 1855, primeiro projeto para o uso do aluminio em escala industrial. No entanto, somente a partir de 1886, apés a descoberta do processo eletrolitico para reduzir 0 aluminio ao metal, pelos quimicos Charles Martin HALL (1864 — 1914) norte- americano ¢ Paul Louis Toussaint HEROULT (1863 - 1914), francés - conhecido como processo HALL/HEROULT, permitiu-se que o aluminio fosse efetivamente produzido em escala industrial. Os minerais dos quais é extraido sio a bauxita e a criolita. O nome bauxita originou-se de uma cidade francesa, Lés Baux, onde em 1821, foi encontrado um depésito. Os principais produtores sio EUA, Russia, paises independentes, Japao, Alemanha, Canadé, Noruega, Franga e Reino-Unido. O Brasil produz 70 % do que consome, e suas principais jazidas encontram-se em Minas Gerais (Pogos de Caldas), no Para (Serra Carajés ao norte do Rio Trombetas). © aluminio é 0 metal mais abundante na crosta terrestre, ¢ na escala de utilizagdo encontra- se em 2° lugar, tanto na industria como na Area elétrica (industria: 1° lugar — ferro e ago; e na rea elétrica: 1° lugar—cobre). Caracteristicas densidade (¢ preferido ao cobre na produpio de cabos destinados a MT, AT, EAT) 2,Jem? ponto de fu (660.2 °C Ponto de ebuligdo 2467 °C condutividade (recozido) 382 mW.nn? em eletrotGenica uliliza-se com pureza 995% baixa resistividade (recozido) 0.0282 W maim caracteristicas mecdnieas ~ resistencia &tragdo(recozido) 35.26 kgm para melhor condutiilidade da corrents elétrica,ligas do tipo Al-Mg-Si oferecem maior resisténcia & tragio e aumentam a condutividade cexige processo especial para soldagem Comparagao entre Ambos os Mate1 cobre é utilizavel em qualquer tipo de instalago, principalmente naquelas em interiores de edificagdes (distribuigao intema). O aluminio, de acordo com a NBR-5410/90 pode ser utilizado nas seguintes condigdes: ‘+ Uso em instalagdes industriais; © Segdo nominal igual ou superior a 10 mm?; ‘© Poténcia instalada igual ou superior a 50 kW; ‘* _Instalagdo e manutengdo feitas por pessoas qualificadas. Observando as caracteristicas do cobre ¢ do aluminio, vamos fazer uma comparagdo entre ambos os materiais. Associando as expressées para o céleulo das resisténcias a 20 °C (Lei de Ohm) e efetuando-se as devidas simplificagdes, temos: R, PeiSat = PatSex ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 49 Substituindo-se na expresso anterior os valores respectivos a resistividade, temos: 0290 =1,65 Quanto ao didmetro, temos; £4 = JF65 =1,28 Por outro lado, comparando a densidade ou peso especifico (kg/cm*) entre os materi temos; Ze =5°° = Ya x M, Estabelecendo uma relagio entre massas, permite-nos conclu: 1 2 Simbologia R = resisténcia Ghmica do condutor, em ohm; 1 = resistividade do material condutor (ohms.mm*/m); S = segiio do condutor, em mm?; 9 ~ didmetro do condutor, em milimetros; 7 = densidade ou peso especifico, em kg/cm’; M>= massa, em kg. Analisando os resultados obtidos acima, podemos observar que o transporte de uma mesma corrente, 0 condutor de aluminio deverd ter um didmetro 28 % maior do que o de cobre, porém pesar metade deste. b) Forma Geométrica: Os condutores, quer sejam de cobre ou aluminio, so construidos de diversas formas e cada uma delas possui um determinado tipo de aplicagao, ¢ segundo as alternativas possiveis, podem ser: Redondo Sélido (fio): é formado por um inico fio de metal sélido, sendo sua construgao limitada as segSes menores (até 16 mm’). Comercialmente & denominado condutor rigido. Aplicagdo em instalagdes de iluminagao e forga e na formagao de cabos. Cabo: & um condutor constituido por varios fios encordoados, isolados uns dos outros ou nao, O conjunto pode ser isolado ou nu, O cabo ¢ denominado comercialmente, para segdes até 10 mm’, condutor flexivel. Segundo as suas diversas aplicagdes, os cabos sdo clasificados em: ( Redondo Normal: também denominado condutor de formagao coneéntrica, ou de formagdo regular. E composto basicamente de um fio longitudinal, em toro do qual é colocada, em forma espiral (encordoamento), uma ou mais coroas de fios redondos sélidos de mesmo didmetro do fio central. Pode apresentar diversas formagdes padronizadas, tais como 7 fios (1 + 6); 19 fios (1 + 6 + 12); 37 fios (1 + 6 + 12 + 18); 61 fios (1+ 6 + 12 + 18 +24); 91 fios (1 + 6+ 12+ 18 + 24 +30). E utilizado em instalagdes elétricas industriais e prediais, que exigem segdes acima de 10 mm* e pode ser singelo ou miltiplo com qualquer tipo de isolagio. (ii) Redondo Compacto: trata-se de um tipo de cabo cuja construgdo é feita da mesma forma que o redondo normal, no entanto, apis 0 encordoamento, o conjunto é compactado ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 50 através da passagem do cabo por um perfil, reduzindo seu didmetro original com a deformagao das coroas de fios elementares. Esse procedimento faz. com que haja uma redugio do didmetro extemo, ficando praticamente eliminados os espagos vazios entre os fios, tornando mais uniforme a superficie externa. Devido a essa compactagao reduz-se a sua flexibilidade. E utilizado em cabos de baixa e média tensdes, com segao de 10 a 500 mm’. (iii) Setorial Compacto: € fabricado de forma semelhante ao redondo compacto, sendo que a formatacio setorial ¢ obtida pela compactago dos fios elementares de um cabo redondo normal, através da passagem por jogos de calandras. Consegue-se com isso economia de materiais de enchimento e protecdo, devido redugdo do didmetro extemo do cabo. utilizado em cabos miltiplos (tripolares e tetrapolares) para instalagdes industriais. (iv) Flexivel e Extraflexivel: é fabricado de forma semelhante ao redondo normal, porém 0 encordoamento obtido através de grande mimero de fios redondos sélidos de diémetro reduzido. E utilizado em alimentadores de miquinas méveis (escavadeiras, dragas, pontes rolantes, etc), aparelhos portiteis (maquinas de solda, aparelhos eletrodomésticos, aspiradores industriais e dom c.) € de uso rotineiro em iluminago como pendentes (spots, lustres, ete.). iy) Conci: é um condutor anular cujo nucleo é oco, formando um canal para o dleo impregnante. E formado pro uma ou varias camadas de coroas anulares, encordoalhas helicoidalmente A NBR-6880 estabelece, para condutores de cobre, seis classes de encordoamento, numeradas de 1 a 6 com graus crescentes de flexibilidade, sendo: Classe 1: condutores s6lidos; Classe 2: condutores encordoados, compactados ou no; Classe 3: condutores encordoados, niio compactados; Classe 4, 5 ¢ 6: condutores flexiveis; Por exemplo: para um condutor de 10 mm’, temos: classe 1: fio sélido — 1 nico condutor; classe 2: cabo sélido ~ 7 condutores; imo de 72 fios; classe 5: cabo flexivel — Classe 1 Classes 2, 4, 5e 6 VF WV sdo aqueles condutores so aqueles condutores formados solidos (fios), 0s quais por varios fios (cabos), sendo que. apresentam baixo grau quanto mais alta a classe, maior de flexibilidade durante a flexibilidade do cabo durante © seu manuseio © manuseio A flexibilidade do condutor empregado em instalagdes residenciais ¢ muito importante pois geralmente estes sio enfiados no interior de eletrodutos e passam por curvas e caixas de passagem até chegar ao seu destino final, que é, quase sempre, uma caixa de ligagdo 5 x 10 cm ou 10 x 10 cm instalada nas paredes ou uma caixa octégona situada no teto ou forro. Além disso, em muitas ocasides, ha varios condutores de diferentes circuitos no interior do mesmo eletroduto, o que torna trabalho de enfiagao mais dificil ainda, (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas sl Nestas situagGes, a experiéneia internacional vem comprovando ha muitos anos que 0 uso de cabos flexiveis, com classe 5, no minimo, reduz significativamente o esforgo de enfiagao dos condutores nos eletrodutos, facilitando também a eventual retirada dos mesmos. Fios sélidos Cabos flexiveis 4 fo ta Fig. 2.25 Destaque na facilidade para a enfiagdo utilizando cabos flexiveis. ©) Isolagdo: trata-se de um conjunto de materiais isolantes aplicados sobre o condutor, cuja finalidade ¢ isolé-lo eletricamente do ambiente que o circunda, como por exemplo, de outros condutores ¢ a terra e contra contatos acidentais. Serve também para proteger 0 condutor contra ages mecénicas, como no caso da enfiago nos eletrodutos. Nao se deve confundir isolagdo com isolamento. Isolagdo define 0 aspecto qualitativo, como por exemplo, isolago de PVC, isolagdo de polivinil antitlam, polietileno, etc. Os materiais utilizados como isolagdo devem possuir também, além de alta resistividade, alta rigidez dielétrica, principalmente para tenses superiores a 1 kV. Os isolantes termoplisticos amolecem com o aumento de temperatura, enquanto os isolantes termofixos ndo amolecem com o aumento de temperatura, Isolamento se refere ao aspecto quantitativo, ou seja, condutor com tensio de isolamento para 750 V, I kV, resisténcia de isolamento de 12 MQ, 5 MQ, ete. A isolagio dos fios e cabos ¢ sempre feita para uma determinada “Classe de Isolamento”, relacionada com a espessura da isolagao ¢ com as caracteristicas da instalagao. A tensdo de solamento é indicada por dois valores Vy/V; Vorefere-se a tensdo fase-terra e V a tensio fase- fase. A tabela a seguir mostra valores normalizados de tensdo nominais, Em instalagdes elétricas prediais de um modo geral, sio utilizados condutores (fios & cabos) com isolago de PVC, tipo BWF (resistentes 4 chama), conforme as normas brasileiras NBR 6148, NBR 6245 e NBR 6812. A Tabela 2.8 apresenta as caracteristicas quanto a variagdo de temperatura dos diversos materiais usados na isolacio dos condutores para instalagées elétricas. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 2 Tabela 2.8 — Temperaturas caracteristicas dos condutores. Temperatura méxima | Temperatura limite de | Temperatura limite Tipe de tsolagdo para servico continuo sobrecarga de curto-circuito (Condutor) - °C (Condutor) (Condutor) «°C a PVG) 70 100 160 | oieno (EPR 130 250) | XLPE) 130 0 A isolagdo do condutor pode conter uma ou mais camadas dos materiais isolantes acima citados. Quando o condutor possui duas ou mais camadas, a camada externa é chamada de cobertura, destinada especialmente para suportar a resisténcia & abrasio. d) Blindagem: sfo camadas de materiais semicondutores, aplicadas sobre 0 condutor, ou partes metilicas aplicadas sobre a 2* camada semicondutora que recobre a isolagio, cuj finalidade é¢ concentrar 0 campo elétrico ou facilitar 0 escoamento das correntes de curto- cireuito e das correntes induzidas. A blindagem é necesséria e aplicada em cabos de média e alta tensdes. De acordo com as finalidades a que se destinam e a forma de execugao so descritas abaixo: Blindagem Sobre o Condutor: é a camada de material semicondutor aplicado diretamente sobre o condutor, pelos processos de extrusio e vulcanizagao, e tem as seguintes finalidades: (i uniformizar a distribuigao das linhas de campo elétrico e (ii) impedir a ionizagao. Blindagem Sobre a Isolagao (Blindagem Externa): & constituida de uma parte nao metilica ¢ de uma parte metilica, cujas fungdes ¢ construgdes sdo descritas a seguir: (@ Parte nio-metélica: trata-se de uma camada de material semicondutor aplicado sobre a isolagdo pelos processos de extrusio © vulcanizagao. A aplicagdo dessa camada semicondutora possibilita uma distribuigo uniforme e radial do campo elétrico na isolagao, climinar os espagos vazios ioniziveis entre as camadas (isolagao e blindagem metilica). (ii) Parte metalica: é formada por uma camada concéntrica de fios ou fita de cobre nu (nao estanhado) aplicada helicoidalmente sobre a camada semicondutora da isolago, e tem como finalidade confinar o campo elétrico nos limites da isolago. Tem as seguintes vantagens: - em situagdo de curto-circuito, propicia um caminho de baixa impedincia para o retomo da corrente, devido ao baixo valor da resisténcia elétrica; - quando & convenientemente aterrado, proporciona maior seguranga, eliminando os riscos de choques elétricos em caso de contato direto ou com a cobertura do cabo ©) Seco Nominal; os condutores (fios e cabos) so caracterizados pela segdo nominal, referente & grandeza do condutor respectivo. No entanto, a segdo nominal nao corresponde a um valor estritamente geométrico (area da segao transversal do condutor) e, sim, a um valor determinado por uma medida de resisténcia, denominada “segao elétrica efetiva”. As segdes nominais so dadas em milimetros quadrados, de acordo com uma série definida pela IEC (International Electrotechnical Comission) ¢ intemacionalmente aceita, conforme ilustrado na tabela abaixo. Nos paises de lingua inglesa é usada a escala americana de fios American Wire Gage — AWG: 60 ... 40... 20, 18, 16, 14, 12, 4, 2, 1/0, 2/0, 3/0, 4/0 Acima de 4/0 AWG, as segdes maiores passam a ser dadas em “Mil Circular Mil” MCM, derivada de: | MIL = 1 milésimo da polegada = 1"/1000 = 25,5 mm/1000; 1 Square MIL: 1 MIL quadrado = drea do quadrado de 1 MIL de lado = (25,4/1000)? mm? (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 3 1 Circular MIL = 1CM = rea do circulo de 1 MIL de diémetro = * \ 0,406728 mm”. ‘Os condutores elétricos no Brasil seguem a série milimétrica conforme a NBR-6880, sendo que no pasado utilizava-se o padrio AWG. A Tabela 2.9 serve como orientagdo para a conversio entre os padrées. ‘Tabela 2.9 - Tabela de conversio AWG para mm’ 2.9.5.2. Segdes Minimas dos Condutores A NBR-5410/90 define os valores minimos das segdes para condutores fase, neutro condutor de protegao (PE). Secaio Minima do Condutor Fase A tabela abaixo define as segdes minimas dos condutores fase, em circuitos em corrente alternada, e dos condutores vivos em circuitos C. C. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 34 Tabela 2.10 — Segdes minimas dos condutores fase. CuGeO Sy rere oe 5 Circuits de Wuminagio 48 Instalagdes fixas oe oeeal iruitos de forg (nclvem fomadas) 28. Giruitos de sinalzagao crits de controle 05 Pera um equpemerta eapectico Come sepeifeado na norma do equpamento Ligagses flexveis Pera qualquer outa apicago 078 Cratos # entrabana tenet pore aplcagses eapectia o7s (De aca om abet 46 de NBR se10!2008 Notas: 1. Em cirenitos de sinalizagio ¢ controle destinados a equipamentos eletrénicos, sio 2. Em cabos multipolares flexiveis contendo sete ou mais veias, so admitidas segdes de até 0,1 mm’. 3. Os circuitos de tomadas de corrente so considerados como circuitos de forga. Seciio do Condutor Neutro © condutor neutro, se existir, deve possuir a mesma segdo que o(s) condutor(es) fase nos seguintes casos: a. Em citeuitos monofisicos a 2 ou 3 condutores ¢ bifé seja a segdo; icos a 3 condutores, qualquer que b. Em circuitos trifasicos, quando a segao dos condutores fase for inferior ou igual a 25 mm’, em cobre ou aluminio; c. Em circuitos trifasicos, quando for prevista a presenga de harménicos, qualquer que seja a segio. ‘A tabela a seguir define as secées minimas do condutor neutro, em fungdo do(s) condutor(es) fase. Os valores da tabela so aplicdveis quando os condutores fase e neutro forem constituidos do mesmo metal. Em nenhuma circunstincia o condutor neutro pode ser comum a varios cireuitos. Nos circuitos triftisicos, a segdo do condutor neutro pode ser inferior & dos condutores fase sem ser inferior aos valores indicados na Tabela 2.11, em fungdo da sego dos condutores fase, quando as duas condigdes forem simultaneamente atendidas a, A soma das poténcias absorvidas pelos equipamentos de utilizagdo alimentados entre cada fase e o neutro nao seja superior a 10 % da poténcia total transportada pelo circuito; b. A maxima corrente susceptivel de percorrer o condutor neutro, em servigo normal, ineluindo harménicos, seja inferior 4 capacidade de condugio de corrente correspondente a se¢do reduzida do condutor neutro. