Você está na página 1de 32
7 7 Ne fog 2 1M. Texeire de Sousa Regulamente (CE) n° 44/2001, de 22/12/2000 (versio 200312004) REGULAMENTO (CE) N° 44/2001, DE 22/12/2000 | (“Regulamento Bruxelas I") |. Generalidades 4. Objectives O Regulamento n° 44/2001 visa facilitar 0 bom funcionamento do mercado interno através one 44/20 glitar 0 bom funcionamento do merce da prossecugéo de um duplo gblectivo (cfr. considerando (2); eft. também COM(1999) 348 final, 8): = Unificar as regras de conflitos de jurisdig6es em matéria civil e comerck | — Assegurar o reconhecimento e a execug4o répidos e simples das decisGes judiciais. © Regulamento n? 44/2001 também & designado por Regulamento Bruxelas , procurando realgar a sua semelhanga com a Convengdo de Bruxelas ¢ distinguindo-o do comummente designado Regulamento Bruxelas 1, que 6 0 Regulamenta 0° 1347/2000, 2, Apresentago 2.1. Estrutura (© Regulamento n° 44/2001 segue de perto a estrutura e 0 texto da Convengéo de gu utura_@ 0 texto da Convengéio de Bruxelas (assim como da paralela Convengao de Lugano), sendo, portanto, um réglement double. 2.2. Antecedents © Regulamenio n° 44/2001 tem por antecedente @ Convengéo de Bruxelas, que aquele ‘acto comunitario visou reformuiar [ot Biever, RTDPC 83 (1999), 1201 ss.; Housman, EULF 2000/01, 40 55; Niboyet, GazPalioctr. 2001, 943 88; Kohler, FS Geimer, 461 ss], bem como a paralela Convenedo de Lugano. fe. 1M, Teixeira le Sousa ~ Ragulamento (CE)? 4/2001, 6 22/12/2000 (verso 2008/2004) 3. Vinculag3o_ excepto 2 Oinamarca (a1, n* 3), 0 que signlica que ol subs enre todos aaueles Estados a Convengéo ce Brava (at 68, n° 1) 4 Ineroretaga a, As dispogigoes do Regulamento r® 44/2001 © os concetos nelas usados podem ser interpretados nos terms do at’ 68°, n°s 1 6 3, TOE. Na interpretagao da Convengto de Bruvels, © Tribunal_de_Justira tem_preferiéo uma interpretaggo auténoma dos concoitos que neta s8o empregues [ote, vg, TUSMV997 (8NH5, RultenGro9s Medica), Colect 1987n, $7 oP £3; Tu-20r/1957 (2088, FasrelvL.ong), Colect. 19971, 1683}, sendo previsivel que essa preferéncia se mantenha na interpretagao do Regulamento n° 44/2001. b. Nos processos que se encontrem pendentes & data da entrada em vigor do Regulamento n° 44/2001 continua a ser admissivel solcitar @ interpretagao das disposigies da Convengdo de Bruxolas pelo Tribunal de Justia nos termos dos art®s 3° © 4° Prot2-CBiux (cfr. considerando (19)). it, Ambito de apiicagao 1, Ambito material 1.1. Delimitagéo positiva 8. © Rogulamento n® 44/2001 6 apctvel em matiria cv comercial, ndenendenigmente da natureza da jursigzo ig 6, do buna que & competente na order intra (art 1, 1), que Pode ser civil, comerci taboral ou mesmo criminal. Coma se pode veri disposto no art* »n?_4, 0 Regulamento n° 44/2001 6 aplicave! ao pedido de indemnizacao civil deduzido no Ao Reguiemento ne Ae proceso penal [fr T4:214/1889 (17218, ScrniagiWaidmann), Colect. 1963, 1963] @, como se pode tnferir do M.Tetweira de Sousa ~ Regulamento (CE) 44/2001, do 22/122000 (vers 0 2003/2004) disposto nos ar’s 18° a 21°, aquele Regulamento n° 44/2001 6 igualmente aplicavel as acgbes relativas a contratos individuais de trabahho. b. A matéria civil @ comercial que delimit o ambito de aplicagao do Regulamonto n® 44/2001 deve ser interpretada autonomamente, ou_seja, nao deve ser interpretada segunda o eve ser interoreteda aulonomammente, ov soja. na oo direito_de qualquer dos Estados-membros, mas de acordo com os objectives e 0 sistema Jo eS: Meeamemee | acon looWvOs © 9 sisteme os unto dos sisternas Regulamento e com cbservancia dos principios gerals que decarrem do Gireito nacionais fet: T-14/1011978 (28/76, LTUIEuracontc), Cole. 1976, 164; te. também Ty-2314/09 (1720, nae Teas Sonntag/Waidmann), Colect. 