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Supondo que, # uma dada temperatura T, o estado ele- trdnico seja 0 fundamental (denominedo 1) teremos que os icleos vibram de acordo com o potencil EI(R) ¢ podemos em principio calcular, por exemplo através do Método Varicional da Mecdnica Estatstica, os valores médios tér- micos Rj =4(T), E]=1(1)¢ dj =\T) = = RiPy + RuPo = EP + ENP <> = art + aun conde Pj (Py) ¢ a probabilidade de ter o estado eletrdnico fundamental (excitado); se o estado eletronico excitado for nico temos natyralmente Pi + Py = 1; no limite cés- sico temos Pj « e"EWKBT (it, 1). {A efetivagfo dos edleulos para um caso concreto poderd fem particular mostrar se sim ou nfo el aresen- tam um comportamento témico do tipo apresentado na Fig. 3. E oportuno chamar a atengfo sobre o fato que nada essencial alterado neste quadro se nfo existizem esta- dos eletrbnios excitados (neste caso PI=1). Para o edloulo «das médias térmicas no contexto do Método Variacional prece-nos conveniente uso, para a energia potencial variacional E(R), de uma das duas alternativas seguintes: E(R)= Vo + C(RRo)* (onde VoO.¢ Ro>0 so 0s pardmetros variacio- nai) + = se RR ouE(®)= {Vo seRoR, (onde Vo<0,Ro> Qe R, >0 sf0 0s parimetros variacionais). ARTIGO Conelusto: © tipo de tratamento te6rico sugerido no parégrafo anterior supGe implicitamente o seguinte quadro: 4 tempe ratura nula o sistema encontrase no estado eletronico ¢ vibracional fundamental (a estrutura fina rotacional pode ser ignorada numa primeira aproximago), 20 aumentar um pouco a temperatura, comegam a ser excitados os estados vibracionais associados a0 estado eletrGnico fundamental, transig6es para 0 estado eletrOnico excitado sendo frequen tes 6 para temperaturas ainda maiores; quando tais tran sieBes acontecem, elas sfo, pelo principio de Franck ¢ Condon, “verticals” (ver Fig. 4). A. presente proposta de calculo exige que, apés uma tal transigfo, o sistema se ter- maize rapidamente adquirindo uma distincia internuclear aque seja aquela associada ao equilfrio térmico. Esta restri- fo deveria ser evada em conta na hora de escolher uma ‘molécula concreta para efetivar 0s célculos. Podemos concluir mencionando que a presente proposta nfo parece esconder aspectos operacionais de uma grande complexidade (pelo menos na aproximagfo grossa aqui apresentada), ¢ se ela contribuir, através de uma certa unifi- cago, para aproximar mais um pouco a Quimica Tebrica da Teoria dos Fendmenos Critics, teremos atingido plena- mente 0 nosso objetivo. com prazer que agradego aos Professores Ricardo Ferreira ¢ Diana Guenzburger por dversos esclarecimentos por me terem estimulado a tornar pblicas as idéias aqui cexpostas, apesar de sua elaboragfo insuficiente Referéncias: 1 D.P. Landau, Phys. Rev. B. 22, 2450 (1980), 2 FL. Pilar, “Elementary Quantum Chemistry” (Mc Graw Hill, 1968); (2) péginas 637.40; (b) Capitulo 15. ° Hi Brandi, sugestdo durante o I Simpésio de Quimica Tebrica do Rio de Janeiro. NOMENCLATURA DE COMPOSTOS DE COORDENAGAO: UMA PROPOSTA. SIMPLIFICADA ‘Ana M. da C. Ferreira e Henrique E, Toma Instituto de Quimica da Universidade de Sio Paulo (USP) Antonio C. Massabni Instituto de Quimica da Universidade Estadual Poulta (UNESP) Reoebido em 27/07/83, 1. INTRODUGAO Os problemas de nomenclatura quimica estio em cons- tante renovaefo, como a propria ciéncia. Antes de Weiner, cea normal designar 03 compostos de elementos metdicos plas suas cores; por exemplo, flavo (marrom),Iiteo (ama- relo), préseo (verde), r6se0 (vermelho-osa), purplireo (ver- ‘melho-pirpura) ¢ vidleo (violeta). A partir de 1897, essa