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 35 Tabela 2.11 = Sepdes minimas do condutor neutro reo Cee once a rt) ena ers oo) a) (()De ecotdo com atabela 46 da NBR 5410/2008 ‘io do Condutor de Protecao (PE) Em um circuito terminal, 0 condutor de protego liga as massas dos equipamentos de utilizagio e, se for 0 caso, o terminal “terra” das tomadas de corrente ao terminal de aterramento do quadro de distribuigdo respectivo. Em um circuito de distribuigdo, o condutor de protegao interliga o terminal de aterramento do quadro de onde parte o circuito de distribuigdo, ao quadro alimentado pelo circuito. © dimensionamento do condutor de protegdo deve atender a aspectos elétricos e mecanicos. A tabela abaixo apresenta a sego do condutor de protego em fungdo da sego dos condutores fase. Neste caso, os condutores fase e de protecdo tém que ser do mesmo material condutor. A segio de qualquer condutor de protegdo que nao faga parte do mesmo cabo ou do mesmo invélucro que os condutores vivos, deve ser, em qualquer caso, nao inferior a a. 2,5 mm’, se possuir protecdo mecanica; b. 4mm’, se nao possuir protegdo mecanica. Um condutor de protegdo pode ser comum a varios circuitos, (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 56 Tabela 2.12 ~ Segdes minimas do condutor de protegio. orc ory Secao do con eet (m4 Ty Deacorde coma: Ja 5 cla NBR S51 02008 Secio do Condutor de Aterramento Em toda instalago, deve ser previsto um terminal (ou barra) de aterramento principal e os seguintes condutores devem ser a ele interligados: (i) condutores de aterramento; (ii) condutores de protegdo. A localizagao do terminal de aterramento principal, bem como 0 valor limite da resisténcia de malha de aterramento esté definida nas Normas das Concessiondrias fornecedoras de energia elétrica, de acordo com o tipo e padrao de fornecimento. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas ST 2.9.6. Dimensionamento dos Condutores dos Circuitos 2.9.6.1. Introdugao Dimensionar os condutores de um circuito é determinar a seco padronizada (bitola) dos fios deste circuito, de forma a garantir que a corrente calculada para ele possa circular pelos fios, por um tempo ilimitado, sem que ocorra superaquecimento e que a queda de tensio seja mantida dentro dos limites nommalizados. Além disso, os condutores devem satisfazer is seguintes condigdes; Limite de temperatura, em fungo da capacidade de condugio de corrente; Limite de queda de tensio; Capacidade dos dispositivos de protegao e contra sobrecarga; Capacidade de condugdo de corrente de curto-circuito por tempo limitado. Os condutores devem ser dimensionados pelos seguintes critérios a, Capacidade de condugdo de corrente (ampacidade); b. Limite de queda de tensio. Inicialmente, determina-se as segdes dos condutores conforme os critérios estabelecidos no paragrafo anterior. Posteriormente, quando do dimensionamento dos dispositivos de protegao, verifica-se a capacidade dos condutores com relago as sobrecargas e curto-circuitos. E necessario haver uma coordenago entre os diversos componentes de uma instalagdo. O tempo de atuagéio dos dispositivos de protecdo para eventuais sobrecargas ¢ para os niveis presumidos de curto-circuito deverd ser estabelecido de forma a garantir que as temperaturas admissiveis estabelecidas em norma para os condutores anteriormente dimensionados nao sejam ultrapassadas Uma ver determinadas as segdes dos condutores pelos critérios da Capacidade de Corrente € do Limite de Queda de Tensio, adota-se como resultado a maior sego, e escolhe-se 0 condutor padronizado comercialmente, cuja sego nominal seja igual ou superior & segao caleulada, 2.9.6.2. Critério da Capacidade de Condugao de Corrente (Ampacidade) © condutor, ao ser submetido a uma diferenga de potencial, faz surgir em suas extremidades uma corrente elétrica, Essa corrente, ao passar pelo condutor, produz uma determinada quantidade de calor, que segundo a Lei de Joule, tende a elevar a temperatura do condutor, cuja dissipagdo térmica depende da natureza dos materiais constituintes e do meio (maneira de instalar 0 condutor), Esse critério tem por objetivo garantir condigdes satisfatérias de operago aos condutores ¢ as suas isolagdes, submetidos aos efeitos térmicos produzidos pela circulagdo da corrente elétrica de forma a evitar danificar 0 condutor. Roteiro para Dimensionamento pela Capacidade de Corrente 0 roteiro descrito a seguir, determinard a seg nominal dos condutores Fase. O condutor ‘Neutro e 0 condutor de Protegdo (PE) serdo determinados em fungdo dos condutores fase. 1, Tipo de Isolacao: Devemos inicialmente escolher 0 tipo de isolagdo dos condutores. © tipo de isolago determinara a temperatura maxima a que os condutores poderdo estar submetidos em regime continuo, em sobrecarga ou em condi¢ao de curto-circuito. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 38 Os valores de temperatura para condutores com isolagdo em PVC ~ Cloreto de Polivinila, EPR - Borracha Etileno Propileno e XLPE — Polietileno Reticulado estio definidos na Tabela 2.8. Os condutores com isolago em PVC sio os mais comuns em Instalagdes Elétricas Residénciais e Prediais. 2. Maneira de Instalar ‘A maneira segundo a qual os condutores estardo instalados (em eletrodutos embutidos ou aparentes, em canaletas ou bandejas, subterrneos, diretamente enterrados ou ao ar livre, em cabos unipolares ou multipolares, etc.) influenciaré na capacidade de troca térmica entre os condutores ¢ o ambiente, e em conseqiiéncia, na capacidade de condusio de corrente elétrica dos mesmos. A Tabela 2.13 define as diversas Maneiras de Instalar, codificando-as conforme uma letra umn mimero, Ref. Descrigao ‘A | 1 | Condutores isolados, cabos unipolares ou cabo multipolar em eletroduto embutide em parede termicamont isolante 2 | Cabos unipelares ou cabo multipolar embutidol) divetamente em parede Isolante, ‘multipolar em elettoduto confide em| Condutores isolados, cabos unipolares ou cal 20,45 A wn 4, Miimero de condutores carregados: 2 Entrando com estes dados na coluna B, 2 c.c., da Tabela 2.14, teremos 0 valor de 24 A (por excesso) que corresponde ao condutor de cobre de bitola 2,5 mm2. (2) Dimensionar os condutores para um circuito alimentador trif’sico equilibrado de um quadro de distribuigdo de uma instalago de iluminagio industrial, dados: P, = 36000 W (iluminagao fluorescente); V ~ 220 V; f. p. ~ 0,90 ¢ rendimento de 0,92; condutores com isolagdo de polietileno reticulado; condutores unipolares instalados em canaleta fechada; temperatura ambiente de 30 °C. Cita pee Passagen also Modsorse Solugao. 1. Tipo de isolagao: XLPE 2. Maneira de instalar: D3 3. Corrente de projeto: [, = _ Paw | om fam [acta sine sasses | name feist] us Perfuradss ooh age =) L 095} oss] - petuadissa | 2) © em 09 : jens 1 1 | 095 | 095 Exeadasparn |g HOOOO) estos soes . ae (ae avs | 09 [oss 1 095 | 095 Bands 80 rence | 2 oss| os [oss] dem a 098 | 09 [oss t 1 [a Joss ens perfuradas 7 2 0,95 | 0.95 | 09 em 3 025 | 09 | oss ear 1 1 | 09 | 09 peteadesna | wm eral 2 1 | 09 | oss Y ce ya Ecos pre cabos ouatpores | 2 095 | 0.95 | 0.95 em 3 09s 7. Comente Cortigida E um valor ficticio da corrente do circuito, obtida pela aplicagio dos fatores de corregao FCT e FCA A corrente de projeto, ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 0 Como 0 valor da corrente corrigida calculado pela expresso abaixo, entramos nas tabelas de dimensionamento para determinar a bitola do condutor 1 FCT.FCA Exemplos: (1) Consideremos, agora, que 0 circuito terminal do chuveiro do exemplo 1 do item 5 anterior, esteja instalado em um eletroduto, no qual, em certo trecho, também contenha mai trés circuitos monofisicos (F-N). Determine qual seri a nova bitola do condutor do circuito que alimenta 0 chuveiro. a Solugdo. 1. Tipo de isolagdo: PVC 2. Maneira de instalar: BS 3. Corrente de projeto: Ip = 4500/220.1.1 => 20,45 A Fator de Correcito de Temperatura: FCT = 1,00 Fator de Correcdo de Agrupamento: Neste caso, temos quatro circuitos com dois condutores carregados um (8/2 = 4). Entdo, na tabela Tabela 2.19, para quatro circuitos contidos em eletroduto, encontramos 0 valor de FCA = 0,65. Corrente corrigida: 20,45/1,00*0,65 = 31,464 4, Nimero de condutores carregados: 2 Entrando com estes dados na coluna B, 2 c.c., da Tabela 2.14, teremos 0 valor de 32 A (por excesso) que corresponde ao condutor de cobre de bitola 4 mm’. (2) Tomemos, agora, 0 circuito alimentador do exemplo 2 do item 5 anterior. Consideremos que a temperatura ambiente seja de 35 °C e que na mesma calha estejam passando outros circuitos, conforme ilustrado na figura abaixo, Determine a nova segao do alimentador do exemplo anterior. t Fa F oO ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas u Solucdo: 1. Tipo de isolagdo: XLPE 2. Maneira de instalar: D3 36000 3. Corrente de projeto: 1, =——" _ pres V3 *220*0,90*0,92 =114,104 Fator de corregdo de temperatura: entramos na Tabela 2.18 com isolagdo XLPE e temperatura de 35 °C ¢ encontramos FCT = 0,96. Fator de correcdo de agrupamento: ao todo teremos 15 condutores carregados, equivalentes a 15/3 = 5 circuitos com trés condutores carregados (os PE ndo so considerados). A Tabela 2.19 forneceré o valor de FCA = 0,60. Corrente corrigida: 114,10/0,96*0,60 = 191,21 A 4. Miimero de condutores carregados: 3 Entrando com estes dados na coluna D, 3 c.c., da Tabela 2.15, teremos o valor de 211 A (por excesso) que corresponde ao condutor de cobre de bitola 95 mm, 2.9.6.3. Critério do Limite de Queda de Tensio ‘A queda de tensfo provocada pela passagem de corrente elétrica nos condutores dos cireuitos de uma instalagdo deve estar dentro de determinados limites méximos, a fim de nao prejudicar o funcionamento dos equipamentos de utilizagao ligados aos circuitos terminais. Os efeitos de uma queda de tensdo acentuada nos circuitos alimentadores ¢ terminais de uma instalaco levario os equipamentos a receber em seus terminais, uma tensfo inferior aos valores nominais. Isto é prejudicial ao desempenho dos equipamentos, que além de nao funcionarem satisfatoriamente (redugo de iluminancia em circuitos de iluminagdo, redugdo de torque ou impossibilidade de partida de motores etc.) poderdo ter sua vida iit reduzida A queda de tenso em uma instalagao, considerada desde a origem da mesma até o ultimo ponto de utilizagdo de qualquer circuito terminal, deverd estar dentro dos limites prefixados pela Tabela 2.24. A referida tabela fixa os valores percentuais maximos admissiveis para a queda de tensdo, em fungao do valor da tensdo nominal, para os diversos tipos de instalagao e cargas. Notas: 1, Nos casos B e C, as quedas de tenso nos circuitos terminais ndo devem ser superiores aos valores indicados em A; 2. Nos casos B e C, quando as linhas principais de instalago tiverem um comprimento superior a 100 m, as quedas de tensio podem ser aumentadas de 0,005 % por metro de linha superior a 100m, sem que, no entanto, essa suplementago seja superior a 0,5 %. 3. Quedas de tenstio maiores que as da tabela acima, so permitidas para equipamentos com corrente de partida elevada, durante 0 periodo de partida, desde que dentro dos limites permitidos em suas normas respectivas. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 2 Tabela 2.24 Limites de queda de tenso, ‘A] Calculados a partir dos terminals eecunclrioe do transformardor MT/BT, no aso de transtromador propio. | 7% B| Calculados a partir dos terminals secundirios do transformardor MT/BT, da empresa distibuldora de om sletricidade quando o ponto de entrega fora localizado, | Calculadas a partir do ponto ds entrega, nos demais onsos com farnecimento em tena secundaria 5% de distibulgas. | Calculados a partir dos termincis de saida do gsrador, no caso de grupo gerador proprio. 1% (Ds aco om 02.7 da NAR S110200 A NBR-5410/90 estabelece o limite maximo de 7 % para queda de tensio, em instalagdes que tenham subestagdo ou transformador préprio. Este valor é tomado desde a origem da instalagdo (transformador) até o final do circuito terminal (carga). Muitas vezes as concessiondrias estabelecem limites mais rigorosos. 5% 1 ruminagko neces | Og lar BAA a Ci; TENgAO crcuroso€ ‘ncuiTos BiermBUGAO. ‘TERMMINNS. LN si sisseee’ | N\ (A) |____@ _ 1% neve oe | _ SUBESTAGAO, ar| Aiarensi6 pironenror) VY coin wha \ bas Sisrseuigko (B) (Cc) ™% Notas (A) Em nenhum caso a queda de tenso nos circuitos terminais pode ser superior a 4%; (B) Nos casos A, Be D, quando as linhas principais da instalagio tiverem um comprimento superior a 100 m, as quedas de tensdo podem ser aumentadas de 0,005% por metro de linha superior a 100 m, sem que, no entanto, essa suplementagio seja superior a 05%. Roteiro para Dimensionamento pela Queda de Tensio 0 roteiro descrito a seguir, determinard a sego nominal dos condutores Fase. O condutor Neutro e 0 condutor de Proteso (PE) sero determinados em fungdo dos condutores fase. 1. Dados Necessiri (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas B = Maneira de instalar do circuito; — Material do eletroduto (magnético ou naio-magnético); = Tipo do circuito (monofiisico ou trifisico); = Corrente de projeto em ampéres; — Fator de poténcia médio do circuito; = Comprimento do circuito em quilémetros; — Tipo de isolagdo do condutor; = Tensio do circuito em volts; = Queda de tensdo admissivel. 2. Célculo da Queda de Tensio Unitéria A queda de tenso unitéria, em volts/ampére*km, do circuito é calculada pela expressao: 3. Escola do Conduto: Com 0 valor da queda de tensao unitaria calculado, entramos em uma das tabelas de queda de tensio para condutores que apresente as condigdes de instalagio indicadas no item 1, ¢ nesta encontramos o valor cuja queda de tensdo seja igual ou imediatamente inferior & queda calculada, encontrando dai a bitola nominal do condutor correspondente Notas: 1. © processo de calculo indicado acima ¢ usado para circuitos de distribuigo e para circuitos terminais que servem a uma tinica carga, sendo / 0 comprimento do circuito, desde a origem até a carga (ou ao quadro de distribuigdo). 2. Em circuitos com varias cargas distribuidas, teremos que calcular a queda de tenso trecho a trecho, ou aplicar 0 Método Simplificado Watts*metros, conforme veremos adiante. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson “4 wot-s | ae-s | wwe-s | wor=s ‘opp © © ©} @ | pa eames 6 fe ot 5 mayo ee at pNP 904 ep mmpcin ne Tabela 2.25 — Queda de tensto unitiria, em Volts/Ampérc*km, condutores com isolagio de PVC. Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas TAR =e jes Blétricas T- Prof. Flavio Vanderson ENEO6S - Insta Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 15 Notas: a) As dimensdes do eletroduto e da calha fechada adotadas, sdo tais que a drea dos fios ou cabos nio ultrapasse 40% da area interna dos mesmos (taxa de ocupagao de 40%). b) Nos blocos alveolados, sé devem ser usados cabos vinil 0,6/1kV. ©) Aplicavel a fixagio direta a parede ou teto, calha aberta, ventilada ou fechada, pogo, espago de construgdo, bandeja, prateleira, suportes sobre isoladores ¢ linha aérea, 4) Aplicdvel também aos condutores isolados. €) Os valores tabelados sdo para fios e cabos com condutores de cobre. Tabela 2.26 ~ Queda de tensdo unitiria, em Volts! Ampéretkm, condutores com isolagdo EPR. Cabos unipolares Cabos Quadripolares ‘=| oo & @ 185 0,30 0,29 0,28 0,27 0,27 0,27 L 500 018 0,16 0,17 016 Exemplos: (1) Consideremos que 0 circuito terminal do chuveiro do exemplo 1 do item anterior tenha um comprimento de 15 metros (distancia do Quadro de Distribuigo do apartamento a tomada de ligagao do chuveiro). Dimensione o circuito. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 16 QD Solugao. @) Maneira de instalar: eletroduto embutido em alvenaria; b) Eletroduto: PVC (néo-magnético); ©) Circuito: bifisico; 4) Corrente de projeto: Ip = 4500/220.1.1 => 20,45 A; ©) Fator de poténcia: 1,0; f) Comprimento do circuito: |= 15m => 0,015 km; 8) Tipo de isolagdo do condutor: PVC (ndo-magnético) 4h) Tensaio do circuito: 220 V i) Queda de tensdo admissivel: 2 % (ver Tabela 2.24); J) Queda de tensio unitéria: AV,,,= 0,02 .220 (20,45 . 0,015 => 14,34 V/A.km Com este valor, entre na Tabela 2.25, eletroduto PVC, circuito. monofésico, fator de poténcia 0,95, e encontraremos o valor de 10,6 V/A.km, imediatamente inferior ao calculado, que determina a bitola do condutor de cobre de 4 mm2, Conclus Dimensionamento do condutor fase pela capacidade de corrente: 4 mm’. Dimensionamento do condutor fase pela queda de tensdo: 4 mm’. Condutor fase adotado: 4 mm’ (caso encontrem-se valores diferentes entre o critério da capacidade de corrente e 0 critério do limite da queda de tensdo, adota-se sempre a maior secéo nominal). Condutor de protecao adotado: 4 mm? (determinado a partir da seco nominal do condutor fase, conforme Tabela 2.12). (2) Consideremos agora que o circuito alimentador do exemplo 2 do item anterior tenha um comprimento de 60 metros (distincia do Quadro de Medigao a0 QL-101) ¢ que a calha seja de perfis metilicos. Dimensione o circuito ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 1 Solucdo: 1. Maneira de instalar: catha fechada; Material: magnético; Tipo do circuito: triféisico; Corrente de projeto: Ip = 114,10; Fator de poténcia: fp. = 0,90; Comprimento do circuito: 1 = 60 m = 0,06 km; Tensizo do circuito: 220 V; Isolagao do condutor: XLPE; Se NAH AHN Queda de tensdo admissivel: 2 %; 10, Queda de tensdo unitéria: 0,02. 220/ 114,10. 0,06 => 0,64 V/A.km 11, Nimero de condutores carregados: 3 Com este valor entramos na Tabela 2.26 e encontramos o valor de 0,62 V/A.km (imediatamente inferior ao calculado), que leva ao condutor de cobre bitola nominal de 70 mm’. Conclusio: Dimensionamento do condutor fase pela capacidade de corrente: 95 mm’. Dimensionamento do condutor fase pela queda de tensdo: 70 mm’. Condutor fase adotado: 95 mm’ (adota-se 0 maior valor). Condutor neutro adotado: 50 mm? (0 condutor neutro é dimensionado a partir do condutor fase, conforme a tabela Tabela 2.11). Condutor de protecdo adotado: 50 mm? (0 condutor de protecdo é dimensionado a partir do condutor fase, conforme tabela Tabela 2.12). Calculo da Queda de Tensio pelo Método dos Watts. metros Podemos utilizar um método simplificado para caleular a queda de tensio em circuitos com pequenas cargas. Este método pode ser aplicado a circuitos terminais de instalagées de casas ¢ apartamentos, nos quais temos diversas cargas (lampadas ¢ tomadas) distribuidas ao longo dos mesmos, O método tem por base o emprego das tensd ‘abelas Watts*metros referentes respectivamente as s de 110 V e 220 V. O valor, °(PUWatts){(metros)) representa 0 somatério do produto entre a poténcia da carga P, em Watts, ¢ a distincia /, em metros, da carga ao quadro que alimenta a mesma. Este método considera apenas a resisténcia éhmica dos condutores, no considerando a reatancia indutiva, que também influi na queda de tenso. Também parte do principio de que a corrente elétrica distribui-se de forma homogénea pelo condutor, 0 que nio ocorre na realidade, devido ao efeito pelicular, criado pelo campo magnético gerado pela pripria corrente elétrica que passa pelo condutor. Como conseqiiéncia do efeito pelicular, a densidade de corrente é maior na periferia do condutor. Para condutores com didmetros relativamente pequenos, a reatincia indutiva 0 efeito pelicular tém influéncia limitada ¢ este método produz uma aproximagao aceitavel. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 78 Fundamento do método: ‘© A queda de tenso percentual pode ser expressa por: AV,, © Para cireuitos a dojs condutores temos: R=; 0. ‘© Substituindo Ie R na primeira equaydo, teremos: AV,, = SV? © Logo: pr= 25 AK. 200 produtos Watts.metros apresentadas a seguir. Considerou-se @ condutividade do cobre, na temperatura de trabalho do condutor, como: o = 58.S.m/ mm & a equagdo utilizada para a elaboragdo das tabelas de Tabela 2.27 — Soma dos produtos poténcias (Watts) x distincias (metros) para circuitos a 2 condutores em 110 V Condutor % de queda de tensao 1% 2% 3%. 4% toa) 15 5263 10526 | 15789 | 21052 25 8773 17546 | 26319 | 35092 4 a4oae_| 28072 | 42108 | s6144 6 21054 | 42108 | 63162 | saz16 10 35090 | 70100 | 105270 | 140360 16 sei44 | inz2es | 168432 | 224576 25 87725 | 175450 | 263175 | 350900 Tabela 2.28 — Soma dos produtos poténcias (Watts) x distincias (metros) para circuites a 2 condutores em 220 V Condutor 96 de queda de tensio Mae 1% 296 3% 4% (am?) $ E Prats X Go) 15 21054 [42108 [63163 | sazie 35090_[ 70180 [105270 | 140360 sea | tiz28s | 168432 | 220576 6 sazie | 168432 | 253648 | 30864 10 s4os6o_| 280720 | a2i0s0 | 561440 16 224576 | 449152 398304 25 350900 | 701800 352700 | 1403600 Exemplo: (1) Dimensionar o circuito terminal de um apartamento, cujas cargas estdo representadas na figura a seguir. A instalago é em eletroduto de PVC embutido em alvenaria; temperatura ambiente de 30 °C; isolagao de PVC; tensio de 127 V. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 9 QD 600w 600w W 100W 100W am am 4 4m, 3m, 2m Solugdo A: (Critério de Queda de Tensio pelo Método Simplificado Watts.metros; 4) Critério de Capacidade de corrente: Ip = 2000W/127V = 15,7 A (FCT e FCA = 1,00); Pela Tabela 2.14 =>1,5 mm’. Usaremos 2,5 mm’ para circuitos de tomadas, conforme a NBR-5410/90. b) Critério da Queda de Tensito (Watts. metro) Y (PWatts).1(metros)) = 600.8 + 600.11 + 600.15 + 100.18 + 100.20 = 24200 Wm Utilizando a Tabela 2.27, para e = 110 Ve a coluna % de queda de tensdéo 2% (circuito terminal), teremos condutor de 4 mm’. ©) Conelusdo: Serd adotado para fase, neutro e protegéo 0 condutor de 4 mm’. Solucdo B: (Critério de Queda de Tensdo por Trecho a Trecho; Calculando a corrente em cada trecho do circuito, teremos a seguinte representacao: 4) Critério de Capacidade de corrente: Mesma solugdo anterior: 2,5 mm’. 4) Critério da Queda de Tensito: Maneira de instalar: eletroduto de PVC embutido em alvenaria; Material: ndo-magnético; Condutor calculado pela capacidade de condugiio de corrente: 2,5 mm’. Fator de poténcia: 0,80 (considera-se para eletrodomésticos); Queda de tensdo unitéria: valor da Tabela 2.25 para condutor de2,5 mm”: 14 ViA.km Queda por trecho: AV = AV,.,.1(trecho, A).1(trecho,km) OA: 14, 15,74, 0,008 = 1,78 Volts AB: 14. 11,02 . 0,003 = 0,46 Volts BC: 14, 6,30 . 0,004 = 0,35 Volts ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 80 CD: 14. 1,58. 0,003 = 0,07 Volts DE: 14. 0,79. 0,003 = 0,03 Volts Queda acumulada: 2,67 Volts AV-100 5 67.100/127 = 2,10% Queda Total (percentual) do circuito: e(%) = Observagdo: como este valor é maior que os 2% estabelecidos como limite méximo, entito teremos que calcular as quedas por trecho, considerando 0 condutor de bitola imediatamente superior. Queda de tensdo unitdria: valor da Tabela 2.25 para condutor de 4 mm’: 9 ViA.km Queda por trecho: AV = AV ,.I(trecho, A).1(trecho,km) OA: 9. 15,74. 0,008 = 1,13 Volts AB: 9. 11,02 . 0,003 = 0,30 Volts BC: 9. 6,30. 0,004 = 0,23 Volts CD: 9. 1,58 . 0,003 = 0,04 Volts DE: 9. 0,79. 0,003 = 0,02 Volts Queda acumulada: 1,72 Volts Queda Total (percentual) do circuito: e(%) = 2-100 =1,72.100/127 = 1,35%. Observaciio: como este valor é menor que os 2% estabelecidos como limite mééximo, entéo serdé adotado 0 condutor de 4 mm’. o) Conclusiio: Seré adotado para fase, neutro e protegéo 0 condutor de 4 mm’. Observacdo: As solucées A e B sito idénticas, isto é, encontramos 0 mesmo resultado aplicando 0 método simplificado Watts.metros ou o método da queda trecho a trecho, para o céteuto da queda de tensao no circuito. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 8 2.9.7, Dimensionamento dos Eletrodutos 2.9.1, Introdugdo © componente de uma instalagio que propicia um meio envoltério, ou invélucro, aos condutores elétricos é chamado conduto, Dentre os diversos tipos de condutos, destacam-se os eletrodutos, como aqueles que tém maior aplicagdo nas instalagdes elétricas, sobretudo, podemos encontrar outros tipos de condutos, tais como calhas, bandejas metilicas, prateleiras, blocos alveolados, canaletas, ete. Os eletrodutos tém as seguintes fungGes numa instalagdo elétrica - Propiciar aos condutores protegao mecdnica; = Propiciar aos condutores protego contra ataques do meio ambiente, sobretudo contra corrosdo ou ataques quimicos oriundos de agdes da atmosfera ou agentes agressivos dispersos no meio ambiente (sais, dcidos, gases, éleos, etc.); - Fomecer ao meio uma protegio contra os perigos de incéndio resultantes de eventuais superaquecimentos dos condutores ou arcos voltaicos; = Proporcionar aos condutores um envoltério metilico aterrado (no caso de eletrodutos metilicos), a fim de evitar perigos de choque elétrico. 0s eletrodutos podem ser classificados de diversas formas, segundo o seu tipo: a) Quanto ao material: - Nao metilicos: PVC, plistico com fibra de vidro, polipropileno, polietileno de alta densidade e fibrocimento; = Metilicos: ago carbono galvanizado ou esmaltado, aluminio ¢ flexiveis de cobre espiralado, b) Quanto a flexibilidade: - Rigidos; - Flexiveis. ©) Quanto a forma de conexao: - Rosedveis; - Soldaveis. 4) Quanto a espessura da parede: - Leves - Semipesado; - Pesado. Fig. 2.28 Detalhe do cletroduto ¢ luva de PVC rigido roscével © eletroduto de PVC rigido roscavel é 0 tipo mais utilizado em instalagdes prediais, embutidos em paredes, lajes de concreto ou enterrados no solo, (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 2 A fixagdo dos eletrodutos as caixas de passagem ¢ de ligagfo dos aparelhos se dé por meio de buchas e arruelas. Em instalagdes aparentes so utilizadas bragadeiras, espagadas conforme as distincias méximas estabelecidas na NBR 5410, de forma a garantir a perfeita ancoragem dos eletrodutos as superficies de apoio. 2.9.7.2. Instalago de Condutores nos Eletrodutos A NBR 5410 estabelece as seguintes prescrigdes: Os eletrodutos, calhas e blocos alveolados podem conter condutores de mais de um circuito, nos seguintes casos: 1. Quando as trés condigdes seguintes forem simultaneamente atendidas: — Os circuitos pertengam a mesma instalagdo, isto é, originem-se do mesmo dispositivo geral de manobra e protego, sem a interposig3o de equipamentos que transformem a corrente elétrica; — As segdes nominais dos condutores fase estejam contidas em um intervalo de trés valores normalizados sucessivos; — Os condutores isolados e os cabos isolados tenham a mesma temperatura méxima para servigo continuo. 2. No caso dos circuitos de forga e de comando ¢ ou sinalizagfo de um mesmo equipamento: — Nos eletrodutos, s6 devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares, admitindo-se a utilizagdo de condutor nu em eletroduto isolante exclusivo, quando tal condutor destinar-se a aterramento. 2.9.7.3. Taxa Maxima de Ocupagdo dos Eletrodutos As dimensdes internas dos eletrodutos e respe: “rios de ligagdo devem permitir instalar € retirar facilmente os condutores ou cabos apés a instalacdo dos eletrodutos € acessérios. Desta forma, a taxa maxima de ocup: dos eletrodutos ndo devera ser superior a: io em relagdo a drea de sego transversal = 53 %no caso de um condutor ou cabo; = 31 %no caso de dois condutores ou cabos; — 40% no caso de trés ou mais condutores ou cabos. 2.9.7.4. Dimensionamento de Eletrodutos Roteiro para Dimensionamento de Eletrodutos a. Determina-se a seco total ocupada pelos condutores, aplicando-se tabelas de fabricantes de condutores ¢ cabos (Tabela 2.29); b, Determina-se o didmetro externo nominal do eletroduto (mm), entrando-se nas tabelas de fabricantes de eletrodutos (Tabela 2.30 e Tabela 2.31) com o valor encontrado no item ‘a’ anterior; c, Caso os condutores instalados em um mesmo eletroduto sejam do mesmo tipo e tenham segdes nominais iguais, podem-se eliminar os itens ‘a’ e “b’, encontrando-se o didmetro externo nominal do eletroduto em fungdo da quantidade e segdo dos condutores, diretamente por tabelas especificas (Tabela 2.32 e Tabela 2.33), (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 83 ‘Tabela 2.29— Dimensdes totais dos condutores isolads: fio/eabo ‘Secdo Nominal Pirastic Antiflam Pirasticflex Antiflam (mm?) Diametro | Area Total | Diametro | Area Total Externe (1) | (mm2) | externo (mm) | (mm?) 18 28/30 | 62/71 3.0 Ta 2.5 34/37 | 91/107 3.6 10.2 4 39/42 | 119/138 42 13.8 6 44/48 | 15.2/18.1 47 17,3 10 5.6/5.9 | 24.6/27.3 61 29,2 16 65/69 | 332/374 78 47.8 25 85 86,7 9.6 72.4 35 95 71.0 10,9 93,3) 50 11.0 95. 13,2 136.8 70 13.0 133) 15,0 176.7 95. 15,0 7 “ 120 16.5 214 : : 150 18,0 254 : : 185) 20.0 314 : : 240 23,0 415 Tabela 2.30 ~ Eletrodutos de PVC rigido roscdvel — Classe A. Dismeo | Didmero = ‘Area total J Area oat [ Area st ecano frm) | intemotrm) apzex. fam) | Leabo | 2 cabos 53%) ) z 20 referencia de Rosea Diameivo mina tr 16 3/8 16.7 127 126,7 1/2 20 211 25 203.6. 34 25 26.2 26 | 3464 ¥ 32 33.2 [564.1 1/4 40 422 3.6 | 962.1 3.1/2 50 478 [1244.1 z 60. 