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~~ —_—_—_lHTURAS. alas DESENVOLVIMENTO — Indi Ronge! | CAPITALISTA NO BRASIL le Teendourouraca — LC. Bresso Paroko \ ENSAIOS SOBRE A CRISE idento @ Subdesenvolvimento — André G. Frank sonora — Pau Sir | “\ VOLUME 1 '* Formardo do Copita + Histé Colegdo = que é Capi + Oque 6 Capi — Aitdnio Mendes Cat = O.que é Subdesenvolvimento — Horack | Colegio Tudo 6 Histéria t 1» A Formacéo do 3° Mundo — Ladisleu Dowbor $ g 3 g £ 1983 Ciclos e Mudangas Estruturais na Economia Brasileira do Pés-Guerra José Serra" objetivo deste ensaio ¢ descrever ¢ déncias e transformagdes da economia brasi A Segunda Guerra Mundial. Na Primeira Parte indicam-se, de forma resumida, os antecedentes basicos do cresc econémico brasi- Ieiro nas décadas, bem como 0s principais problemas estr am, Sao sugeridas também as caracterist cas fundamentais que devorrem da presenga de dois personager ‘chaves no cenario econdmico brasileiro: o Estado ¢ as empresas trans- nacionais. Na Segunda Parte so descritos os grandes ciclos obser vados no pos-guerra, analisando-se os fatores e condigdes que expli- ‘cam os principais pontos ou Fases de inflexaio. Na seca adas 2s principais caracteristicas da evolugéo recente da economia ‘bem como as condigdes para uma estratégia alternativa de PRIMEIRA PARTE Tendéncias e Mudancas Estruturais Desempenho e Principais Problemas 0 Bra constitui uma esp ‘etardataria onde o cresci de Economia © Pla ‘de 198) fessor do Departam CAMP. artigo escrito em passou os anos e desempe or cento a0 ano, s aria mais de dez vezes entre fe nos centros capitalistas desenvolvidos diminuiu no pés- do crescimento do PIB, sob a fatureiro, cuja expansao foi de 9 por cento ao an ‘Ges na estrutura econdmico-s ‘manufatureiro elevou a sua pati nna Renda Interna de 20,2 para 27,3 por cento (precos correntes), to para o conjunto do setor industrial ( ial era superior a na e proxima da vigente na Europa Oci- A principal contrapartida do dinamismo do setor industrial e do ‘aumento signiticativo de seu peso na estrutura da economia foi a redu- ‘940 da part iva da agricultura, cujo peso na renda interna do pais passou de 25 por cento em 1949 a 13,2 por cento em 1979/80. Outra mudanga extremamente relevante diz respeito ao setor ‘doCone da América we sera do PisGuerra nando, neste sentido, como um ator de sustentagae do invest global Do ponto de vista das teorias de ciclo, foi tipico 0 fato de que 0 afetado dentro do setor manufaturciro tivesse sido 0 de bens de capital. Parece * no entanto, que a taxa de cresct smo ndo-duraveis bem abaixo da taxa correspondente aos bens de co Essa circunstancia nao se explica somente p: to do emprego, mas também pela forte compressdo dos salarios d base. O fato de que produgao de nao-duraveis nao haja declinad em termos absolutos parece ter-se devido exclusivamente ao rapido patos. Por outro lado, @ desempenho dos du tanto a relativa concentracao da renda observada no periodo, quanto A expansio do crédito ao consumidor — isto sem mencionar a capaci- dade do setor para condicionar 0 comportamento da demanda. As mudangas no arcabougo da pol a0 rapido crescimento da divida pil ira fase, a financiar o déticit fiscal), a orga- nizagio de um subsistema especializado de crédito ao consumidor € de nanciamento a construgao habi ‘Também impiicaram mediante a eriago de bancos de investimentos e do desen- volvimento do mercado de agdes. Tais modificagdes ocorreram no contexto da politica de est zagao de pregos do regime militar. Essa politica, de corte ortodoxo, orientou-se