forms primitiva de nomenclatura, introduzida por Fremy', deu lugar a um sistema muito mais elaborado, proposto por Wemner*. Transmitindo um pensamento original em sua 6poca, @ nomenclatura de Wemer baseouse no conceito de coordeinac0, permitindo diferenciar os diversos tipos ‘QUIMICA NOVA/JANEIRO 1966 ° de isomeria nos complexos. Este sistema continua em uso até 0 presente, porém incorporando inimeras alteragGes tadas pelo desenvolvimento da quimica de coordenapto. ‘A evolugfo das formas de nomenclatura desde a época de Werner até 1966 foi abordada por Fernelius? em publi- cago dedicada 20 centenério daquele grande inovador. ‘A nivel internacional, as regras de nomenclatura somente vieram a ser formalizedas em 1957 pela TUPAC*. Essas regras softeram inovagGes em 1971, mantendose inalte- radas até 0 presente? ‘No Brasil, conforme ressata Bicca de Alencastro*, sempre foram feitos esforgos, islados, visando a adapt ‘¢fo das regras de nomenclatura a lingua portuguesa. Na quimica inorginica os trabalhos primordiais nesse sentido remontam a década de 30, com ensaios ¢ propostas de autoria de Rheinboldt”, Fonseca® , Furia? e outros. Quando as regras de nomenclatura foram formalizadas pela TUPAC em 1957, versGes adaptadas para a ingua portuguesa foram publicadas por Krauledat'®. Com as regras da TUPAC de 1971, as normas existentes na lingua pétria tornaram-se pparcialmente obsoletas. Desde entfo, a stualizagfo das regras de nomenclature tem sido feita em ambito restrito, através de publicapses intemas nos cursos de graduaclo da USP a parti de 1972, ¢ em outras instiuigbes, partiu- larmente do Estado de Sia Paulo. © presente artigo encerra uma proposta de nomencla- tura de compostos de coordenagfo, baseada nas regras da TUPAC de 1971, para utilizaggo em nosso pais. Em sua formulaggo foram perseguidos pontos essencais, como clareza, funcionalidade ¢ abrangéncia, procurando formas coerentes com 0 vocabulério ortogréfico da Lingua Por- tuguesa, limitando neologismos desnecessirios. Como proposta, nossa énfase recaiu sobre aspectos mais impor- {antes e gerais da nomenclatura, permanecendo entretanto, aberta a critica e sugestOes por parte da comunidade cientifica. 2. REGRAS DE NOMENCLATURA ‘Antes. da proposigSo das regras de nomenclatura, em portugués, para os compostos de coordenagfo, deve-se estabelecer a formulagSo correta de tais compostos. Os compostos de coordenagSo tratados aqui sfo aqueles que envolvem um elemento central (metal ou no) cercado por ligantes, constituindo a esfera de coordenagSo. Os com- plexos podem ser mondmeros ou’ polimeros. 1. Férmulas. As férmulas de coordenagdo constituem © meio mais simples de se designar a composigfo dos com- plexos. Tais formulas também sfo freqientemente empre- gadas para mostrar detalhes estruturais ou aspectos de interesse comparativo, devendo ser escritas da maneira mais conveniente posstvel. Nos casos gerais a seguinte ordem é recomendada: 2) Colocase primeiro 0 simbolo do étomo central, seguido das formulas ou abreviagbes dos ligantes iénicos e depois dos ligantes neutros. A férmula do complexo é depois encermada entre colchetes, colocando-se como ‘expoente sua carga, quando se tratar de espécie idnica. 0 ‘QUIMICA NOVAJANEIRO 1984 ») Dentro de cada classe de ligante, as espécies sf0 colo- ccadas em ordem alfabética em relagdo ao simbolo do tomo ligante. Exemplos: [CON (NH,)s }*, [PtCl,(C; H,)]*, [CoCl, (NH). 