19897, 1983}. 1.2. Delimitagdo negativa © Rogulamento n° 44/2001 nag abrange: ~ As matérias fiscals [et. Seatzu, ROIPP 37 (200%), 621 ss, aduaneiras e administrativas (art? 1°, n° 1 2* parte); = 0 estado e a capacidade das pessoas singulares, os regimes matrimonials fof. Tu 2719/1879 (149/78, GavelCavel |), Rec. 1979, 1055], 08 testamentos © as sucesstes (art? 1°, n° 2, al.a)); ~ As faléncias, as concordatas © os provessos andlogos (art? 1°, n® 2, al. b)}; estes n? 4, Rgl 1946/2000 [pretend processos devem ser entendidos na acepgao do art antes da vigéncia do Reguiamento n* 1946/2000, uma Interpretayéo auténoma destas conceit, cfr. TJ- 221211979 (133178, GourdalyNaclen, Rec. 1970, 733); — A seguranga social (ar 1°, n® 2, al. ¢)); 86 se exclul do ambito de aplicagdo do Regulamento ri? 44/2001 © contencioso da seguranga social, ou seje, os diferendos decorrentes das relagées entre a administragc © as entidades patronais ou os. trabalhadores [Jenard, Relatoro, 135); A arbitrage (art? 1°, n® 2, al, d)) [or Tu-25/7/199% (190089, Richampient, Colect. 1991, 865]; © Regulamento n° 44/2001 nao @ aplicével aos processos judicials que se Gestinam a dar inicio a um proceso de arbitragem, lais como os processos designago ou de recusa de um arbitro, de determinagso do lugar da arbitragem © de prorrogago ® 1M, Toteoira do Sousa Regulamento {CE) n° 44/2001, do 2212/2000 (vers80 2008/2004) do prazo fixado para a prontincia da sentenga, nem aos processos nos quais se aprecia a validade de uma convengiio arbitral fr Sohiosser, Reatro, n° 64; of, tmbém Schlosser, RDIPP. 25 (1980), 45 $6; Moura Vicente, ROA 55 (1986), 585 2, Ambito espacial 24. competnclsitrmacinal og fg ab 32 | Rag, As regas score a dle da empire segundo © Reguamento n° 4420040) sto apasis, of gp cuando odemendato vero seu domi ov sede notre de un Estado-membro (arf 4%, 1° 1). A delerminagao desse domictiio ou sede faz-se da sequinte forma: = = 0 juiz da causa aplica a sua lel interna para determinar se uma parte tem domiciio no seu proprio Estado (art? 59°, n° 1) e aplica a lei intema de um outro Estado para eterminar se a parte tom domicilio nesse Estado (art? 59°, n° 2); ~ As sociedades pessoas colectivas tém domiclio no lugar em que tiverem a sua istrago central ou 0 seu estabelecimento principal (art? 60%, 2.2, Reconhecimente # execugio © Regulamento n° 44/2001 6 aplicével_ao_reconhecimento € ex« decisbes proferidas num dos Estados-membros (art2 32°})Como, em regra, as normas relativas & ‘shes proferidas num dos Estados-membros (as competéncia internacional que constam do Regulamento n° 44/2001 s6 sto aplicéveis se 0 réu tiver domicilio num dos Estados-membros (cfr. at? 4°, n° 1 350 significa que 0 regime previsto no Regulamento n® 44/2001 para 0 reconhecimento © a execugto € aplicdvel a decisbes proferidas Por tribunals cuja competéncia néo fol afeida por aquele acto comunitario. 1M, Teltora de Sousa ~ Ragulamente (CE) n° 44/2001, ee 221122000 (versto 2008/2004) 3. Ambito temporal b aisedcd tld cael) alec oy Lav alate felativas & competéncia internacional sdo_aplicavels as acg0es judiciais instauradas apos essa data (art? 66%, n° 1), 3.2. Reconhecimento e execucdo ‘A aplicagéo no tempo das disposices do Regulamento n° 44/2001 relativas ao reconhecimento © execugdo de decistes rege-se pelas seguintes regras: ~ Alendendo a simitude do Regulamento n® 44/2001 com a Convengao de Bnxplas © 2 Convengao de Lugano, as declstes 30 reconhecidas @ executadas de acordo