fundamentalmente para a eliminagao do déficit fiscal, 0 aperto de crédito e a compressao sala cf relagdo ao primeiro ¢ 20 inflaglo declinou de 90,0 por cento 39,5 por cento em 1966, embora as metas do programa de estabilizagao tivessem sido mais’ amt imento de pregos de apenas 10 por cento ureza menos ortodoxa da experiéneia brasi imas de suas ides: r 0s foram inar o déficit fiscal, recorre -05 (a0 contrario do que ocorreu no Cl empresas, por m -a'de pregos mais “realista’’ © de um acesso n ito externo veio a reforgar suas possibilidades de expansao uma pol a0 futura. (ii) © aperto do crédito para o setor privado foi consideravelmente ‘mais moderado no caso brasileiro. Ademais, o over shortting mo- netarista brasileiro foi consideravelmente menor do que no Chi ‘apesar da ociosidade existen- ‘micas ocorrera obstante 0 “dar do que se fiscais e crediticias sociais adversas nao chegaram a equiparar-se nos dois outros paises. Nem se tentou na pi certas manifestagdes de desejo) nenhuma pi " com relagao fis empresas nacionais, a0 c sucedeu nos paises do “Cone Si Da mesma forma que no Chi (05 investimentos estrangeiros foi significativa to caso bra Porém, do mesmo modo que nas duas outras experiéncias, a entra- da de capitais de risco durante a fase de estabilizagao foi muito menor do que a esperada. Somente em 1969, ja em pleno ciclo expansivo, 0 montante dos investimentos externos diretos veio a ultrapassar o valor real de 1959. sido a compressto salarial. Neste sentido houve um claro 0 Milagre’ Econémico (1967-1973) A recuperagdio que correspondeu a prim« ciclo expansivo terminadlo em 1973 comegou em meados de 1967, sob 'SHLOW, 1973, 88 sromia Broseirado Pés-Guerre sas Estaturas na E a influéncia da monetaria mais folgada do segundo governo militar, instaurado em abril desse ano. Em confronto com 0 ciclo expansivo an chamaremos de ciclo 1), as prineipais caracteristi periado 1967-1973 (ciclo Il) foram as seguint 1, de 1956-1961 (que do erescimento no jeranca da expansao no ciclo TI coube a indi , cujo produto anual cresceu a tumma taxa ainda mais elevada (12,7 por cento ao ano). Igualmente, los sctores mais dinamicos da indistria foram o de bens de consumo iduraveis & 0 de bens de capital. No entanto, as modificagdes est turais da economia foram muito menos acentuadas no ciclo Il Considerando 0 conjunto deste ciclo cabe levar em conta que o ccrescimento da producao de bens duraveis de consumo esteve mn fo a frente do correspondente aos bens de capital (23,6 contra 18,1 por cento a0 ano). A produco de bens de capital se acelerou inten- samente apenas depois de 1970. 2, Em contraste com 0 observado no ciclo 1, 0 rapido erescimento da 1a acentuada abertura estrutural para o exterior. O coeficiente de importagdes com relagto a0 PIB Bumentou de 3,4 para 8,6 por cento (valores constantes de 1970) Com relacdo a’ disponibilidade interna de produtos in 0 referido coeficiente aumentou de 9,2 para 14,2 por cento. De um ponto de vista form: 19" da substitui¢ao de impor- icdes para o erescimento do setor manufatureiro foi negativa entre 1968 ¢ 1974, da ordem de menos 5,4 por cento, enquanto que entre 1957 ¢ 1961 tinha sido positiva, da ordem de 7,5 por cento."