1", {CoH(N2) {(CoHs)sPIs ] (OxClgNP ~ €) Os sins, parénteses, chaves ¢ colchetes, dever ser empregados nesta ordem, isto é [{()}], para englobar um conjunto de grupos idénticos ¢ para evitar confuses nas férmulas. Os lgantes com mais de un étomo sf colocados sempre entre parénteses (ov chaves) nas formulas de coor- denagéo, I, Nomenclature. Nos nomes dos compostos de coorde- nagfo 0 nome do dnion deve preceder 0 do cition ¢ 0 tomo central éctado ap6s os) do(s) ligante(). 8) Multipicativos. Os multiplicativos. simples, mono, 4i, to, tetra, penta, hexa, hepta, ete. sfo normakmente usados para indicar © mimero de grupos idéntios coorde- nados. Eles também sfo utilizados para indicar 0 mimero de étomos do elemento central Exemplos: [CoCI, (NH, )] iaminsriclorocobalto(I11) K, [Fe,S,(NO), ] dissulfetorearanitrosildferrato(ID) de potissio multiplicativos bis, tris, totrakis, pentakis, ete., sf utilizados para evitar ambigtidades, especialmente no caso de ligantes que apresentam maior complexidade. Exemplo: [CoCl,(NH, CH, ),] triclorotrimetilamina}cobalto(II1) tem vez de triclorotrimetilaminacobalto(II1) Neste caso procurouse evitar a ambighidade com trime- tilamina, (CH,),N, quando se quer escrever és vezes metilamina. ») Uso de parénteses, chaves colchetes nos nomes dos complexos. A justaposiego de nomes pode prejudicar clareza ou conduzir a formas incorretas do ponto de vista ortogrifico. Por exemple: [CoCl, (NH, ), (NH, CH, )] diamintricloro- metilaminacobalto (III) Neste caso a colocapgo de parénteses em metilamina toma-se imprescindfvel para evitar a ambigiidade com ttriclorometilamina. Assim, 0 nome correto seria: + diamintricloro(metilamina)cobalto(II) Outro exemplo: [Ru(HPO,),(OH), (NH), P~ {on diamindihidrogenofosfatodihidroxirutenato(I). Neste exemplo existem duas letras ft no interior do nome, e uma letra r precedida de vogal, o que esté em = | Pt | “ / 7 cH, a Ko E by 1 lebixaicinato-N O)platin(tt) Fy cl y fae-teiclorotri(piridina)uténio(HN) ‘A isomeria proveniente da ligago por.meio de dife- rentes dtomos do ligante pode ser designada no préprio, nome do ligante ou indicando 0 étomo que participa da ligagao. Exemplar: [Co(ONO)(NH3)5/Cl, cloreto de pentaamin(nitrito) cobalto(II) [Co(NO,)(NH3)5|Clz cloreto de pentaamin(nitro) ‘cobalto(II) K,IN(S;C30.),] __dis(tiooxalato-$ $)niquelato(I1) de potasio a bis(cisteinato-N,)néquel(11) CH, nil ie ¢ /'\ N coo " A ‘QUIMICA NOVAJJANEIRO 1986 8 ‘A. designagfo dos istmeros Spticos ¢ feita pelo sinal de rotagé0, num dado comprimento de onda, (+) ou (~). Para a mistura raoémica, o prefixo rac- pode ser utlizado. Exemplo: (*seolCofen); Hs © (—)seo[Co(en); Ils XIL. Complexos com moléculas ou grupos insaturados. © ligante € designado da maneira usual, se apenas a com- pposig#o estequiométrica do composto é indicada na f6r- ‘mula, Para designar a estrutura onde vérios étomos de uma cadeia, ou de um ane] no caso de ligagdes-, esto ligadas 20 dtomo central, utiiza-se a letra n (leiae eta ou hapto) como prefixo do nome do ligante. Se apenas alguns étomos ligantes envolvides em ligages duplas estfo coordenados a0 dtomo central so usados mimeros designativos da post ‘¢lo da insaturagfo precedendo a letra n. Exemplos: [PIC1,(CpH,)(NH,)] amindicloro(ntileno)platina(t) [Cr(CoHe) 2] bis(n® -benzeno)cramio(0) Hn(co) , tetracarbonl(1-3-(2-metilaliljmanganés(1) tetracarbonil(r-1,5-ciclooctadieno)molibdénio(0) XIIL Compostos bt e polinucleares com ligapdes através de pontes. Nos complexes binucleares ou polinucleares, os ligantes que funcionarem como conectivos ou pontes entre dois ou mais étomos centraissf0 indicados pela letra grega 14, como um prefixo do nome do ligante, separado por hifen. Dois ou mais ligantes de conexso sfo indicados por dia, tri, ete, Para uma espécie que liga mais de dois ét0- mos