com as_regras do Regulamento n° 44/2001 se_as es _tiverem_ sido. (ert 662.n22,ale a); — Nos demais casos, 0 reconhecimento © a execugao seguem o regime previsto no Rogulamento n° 44/2001 se a competincia do tribunal de origem se tiver baseado em regras correspondentes 4s previstas nesie acto comunitrio ou numa convengao colebrade entre o Estado de origem e 0 Estado requerido (art 66°, r°2, al. b)) Il, Relagées entre reguiamontacoes 1. Aspectos gerais 1.1. Efelto derrogatério © Regulamento n° 44/2001 substitui varias convengdes celebradas entre os Estados- membros (art? 68°), excepto no que se refere a matérlas que no so abrangidas por aquele Regutamento (art* 70°, n° 4), > 1M. Teivora do Sousa — Regulamento (C=) a 44/2001, de 22/42/2000 (verso 2008/2004) 1.2. Convengdo de Bruxelas (© Regulamento n° 44/2001 substitui entre os Estados-membros, com excepgao da Dinamarca, a Convencéio de Bruxelas (ari®s 68°, n° 1, € 18, n? 3). Assim, a Convengéo de Bruxelas continua 2 ser aplicvel nas relagées entre 2 Dinamarcs © 9§ Estados vinculados pela ‘Regulamento n? 44/2001 (cfr. considerando (22). 1.3, Convengéo de Lugano (© Regulamento n° 44/2001 nao afecta a Convengdo de Lugano, que continua a ser aplicavel nos seguintes casos [er Jenardioter, Reattro, rs +4 58 — Quando 0 demandado tena domicilio ou sede num Estado-memiro da Convencao do Lugano que nao pertenga & Unido Europeia (art? 54°4 °2, al. a), CLug); ~~ Quando exista uma competéncia exclusiva de um Estado-membro da Convengdo de Lugano ou tenha sido celebrado um pacto de jurisdigao que atribua competéncia a um desses Estados (art? 54°-B, n°2, al. a), CLug) = Quando se trate de reconhecer ou executar num Estado-membro que esteja vinculado pelo Regulamento n? 44/2001 uma deciszo proferida num Estado que s6 & parte da Convengdio de Lugano, e vice-versa (art? 54°-B, n? 2, al. c), CLug). 2. Actos comunitérios (© Regulamento n° 44/2001 no prejudica a aplicagao das disposigSes que, em matérias, especificas, regulam a competéncia judiciéria, 0 reconhecimento © a execugao de decisées, contidas nos actos comunitérios ou nas leis nacionais harmonizadas nos termos desses actos (art* 67%), 8 Convengées especiais, 0 Regulamento n° 44/2001 nao afecta a vigancia de convengbes sobre matérias especiais (en? 71°, 1° 1), M. Telxera de Sousa — Regulamonto (CE) 4472001, do 22/12/2000 (verso 2008/2004) £ 0 casa, por exemple, da Convencio para a Uniiario de Cortas Regras Relatives a0 Transporte Aéreo Internacional (Montreal, 28/3/1993) (Convengéo de Montrea) (Dec. 39/2002, de.27/111 4, Convengtes de no reconhecimento Se a demandado nao tiver domicflio num Estado-membro, a competéncia é regulada, em ‘egra, pela fal interna,do Estado do foro (ant 4°, n° 1), mesmo que ela comporte situagSes de competéncia exorbitante (art? 4°, n° 2), Para evitar 0 reconhecimento de decisées que foram proferidas num Estado-membro em acg6es propostas contra demandados que tenham o seu domicilio num Estado terceiro, o art® 53° CBrux permite que um Estado contratante se vincule perante um Estado terceiro 2 no reconhecer uma decisdo proferida num outro Estado contratante contra um demandado que tenha domiclio ou residéncia habitual no territério daquele Estado ferceiro, quando o tribunal de origem tenha apicado uma competéncia exorbitante, © ad? 72° ressalva a vigéncla das convengbes Ja celebradas com base no art? 69 CBrux, mas, implcitamente, no permite a celebragao pelos Estados-memibros de novos acordos. 1V. Critério geral 1. Generalidades © Regulamento n° 44/2001 afere a competéncia de forma distinta consoante 0 réu tenha Gomiclio num dos Estados-memiras ou resida fora de qualquer desses Estados. 