59.4 1979.2 2.12 75 75.1 3227 30004 | 1290.8 s 85 88.0 62 4488.8 1391.5 | 17955 Tabela 2.31 ~ Bletrodutos rigidos de ago carbono roscivel - Leve | 3/8 2.0 ont 395 wz 25 | 203 107.9) 63.1 314) 3/8 26 183.6 307.4 1386 r 32 290.0 1749) 225.6 aa 36 508.5 2983 3848 112) 40 2 659.4 385.7 497.6 2 46, 1089.0 6136 7913 Zz 55 17103 | 1000.4 12808 3 55 58.0 62 | sss [23791 [ois [17955 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 84 ‘Tabela 2.32 - Ocupasio maxima dos eletrodutos de PVC por condutores de mesma bitola — Fios ou cabos unipolares Secao Namero de Condutores no Eletroduto nominal | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 (mm?) ‘Tamanho Nominal do Eietroduto te | 16 | 16 | 16 | 16 | 16 | 20 | 20 | 20 16 | 16 | 16 | 20 | 20 | 20 | 20 | 25 | 25 16 | 16 | 20 | 20 | 20 | 25 | 25 | 25 | 25 16 | 20 | 20 | 25 | 25 | 25 | 25 | 32 | 32 20 | 20 | 25 | 25 | 32 | 32 | 32 | 40 | 40 20 | 25 | 25 | 32 | 32 | 40 | 40 | 40 | 40 25 | 32 | 32 | 40 | 40 | 40 | 50 | 50 | 50 25 | 32 | 40 | a0 | 50 | so | 50 | so | oo 3sz_| 40 | 40 | so | 50 | 60 | oo | co | 75 40 | 40 | 50 | so | oo | oo | 75 | 75 | 75 ao | so | 60 | 6o | 75 | 5 | 75 | 85 | 85 50 | 50 | eo | 75 | 75 | 75 | 85 | a5 | - so | 60 | 75 | 75 | 85 | 85 | - | - so | 75 | 75 | 85 | 85] - a ‘Tabela 2.33 — Ocupagio maxima dos eletrodutos de ago por condutores de mesma bitola = Fios ou cabos unipolares Secdo imero de Condutores no Eletroduto nominal | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 (ram) ‘Tamanho Nominal do Eletroduto 15 1s [15 | 15 | 15 | 15 | a5 | 20 | 20 | 20 25 is | 15 | 15 | 20 | 20 | 20 | 20 | 25 | 25 is | 15 | 20 | 20 | 20 | 25 | 25 | 25 | 25 6 is | 20 | 20 | 25 | 25 | 25 | 25 | 31 | 31 10 20 | 20 | 25 | 25 | a1 | 31 | a1 | si | 41 16 20 | 25 | 25 | 31 | 31 [| 41 | a | 4 | aa 25 25 | 31 | 31 | ai | a1 | 41 | 47 | 47 | 47 35, 25 | 31 | a1 | ai [| a1 | 47 | 59 | 59 | 59 50 31 | a1 [| 41 | 47 | 59 | 59 | 59 | 75 | 75 70 a1 | ai | 47 | 59 [59 | 50 | 75 | 75 | 75 95 41 [a7 [59 | 59 | 75 | 75 | 75 | 88 | 88 wo | 41 | 59 | 59 | 75 | 75 | 75 | 88 | 88 | 38 so__| 47 | 59 | 75 | 75 | 85 | 8 | 100 | 100 | 100 iss | 59 | 75 | 75 | 38 | a8 | 100 | 100 | 113 | 113 240 59 | 75 | 88 | 100 | 100 | 113 | 113 s ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 85 xemplo: (1) Dimensionar o trecho de eletroduto de PVC rigido ros no qual deverdo ser instalados os seguintes circuitos: abaixo, el, mostrado na figura = Circuito 1: 244 mm? T 4 mm*; — Circuito 2: 3 #6 mm? (6 mm’) T 6 mm’; = Circuito 3: # 2,5 mm’ (2,5 mm’); cpa 12 Jucdo. @) Segao total ocupada pelos condutores. Pela tabela 8.1 temos #2,5 mm’: 9,1 mm? #4 mm’: 11,9 mm? #6 mm*: 15,2 mm? Logo a drea dos condutores vale 2. 9,1 +3. 11,9 +5. 15,2 = 129, 9 mm b) Didmetro nominal do eletroduto. Entrando com 0 valor de 129,9 mm’ na tabela , coluna de 40 % de ocupagao, teremos o eletroduto de PVC de didmetro nominal 25 mm’. 2.9.7.5. Caixas de Derivagio As caixas tém as fungGes de abrigar equipamentos, abrigar emendas de condutores, limitar © comprimento de trechos de tubulagao, ou ainda, limitar o nlimero de curvas entre os diverso trechos de uma tubulagdo. A NBR 5410 estabelece as seguintes recomendagdes para a instalagdo das caixas de derivagdo ou de passagem que interligam os diversos trechos de uma tubulagao: — Nao haja trechos continuos (sem interposigdo de caixas ou equipamentos) retilineos de tubulago maiores que 15 metros, sendo que, nos trechos com curvas, essa distancia deve ser reduzida de 3 metros para cada curva de 90°. Nota: Quando ramal de eletrodutos passar obrigatoriamente através de locais onde no seja possivel 0 emprego de caixa de derivaco, a distincia prescrita no item anterior pode ser aumentada, desde que: a) seja calculada a distincia maxima permissivel (levando-se em conta o niimero de curvas de 90° necessérias); e, b) para cada 6 metros, ou fragdo, de aumento dessa distincia, utilize-se eletroduto de tamanho nominal, imediatamente superior ao do eletroduto que normalmente seria empregado para a quantidade e tipo de condutores ou cabos — Bm cada trecho de tubulagio, entre duas caixas, entre extremidades ou entre extremidade e caixa, podem ser previstas, no maximo, trés curvas de 90° ou seu equivalente até, no méximo, 270°, Em nenhuma hipétese, podem ser previstas curvas com deflexao superior a 90°. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 86 — Deve ser empregadas caixas de derivagdo: a, Em todos os pontos de entrada ou saida da tubulagdo, exceto nos pontos de tran ou passagem de linhas abertas para linhas em eletrodutos, os quais, nestes casos, deve ser rematados com buchas; b, Em todos os pontos de emenda ou derivagao de condutores; Para dividir a tubulago em trechos no maiores do que os especificados anteriormente. — As caixas devem ser instaladas em lugares facilmente acessiveis e devem ser providas de tampas. As caixas que contiverem interruptores, tomadas de corrente congéneres devem ser fechadas pelos aparelhos que completam a instalagdo destes dispositivos. Dos itens anteriores, podemos escrever as seguintes equagdes: ae 6 L, Onde: Lax € 0 comprimento maximo de um trecho entre duas eaixas; N € omémero de curvas de 90° existentes no trecho (de zero a trés); Lyi é 0 comprimento real do trecho; A so os aumentos de bitolas nominais do eletroduto. :xemplo. Dimensionar 0 eletroduto para o trecho de tubulagdo mostrado na figura xxx, entre duas caixas CP-1 € CP-2, no qual nao ha possibilidade de instalagdo de caixas intermedidrias. Os circuitos que o eletroduto conter sao os seguintes: = Circuito 1: 3 #25 mm? (25 mm’) T 16 mm*; = Circuito 2: 3 # 50 mm? (25 mm’) T 25 mm’; = Circuito 3:3 #35 mm? T 16 mm’; cra jolucao, Em primeiro lugar, dimensionaremos o eletroduto sem considerar as distancias e curvas. Areas dos condutores: pela tabela 8.1 #16 mm’: 37,4 mnt (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 87 #25 mm: 56,7 mm? #35 mm: 71,0 mm? #50 mm*: 104,0 mm? Logo a érea dos condutores vale 2. 37,4 +6. 56,7 +3. 71 + 3.104 = 940 mm’. Pela tabela 8.2, coluna 40 %, teriamos um eletroduto de PVC de 75 mm. Considerando 0 efeito do comprimento e curvas, teremos. Comprimento total: 11,8 m Nimero de curvas: 3 Distancia maxima permitida, entre caixas, considerando as trés curvas: Lmax = 15m—3.(3m) = 6m Porém: Lreal —Lmax = 118-6 = 5,8m Logo: A=5,8m/6m 0,97 aumentos de 6 m => 1 aumento Conclusio: Consultando as tabelas comerciais de eletrodutos (Tabela 8.2), vemos que o primeiro didémetro nominal acima de 75 mm é o diametro de 85 mm, sendo este 0 eletroduto que serd utilizado para interligar as caixas CP-1 e CP-2. 2.9.8. Prote¢do em Instalagdes Elétricas 2.9.8.1. Prescrigées fundamentais da NBR 5410 A NBR 5410 estabelece as prescrigdes fundamentais destinadas a garantir a seguranga de pessoas, de animais domésticos ¢ de bens, contra os perigos ¢ danos que possam resultar da utilizagio das instalagdes elétricas em condigdes que possam ser previstas. Protegao contra choques elétricos: = Protego contra contatos diretos; = Protegdo contra contatos indiret Protegao contra efeitos térmicos: = Protegio contra riscos de incéndio de materiais inflamaveis devido a temperatura elevadas ou arcos elétricos. Além disso, em condigées normais, devem oferecer protego contra queimaduras as pessoas e aos animais domésticos. Protego contra sobrecorrentes: = Protegdo contra correntes de sobrecarga; = Protec contra correntes de curto-circuito. Protegao contra sobretensdes: — Sobretensdes provenientes de descargas atmosféricas; — Sobretensdes em conseqiiéncia de manobras na instalagdo ou do sistema elétrico. Conforme as prescrigdes da norma NBR 5410, neste item serdo estudadas as protegdes contra sobrecorrentes, choques elétricos e efeitos térmicos, 2.9.8.2. Terminologia Sobrecorrentes: sio correntes elétricas cujos valores excedem o valor da corrente nominal. As sobrecorrentes so originadas por: ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 88 — Solicitagao do circuito acima das acteristicas de projeto (sobrecargas); — Falta elétrica (curto-circuito) Correntes de sobreearga: sdo caracterizadas pelos seguintes fatores: = Provocam, no circuito, correntes superiores a corrente nominal; — Solicitagdes dos equipamentos acima de suas capacidades nomin: = Cargas de poténcia nominal acima dos valores previstos no projeto. As sobrecargas so extremamente prejudiciais ao sistema elétrico, que provocam elevagao da corrente do circuito a valores que podem chegar até, no maximo, dez. vezes a corrente nominal, produzindo, com isso, efeitos térmicos altamente danosos aos circuitos. Correntes de curto-cicuito: sio provenientes de falhas ou defeitos graves na instalacao, tais como — Falha ou rompimento da isolagdo entre fase e terra; — Falha ou rompimento da isolagio entre fase e neutro; — Falha ou rompimento da isolagao entre fases distintas, As correntes de curto-circuito sao extremamente clevadas, na ordem de 1000% a 10000% do valor da corrente nominal do circuito, 2.9.8.3. Protegdo contra Sobrecorrentes Disjuntores Termomagnéticos: sio dispositives que garantem simultaneamente, a manobra ¢ a protegdo contra correntes de sobrecarga e contra correntes de curto-circuito, Numa instalagdo elétrica, residencial, comercial ou industrial, o importante & garantir as condigdes ideais de funcionamento do sistema sob quaisquer condigées de operagdo, protegendo os equipamentos e a rede elétrica de acidentes provocados por alteragio de corrente, Em resumo, os disjuntores cumprem trés fung6es basicas: — Abrir e fechar os circuitos (manobra); — Proteger a fiagdo, ou mesmo os aparelhos, contra sobrecarga, através do seu dispositivo térmico: = Protegera fiagZo contra curto-circuito, através do seu dispositive magnético. Os disjuntores termomagnéticos (DTM) devem ser ligados aos condutores fase do circuito € apresentam a vantagem de permitir o religamento sem necessidade de substituigdo de components. Caso 0 defeito na rede persistir no momento do religamento, o disjuntor desligaré novamente, no devendo ser manobrado até que se elimine o problema do circuito. Funcionamento dos Disjuntores: 0 disjuntor mais utilizado para protegdo ¢ manobra de circuitos de iluminago e tomadas é do tipo quick-lag, o qual um disparador ou dispositivo de protegdo térmica funciona de acordo com 0 principio do bimetal, cujo principio basea-se na dilatagdo de duas laminas de metais diferentes (ago ¢ lato, por exemplo), portanto com coeficientes de dilatagdo distintos, desligando o circuito na eventualidade de uma sobrecarga. No caso de ocorrer um curto- Circuito, a protesdo far-se-d através de um disparador magnético bobinado. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 89 Caracteristicas dos Disjuntores: podem ser classificados quanto: a. Niimero de pélos: = Monopolares; — Bipolares; = Tripolares; 'b. Quanto a tensio de operagio: = Disjuntores de baixa tensdo (até 1000 V): que podem ser em caixa moldada ou abertos, — Disjuntores de média e alta tensdes (acima de 1000 V): que podem ser a vacuo, a ar comprimido, a dleo, pequeno volume de dleo PVO e de hexafluoreto de enxofre SF Em instalagdes elétricas prediais de baixa tenstio so utilizados os disjuntores termomagnéticos em caixa moldada, fabricados com os materiais como, por exemplo, poligster e poliamida. Roteiro de Dimensionamento dos Dispositivos de Prot io Contra Sobrecorrentes: ANBR 5410 estabelece que os condutores vivos devem ser protegidos por um ou mai Aispositivos de seccionamento automatico contra sobrecargas € contra curtos-circuitos. Estabelece também que as protegées contra os curtos-circuitos ¢ contra as sobrecargas devem ser devidamente coordenadas, de modo que a energia que 0 dispositivo de protesao contra curtos-circuitos deixa passar, por ocasido de um curto, ndo seja superior & que pode suportar, sem danos, o dispositivo de protegio contra sobrecargas. Conforme a NBR 5410 devem ser previstos dispositivos de protecdo para interromper toda corrente de sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que esta possa provocar um aquecimento prejudicial a isolagdo, as ligagdes, aos terminais ou as vizinhangas das linhas Deve haver uma coordenagdo entre os condutores e o dispositive de protegio, de forma a satisfazer as duas condigdes seguintes: a), SI, $1, b)I, $1,45.1, Onde: In 6 a corrente de projeto do cireuito; Iy é corrente nominal do dispositivo de proteg’ Iz é a capacidade de condugao de corrente dos condutores; I; Ga corrente que assegura efetivamente a atuagao do dispositive de protegdo; na pritica, a corrente Ip é considerada igual 4 corrente convencional de atuagdo para disjuntores. Nota: A condigdo b & aplicdvel quando for possivel assumir que a temperatura limite de sobrecarga dos condutores ndo seja mantida por um tempo superior a 100 h durante 12 meses consecutivos, ou por 500 h ao longo da vida itil do condutor. Quando isto nao for ocorrer, a condigao b deve ser substitufda por /, <1, A Fig. 2.29, a seguir, resume estas condigdes: (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 90 Fig. 2.29 Condigdes de proteedo contra sobrecargas. 0 valor da corrente convencional de atuago I; é obtido através da Tabela 2.34, ‘Tabela 2.34 Tempos ¢ correntes convencionais de atuagdo (2) para disjuntores termomagnéticos (NBR $361). Corrente | Corrente | Corrente Tempo | Temp. Ambiente Conv. de nao | Conv. de | Convencional h) | de referéncia atuagio | atuac3o (L) [135 1 [2c 105 | 135 2 | c Roteiro de Dimensionamento dos Dispositivos de Protecdo Contra Curtos-Circuitos: A NBR 5410 estabelece que os condutores vivos devam ser protegidos por um ou mais dispositivos de seccionamento automatico contra sobrecargas e contra curtos-circuitos. ANBR 5410 estabelece que devam ser previstos dispositivos de protego para interromper toda corrente de curto-circuito nos condutores dos circuitos, antes que os efeitos térmicos e mecéinicos dessa corrente possam tomar-se perigosos aos condutores e suas ligagdes, As correntes presumidas de curto-circuito devem ser determinadas em todos os pontos da instalagao julgados necessdrios, nos quais sero aplicados os dispositivos de protecao. Recomendagées: 0 dispositivo de protegao deve ter capacidade de ruptura compativel com a corrente de curto-circuito presumida no ponto de sua instalagdo: Ty 2 Leg b. O dispositive de proteco deve ser rapido o suficiente para que os condutores do circuito nao ultrapassem a temperatura limite: q; ‘np St Para curtos-cireuitos simétricos, ou assimétricos com duragio inferior a 5 segundos, o tempo limite de atuagdo do dispositivo de protegdo pode ser calculado pela expressdo: Onde: Tk 6 a corrente de ruptura do dispositivo de protegdo; (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 9 Ics € a corrente de curto-cireuito no ponto da instalagao do dispositivo; Too € 0 tempo de disparo do dispositive de protegdo para o valor de Ie: T &0 tempo limite de atuagio do dispositivo de protegio, sem segundos; S a segdo do condutor em mm2; K € a constante relacionada ao material do condutor e da isolagao do condutor, sendo: K = 115 para condutores de cobre com isolagdo de PVC; K = 135 para condutores de cobre com isolagdo EPR ou XLPE K K = 87 para condutores de aluminio com isolagéio de EPR ou XLPE. Determinagio da Corrente de Curto-Circuito Presumida: No momento de uma falta para a terra, 0 valor da corrente de curto-circuito depende basicamente da impedincia existente entre a fonte e o ponto de falta 4 para condutores de aluminio com isolagao de PVC; E apresentado a seguir, um procedimento simplificado de célculo que conduz a um resultado com boa aproximago para curtos-circuitos em instalagdes elétricas prediais. Neste procedimento, foram consideradas as seguintes hipéteses: Desprezado o valor da impedancia do sistema de energia da concessionéria (a montante do transformador), isto , considerada infinita a capacidade do sistema. Em calculos de maior preciso (projetos industriais etc.), as concessiondrias fornecem a capacidade de ruptura, em kA, ou a poténcia de curto-circuito simétrico do sistema, em MVA, no ponto de entrega; b, Desprezada a impedincia do cireuito de média tensdo para a alimentagZo do transformador consumidor (quando houver); €. Desprezadas as impedincias internas dos dispositivos de protegdo e comando; 4. Considerado curto-circuito direto, desprezando-se a resisténcia de contato; €. Considerado curto-circuito trifisico simétrico (condigio mais desfavoravel); £ Desprezada a contribuigdo de motores ou geradores em funcionamento na ocasiao da falta (em instalagdes industriais, esta contribuigdo pode ser significativa em motores acima de 100 CV e tensdo superior a 600 V, que passam a funcionar como gerador no instante da falta, o que obviamente, nio é 0 caso de instalagées prediais). Observagdo: Todas as consideragdes anteriores, exceto a do item f, levam-nos a um célculo em favor da seguranga, ou seja, poderemos encontrar um valor de Ics um pouco superior a0 real, 0 que s6 nos levaria a especificar dispositivos com maior capacidade de ruptura Para determinar o valor da corrente de curto-circuito presumida em um ponto de qualquer circuito alimentador trifasico apés o transformador, teremos, conforme a figura abaixo: Lim Paavay S (mm) Fig, 2.30 Curto-circuito em um alimentador tifisico. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 2 a, Calculo da impedancia até o ponto de falta’ Linha: (rb) Resisténcia R, =| WY ) Impedancia: X, Transformador: (1000.2, Resisténeia: R, =| 75 | Impedineia: Z, | Pty) Impedéncia de curto-circuito: Z ce =( b. Calculo da corrente de curto-circuito presumida: +R) +(X,+X,) Tes = "Ez ¢, Pardmetros de céleulo: Ry: resisténcia da linha a montante mQ ; r: resisténcia especifica da linha, conforme Tabela 2.35 (m@Q/m); »omprimento da linha a montante (entre a fonte e o ponto do curto-circuito) (m); N: mimero de condutores em paralelo em uma mesma fase; X,: reatincia da linha a montante mi X: reatincia especifica da linha, conforme Tabela 2.35 (m&2/m); Re: resisténcia equivalente secundaria do transformador m2 ; Peq: perdas no cobre (W), conforme Tabela 2.36; Jy: corrente nominal do transformador; Ze: impedancia equivalente secundaria do transformador mQ Uc: tensao de linha nominal (V); Z%: impedancia percentual do transformador, P: poténcia nominal do transformador (kVA); Xp: reatdncia equivalente secundaria do transformador (m® ); Zcc: impedancia total de curto-circuito (m2); Ice: corrente de curto-circuito simétrica presumida (kA). Caso tenhamos a continuidade do circuito de distribuigao, com a ramifi alimentadores, a impedancia total até o ponto de falta levaraé em conta a soma das impedincias de todos os circuitos do percurso, desde o transformador até o ponto de falta, A corrente de curto-circuito para circuits subseqiientes, trifasicos ou monofasicos, pode ser determinada, simplificadamente, utilizando-se o grifico da Fig. 2.31 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas Tabela 2.35 ~ Impedincia dos condutores, [Seco nominal | Resisténcia | Reatancia | Seco nominal Reatancia (mm?) (mg/m) | (mg/m) (rom?) (mg/m) 1 221 | 0,176 70 0,0965, 15 148 0,168 98 0.0975 25 8.91 0,185 120 0,0939 4 5.57 0.143 150 |__ 0.0928 6 371 0,135 185 0,0908 10 2.24 0,119 240 0,0902 16 141 0.112 300 0.0895 25 0,880 0.106 400 0.0876 35, 0.841 0,101 soo 0.0867 50, 0.473 0.101 | 0.0865 ‘Tabela 2.36 — Dados de transformadores trifisicos, 15kV, 60 Hz, primirio Y ou Delta, secundirio Y Potencia | Tensao Perdas Impedincia (kVA) ‘Secundaria (V) (%6), ‘Avazio Pfe | Cobre Pou (Ww) w) 16 2203 440 120 300 35 20 220040 | 200 | _570 35 5 220440 260 750 35 75 2200440 390 1200 35 1125 | 2200040 520 1650 35 150__| 3808440 640 2050 35 220 640 2950 45 725 | 3602440 900 2500] as 220 900 3900] 45 300__| seaaa0_[ 1120 3700 a5 220 1700 6400 45 300 | 3802440 | 1700 6000 45 220 1700 | _ 10000 750__| 3600440 | 2000 8500 220 2000 | 12500 1000 | s8004a0_| 3000 | 12000 220 3000 | 18000 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas Paca linhas trifdsicas - 200V* 20 25 Tee (KA) 3 15 a z 2 ao 2 4 é 7 g 7 2 6 8 5 z 4 i SI 3 2 15 1 sus 13 2 <- 3 e 4 4 5| 3 Fa 4 0 2 Ls : Le z 20 2.50 5 8 30 ae 40) : 50 fe 108 100 168 150 200 25 Lim) 352 300 5° * Utiizavel também para linhas monofésicas de 110V, dobrando 0 valor do comprimento L. Fig. 2.31 Diagrama simplificado para determinago da corrente de curto-circuito presumida, Segao $ dos condiutores 94 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 95 xemplo de cdlculo da corrente de curto-cireuito presumid: Determinar a corrente presumida de curto-circuito nos pontos 1, 2 e 3 da Fig. 2.32. Observe que estes serdo valores minimos da capacidade de ruptura dos disjuntores instalados nos barramentos QGBT, do CM-01 e do QT-01 Pua sl Fig. 2.32 Correntes presumidas de curto-circuito no diagrama unifilar geral de ums instalagio. Dados: Transformador trifésico: — 13.8kV/220-127 V — poténcia nominal P = 112,5 kVA — corrente nominal In = 296 A — Perdas no cobre: Po = 1650 W (Tabela 2.36) = 2% =3,5% (Tabela 2.36) Circuito alimentador 1 = $)-3#2x 95 (2x 95)T 95 mm* - L)=50m = 11 = 0,236 mQ/m ex = 0,0975 m2! m (Tabela 2.35) Circuito alimentador 2: — $2-3 35 35) T 16 mm? - 2=10m = 12= 0,841 mQ/m ex2=0,101 mQ/m (Tabela 2.35) Circuito terminal 3: = $3-#10 (10) T 10 mm? - Ly=10m = 15= 2,24 mQ/m exs= 0,119 mQ/m (Tabela 2.35) Solucdo, a. Ciilculo das resistencias e reatancias Re = (100.1650) / 3. 296" = 6,277 mQ Zz = (3,5. 2207) / 100 112,5. = 15,057 mQ. Xp = 13,686 m2 Ry = (0,236. 50) /2 9 m2. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 96 X; = (0,0975 . 50) /2 = 2,4375 mQ Rp = 8,41 mQ;X2=1,01 m2 Rs =22,4 m2; Xs =1,19 mQ b. Céileulo da Ie, no ponto 1 Zou = (6,277 +5,9)° +(13, 686 +2,43) Z,.=21,31m2 [oy =o 5,96 V3.21,31 ¢. Cééleulo da Iz, no ponto 2 = y(20,587)° +(18,497)° =27,67mQ 1 220 °° 3.27,67 O valor de Ics: também pode ser encontrado utilizando-se o grafico da Fig. 2.31. Z, Z, 59 kA d. Céileulo da Ie, no ponto 3: No grifico da figura 9.12, determina-se 0 ponto P, na intersegdo da curva de 10 2 t i mm’ com a ordenada 20 m (como o circuito é monofisico dobramos o valor do comprimento = 2. 10 m). Levanta-se a partir de P uma vertical até encontrar a curva de Iz. = 4,5 kA (valor da corrente de curto-circuito no inicio do trecho S3), determinando o ponto P;. A partir de P; traca-se uma horizontal até encontrar a ordenada: Izy; = 1,45 kA. Exe Dimensionar o dispositivo de protegdo para o circuito da Fig. 2.33, a seguir, sabendo que o mesmo é constituido de condutores unipolares de cobre com isolagao de PVC, esti instalado em eletroduto de PVC embutido em alvenaria e que a corrente presumida de curto-circuito no ponto de instalago do referido dispositivo de protegio é de 2 kA. ON 122d #4(4) Tamm Sy ay Fig. 2.33 Exemplo de dimensionamento de dispositivo de protesao. lo. Solucdo: 1. Sobrecarga. aI, Sy Sl, Iy = 24 A; Iz ~ 32 A (ver tabela) —>24 <= ly <= 32 > Iy = 25 A (condigao atendida) byl, $1,481, ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 97 2 [2 = 1,35,1N =>12 = 1,35,.25 =>12 = 33,75 A, 12 <= 145. Iz =>33,75 <= 1,45.32 => 33,45 <= 46,4 (condicao atendida) Curto-circuito. @) Ig 2Ley Para resolver este problema necessitamos recorrer as tabelas de fabricantes, onde estardo indicadas as caracteristicas nominais ¢ curvas de atuagao dos dispositivos de protecdo. Utilizando, como exemplo, disjuntores termomagnéticos do fabricante Bticino, linha supertibra 5, vemos que o disjuntor monopolar de corrente nominal 25 A, 110 ou 220 V, apresenta uma capacidade de interrupcao de 5 kA (ver Tabela 2.37) Portanto: IR = 5 kA e les = 2 kA => 5k >= 2 kA (condigdo atendida) KS? b) Typ Stet I, Consultando a curva caracteristica do disjuntor supertibra (ver Fig, 2.34), observamos que para uma corrente de curto-circuito presumida de valor igual a 2 kA, teremos: Ics/ly = 2000/25 = 80 =>Tpp = 0,02 segundos 1= 115°, 47/2000 => t = 0,23 segundos logo, 0,02 s <= 0,23 s (condigao atendida) Conclusdo: 0 disjuntor termomagnético monopolar de corrente nominal 25 A, tensdo nominal 220 V, fregiténcia 60 Hz e capacidade de ruptura 5 kA, da BTCINO atende satisfatoriamente & protecao do circuito mostrado na Fig. 2.33. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 98 ‘Tabela 2.37 — InformagGes técnicas e curvas tempo x corrente pra o dimensionamento de disjuntores, — Fabricante Biicino a= Q4 Tibea Supertibra 5 Supertibra 12 Disuntortermomagnéticoparauso _Disluntor termomagnético de ao _Disuntorermomagnéticoanslogo geral com caixa em resina fendlica; desempenho com caixa em resina ao Supertibra 5, porém com Camara tatada com verniz anti _pobéster e cisparador magnético _Glevadacapacilacedeintrrupeéo. ‘raking babinado. Esta ultima caracteristica permite manter o limiar de atuagio Instantaneo em valores 130 superiores a 10 In, Tipo Thea Supertibre _ Supertibra Norns de releréncia NBR 5361 - NBR 8176 - IEC 157-1 no 110 10 220 220 220 Tensio de funcionamento (V) = a 7 500 500 Fregitacia Ha) 50-60 50-60 5060 Cormentes Nomina (A) 5-10-15-20-25-80-35-40-50-60-70-90-100 LLimiar de situagdo magnética 3507808 510i 510in Numero de polos tes ee a ee nov 5 5 12, Capacidade da nterupgso © 2208 8 5 8 5 5 6 12 12 oa) 380 5 5 6 500 3 3 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 99 10 tis) 10 10" 10" 10" 10 08 1 2 3 456 810 20 50 100 vin Fig. 2.34 Curva caracteristica tempo x corrente dos disjuntores termomagnéticos, linha supertibra do fabricante Biicino, ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 100 2.9.8.4. Protegio contra Choques Elétricos e Efeitos Térmicos Definigdes: Ao circular pelo corpo humano, ou de animais, a corrente elétrica produz um efeito patofisiolégico (conjunto de alteragdes funcionais) chamado choque elétrico que pode, muitas vezes, provocar lesdes graves, ou mesmo vitimas fatais, No estudo dos choques elétricos, devemos considerar que na sua ocorréncia estio envolvidos trés elementos: a parte viva, a massa ¢ o elemento condutor estranho & instalagao elétrica Parte viva é a parte condutora, pertencente & instalagdo elétrica, que em condigdes normais, apresenta ou pode apresentar diferencial de potencial elétrico em relago 4 terra. O potencial da terra é, por convengdo, considerado zero. Nas linhas elétricas utilizamos a terminologia condutor vivo. Massa é o conjunto de partes metilicas no destinadas a conduzir corrente, eletricamente interligadas c isoladas das partes vivas. Ea parte da instalagdo que pode ser tocada facilmente, € que em condigdes normais no apresenta diferenga de potencial em relagdo a terra, porém, em casos de faltas ou defeitos, a massa pode vir a transformar-se em parte viva. Sao considerados massa, as carcagas ¢ invélucros metilicos de equipamentos elétricos, os eletrodutos metalicos ete Elemento condutor estranho 4 instalacdo é 0 elemento que no faz parte da instalagdo, mas que nela pode introduzir um potencial elétrico, normalmente o potencial de terra. So exemplos: estruturas metilicas de construgdes, as tubulagdes metélicas de utilidades (gua, ar- condicionado, gs etc.) e as paredes ¢ pisos nao isolantes. No caso dos choques elétricos, 0 corpo humano constitui um elemento condutor estranho a instalagdo, Os efeitos da circulago da corrente elétrica pelo corpo humano dependem principalmente de sua intensidade e do tempo de circulagao da mesma. Ela provoca reages patofisiolégicas nas pessoas, cujos principais efeitos so os seguintes: Tetanizagdo: contrag4o muscular provocada pela circulagdo da corrente elétrica através dos tecidos nervosos. Este efeito sobrepde-se ao comando cerebral. A partir de certo valor, a corrente provoca a contrago total do misculo, impedindo, por exemplo, que um individuo que esteja segurando um objeto energizado possa largé-lo. Este limite ¢ conhecido como o “limiar de nao largar’ e, experimentalmente, chegou-se a valores de 6 a 14 miliampéres para mulheres ¢ 9 a 23 miliampéres para homens (em corrente altemada 50/60 Hz). Parada respiratéria: se a tetanizagdo atingir os misculos peitorais, a fungo respiratéri poderd ser afetada. Isto pode ocorrer quando a corrente de choque atingir valores superiores ao ‘limiar de nao largar’. Por esta razo, é de grande importincia a respiragao artificial (boca a boca) no imediato socorro as vitimas de choque elétrico. Queimadura: a circulago de corrente elétrica pelo corpo humano, que possui certa resisténcia elétrica, provoca uma liberagdo de calor (efeito joule), produzindo queimaduras que so mais intensas nos pontos de entrada e saida da corrente, devido elevagio da densidade de corrente elétrica nestes locais. A esta razdo soma-se 0 fato de que a epiderme apresenta resisténcia elétrica superior aos tecidos internos ¢ também 4 existéncia da resisténcia de contato entre a pele e as partes sob potenciais elétricos distintos. Fibrilacdo ventricular: os impulsos elétricos originados no nédulo seno-atrial do coragdo humano produzem os movimentos de contragdo (sistole) e expansio (didstole) que fazem 0 musculo cardiaco vibrar periodicamente no ritmo de 60 a 100 vezes por minuto, Se aqueles impulsos somam-se ¢ sobrepdem-se os efeitos produzidos por uma corrente elétrica externa (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 101 de intensidade consideravelmente maior (a corrente de choque), 0 tecido cardiaco fica submetido a impulsos elétricos de intensidade e freqiiéncia bastante distintos da situagdo normal, produzindo um funcionamento desordenado (arritmico) do coragdo, que, nessa situagdo ndo consegue mais exercer a sua fungdo. Esse fendmeno, conhecido por Fibrilagao Ventricular, é responsavel por um grande numero de acidentes fatais, pois ele é praticamente irreversivel, mesmo cessado 0 choque. Modemamente, a utilizagio de desfibriladores cardiacos tem produzido resultados favordveis, porém de pouco efeito pritico, jé que em cerca de 3 minutos, tempo de socoro muito curto para acidentes corridos em obras, estardo comprometidos irremediavelmente 0 coragao ¢ 0 eérebro. A Tabela 2.38 apresenta os efeitos fisiolégicos da corrente elétrica altemada, de freqiiéncia 15 a 100 Hy, trajeto mao esquerda — pés, em pessoas de, no minimo 50 kg de peso. Tabela 2.38 — Efeitos da corrente elétrica sobre o corpo humano, Valor da Corrente de Efeitos sobre o Corpo Humano Choque (mA) 2t6 0,5 mA, Geralmente, nenhum efoto perceptivel; no maximo, um pequeno| ormigamento”, entre 0,5 ¢ 10 mA Efeitos ‘istologicos geralmente nao danosos; paralisia parcial e moderada dos misculos do brago ¢ inicio de tetanizacdo. entre 10 e 30 ma, Mesmos efeitos da faixa anterior, geralmente sem nenhum efeito | patofisiolégico perigaso, se houver intertupeéo da comente em ai 5 | segundos. entre 30 a 500 mA |Efeitos fisioldgices notaveis; tontura, sufocamento, possivel parada respiratéria; caso a corrente persista por um perfodo superior a 150 ms, | poders haver fibrilagso cardiaca, ‘acima de 500 mA, feitos fisiclégicos graves e irreversiveis: parada respiratéria e fibrilagao cardiaca; possblidade