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O poeta que a sugerira no tinha metro, nem rimas: a eloqncia e o brilho dava-lhos o

s mostrar algumas aparncias novas que o rodeavam, escrevendo cndidamente a verdade


. O que eu, filho da terra perdidamente namorado dela, no conseguira, demasiandome no escolher vocbulos, fizera-o usando um idioma estranho gravado do spero dos d
izeres tcnicos. Avaliei ento quanto difcil uma cousa trivialssima nestes tempos, em
que os livros esto atulhando a terra, escrever...
O poeta, o sonhador em geral, quem quer que se afeioe a explicar a vida por um mto
do exclusivamente dedutivo, soberano no pequeno reino onde o entroniza a sua fan
tasia. Ns, no. Os rumos para o ideal baralha-no-los o prprio crescer do domnio sbre
a realidade, como se hierarquia lgica dos conhecimentos positivos acompanhassem,
justalinearmente, as nossas emoes sempre mais complexas e menos exprimveis. Sobretu
do menos exprimveis. No submeter a fantasia ao plano geral da natureza, iludem-se
os que nos supem cada vez mais triunfantes e aptos a resumir tudo o que vemos no
rigorismo impecvel de algumas frmulas incisivas e scas. Somos cada vez mais frgeis
e perturbados. No perptuo desequilbrio entre o que imaginamos e o que existe, veri
ficamos, atnitos, que a idealizao mais afogueada apagam-no-la os novos quadros da e
xistncia. Mesmo no recesso das mais indutivas noes, no fcil saber, hoje, onde acaba o
racionalismo e principia o misticismo

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