2, Domictti Na hipétese de ¢_domictio num dos Estados-membros, a competéncia afere-se segundo as seguintes regras: = © réu domiciliado num desses Estados deve ser demandado, independentemente da sua nacionalidade, nos tribunais do Estado do seu domiciio (art? 2°, n° 1); 2 circunstancia de o réu no ser nacional do Estado do seu domictiio no impede 2 aplicagao da regra do domicilio do réu (art? 28, n®s 1 e 2); 1M, Tabecra de Sousa ~ Ragulamento (CE) n* 48/2001, o@ 22/12/2000 (verso 2003/2004) — As pessoas domiciiadas no_terrtério de _um_ Estado-membro podem ser 05, tribune is_de_um outro Estado se tal resultar de uma aceon ieee ca oe egidados no podem sr apicadas quaisquer ove regres, nomesdamenteaqueas que, nos deltas nacionals dos Eslados-membros, estabelecom _compeléncas Sxorbtantes (ar 3,02), eae 3. Domicilio extracomunitario Na situagao em que o demandado nao fem domicitio num Estado-membro observam-se @ as seguintes regras: ‘ — A competéncia & regulada, em principio, pela lei interna do Estado do foro, sem petencla ¢ rogues gee tol eins £0 Ean prgjuizo da eplicagao das regras relatives. & compoténcia exclusiva (ar 22%) e aos actos de jurisdicao (art 23") (art? 4°, n° 1), = Contra esse demandado podem ser invocadas qualgquer regres de competéncia Vigrtos na onde interna do Estado oo fre, mesma que ees slam consieredes msn. ‘exorbitantes © nao possam ser smandades com domictio: num dos Estados-membros (art? 4°, n° 2) [eriticos perante esta ciscrimingeso contra demandados domictiados ‘ egos ne en Eds tein of on Men RAC 67 (18) ge, ROO 72 (88), 7 8 ster Mich Rov. 82 (1984), 1210.8} V. Critérios especiais 1. Generalidades 0 réu que sei 9-membro pode ser demandado nos tribunais de um outro Estado se relevar um dos factores de conexao enunciacios nos art's 5° a 24° (art? 3°, n° 1). competéncia que ¢ fixada através de um eritérfo especial concorre com aquela que € determinada pelo critétio geral do domicilio do réu (art? 2°, n° 1), de modo que o autor pode escolher qualquer oe ae ee ce gue © aur pode escomner quaigy dos tribunals cuja competéncia seja determinada pela aplicagao dos referidos critérios, gerals ou specials (cfr. art? 3°, n° 1). = ano [M,Teteeita de Sousa ~ Regulamanto (CE) n° 48/2001, de 22/1212000 (versto 200872004) 2. Criterios especials avulsos 2.1. Coneralidades No Ambito das competéncias especiais, © Regulamento n° 44/2001 contém as seguintes disposigbes: —Normas avuisas sobre varias competéncias especiais (art's 5° a 7"); ! = Normas que visam proteger @ parte mais fraca por meio de regras de competéncia mais favoraveis aos seus interesses do que a regra geral (cfr. considerando (13) — Estas normas referem-se & competéncia em matéria de seguros (art®s 6° a 14°), de contratos celebrados por consumidores (ars 15° a 17°) e de contratos individuais de trabalho (art’s 18°. 21°); = Estas competéncias especiais prevalecem, no_seu Ambito de aplicagao, perante quaisquer outras competéncias especieis (nomeadamente, aquela que se ‘encontra prevista no art? 5°, n° 1); — Uma norma remissiva concemente @ competéncia para o proferimento de medidas provisérias © cautelares (art? 319), 2.2. Matérla contratual ‘2. Em materia contratual, & competente 0 tribunal do {ugar agao fol ou deve ‘ser cumprida (art? 5°, n® 1, al. a) [sobre as diorengas ante o ar? 5°, n° 1, 6 0 af 5%, ot 4, CBnx, ct rox/Geudemet Tallon, RODIP 90 (2001), 633 ee; Boreudo, J.D. 128 (200%), 1040 ss, Takahashi, E.L-Rev. 27 (2002), 530 ce]. O at’ 5%, n® 1, 6 apligavel as_acgdes relativas ao cumprimento do contrato, ainda que a aia © aplgavel AS _ac9008 rolativas ao cumprmento do contreto, ainéa que # existéncia_do a [Tu.sar1982 (28/81, EferKantrer), Rec. 1982, 825], a5 acgtes respeitantes & validade e a eficdcia do contrato e ainda as acgtes rel _termo do conteato. ® Do moide soja consierado competente segundo oat? 5.0 t.para> 5/'c jvas & modificagao © 20 uma matéria que néo pode ser qualificada como contratual segundo a lex causéé que for considerada a elas nomas de_conflito do foro, a qualficagao de “matéria_contratual’ referida nesse preceito deve ser realizada por aquela lex causae [SeimertSchatee, Eu2VR, At. 514]. Em IM, Teirora de Sousa Regolamento (CE) a 44/2001, de 2212/2000 (versB0 2002/2004) 10 todo 0 caso, esta “matéria contratual” abrange igualmente, alravés_de_uma_interpretacdo extensiva, os negécios unilaterais [GeimortScnute, EUZVR, At 598) EE b. Para a determinagdo do lugar do cumprimento da obrigagSe, hé quo alonder & obrigagio contretual que constitu o fundamento da acco judicial [Tu-tsi1/1987 (esas, Shoraviesche, Cle. 887,238, Na determinagao deste lugar devem sor obsorvedas as soguitos rearas: — No caso da venda de bens e da prestagao de servigos, segue-se a norma material segundo a qual reieva 0 lugar no qual, nos termos do cortrato, os bens foram ou deviam ser entregues ou os servigos foram ou devlem ser prestads (ar? $n 1, al.) fe Goel ax 202 484s; Etrsonp, x 200,61 8 cma L6ieo, 8 Tegra pode ser fectivamente aplicada quando esse lugar se sitve num dos Estados-membros; = Nas_demais hipgtoses (of. ar 8°, n° 1, al) ~ inchindo aquela na qual 2 aplicagao do art? 5°, n? cconduz & designagéo do tribunal do um Estado terceiro [com 1988) 24 ra, 5] ~, © lugar do. cumprimento da obrigagto é determinado: — Pelas normas de confitos do Estado do foro [er 8/10/1978 (1276, TesshvOurog), Ree. 1976, 1473, Incluindo aquelas que constam de convengbes internacionais [et. T+ 2016094 (288IG2, Custom MadolStaua), Colect 9041, 2013; TH2B/OTGIG (440797, Cxoupe CConcorde/Suhedivero Panjan), Colect. 19901, 6807]; No contexto desta qualifcagto lege _gausao importa salontar os ar%s 3° © 4° CRoma; — Por uma convengéo validamente celebrada entre as parles segundo @ lox causae, mesmo que ela nao observe os requisitos exigidos pelo art? 23° [Tu-t7/11980 (60179, Zelgersatni), Rec, 1980, 6]; porém, se o acorde sobre o lugar do cumprimento da obrigagao se destinar realmente a definir o tribunal competente, ele terd de observar as condighes estabelecidas naquele an? 23° [er T20/2/1907 (rosras, MsG/Gravires Rhénanes), Coloc. 19878, 811; ef. Krophalr, EuZPR", Art. § 43. | Teixeira de Souse — Rogulamonto (CE) n° 4412001, de 22/122000 (verso 2003/2004) “ 2.3. Obrigagio allmentar 2, Em matéria de obrigagao alimentar, 6 competente o tibunal do lugar em que 0 credor de alimentos tem o seu domicilio cu residéncia habitual, mas, tralando-se de um pedido acessério formulado numa acgdo sobre o estado das pessoas, 6 competente o tribunal determinado segundo a lei do foro, excepto se essa competéncia for fundada unicamente na nacionafidade de uma das partes (ert* §°, n° 2), Esta excepedo justifica-se pela necessidade de combater as competéncias ‘exorbitantes fundadas na nacionalidade das partes (cr. Schlosser, Reletéo, 41], mas dela h que exciuir 0 caso no qual ambas as partes possuam a mesma nacionalidade {MunchKomm2Po*/Gottat, EuGVU Art § 28, Kropholer, EuZPR’, Art. § 55; ct também Gaimor/Schilze, EU2VR, Art. § 135]. b. Aregra do art? 5°, n® 2, 6 aplicével mesmo que 0 credor de alimentos ainda nao estefa reconhecido como tal [Ts-20/91897 (29519, Farall.ong), Cole. 19970, 883]. Ela é igualmente aplicével 2 ‘acgdo de apreciagdo negativa proposta pelo alegado devedor de alimentos [Scnlosser, EUZIEUWO ‘A. § 19; conta, Krophole, EuZPR’, Art. 556] @ & acco de alteracéo dos alimentos devidos, que ndo tera de ser proposta no tribunal que proferiu a deciséo que se pretende modificar [ScHosser, Retatro, a's 100 © 106 . A obtigagio alimentar deve ser qualilicada autonomamente [7.