de reversio somente com utilizacéo imediata de c.cquipamento aspecialzado (destibrilador) Os choques elétricos podem ocorrer basicamente de duas maneiras: contato direto ¢ contato indireto, Contato direto é 0 contato de pessoas ou de animais domésticos com partes vivas da instalagao. Contato indireto ¢ 0 contato de pessoas ou de animais domésticos com massas que ficaram acidentalmente sob tensdo, Sei Fig. 2.35 Choque elétrico por contato direto ¢ indireto. O ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 102 As medidas de protegdo contra os choques elétricos podem ser classificadas em medidas ativas e medidas passivas, fas medidas ativas ocorrerd o seccionamento automitico da alimentagdo visando impedir que uma tensio de contato se mantenha por um tempo que possa resultar em risco de efeito fisiolégico perigoso para as pessoas ou animais domésticos. As medidas de protecio passivas visam a limitar o valor da corrente elétrica que possa atravessar 0 corpo humano, através de um eficiente aterramento das massas, bem como impedir, através da isolagdo das partes vivas, de colocagdo de barreiras, de obstéculos e de distanciamento, o contato com as partes energizadas. valor da corrente de choque depende da diferenga de potenci 1 a que fica submetido 0 corpo humano por ocasiio do choque elétrico, bem como da impedincia elétrica deste percurso, para a qual contribuem a resisténcia do corpo humano e a resisténcia de contato. A tensio de contato & a tensio que pode aparecer acidentalmente entre dois pontos simultaneamente acessiveis. Em um choque elétrico, a tensio de contato é a diferenga de potencial a que uma pessoa fica sujeita ao tocar, simultaneamente, em dois pontos que se encontram sob potenciais elétricos diferentes. Fase sob Us: Tenséo de Contato Ur: Tensio de Falta Ra: Resistencia de Aterramento R: Resistencia entre o elemento condu Fig. 2.36 Tensio de contato e tensto de falta rea terra A tensio de falta (Uf) é a diferenga de potencial que surge entre uma massa ¢ um eletrodo de aterramento, por ocasiao de uma falha de isolamento. A NBR 5410 considera como medida de seguranga nas prescriges contra choques elétricos, a tensdo de falta, pois ela é, em geral, superior A tenso de contato. Estudos demonstram que a resisténcia do corpo humano varia com a tensio de contato com outras condigdes, como por exemplo, a umidade da epiderme. Portanto, a relagao entre a corrente de choque e a tensiio de contato no é linear. A NBR 5410 estabelece quatro condigdes referentes a situagio da umidade da pele, conforme apresentado na Tabela 2.39, Por outro lado, a tenso de contato também depende da natureza do contato que pode se estabelecer entre 0 corpo humano ¢ o potencial da terra (resisténcia de contato R da Fig. 2.36), conforme observamos na Tabela 2.40, (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas ‘Tabela 2.39 — Resisténeia elétrica do corpo humano, Codigo | Classificago | Caracteristicas ‘Aplicagbes ¢ exemplos pel | Elevada (Condigbes secas (Greunstancias nas quais a pele esta seca (nashume umidede, inclusive uot. BB2 | Nonnal | Condigoes tmidas Passagem da corrente eltrica de uma mio & autre ou de ums mio a um pé, com a pele Gmida (suo) © 8 superlice de contato sendo signifativa (por zxemplo, um elemento esta seguro dentro da mac). BBS, Fraca Pssagom da corrnte elétrica ent as dias mios e fos dois pés, estando as pessoas com os pés| molhades 20 pont de se poder despremar a resisténcia da pele @ dos es. B¢ | Muitofrace | Condigdes imersas Pessoas imersas n'agua, por exemplo em banheiras e piscinas ‘Tabela 2.40 Contato das pessoas com o potencial da terra, Cédiigo | Classificagao | _Caracteristicas, Aplicagies e exemplos BC Nulos | Pessoas que se encontram em locas nde condutores Locals no condutores, so , euos pisos © patedes so isolates, e que n elemento condutor possuam nenhum Bc2 Fraces | Pessoas que nto correm rseos de entrar rs contato, | parodes eo islantes,e que possuem elementos sob conde habituas ‘com elementos condutores, | pequenas dimensdes, cle probebildade de ‘ou que nao esteam sobre superficie cordutoras Locals nao contutores, iso , culos pisos e condutores em pequena quantldode ou de contato possa ser desprezada Isto ocare, por cexemplo, com as salas e quarios de resk BC3 | Frequentes | Pessoas em contatos com clomentos condutores eu se | e/2u possuem grandes ou inimeros elementos postando sobre superfcies | condutores Locas cos lsos paredes nto S80 linitadas. condutoras. Bc4 | Contimos | Pessoas em contato Locals como caldeiras ou recipients metalicos, permanente com parades | cues dimensBas eeam tis que as pessoes que 0s retaicas ¢ cjas penetrem esiclam continuamente em contato com possiblidades de 2s paredes. A reducio de liverdode de interromper 0s contatos sio | movimentos das pessoas pode, por um ada, linpedi-las de romper voluntaramenteo cortato e, por eutro lad, aumnentar 09 rs008 de eontato Involuntéro Desta forma, de acordo com as varias situagSes possiveis, poderemos relacionar os valores das resisténcias de contato, tensdes de contato e as respectivas correntes de choque admissiveis, conforme mostrado na Tabela 2.41. Tabela 2.41 ~ Resisténcia do corpo humano para diferentes condigécs BB (NBR 5410) ¢ correntes de choque ‘para diferentes valores de tensio de contato, Tenses de Contato] BBI BB BBS BBA (Wolts) Ro) | may | Ri) | may | R@) | may | Ra) | ma 10 soo | 16 | 3200 | a0 | i200 | ao | 500 | 200 25 so00 | 5.0 | 2500 | 10.0 | i000 | 25.0 | a0 | 50.0 50 4000 | 125 | 2000 | 25.0 | 875 | 57.0 | 300 | 165.0 100 2200 | 45.0 | i500 | 70.0 | 730 | 140.0 | 260 | 3700 250 1000 | 2300 | 1000 | 2300 | 650 | 5000] 200 [1000.0 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 104 Protegao contra Contatos Diretos Segundo a NBR 5410 = Protegio por isolagdo: materiais isolantes aplicados as partes vivas; — Protegdo por meio de barreiras (anteparo que impede acesso as partes vivas) ou invélucros (elemento que impede acesso as partes vivas, a partir de todas as diregses); — Protegio por meio de obstculos: objetos desmontaveis com o objetivo de impedir 0 avesso as partes vivas. — Protegio por colocagao fora de alcance: delimitagio de zonas de alcance; — Protego adicional por dispositivo de protegdo a corrente diferencial residual Disjuntores e Interruptores Diferenciais Residuais: exercem miltiplas fungdes, pois, além de realizarem proteg&o dos condutores contra sobrecorrentes, garantem a protegao das pessoas contra choques elétricos e a protegio dos locais contra incéndio, nas condigdes descritas na NBR $410. Além disso, esses disjuntores so ideais para controlar o isolamento da instalagao, impedindo o desperdicio de energia por fuga excessiva de corrente e qualidade da instalagao. Os estudos iniciais sobre protegtio por intermupgao de corrente de fuga comecaram na década de 1920. Apés muitos testes, foi admitida em 1958, como medida de protegao contra tensdes de contato muito altas. J4 nesse periodo se reconheceu o alto valor de protegdo da interrupgio da corrente de fuga, que aumentou consideravelmente com a introdugao de interruptores de protegdo e ou disjuntores diferenciais com uma corrente nominal de fuga de 30 mA a 500 mA. Com isso, ndo se consegue somente alta protegdo em contato indireto, mas também alta protegdo de vidas humanas em contato direto com partes que conduzem corrente eléttica, Em caso de defeito na isolagdo, as correntes de fuga passam & fonte de tensdo, Os disjuntores ou interruptores diferenciais percebem ou captam a corrente de fuga ¢ se desligam, quando ultrapassam a corrente nominal de fuga. Porm, em caso de defeito nas isolagdes, nao somente pode aparecer uma tensio de contato excessivamente elevada, como pode ser provocada por um incéndio através de um arco voltaico, originado pela corrente do circuito & terra, A interrupgao da corrente de fuga baseia-se em principio de ‘vigiar’ os circuitos contra essas correntes indesejaveis ¢ altamente prejudiciais as instalagdes elétricas, ao patriménio e principalmente aos usuarios. Se uma pessoa tocar as partes ativas de uma instalago, duas resisténeias so fundamentais para a determinago da corrente de falta a terra: 1. Resisténcia intema das pessoas; 2. Resisténcia da ligagZo & terra. Em caso de acidente, a situagdo mais desfavoravel consiste em considerar nula a resisténcia de ligagdo & terra. A resisténcia do corpo humano & passagem da corrente elétrica depende do caminho percorrido pela corrente. Dois valores podem ser considerados: a resisténcia entre as maos ou entre a mio e o pé. O valor médio é de 1000 ohms. Para uma tenso de falha de 220 V, a corrente que circula através do corpo humano é de 220 mA (110 mA em 110 V). A NBR 5410 estabelece as prescriges minimas quanto a aplicagdo dos dispositivos DR’s. Trata-se de um dispositivo de protego reconhecidamente mais eficaz na protegio contra (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 105 choques elétricos, que além de tomar mais seguras e confiveis as instalagdes elétricas de baixa tensio, constitui-se também uma garantia da qualidade da instalagdo, devido ao fato de que os dispositivos DR’s nao admitem correntes de fuga ou de falta excessivas, contribuindo desta forma, para a reduedo das perdas por efeito joule, o que contribui para a conservagdo de energia Prescrigdes da NBR 5410 quanto a utilizagao de dispositivos DR’s: 1 10. Os disjuntores termomagnéticos diferenciais — residuais (médulos acoplados em um linico dispositive) serdo dimensionados atendendo simultaneamente as prescrigdes de proteco contra sobrecorrentes, conforme roteiros ja descritos, e as prescrigdes de protegdo contra choques elétricos; Quando 0 dispositive DR nio for associado a um dispositive de proteso contra sobrecorrentes (interruptores diferenciais residuais), a protegdo contra sobrecorrentes deve ser assegurada por dispositivo especifico conforme as prescrigdes da NBR 5410 ¢ © dispositive DR deverd suportar as solicitagdes térmicas e mecdnicas provocadas por correntes de falta a jusante de scu local de instalagao; Podem ser instalados dispositivos DR na protegdo geral da instalagdo e/ou nas protegdes individuais de circuitos terminai Dependendo dos niveis de corrente de fuga do sistema, instalag4o, devem-se tomar cuidados especiais na sensibilidade dos dispositives DR, pois principalmente se instalados na protego geral poderdo causar seccionamentos intempestivos da rede de alimentagdo de toda a instalagao; Quando tivermos dispositivos DR na protegdo geral ¢ nos cireuitos terminais, devera ser feita uma coordenagdo buscando a seletividade da atuagdo. O dispositive de maior sensibilidade de atuagao (menor Jy) deverd ser instalado no circuito terminal ¢ o de maior sensibilidade no circuito de distribuigdo, obedecidos os limites fixados em norma; Recomenda-se 0 uso de dispositivos DR de alta sensibilidade, como medida adicional, na protegdo contra contatos diretos; Utilizagdo de dispositivos DR’s de alta sensibilidade (J,y cireuitos terminais que sirvam a 30mA) na protegdo de - Tomadas de corente em cozinhas, lavanderias, locais com pisos e/ou revestimentos nao isolantes (BC3) ¢ dreas extemas; - Tomadas de corrente que, embora instaladas em dreas intemas, possam alimentar equipamentos de uso em dreas externas; ~ Aparethos de iluminagao instalados em areas externas, Uso de DR’s com corrente diferencial residual nominal de atuaco de, no maximo, Ixy = 500m , para a proteso contra incéndios; Utilizagdo de DR’s de alta sensibilidade na protegdo de aquecedores elétricos de locais, contendo banheira ou chuveiro; Utilizagdio de DR’s de alta sensibilidade (/,y $30m4) na protegao de circuitos em eletrodutos metilicos embutidos em dreas de piscinas, (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 106 Funcionamento do Dispositive Diferencial Residual: A corrente diferencial residual representa a soma fasorial das correntes que percorrem os condutores vivos de um circuito em um determinado ponto, e, teoricamente, o valor 1,, sera nulo, a menos que existam correntes de fuga ou de falta para a terra no circuito. Na pritica, todos os circuitos apresentam uma corrente de fuga, limitada a valores minimos, devido a inexisténcia real de isolagdo perfeita, O que o dispositive DR faz é supervisionar a existé de corrente diferencial residual J,, no circuito ao qual esté conectado. O dispositive DR atuard, provocando um seccionamento da alimentagdo do circuito, sempre que o valor de 1, ultrapassar um valor pre atuagiio do dispositivo. abelecido, J,,,, que é a corrente diferencial residual nominal de Na Fig, 2.37 observamos que as bobinas principais P esto enroladas sobre 0 nticleo magnético. e quando so atravessadas pelas correntes I em condigdes normais de funcionamento, criam dois fluxos magnéticos iguais e opostos, que se anulam, Existindo uma corrente diferencial ~ residual, o fluxo resultante sera diferente de zero, gerando uma forga eletromotriz na bobina secundaria B que, estando ligada ao relé polarizado, provocaré a circulagdo de uma corrente pelo relé, Se a corrente no relé for igual ou superior ao valor da corrente diferencial-residual nominal de atuagdo do dispositivo (0,5 In), entdo poderd ser desmagnetizado o relé polarizado, provocando a abertura dos contatos principais do dispositive DR, Para testar as condigdes de funcionamento do dispositivo utiliza-se 0 botdo de prova T que, quando acionado, cria um desequilibrio de corrente, provocando a abertura dos contatos principais. Considera-se que os dispositivos DR podem operar para qualquer valor de corrente diferencial residual superior a 50% de sua corrente diferencial residual nominal de atuagio. ‘Rusincla de fala para Fig. 2.37 - Funcionamento elétrico de um dispositive DR. Comercialmente, os dispositivos de protesio 4 corrente diferencial residual so fornecidos como médulos acoplados elétrica e mecanicamente a disjuntores termomagnéticos, constituindo, portanto um iinico dispositive. Desta forma, garante-se em um mesmo dispositive, a protege dos condutores contra sobrecarga e curtos-circuitos (médulo termomagnético) e a prote¢do das pessoas contra choques elétricos (médulo diferencial- residual). No mercado nacional, encontramos diversos fabricantes de dispositivos DR’s, fornecidos nos tipos bipolares, tripolares tetrapolares. A Fig. 2.38 apresenta as caracteristicas construtivas dos disjuntores termomagnéticos diferenciais — residuais tetrapolares e bipolares, linha Salvavita da Bticino. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 107 Protecao para Oo a { ane exenkir oom g : ‘especiais 1 ' wwe Go] Gs) Mees i 7 YY ] @y Q Woh 1 Dados Técnicos | | | : r 3/300mA, S00mA Hermes aR 5361 NeRsi7eC 171 CTS Nine de pie 2 3 ‘ Teste Noni (7 uo Be 20 220 30 550 30 0 Freienca a s0/60 sors 50/60 Coren Nominal yA 15.2025 6 Py aaa tio tb 2 sagt tea ‘no Fou og more, morely Fina doanagio negra] Sa 0 Deh Tet Covent Nonna 307600 soo 00 Stool a Tepe desu ae £01086 0048 £0,085 Capeiote— 110V- 2 Sermcraptzo 220 V- 2 2 Pa (kA) 380.V~ 15 15 00 & ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 108 2.9.9. Diagramas, Quadros ¢ Detalhes da Instalagdo Elétrica Os desenhos dos diagramas unifilares ou multifilares dos quadros de distribuigdo (quadros gerais © quadros terminais), os detalhes dos centros de medidores, 0 desenho esquemitico da distribuigdo vertical da instalagao (prumada elétrica) e outros detalhes da interligagio da instalago do consumidor com a rede piiblica da concessiondria (entrada de servigo) sio fundamentais para a perfeita compreensdo do projeto de uma instalagdo elétrica de um edificio de uso coletivo. A necessidade destes e de outros detalhes, bem como o formato dos mesmos, dependers, obviamente, da especificidade de cada projeto. 