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6 de Janeiro de 2010

Subida de dois lugares na segunda especial mais longa do Dakar


Menor velocidade de ponta do Mitsubishi compensada por ataque na parte mais técnica

Etapa “sem falhas” coloca Carlos Sousa


no top-5 da geral automóvel
Da frustração da véspera à determinação e garra na etapa de hoje… Longe de se resignar às limitações
óbvias do seu Mitsubishi Racing Lancer, Carlos Sousa enfrentou hoje com notável sentido táctico a
segunda maior especial do figurino desta 32ª edição. Naquela que era considerada a primeira
“verdadeira” prova de resistência deste Dakar, o piloto português limitou os prejuízos na rápida fase
inicial do percurso, para atacar forte na parte mais técnica e demolidora. Quando muitos já se
rendiam ao cansaço, Carlos Sousa encontrou força para ultrapassar dois dos seus adversários directos
e subir, pela primeira vez, ao top-5 da geral absoluta…

Seis etapas disputadas, seis vencedores diferentes e uma dupla que mesmo limitada nos seus meios, nas
suas aspirações e até mesmo na potência e velocidade do seu carro, vai teimando em não passar
despercebida, parecendo mesmo ganhar força e determinação a cada adversidade. E ontem foram
muitas…

Ultrapassado que está já o primeiro terço de corrida, Carlos Sousa não só cumpre o objectivo estipulado
à partida, como já o supera largamente, entrando pela primeira vez no chamado grupo dos “cinco
magníficos”. Um feito tanto mais de assinalar, se recordarmos que à sua frente apenas estão
classificados três Volkswagen oficiais e o Hummer do norte-americano Robby Gordon, “apenas” terceiro
classificado na última edição.

Único dos pilotos estreantes no actual figurino sul-americano do rali a ousar subir ao top-5 da geral
absoluta, Carlos Sousa cumpriu hoje, de forma notável, aquela que a Organização considerou a primeira
“verdadeira” prova de resistência deste Dakar, num total de quase 500 quilómetros cronometrados e
quase 5 horas e meia de condução.

Fazendo uma vez mais uso da sua enorme regularidade e experiência, e pese embora ter sido apenas o
16º carro a sair para a estrada, o português voltou a protagonizar um “início de etapa verdadeiramente
inglório, sendo outra vez superado por todos em velocidade pura, nomeadamente por alguns dos
meus colegas de equipa. Porém, logo que o percurso se tornou mais técnico e o piso mais duro, tudo
se inverteu e comecei a recuperar posições e a ultrapassar vários carros em pista. Não há outra
alternativa e precisei novamente de arriscar muito para compensar o prejuízo acumulado nos
primeiros quilómetros”, resumiu o piloto à chegada a Antofagasta.

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“A táctica agora só pode ser esta: dar o tudo por tudo quando os outros se retraem ou começam a
quebrar fisicamente. Felizmente, sinto-me optimamente sob o ponto de vista físico e o carro está a
revelar-se bastante fiável. Só que para as coisas correrem bem também é preciso que nada falhe. Ao
contrário de outras etapas, hoje tudo correu bem e pudemos subir duas posições, chegando ao top-5.
É certo que falta ainda muito rali pela frente, mas é claro que tudo farei para conseguir manter-me
neste grupo da frente. Não podemos, repito, é falhar nada. Não há mesmo outra alternativa”, reforça
Carlos Sousa, consciente que “quanto mais duro for o rali, maiores serão as minhas hipóteses de
sucesso”.

GERAL APÓS ETAPA 5


1º Sainz VW 16h10m51s
2º Al-Attiyah VW + 4m37s
3º Miller VW + 9m39s
4º Gordon Hummer + 59m55s
5º SOUSA Mitsubishi + 1h13m22s

A ETAPA DE AMANHÃ
Etapa 6: Antofagasta – Iquique
Ligação: 180 km
Especial: 418 km
Ligação: 0 km
Total: 598 km

Rumo a Norte, a caravana do Dakar terá amanhã mais um duro teste. Na fase fora de pista do primeiro
terço do percurso, o pó exigirá cautelas redobradas. A meio da etapa, a pista torna-se mais larga e
forçará aqueles que lutam pelas primeiras posições a manterem um ritmo rápido. No entanto, será
preciso poupar uma boa parte das energias para uma zona arenosa de cerca de 50 km. Mas, na parte
final, a recompensa estará ao nível das dificuldades. Depois de passarem a última duna, os participantes
deslizarão numa descida de perto de 3 km, com Iquique e o oceano na linha do horizonte.

CURIOSIDADE DO DIA
Há precisamente dez anos, no dia 6 de Janeiro de 2000, Carlos Sousa iniciava da melhor maneira a sua
participação no Paris-Dakar-Cairo. Ao volante da Mitsubishi Strakar, o português surpreendia as
favoritas equipas oficiais e vencia a primeira especial, estreando-se na liderança do maior rali do mundo.
Repetiu o feito na sexta etapa, para na 13ª protagonizar um violento acidente, naquele que constitui,
até agora, o seu único abandono na prova.

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