* 43, Essa abertura externa somiente foi vidvel devido a um rapido cres- mento das exportagdes, cujo volume mais que dobrou, € a0 abi dante fluxo de financlamento externo. Ambas as circunstancias também contrastam f ‘as observadas no ciclo 1, Cabe assinalar que, em v ‘exportagdes foi ainda mais dacentuado (2,8 vezes), devidlo & methora das relagd ea. Por outro lado, essa ampliagdo das exportacdes ue no ciclo Do mesmo mod em ambos 0s e a ‘¢ a um nivel modesto, apenas superior a0 do periodo de po: guerra, E fundamer da produgdo corresponder preju 28 ver LOCATELLI, 1981 5, Final apresentot um: Um dos principais fatores de deflag foio dinamismo da demanda de bens de consumo duraveis, a0 contra Ho do que se poderia predizer mediante uma teor Fo comportamento do investimento. O crescimento da demanda de duraveis ja em 1966-1967 foi de 1 {jyamaior concentsag2o pessoal de renda, que, no contexto da fase de i ju preservar e aumentar 0 poder (i) a clevacio das margens de ltada pelo desenvolvimento da inter- ser Proporedo ‘sala agricola que Ano Bexportada 11) 1962 1963 1964 1985 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1978 1976 1977 1978 1379 1380 Fonte: Mendonca de arios 1981 ¢ Mendonce de Barros ¢ coluna (4) até. 1976. estagnagao da ec de compra dos grupos médios: endividamento das familias, fa mediaeao financeira na compra de bens de consumo. Prod de catorias (1.000 ¢al- por inabitsano) Desenvolvimento Cop ,, a0 contrario do que ocorret {glo no ciclo II apresentou uma variancia co: Suma tendéncia declinante, com exeeeao do iiltimo bi inflexdio ascendente, TABELA 9 PRODUCAO, EXPORTAGAO E DISPONIBILIDADE DE PRODUTOS AGRIGOLAS (2) 523,75 seraa 608,72 630.77 559,74 616.89 818.05 80731 626.75 613.23, 592.88 551,76 512.87 525,90 565.31 565.64 519.97 517.80 523.00 3, Ia taxa de infla- 0 da fase de recuperacdo 44 por cento em média, refletindo: sinlenieilieiiieniniataniinehiia aan Désponibilisode Per Capita de afmento (Crs 1962) 14 ae tae 10,92 32199 11.81 2182 193 12:10 12.28 12.81 12.97 11,30 13154 waa 12:18 12:22 12.35 13.38 13,63 fahom, 1978, pare 2 Cictose Mudancas Esiraturas na Economia Brasileira do Pés-Guerra TABELA 10 \VARIACAO DO INDICE DE LIQUIDEZ REAL* Porcentagens) Ano 1980 3961 3982 1983, 1984 1965 3966 1967 1988 3969 1970 1971 1972 i973, 1974 1975, 1978 1977 1978 1978 1980 Tamestres 19a) pelo crescimento das exp 1680 de investimentos bens de capital ¢ de insumos basicos. Porém um esquema que supunha implicitamente a com lerado do setor de bens de consumo duraveis e da cons sntemente, que 0 ajuste dependes- 5 importagdes, o que seria viat 1e6es como pelo abundante financiamen- to externo. balango de pagamentos a part Duas projegdes imento indus fortes dé de 1971-1972. lo, mediante incentives aos investimentos privados e icos diretos na indistria doméstica de 0 foi feito a partir de ‘dade do cresci izado tanto ais imediatas da referida desproporgao no co surgimento de focos de tensa na conta c flacio- Desenvotvi o Cepitaliste mo Brasil 93 TARELA 11 EMPRESTIMOS DO SETOR PRIVADO E PIB C8 mies 19 Setor Privado isoldos des! Pe 33/4 4 5 6 2308 1.828 4.190 23.055 55.8 17.9 3632 3.602 7.234 42073 80.2 164 5304 44a S83 63746 54.8 15.4 8392 8.025 16.417 86171 811 19.1 rasos = 15240-28848 127.431 48.9 248 22973 21.782 44.755 161.800 61.9. 27.6 34774 32061 66.895 «208.301 S20 32.1 50.431 50.238 100.570 «276.808 60.1 36.6 69.222 84.183 153378 ~ 363.107 45.1 42.2 106.901 131561 238.462 «498.304 44.8 47.9 jasass 180921 370809 © ©—719814 51.2 515 318358 261.221 879.580 1.003.380 $4.9 57.4 529861 385638 915.299 1.560.271 57.9 58.7 803741 578.894 1.982635 2.352776 58.1 58.8 170074 895.881 2.055.955 3.489.445 56.6 59.9 1973 11929491 1.521960 3.451451, 5.782.110 $5.9 596 1980 3.375.750 2.887.007 5.962757) 12502024 56.8 47.7 i981? 