2.9.9.1. Diagramas Unifilares Os Diagramas Unifilares so desenhos esquemiticos dos quadros de distribuigdo. Estes desenhos so executados a partir de informagdes contidas nos quadros de distribuigao de cargas e, de certa forma, constituem a representagio destes quadros em forma de desenho. Os diagramas so ditos unifilares quando temos apenas uma linha para representag&o da saida dos condutores de cada circuito, estando representada sobre esta a fiagdo correspondente. Ji no caso dos diagramas multifilares, cada condutor de cada circuito representado por uma linha exclusiva, sendo uma representagdo integral das conexdes elétricas existentes no interior de cada quadro da instalagao. Exemplos de diagramas unifilares que devem ser representados: — Diagrama unifilar do quadro de distribuigdo de cada apartamento tipo; — Diagrama unifilar dos quadros do condominio; — Diagrama unifilar de cada unidade consumidora tipo (Loja, galpao, ete.); — Diagrama unifilar geral da instalagdo elétrica de um edificio. ‘A necessidade destes e de outros detalhes, bem como o formato dos mesmos, dependerd, obviamente, da especificidade de cada projeto. 2.9.9.2. Quadro de Distribuigdo de Carga Pode-se utilizar o modelo abaixo acrescido de linhas e colunas para ilustrar a distribui dos circuitos entre fases (ndo deve haver desequilibrio superior a 15% entre fases), 2.9.10. Confecedo da Lista de Material Para a execugio do projeto elétrico residencial precisa-se previamente realizar 0 levantamento do material, que nada mais € que: medir, contar, somar e relacionar todo 0 material a ser empregado e que aparece representado na planta residencial Para se determinar a medida dos eletrodutos e fios deve-se medir diretamente na planta, os eletrodutos representados no plano horizontal e somar, quando for o caso, os eletrodutos que descem ou sobem até as caixa 2.9.10.1. Determinagdo da Quantidade de Eletrodutos e fios As medidas do eletroduto no plano horizontal so feitas com auxilio de uma régua ou ferramenta de medig’o de comprimento (no CAD) diretamente na prépria planta residencial Uma vez efetuadas, estas medidas devem ser convertidas para o valor real, através da escala em que a planta foi desenhada, A escala indica qual & a proporgdo entre a medida representada ea real. Por exemplo, na escala 1:100 significa que a cada 1 cm no desenho corresponde a 100 em nas dimensdes reais. (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 109 ‘As medidas dos eletrodutos que descem até as caixas so determinadas descontando da medida do pé direito mais a espessura da laje da residéncia a altura em que a caixa esta instalada. espessura da laje = 015m 7 pO diroito ~ 280m pe Fig. 2.39 - Medidas dos eletrodutos que descem até as caixas. Exomplificando pe direito = 2.80m Eeeyerts 20m | esp. da laje = 0,15 ida alt 2.20) 0.1m interruptor & « 1,30m | caixa para saida alta fomaca media subtir 2 20m = tomada baixa | 0,30m 2,95m rod 20m fstribuigao | }20m 075m (medida do eletroduto) Fig. 2.40 - Exemplo da medigio de elerodutos que descem até as caixas. As medidas dos eletrodutos que sobem até as caixas so determinadas somando a medida da altura da caixa mais a espessura do contrapiso. espossura do contrapiso = 0, 10m Fig. 2.41 - Medidas dos eletrodutos que sobem até as caixas, ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 110 Exemplificando ‘Breas ined | 3° | contapiso = O.10m Fig. 2.42 — Exemplo da medigo de eletrodutos que sobem até as caixas, Nota: As medidas apresentadas so sugestdes do que normalmente se utiliza na priti NBR 5410 nao faz recomendagoes a respeito disso. A Como a medidas dos eletrodutos & a mesma dos fios que por eles passam, efetuando-se 0 levantamento dos eletrodutos, simultaneamente estard se efetuando o da fiagd Exemplificando o levantamento dos eletradutos e fiagao: escala utilizada = 1:100 pé direito = 2.80m espessura da laje = 0,15m 2,80 + 0,15 = 2,95 Mede-se o trecho do eletroduto no plano horizontal. Chega-se a um valor de 3,8cm: converte-se o valor encontrado CeCe! eletroduto de 20mm = 3,80m para a medida real (2 barras) fio fase de 2,5mm? = 3,80m wr fio neutro de 2,5mm? = 3,80m 3,Bom fio de protecao de 2,5mm? = 3,80m x 100 fio fase de 1.5mm? = 3,80m 380,0cm fio neutro de 1,5mm? = 3,80m ou 3,80m Fig. 2.43 — Exemplo do levantamento de eletrodutos ¢ da flag ENEO6S - Instalagies Blétricas T- Prof. Flt iio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas ut Medida do eletroduto no » 2,2cm x 100 = 220cm ou 2,20m plano horizontal dosco ato a caixa 2,95m - 0,30m = da tomada baixa Medida do eletroduto que » (pe direito + esp. da laje) - (altura da caixa) 65m 0s valores encontrados 2,20m + 2,65m = 485m DER a oe CRC Ceca eletroduto de 20mm = 3,80m (2 barras) eletroduto de 16mm = 4,85m (2 barras) fio fase de 2,5mm* 80m + 4,85m = 8,65m fio neutro de 2,5mm? = 3,80m + 4,85m - 8,65m fio de protecao de 2,5mm? = 3,80m + 4,85m = 8,65m fio fase de 1,5mm* = 3,80m fio neutro de 1,5mm* = 3,80m edo de eletrodutos que sobem até as caixas, Somam-se » (plano horizontal) + (desci¢a ate a caixa) Fig, 2.44 — Exemplo da mei 2.9.10.2. Determinagao da Quantidade de Caixas, Curvas, Luvas, Arruelas, Buchas, Tomadas, Interruptores, Conjuntos: Conta-se e relaciona-se o nimero de: Caixas DE Derivacao ae Q— wad > me Fig, 2.45 — Caixas de derivacao. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas 2. Curvas, Luva, BUCHA £ ARRUELA “zy “sl Fig. 2.46 —Cuvas, luva, bucha e area. Tomapas, INTERRUPTORES E CONJUNTOs ee Fig. 2.47 —Tomadas, interruptores e conjuntos, Observando-se a planta do exemplo. sei 5 mt conta-se “ENEDOS Instalagses Bleiricas I~ Prof Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas fae derivacao not an tuva 0 20° ‘calxa do dorivacao ‘oetogonal 4” x" ‘30° ote free onrca Condutores Protecao 16mm" Tm Fase 16mm! 13m Neutra 16mm Tm Fase 1.5mm? sem Neutro 1,Smav? am Rotomo 1.5m com Fase 25mm? 159 Neutro 2,Smaé 151m Roroma 2.5ran am Protecao 2,Semm? 101m Faso Amma 15m Protecao 4mm? 8m Fase Emr? 2m Proteca0 Sram vm letrodutor 15mm 20mm 25mm Outros componontor da dist Canna 42" Calxa octogenel 4” x 4" Calta a7 Campainna Toads 2P + T Invorruptor simplos 4 Interruptor paralalo 2 Conjunte intorruptorsimplos ¢ tomads 2° + T 2 1 1 2 CConyunto interruptor paraelo e tomacia 2° + T Conjunto interrupter paralelo e interruptorsiraples Placa para esida do fio Disjuntor termomagnetico moncpotas 10 10 Disjuntor termemagnetico bipolar 264 1 Digna tormemagnetica bipolar 20 1 Disjuntor termemagnetico bipolar 70A 1 Intorruptor dfsrencist residual bipolar 30mA/25A | 10 Invorruptor atsronelat reset! bipolar 30malaoa |} Quadro de dstribuicao 1 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagées Elérricas eo | a 5 on. a a 4 oas Os condutores ¢ sletrodutos. sem indicagdo serdo=|,Smnte O16 ios 14 4“ ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas us Entrega do Projeto Final Data de Entrega: INADIAVELMENTE ATE © DIA 16 DE DEZEMBRO. 2.9.10.3.Itens que devem constar na folha de projeto em AutoCAD: ae rene i Formato com margens (sugesto: esquerda: 2,5 em; direita, superior, inferior: 1,0 em) € legenda (colocar nome do proprietario, identificago da obra, escalas utilizadas, data, responsdvel pelo projeto); Planta residencial (escala sugerida 1:50) com a distribuigdo interna completamente legivel e organizada com toda a representagao elétrica: pontos de luz, tomada, quadros, eletrodutos, condutores, ete.; Legenda da simbologia utilizada na representagao elétrica; Céleulo da carga instalada e/ou demanda (quando necessério) para o dimensionamento da entrada de servigo; Quadro de cargas (sugestio modelo); Quadro de balanceamento de cargas (sugestdo modelo); Diagrama unifilar da residéncia com a representagao dos circuitos ¢ geral; Planta de situagdo (sugestdo: escala 1:200) que permita uma perfeita identificagao da residéncia diante da rede da concessionaria; Detalhes (dependendo do caso: entrada subterrdnea, prumadas, etc.); 2.9.10.4. tens que devem ser entregues junto com o projeto: a, s es 1 cépia da(s) folha(s) de projeto (2.9.10.3) impressa e dobrada de forma adequada para arquivamento em formato Ad; Memorial descritivo elaborado conforme item 2.5.8; Memorial de calculo elaborado conforme item 2.5.9; Lista de materiais elaborada conforme item 2.9.10; Para facilitar as corregdes pede-se enviar uma cépia do projeto em formato CAD devidamente identificado para 0 e-mail {v@ieee.org ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 116 2.10. Projeto de Instalagdes Elétricas de Uso Coletivo 2.10.1. Introdugo Edificagdes de Us piblicos, constituida por duas ou mais unidades consumidoras, cujas ar consumo de energia, sejam juridicamente de responsabilidade do condominio. © Coletivo € toda e qualquer construgdo, reconhecida pelos poderes s comuns, com Edificagdes Agrupadas ou Agrupamentos ¢ todo conjunto de edificagdes, reconhecidas pelos poderes puiblicos, constituido por duas ou mais unidades consumidoras, construidas no mesmo terreno ou em terrenos distintos sem separago fisica entre eles e juridicamente demarcado pela prefeitura e com drea de circulagZo comum as unidades, sem caracterizar condominio, © projetista deverd atentar para as normas técnicas da concessionéria local em que sera executado 0 projeto. No caso do estado de Minas Gerais, temos: — ND-5,2: Fornecimento em Tenso Secundaria a Edificagdes Coletivas em Redes de Distribuigio Aérea e ND-5.5: Fornecimento em Tensio Secundaria a Edificagdes Coletivas em Redes de Distribuigio Subterrineas (Companhia Energética de Mina Gerais -CEMIG); — NTD-003: Fornecimento de Energia Elétrica em Tensio Secundéria (Companhia Forga ¢ Luz Cataguazes-Leopoldina - CFLCL); As edificagdes de uso coletivo, bem como os agrupamentos, devem ser atendidos atrav: de uma tinica entrada de servigo, visando a ligagao de todas as suas unidades consumidoras, independentemente da carga instalada destas unidades e da demanda total da edificagdio. Cada unidade consumidora da edificagdo deve ser caracterizada de forma individual e independente como, por exemplo, as lojas, escritérios, apartamentos e a area do condominio (inclusive servigo e sistema de prevensio e combate a incéndio). © dimensionamento, a especificagio ¢ construgdo do ramal intemo ¢ das instalagdes elétricas intemas da unidade consumidora devem atender as preserigdes da NBR-5410 em sua Ultima revisdo/edigao. 2.10.2. Classificagdo das Edificagdes Segundo a CEMIG Os critérios de atendimento as edificagées de uso coletivo e agrupamentos so definidos em fungo da demanda total utilizada para o dimensionamento dos componentes da entrada de servigo coletiva. 2.10.2.1.Bdificagdes de Uso Coletivo com Demanda igual ou inferior a 95 kVA ‘As edificagées de uso coletivo que se enquadrarem nesta faixa, devem ser atendidos através de ramal de ligagao aéreo, trifisico, de baixa tensio, conforme ilustrado pela Figura 7- 1 N.D. 5.2, com ponto de entrega situado no poste particular ou na armagao secundaria fixada na parede da edificacao. Se por razdes técnicas, relativas 4 rede de distribuigdo, houver impossibilidade de atendimento através de ramal aéreo, a CEMIG deve instalar o ramal de ligagdo subterraneo, sem 6nus para o consumidor com o ponto de entrega situado na caixa de inspegdo instalada no limite da via publica com a edificagao, Entretanto, caso atendimento através de ramal subterraneo seja exigido pelas unidades consumidoras da edificagdo por raz6es estéticas ou por razées de outra natureza, todo o énus decorrente da instalago deste ramal (instalagdo inicial, manutengo e eventuais modificagdes futuras, inclusive os custos decorrentes de alteragdes na rede de distribuigdo, bem como a obtengdo da autorizagdo do Poder Publico para execugdo de obras no passeio e via publica) (E065 - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 17 correrd por conta dos consumidores, sendo o ponto de entrega localizado na conexao do ramal com a rede secundaria, 2.10.2.2. Edificagdes de Uso Coletivo com Demanda entre 95 e 327 KVA As edificagdes de uso coletive que se enquadrarem nesta faixa devem ser atendidas por ramal de ligagdo subterraneo, trifisico, de baixa tensGo, conforme ilustrado pela Figura 7-2 N.D. 5.2, com o ponto de entrega situado na caixa de inspegao instalada no limite da via piblica com a edifies 2.10.2.3. Edificagées de Uso Coletivo com Demanda entre 327 ¢ 1500 kVA As edificagdes de uso coletivo que se enquadram nesta faixa devem ser atendidas através de ramal de ligagdo subterrineo, trifisico, em alta tensio, para alimentagdo(s) do(s) transformador(es) da CEMIG instalados em cémara construida pelos consumidores, dentro dos limites de propriedade, conforme ilustrado pela Figura 7-3 N.D. 5.2. Neste caso, 0 ponto de entrega situar-se-4 nos bomes secundérios do transformador. 2.10.2.4. Edificagdes de Uso Coletivo com Demanda Superior a 1500 kVA Para estas edificagdes, serd necessério projeto especial da CEMIG para definigdo do tipo de atendimento aplicavel. 2.10.2.5. Edificagdes Agrupadas (Agrupamentos) Aplicam-se a estas edificagdes, os mesmos critérios estabelecidos anteriormente para as edificagdes de uso coletivo, servidas, entretanto, por ramais de ligago aéreo com duas ou trés fases, dependendo do valor total da carga instalada, 2.10.3. Dimensionamento da Entrada de Servigo Coletiva Nas edificagdes de uso coletivo, o dimensionamento do ramal de ligagao, ramal de entrada € protecdo geral, deve corresponder a uma das faixas de demanda indicadas nas Tabelas 1 e 2 N.D. 5.2. Com relagdo ao dimensionamento dos alimentadores principais e respectivas prote devem ser utilizadas as mesmas faixas de demanda indicadas nas Tabelas | ¢ 2 N. D. 5.2 onde: a) As segdes minimas dos condutores devem ser verificadas pelo critério de queda de tenso, obedecidos os seguintes valores méximos a partir do ponto de entrega e até os pontos de utilizagdo da energia: - edificagdes com demanda até 327kVA: Iluminagdo: 4% e Forga: 4%, - edificagdes com demanda superior a 327kVA: Huminagdo: 6% e Forga: 8%, OBS.: Nestes limites, devem ser também consideradas as quedas nos ramais internos das unidades consumidoras. Nas edificagdes agrupadas com até 3 unidades consumidoras a entrada de servigo deve ser dimensionada pela Tabela 3 da N. D. 5.2. Os casos nio previstos nesta tabela (mais de uma unidade consumidora trifasica ou unidade consumidora trifisica com carga instalada superior a 23kW ou ainda mais de trés unidades consumidoras), a entrada de servigo deve ser dimensionada pela demanda total do agrupamento, sendo necessiria a instalagdo de protegao geral, utilizando-se as Tabelas aplicdveis a edificagdes de uso coletivo, e apresentagdo do projeto elétrico para Aprovagio. 