-8/11960 (12079, CavelCavel 10, Rec, 1980, 73], mas ela deve respeltar 0 ambito de aplicagao material definido no art 1°, ns 1/€ 2, pelo que aquela obrigago nao pode decorrer de um regime matrimonial [Schiossor, Relate, rP 95] © no pode ter um fundamento sucessério (cft. art? 1°, n° 2, al. a). Perém, uma decisao proferida ‘pum processo de divércio que ordena o pagamento de uma quantia global por um dos ednjuges 20 cutro, assim como a transferéncia da propriedade de certos bens, deve ser enquadrada nas obrigagdes alimentares, j4 que ela se destina a assogurar a subsisténcia do ex-cénjuge (tu 2712/1987 (220/98, Van den Boogaart!Laumen), Colect 19970, 1147]. 2 M. Telvera de Souse - Regulemento (CE) n 4472001, de 22/12/2000 (versdo 200372004) 12 244, Matta extraconteatual 241. Regine gral a, Nas acgbes relativas a matéria extracontratual, o réu pode ser demandado perante 0 tribunal do lugar onde ecorreu ou podera ocorrer 0 facto danoso (ert* 5°, n® 3). A malgria ‘extracontratual deve ser interpretada autonomamente, cabendo nela tudo o que néo se incivi na peeled hi nea bendo nela tudo 0 que nto se inclu oF rmatéria contratual do art® 5°, nt [er T-27/9/1988 (189187, Kalots/Sohrider), Colet. 1988, 5565; T-27110/1895 (61197, Réurian euratenne/Spiathoits Bevrachtngstantoo?), Colt, 19987, 0511] b. Segundo 0 disposto no att? 5°, n® 3, se 0 lugar do facto danoso nao coincidir com 0 lugar onde se produziu ou poderé produzir 0 dano, a acgéio também pode ser instaurada no tribunal deste titimo [ett 7U-90/1/1976 (21176, BletMinas da Potasee dAleace), Rec. 1976, 1735] 2.42. nteogdo penal Para a aogdo de indermizegao ou 2 acqdo de restugso fundades numa infracz20 penal ns {6 competente © tribunal onde fo! inentada a acq8o pablica, se a lei do Estado desse tibunal permitir conhecer da acyl clvel (art? 5°, n® 4), Relativamente ao direito portugués, importa considerar o disposto nos ari’s 71° a 84° CPP quanto ao pedido de indemnizagao civil fundado na pratica de um crime: a regra € @ de que esse pedido deve ser deduzido no processo penal respectivo (ar? 71° CPP), s6 © podendo ser em separado, perante os tribunais civis, nos casos previstos no art? 72°, n° 1, CPP. art? 5°, n° 4, néo afasta a aplicagao nem do oriterio geral do art? 2°, n° 4, nem do oritério ‘especial do art? 5°, n? 3, Assim, 0 art? 5°, n? 4, acrescenta & competéncia dos tribunais determinada por estes preceltos a competéncia do tribunal criminal quando este no ooincida nem com 0 do domicilio do demandado, nem com o do lugar onde o dano ocorreu. | 1M. Teixeira do Sousa — Regulamento (CE) n° 44/2001, do 2042/2000 (verso 2008/2004) 2 2.5, Bxploragdo de sucutsl ‘a, Nas acgoes reletivas & exploragio de uma sucursal, de uma agéncia ou de qualquer outro estabelecimento, & competente o tribunal da sua situagto (art? §%, n° 5), Segundo uma intorpretagdo auténoma, a nogdo de sucursal, agéneta ou de fal mpica: ~ Um centro operative que se manifesta, de forma duradoure, nas relagées com 0 faterlor como uma extenséo da casa-mie, provido de dreceo & materiaimente apetrechado para poder conciuir negécios com terceirs, de modo que estes, ainda que sabendo que estdo a constiuir uma relagSo juridica com a casa-mée sitvade no estrangeiro, estéo