4.584.841 3,496.64 5.081.485" = 56.7 Fonte: Dados besices do Banco Cenval ¢ de Coniuntura-Econbmics, utra desproporgio ocorreu em razao do considera no vis-d-vis 0 eres Porcional das exportagdes, cujo peso na producao agricola total pas- 173. Ouseja, na terras e mao-de-obra, a prodi 0 de alimentos para 0 «: . ‘Afora as condigdes relativamente favoraveis da demanda exter- a politica de minidesvalorizagdes (que incentivou as exportagoes Aagricolas), outros fatores de peso contribuiram para explicar a evolu puderat os ¢ a acentuado. Con rural especialmente jade caiu em 3,0 por centro, m 53,7 ps incia gerou, evidentemente, ‘pressio inflaciona reforgado pelo aumento do custo relativo da produgao imentos para o mercado interno, devido ao mediocre desempe- nho da produtividade e & menor margem de subsidios recebidos por este setor vis-d-vis os exportaveis. Nes também a violenta elevagao do prego real da terra e 0 maior dis mento das culturas de mercado interno dos grandes centros urbanos. O Recrudescimento da Inflacdo para a do petroleo: a inflagao mundial, que exerceu uma dupla pressiio sobre ‘0s precos domésticos, via importagdes exportagdes de matérias- 5 (ver Tabelas 12 € 13). 10s das desproporsdes ¢ fortes. E 0 simultaineo de pregos, espe: provocado pelo petra de pregos ¢ de balango de pa proporsao. fa curio prazo, d GRrAFico 1 DISPONIBILIDADE DOMESTICA DE BENS AGRICOLAS E PREGOS Disponibtidade domestica de crescimento de pregosagr cols {0 indice goral no stoeade produtos agreolas Diterenco envye as roxas de 1960 Fonte: Mendonga de Bartos, 1981, 60 149 96 Cielase Mudancas Estrturaisna Economia Brasiera do Pés-Guerra bras ” ‘TABELA 13 decorrente, por sua vez, INDICE DE PRECOS DO COMERCIO EXTERIOR BRASILEIRO — IMPORTAGOES toni comocdas’d (USS Correntos) Laren Produtos Bens de Bons de possibilidade de subs Tiga Indus: Bens de Consume Consumo ima de produgao. Ano Geral om Buuto em Gries talizados Ca Fina! ido, além dos problemas de natureza tecnologica ¢ de est teza do mereado, ha 1983 100 100 100 ~— 100 190 100 veis “de comportamestto”’, a a 123 to das importagoes de bens de capital em detriment de produseo ar rn 2 Somésten’ Eo cto das maforsfelidadesdefinancamento (tera) eo 8 8 Oe os fara os bens de capil importados, da malor propensio das empress Wea te SoBe 2 wis sn ff % a a rr ie He of Bue 3 We M8 tie 88 @ WE IM ge ae eg ie Bg S ie is Bee 8 2 | 1977 248 560 145 6? 247 A Inflexio do Crescimento ¢ a Desaceleragio (1973-1980) a a Ei ne ee Tea 228 231 bin O recrudes (o da inflagdo, que vinha ocorrendo desde 1973, jee 407 1268 2888 435 foi acompanhao, pant de mendos de 1974; por im forte del tjan,-ut.) do ritmo de expansio da economia. Em termos anuais (que subesti- ee Jones spd tei as mpd memmacadenegn wags oe sone Connors Economica Grescimento do PIB dectinou de Tt por cento ctr 1913 pura 98 por Sento om 1974 8,6 porcentoem I0H®, A retragho do ctessment do Produlo infuse i ainda ons Drax: ie 15,8 por con on 198 0 Problema dos Bens de Capita [aad gor tontom iste 18 ap do contaro do Qaument portagdes de bens de capital (19 ciclo baseadas nas ut racnict pacsonevealoeda nsec) me anna, para 1978 obserourse smut ete tuma tanaferdeua parla do esto aoecrador dene Ga taxa de Investmentes da economia, O aumento do nvestimento rola datende pets coleron tones acta Aragado x 197d uperou smplanent ocresemiente de PID, alan. sobre os Gand 163 por conto ainda cm 1075; dferenge se ranteve igi Septaling bres é eae cagao do refer jento tem a ver com a elevada compl dade entre a producdo doméstica e as importagdes de bens de ipe80) de bons de ca 35. 3,7 pare maquinas. tambem crescaram bens frente do 75. 0 N “eliesico"” do

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