2.10.4. Tipos de Fornecimento as Unidades Consumidoras Os tipos de fornecimento a cada unidade consumidora, existente nas edificagdes agrupadas ou de uso coletivo, so definidos em fungao de sua carga instalada (para ligagdes a 2 ¢ 3 fios ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas ug com carga instalada até 15 KW) ou em fungdo de sua demanda provavel (para ligagdes a 4 fios com carga instalada superior a 15 kW). 2.10.4.1.Classificagdo das Unidades Consumidoras Tipo A: Fornecimento de Energia a 2 Fios (1 Fase-Neutro) — Tabela 4 da N. D. 5.2. Abrange as unidades consumidoras, com carga instalada até 10kW e da qual nio constem: 8) motores monofisicos com poténcia nominal superior a ev; b) maquina de solda a transformador com poténcia nominal superior a 2kVA. Tipo B: Abrange as unidades consumidoras que nao se enquadram no fornecimento tipo A, com carga instalada entre 10kW e 1SkW e da qual nao constem: Fornecimento de Energia a 3 fios (2 Fases-Neutro) — Tabela 4 da N. D. 5.2. a) os aparelhos vetados aos fornecimento tipo A, se alimentados em 127V; b) motores monofasicos, com poténcia nominal superior a 5 cv, alimentados em 220 V, ©) maquina de solda a transformador, com poténcia nominal superior a 9KVA, alimentada em 220V. ‘Tipo D: Fornecimento de Energia a 4 fios (3 Fases-Neutro) — Tabela 4 da N. D. 5.2. Abrange as unidades consumidoras que no se enquadram nos fornecimentos tipo A e B, com carga instalada até 75kW e da qual no constem: a) os aparelhos vetados aos fornecimentos tipo A, se alimentados em 127 V; b) motores monofasicos com poténcia nominal superior a Sev, alimentados em 220 ©) motores de indusdo trif’sicos com poténcia nominal superior a 15 ev OBS: Na ligagdo de motores de indugdo ttifisicos com poténcia nominal superior a 5 ev, devem ser utilizados dispositivos auxiliares de partida, conforme indicado na Tabela 13 da N. D. 5.2. As caracteristicas desses dispositivos esto descritas na Tabela 14, N. D. 5.2. 4) maquina de solda tipo motor-gerador, com poténcia nominal superior a 30 KVA. ¢) maquina de solda a transformador, com poténcia nominal superior a 15 kVA, alimentada em 220V -2 fases ou 220V-3 fases. ) maquina de solda a transformador, com poténcia nominal superior 2 30kVA © com retificagdo em ponte trifasica, alimentada em 220V - 3 fases. NOTA: A ligagdo de cargas, com caracterfsticas elétricas além dos limites estabelecidos para esse tipo de fornecimento, somente poderd ser efetuada apés liberacdo prévia da CEMIG, que analisaré suas possiveis perturbagdes na rede de distribuigao e unidades consumidoras vizinhas. TIPO G: Fornecimento de Energia a 4 fios (3 Fases-Neutro) Abrange as unidades consumidoras com carga instalada superior a 75 kW. Os tipos de aparelhos vetados a este fornecimento correspondem aos mesmos relacionados para o fornecimento tipo D. TIPO H: Fornecimento de Energia a 3 fios (2 Fases-Neutro) — Tabela 5 Abrange as unidades consumidoras situadas em areas urbanas, atendidas por redes secundarias trifasicas (127/220 V) ou monofasicas (127/254 V) que nao se enquadram no ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 19 fornecimento tipo B, mas que terdo 0 seu fornecimento de energia elétrica a 3 fios, a pedido do Consumidor com carga instalada até 10 kW e da qual no constem: a) carga monofasica superior a 2,S4kW para o fornecimento tipo Hl; ) carga monofisica superior a 5,08kW para o fornecimento tipo H2; ©) 08 aparelhos vetados ao fornecimento tipo B. Obs.: Para a ligagdo destas unidades deverd ser cobrada a taxa correspondente a diferenga de prego de ramal e do medidor monofiisico para o polifisico, conforme estabelecido na Portaria 466/97 do DNAEE, artigo 29, parigrafo 1°. No entanto, quando a unidade consumidora tipo H nao alterar o dimensionamento do ramal de ligaco a ser utilizado para 0 atendimento a edificagdo, deverd ser cobrada apenas a taxa correspondente & diferenga de prego do medidor monofisico para o polifisico, 2 elementos. TIPO I: Fornecimento de Energia a 4 fios (3 Fases-Neutro) — Tabela 5 da N. D. 5.2. Abrange as unidades consumidoras situadas em reas urbanas, a serem ligadas a partir de redes secundérias trifisicas (127/220V ) que nao se enquadram no fornecimento tipo D, mas que terdo o seu fornecimento de energia elétrica a 4 fios, a pedido do Consumidor com carga instalada até 15kW e da qual no constem: a) carga monofésica superior a 1,90 kW para o fornecimento tipo I ) carga monofésica superior a 3,81 KW para o fornecimento tipo 12; ) carga monofisica superior a 5,081 kW para o fornecimento tipo 13; d) 08 aparelhos vetados ao fornecimento tipo D. Obs.: Para a ligagdo destas unidades devera ser cobrada a taxa correspondente a diferenga de prego de ramal e do medidor monofisico para o polifasico, conforme estabelecido na Portaria 466/97 do DNAEE, artigo 29, pardgrafo 1°. No entanto, quando a unidade consumidora tipo I nao alterar o dimensionamento do ramal de ligagdo a ser utilizado para 0 atendimento 4 edificagdo, devera ser cobrada apenas a taxa correspondente a diferenga de prego do medidor monofiisico para 0 polifisico, 3 elementos (tipos I1 ¢ 12) e do medidor polifisico, 2 elementos pata o medidor polifisico, 3 elementos (tipo 13). 2.10.5. Dimensionamento da Alimentagdo das Unidades Consumidoras A protegao individual, a segao dos condutores do ramal de derivagdo ¢ a medigdo de cada unidade consumidora devem ser dimensionadas de acordo com as Tabelas 4 e 5 da N. D. 5.2 No caso dos fornecimentos tipo G, a demanda da unidade consumidora deve ser definida no projeto elétrico pelo seu responsivel técnico, utilizando-se um dos itens das Tabelas 1 e 2 daN. D. 5.2. 2.10.6. Requisitos Minimos para Aprovagdo de Projeto Elétrico Para serem aprovados pela CEMIG, os projetos elétricos das entradas de servigo das edificagdes de uso coletivo e dos agrupamentos com proteso geral devem ser apresentados em formatos ABNT, em trés e6pias (heliograficas, xerox ou cépias emitidas por impressoras) com assinaturas de préprio punho do projetista ¢ do proprietério do imével contendo no minimo as seguintes informages, relativas ao imével ¢ as es elétricas: 2.10.6.1.Dados do Imével no Projeto Elétrico a) nome do proprietario; b) finalidade (residencial/comereial); ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 120 ©) localizagao (enderego, planta de situago da edificagZo ¢ do lote, em relagdo a0 quarteirfio, as ruas adjacentes e ao(s) poste(s) mais préximo(s) e vista frontal da edificagao mostrando o ponto de encabegamento do ramal de ligagdo aéreo, em escala); 4) mimero de unidades consumidoras da edificagao (por tipo e total), ¢) rca util dos apartamentos residenciais. 2.10.6.2.Caracteristicas Técnicas Constantes do Projeto Elétrico a) resumo da carga instalada, indicando a quantidade e poténcia dos aquecedores, ar- condicionado, chuveiros, motores, iluminagdo (especificando tipo e fator de poténcia dos reatores) ¢ tomadas por unidade consumidora comercial ¢ respectiva demanda em kVA; ) demanda dos apartamentos, expressa em kVA (em fungao da utilizado o critério apresentado na N. D. 5.2); Util caso sej ©) relagdo de carga instalada do condominio (elevadores, bombas d”égua, iluminagio — especificando tipo de fator de poténcia dos reatores, tomadas, etc.) bem como a sua demanda em kVA; 4) diagrama unifilar da instalago, desde o ponto de entrega até a saida das medigées, com as respectivas segGes dos condutores, eletrodutos © protegio do ramal de entrada, alimentadores e ramais de derivacdo, considerando 0 equilibrio de fases dos circuitos; £) desenho(s) do(s) centro(s) de me Jo e planta de localizago do quadro de medigao; 4) diagrama unifilar do sistema de emergéncia, quando for o caso; 2) desenho do(s) QDG(s) ¢ caixas de protegao; h) memérias dos céleulos efetuados. 2.10.6.3. Responsabilidade Técnica do Projeto e Execugo das Instalagdes Elétricas a) nome, mimero de registro do CREA-MG (ou de outro CREA com visto no CREA-MG) e assinatura do(s) engenheiro (s) responsavel(eis) pelo projeto e execugdo das instalagdes elétricas; b) recolhimento da(s) Anotago(¢des) de Responsabilidade Técnica (ART) ao CREA-MG, que cubra(m) a Responsabilidade Técnica sobre 0 projeto e a execugdo das instalagdes elétricas. Uma cépia da ART de projeto e execugio deverd ser anexada ao projeto elétrico. As ART de projeto e execugdo deverdo ser apresentadas juntamente com o projeto elétrico. 2.10.6.4.Outras Informagdes para Aprovagio do Projeto Elétrico a) juntamente com 0 projeto eléttico, deve ser fornecido cépia do projeto civil arquiteténico que indicam os afastamentos da edificagdo em relago ao alinhamento com 0 passeio (construgdes com ou sem recuo); b) nfo & necesséria a apresentago do projeto elétrico das instalagdes intemas das unidades consumidoras (a partir das mediges); ©) © responsdvel técnico receberd da CEMIG uma via do projeto elétrico, liberado para execugao, d) no caso de nao execusao do projeto ja analisado pela CE ‘mesmo deve ser novamente submetido & apreciagdo pela CEMIG; IG, no prazo de 12 meses, 0 e) no caso de necessidade de alteragdes do projeto elétrico jé analisado pela CEMIG é obrigatério encaminhar 0 novo projeto para andlise pela CEMIG. ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 121 2.10.7. 2.10.7.1, Considerag © dimensionamento dos componentes de entrada de servigo (ramais de ligagio e de entrada, alimentadores) das edificagdes de uso coletivo e dos agrupamentos (nio previstos na Tabela 3, N. D. 5.2), deve ser feito pela demanda da edificayao. culo de Demanda s Gerais Com relago a area de atuagdo da CEMIG, na determinagio desta demanda, o engenheiro responsavel pelo projeto elétrico, pode adotar o critério que julgar conveniente, desde que 0 mesmo nfo apresente valores de demanda inferiores aos calculados pelo critério estabelecido na norma N. D. 5.2. 2.10.7.2.Critério de Calculo da Protegdo Geral da Edificagdo (Método Desenvolvido de Acordo com o RTD - 27 do COD], D=D1+D2(kVA) Sendo : DI = (1,4 fa) .......... demanda dos apartamentos residenciais. D2 = vrssssennsnannenatinnsnene demanda do condominio, lojas ¢ outros. Onde: a =demanda por apartamento em fungao de sua Area titil (Tabela 7 da N. D. 5.2) f= fator de multiplicagao de demanda ( Tabela 6 da N. D. 5.2); NOTAS: 1 —As previsGes de aumento de carga devem ser consideradas no célculo da demanda. 2 = Caso a protegdo geral das edificagdes de uso coletivo seja menor ou igual a uma das protegdes da unidade consumidora, dever ser tomado um valor de corrente nominal imediatamente acima do maior valor de protegdo das unidades consumidoras (considerando 0 critério de coordenagao e seletividade da protegao). 3 - A ctitério do engenheiro projetista, as protegdes dimensionadas devem ser verificadas pelo critério da coordenagdo/seletividade, mesmo que a protegio geral tenha valor de corrente nominal superior as demais. Em fungio deste estudo a protegio geral pode ser redimensionada, implicando assim em alteragdo na faixa de atendimento. 4 - Nas edificagdes de uso coletivo somente as unidades consumidoras residenciais & aplicavel o RTD— 27 (calculo de demanda em fungao da area e da quantidade de apartamentos). As unidades consumidoras nao residenciais e ao condominio & aplicavel proceso tradicional que considera os grupos de carga e os respectivos fatores de demanda, fungdo do total da carga ou da quantidade de equipamentos de cada grupo. 5 - Em edificagdes de uso coletive com grupos de apartamentos de areas diferentes, 0 cAlculo da demanda por area / n° de apartamentos pode ser efetuado de duas formas: = considerando isoladamente cada conjunto de apartamentos ¢ somando as demandas dos varios conjuntos (desde que nenhum dos conjuntos tenha menos que 4 apartamentos, ja que 0 RD — 27 86 ¢ valido para 0 niimero de apartamentos superior a 3); - considerando a média ponderada das Areas envolvidas e aplicando 0 fator de multiplicagdo correspondente ao total de apartamentos em conjunto com a demanda relativa & area média obtida. 6- 0 calculo da protegdo das unidades consumidoras deverd ser como a seguir: ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson Capitulo 2 — Projeto de Instalagbes Elétricas 122 - unidades consumidoras com carga instalada até 10 kW (Tabela 4 da N. D. 5.2, faixas Al ou A2): protegto monofasica, em fungdo da carga instalada - unidades consumidoras com carga instalada entre 10,1 kW e 15,0 kW (Tabela 4 da N. D. 5.2, tipo B): protego bifaisica em fungdo da carga instalada, - unidades consumidoras com carga instalada superior a 15,0 kW e inferior a 75 kW (Tabela 4 da N. D. 5.2, tipo D): protegdo trifisica em fumgdo da demanda provavel, calculada considerando a demanda referente a iluminayo e tomadas, aparelhos condicionadores de ar, aparelhos de aquecimento e de motores elétricos, tanto para unidades consumidoras residenciais como para as comerciais. - unidades consumidoras com carga instalada superior a 75 kW (Tabelas 1 e 2 da N. D. 5.2, tipo G): proteso trifisica em fungo da demanda provavel, calculada considerando a demanda referente a iluminagdo © tomadas, aparelhos condicionadores de ar, aparelhos de aquecimento e de motores elétricos, tanto para unidades consumidoras residenciais como para as comerciais, - unidades consumidoras com carga instalada até 10 kW, mas que terdo o seu fornecimento de energia elétrica a 3 fios (Tabela 5 da N. D. 5.2) protegdo bifisica em fungdo da carga instalada. - unidades consumidoras com carga instalada até 15kW, mas que terdo o seu fornecimento de energia elétrica a 4 fios (Tabela 5 da N. D. 5.2, tipo I) protegdo trifaisica em fungao da carga instalada. 2.10.7.3.Critério de Céleulo da Protegao Geral da Edificagio com Aquecimento Central (Método Desenvolvido de Acordo com o RTD - 27 do CODD) D=DI + D2 (kVA) Sendo : Di =(1,05 f. a) D2-... Onde . demanda dos apartamentos residenciais. demanda do condominio residencial. a = demanda por apartamento em fungao de sua area iitil (Tabela 7 da N.D. 5.2); f= fator de multiplicagao de demanda (Tabela 6 da N.D. 5.2); NOTAS: 1 — 0 desconto de 25% no calculo da demanda geral residencial devera ser aplicado também no célculo para o dimensionamento das prumadas residenciais. 2—No condominio e unidades residenciais nao pode constar chuveiro elétrico (inclusive nos banheiros de dependéncia de empregadas), aquecedor elétrico de acumulacio, boiler, aquecedor de passagem central, tomeira elétrica © aquecedor de hidromassagem e nem tomadas na parede para futura ligagdo destes equipamentos. Isto deverd constar em nota no projeto elétrico 3 - O valor das resisténcias do sistema central devem ser consideradas com fator demanda 1 nas cargas do condominio (D2). 2.10.8. Prumadas e Diagramas unifilares Devem ser representados em diagramas unifilares as instalagdes elétricas do prédio conforme descrito do item 2.9.9.1 ENEO6S - Instalagies Bléiricas T- Prof. Flavio Vanderson

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