Alana dos Santos Santana Universidade do Estado da Bahia UNEB O segundo captulo do livro Teoria do conto, O conto: uma narrativa, inicia com trs acepes da palavra conto: 1. Relatos de um acontecimento (pressupe-se que seja uma narrativa de algo verdico, mas isso um tanto questionvel pelo fato dos recursos literrios procederem de inveno) 2. Narrao oral ou escrita de um acontecimento falso (aproxima o conto do ttulo de gnero literrio, mas para isso preciso analisar suas caractersticas mais evidentes.) e 3. Fbula que se conta a crianas (Geralmente os contos infantis, contos maravilhosos ou contos de fadas). Essas trs acepes apresentam em comum o fato de todas serem narrativas, todas so maneiras de contar algo e apresentam caractersticas como a presena de uma sucesso de acontecimentos e elementos de interesse humano. Gotlib afirma que um conto pode ser o relato de algo real ou no, pois os limites entre a realidade e a fico nele no so precisamente demarcados; a aproximao ou o afastamento do real depende do modo inventado para a representao do que se quer registrar: a realidade cotidiana, a realidade fantasiada ou a realidade contada literariamente. O conto, que antes era de transmisso oral, ganhou tambm registros escritos e posteriormente passou a ser criado por escrito. No modo oral ou escrito, a autora diz que a voz do contador interfere no discurso, pois os mtodos usados para contar so importantssimos para se manter a ateno do pblico; ela ainda faz uma diferenciao entre contadores de estrias e contistas e diz que quando a voz do contador ou registrador transforma-se em uma voz de narrador, aquilo que tem possibilidades de ser arte transforma-se em uma obra esttica. A narrativa aproxima o conto de outros gneros como a novela ou o romance, porm o conto possui caractersticas prprias em sua estrutura (como a extenso reduzida) e possui vrios aspectos devem ser considerados para analisar sua especificidade. Gotlib nos pargrafos seguintes discorre acerca da dificuldade da definio do gnero e as influncias das mudanas polticas e sociais na determinao dos gneros literrios; cada conto possui suas peculiaridades e cada autor expressa suas ideias de diferentes maneiras em seus textos, fazendo com que estes no sejam todos encarados e rotulados da mesma maneira.