dispensados de se dirigirem directamente a esta [Tszarniie7a (aus, SomateriSeer-Femgas), Rec. 1978, 2183]; | = Que a sucursal, agéncia ou fiial seja controlads e ditigida pela casa-mae [Ti 6110/1978 (1476, De Bloos/Bouyen, Res. 1976, 1457 rs 208 2}; b. A competncia definida pelo art® 5%, n® 6, & restrta aos itigios respeltantes & exploragaio da sucursal. Este requisito esté preenchido quando a acgao se refere aos direitos © as obrigagées relativas @ gestdo da sucursal (como aqueles que decorem do arrendamento do imével ou & contratagéo do pessoal que nela trabalha) ou quando ela respeita & aclividade realizada peta sucursal em nome da casa‘mée no Estado no quel se enconira sediada [Tw22/11978 (aa7e, ———_————eoeeerervkseeses=s$=scae SomaferiSaarFemglas), Rec. 1878, 2163]. O que releva é a maneira como a sucursal e a sociedade se comportam no mundo dos negécios e como elas se apresentam perante terceiros [ru-92/1907 (2186, SchotterPeriums Rottshld), Colec. 1087, 4005 r° 16]. 2.6. Competinda por conexio ‘A competércia de um tribunal pode ser alargada através de uma conexa0 estabelocida através das partes ou do objecto de causa. Em conereto, importa considerar as seguintos sitvagéos: — Se a acgSo for proposta contra varios réus, todos podem ser demandados no {ribunal do domicltio de um ai ~ isto @, todos podem ser demandados no tribunal [M, Teiwora de Souso Regulamento (CE) o* 412001, de 22/12/2000 (versio 2008/2004) “4 competente segundo o critério do art? 2°, n° 4 -, desde que os pedides estojam ligados ene si por um nexo tao estreito que hajainteresse em quo sojam instruldos e jlgados simuitaneamente para evilar solugées que poderiam ser inconcilaveis se as causes fossem apreciadas separadamente (ar? 6°, n° 1) fot. T-27mar980 (18967, Kaela/Scrsde, Colac 1088, S565}; apesar do dlsposto no art? 6° proérrio, & defensével a aplicagio ‘analégica do art? 6°, n? 4, quanto a pessoas com domicio em Estados terceiros [MonchommZPO"/Gottwald, EXGVO Aut 6 13; Kropholer, EUZPR’, At. 6 7]; = Qualquer garante ou outro terceiro pode intervir numa acgao pendente, salvo se a escolha do tribunal onde @ aco foi proposta tiver tide 0 intuito de subtrair 0 terceiro & Jurisdigéio do tribunal que seria competente (art? 6, n° 2); este preceito pressupde que & competéncia do tribunal de acgo 6 determinada pelos ctitérios do Regulamento n? @ 44/2001 ofr. Kropholir, EuzZPR’, Ae. 6 90], mas ndo obtiga o juiz nacional a admitr 0 chamamento de um garante & acgdo, pelo que ele pode aplicar o seu direito nacional para avaliar a sua admissibilidade (Tu-15//1990 (968'68, Kongret Agentur Hagen/Zeshaghe) Colect. 19901, 18; sobre 0 direito portuguas, of. art? 330°, n° 1, CPC: ~Tratando-se de um pedido reconvenconal que derive do contrato ou do facto que constiui a causa de pedir da aegao principal, 6 competente o tbunal no qual esta acg0 s0 onconira pendente ar” 6, r® 3), desde que esse eompetencia tena sido aferida nos termos estabelecidos no Regulamonto n* 44/2001 [or Keptaer, EAZPR” rt. 6S]: epesar de 0 ar 6° proémio se referr apenas a uma pessoa com domictio no teritrio de um Estado-membro, 0 art 6°, n® 3, também pode ser apicado quando 0 autor reconvindo ro tiver domiotio num Estado-membro Mirchienna7O'Cetal, EVO At. 15: ophler, EWZPR’, Art, 697]; = Estando pendente no tribunal da situagao do imével uma acgao em materia de direitos reais (off. ar 22°, n® 1), é admissivel formutar contra o mesmo demandado um pedido contratual (art? 6°, n® 4); © tribunal competente para conhecer das acgdes de responsabilidade emergente da utllizagdo ou da exploragéo de um navio 6 iguaimente competente para a acrao, proposta pelo armador do navio, relative & limitagtio daquela responsabitidade (art® 7). (M,Teireira de Sousa — Regdameonto (CE) n* 44200", de 22/2700 (verso 2003/2004) 15 2.7. Medias cauteares 2. As medidas provisérias ou cautetares previstas na fe de um Estado-membro podem ser requeridas nos tribunais desse Estado, mesmo que, por forga do isposto no Regulamento 1? 