centrais, 0 mimero de tomos ligados ¢ indicado como tum subindice da letra (por exemplo, ss). Exemplos: [0NH;),CrOH-Cx(NH3)s Els cloreto de yrhidroxobis [pentaamincrdmio(IID}] [Be,O(CH;CO0),} hexay(acetato-0,0")y4-oxotetra- berflio(II) “ QUIMICA NOVAHIANEIRO 1984 Para grupos de conexf6o ligados a dois centros através de ‘tomos coordenantes diferentes, os simbolos desses stomos ‘Mo especificados apés o nome do ligante. Exemplos: Y on 3+ (HN), Com OH — Co (NHS) 5 oN ° {on hexaamindiyhidroxo-p4nitsito.ON) dicobalto(tt) 0 — Ag — 0. CyFy © Cy F, uFg aa 0 — Ag —o bisuonafluorovalerato-0,0°Miprata(l) Se o mesmo ligante estiver presente como ligente de conexdo ¢ ligante comum, ele € citado primeiro como ligante de conexso. Exemplo: {(CO),Fe(CO).Fe(CO)s] tri yecarbonilbis{tricarbonilferro(0)] Para estruturas mais complicadss, sfo utiizadas letras ‘indsculas para designa a posgfo exata dos ligantes. Exemplo: (Y representa HzNCH,CH,NH; = en fon e-amideto-2c,bd gi hi-tetrakis(etilenodiamina)iyni- trodicobalto(It1), XIV. Estruturas Poliméricas. Para estruturas com exten- fo indefinida 0 nome é baseado na unidade de repetico, utilizando a denominagfo catena antes do nome. Exemplos C3CuCls = (Cs* )af(CoCls)n}™ cl a cl C1 - Cu- Cl Cu- Cl - Cu, c a cl catent loro dclorocuprato(Il) de ofsio. c cl 4 aN N Pd LYNZ 1 a KON Pd Pd 7 N27 \, n catena-diy. W. C. Femnelius, Bxemplo: [(€0)3C0(C0),Co(CO)5] «i q-carbonil-bis{ ticarbonileobalto(0)|C0-Co Refertncias: \ B, Frémy, Ann Chim. Phys. 35, 227 (1852); ibidem, J. Prakt. Chem. 227,237 (1936). 2 A. Werner, Z. Anorg. Chem. 14,23 (1897). ‘em “Werner Centenial”, Adv. Chem. Series, R. F. Gould B4., V. 62, Cap. 11, p. 147 (1967). “Definitive Rules for Nomenclature of Inorganic Che- istry”, TUPAC, Butterworth & Co. Publ., Londres, 1989. “Nomenclature of Inorganic Chemistry”, TUPAC, Pure ‘and Applied Chem. 28, | (1971). R. Bicea de Alencastro, Quimica Nova $,67 (1982). H.Rheinboldt, Rev. bras Chim. 2, 129 (1936). P.G, da Fonseca, Rev. brasil. Chim. 1, 90 (1936). ‘A. Futia, Rev. brasil. Chim. 1, 13 (1936). 4% W. G. Krauledat, “Notagfo ¢ Nomendlatura de Quimica Inorginica”, Edit. Edgard Blucher Lt. — EDUSP, SP., 1960. A. Stock, Z Angew. Chem. 32; 373 (1919); ibidem, 33 79 (1920); ibidem, Angew. Chem. 47, 568 (1934). 1 RV. G. Ewens eH. Bassett, Chem. & Industry 131 (1949), 49 “Nomenclature of Organic Chemistry”, IUPAC, Butter- worths, Londres, 53 (1971). (© CARATER PSEUDO-HALOGENIO, PSEUDO-HALETO Zacheu L. Santos Departamento de Quimica da Universidade Federal do R.G. Norte. Eduardo A. Neves Instcuto de Quimica da Universidade de So Paulo Recebido em 12/04/83 1, GENERALIDADES Pseudoshaleto foi a expressfo originalmente usada por BIRCKENBACH ¢ KELLERMANN', na designacfo de agrupamentos atdmicos tais como OCN™, SCN”, SeCN, N3, CN ¢ seus istmeros estrutumis, para denotar que algumas de suas propriedades fisicas © quimicas sfo similares as dos halogénios ehaletos. osteriomente, BROWNE e colaboradores** adotaram 6 termo halogenside para denominar “qualquer agregado quimico”, constituido de dois ou mais étomos eletronega- tivos, que manifestasse certas caracteristicas dos halogénios e haletos, quando no estado molecular e idnico respecti- vamente, ‘Segundo WALDEN ¢ AUDRIETH?, os haletos e pseudo- haletos foram ordenados por BIRCKENBACH e KELLER. MANN, de acordo com a série eletromotriz abaixo F°, ONC", OCN*, Cl", N5, Br~, CN", SCN“, CS3N5, I-, SeCN>, TeCN>, tendo por base a condutividade elétrica de alguns de seus sais, em solugBes aquosas e aleodlicas. ‘QUIMICA NOVA/JANEIRO 1964 6

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