442001, um tribunal de um outro Estado seja competente para conhecer da acgao principal (art? 319). A nogdo de medidas provisérias ¢ cautelares deve ser qualificada eutonomamente [G0imerSchatze, EUZVR, Art. 24 14; ManchKomm2PO'/Gottwats, EXGVD Art, 248: Kropholer. EXZPRY, Ar. 31 5] b. 0 regime definido no art® 31° aplica-se apenas nas sequintes condigées: — As medidas cautelares devem caber no Ambito de aplicagao material determinado pelo art? 1°, ns 1 © 2 [rezriater9 (14978, CaveliGavel I, Rec. 1979, 1055: TUaTaNORD (5, CHLWIOJ.H, Ree, 1962, 1188], sendo que o que releva & a matéria a que elas proprias, respeitam @ nao @ matéria 2 que se refere 0 respectvo processo principal (T1-'/1960 1120779, CaveliCavet ih, Rec. 1980, 731}; — 0 requerido deve tar domicilio num dos Estados-membros (cfr. art? 4°), .O aft? 31° concede ao requerente da providencia cauteler 2 seguinte op¢do: — Requerer a providéncia cautelar no tribunal competente segundo os cfitérios definidos no Regulamento n° 44/2001 (te. T5-17114/1908 (901/95, Ven Uden/Deco Line}, Colet +1998, 7094; Kophotor, EuZPR’, At, 31 $0}; — Requerer a medida cautelar no tribunal competente segundo 0 direito intema dos Estados-membros; se, segundo este direlto, o tribunal competente for 0 do processo principal (como sucede no direito portugués: ofr. art? 83", n° 1, as a) e c), CPC), aquele ‘ribunal_determina-se segundo esse mesmo direlto (quanto 20 direito portugues, segundo o disposto nos art's 65° e 65°-A CPC). 2.8. Outros erikérios Importa ainda salientar os seguintes critrios determinatives da competéncia [M. Teiwora do Sousa ~ Regutamenta (CE) n° 44/2001, de 2211212000 (versB0 2008/2004) 16 — 0 art? §°, n° 6, permite que uma pessoa com domicilio no territorio de urn Estado- membro seja demandada nos tribunals do Estado do domictlio do trust na qualidade de fundador, de trustee ou de beneficirio desse trust; = 0 art? 5°, n? 7, define como competente, quanto a uma acyéo relatva & reciamagio da remuneragao devica pela assisténcia ou pelo salvamento de uma carga ou fete, © ‘rbunal no quot essa carga ou fete tenha sido ou podera ter sido arrestado, dese que © demandado tenha um direito sobre @ carga ou 0 frete ou tivesse esse direto no momento da assisténcia ou do salvamento. 3. Critérios especiais espectficos 3.1, Matérias de seguros a. As disposigtes relativas & competéncia em matéria de seguros possuem 0 seguinte ‘ambito de apl xo Ambito material: aquelas cisposigses so aplcavels as aogbes culo fundamento ee isposigves sao _aplcavels as acpbes culo fundame soja uma relagao de seguro e ctjo abjecto respeite 0 dominio material defnido no ar? “f, 1s 1 © 2, Inguindo, sempre que tal seja admlido pela ici do Estado do foro, a aagao _ 12.1610 2, Inguindo, sempre que tal soja ecko peta lel do Estado do foro, 2 povée it tre (cfr..art® 11°, n° 2); em contrapartida, directa instaurada pelo lasado contra o segurador (cr nF 2) op 8 contratos do ressoguro esto excludes deste ambio material, dado que, nessa hipéteso, 0 segurado no necesita de qualquer protecgAo [rv-t372000 (1288, Grup Jess UIC), Cols. 20001, 8526 ef. Schlosser, Relat, 154; ~ Ambito subestve: em principio, as disposigBes relatives & competéncia em matéria de seguros $80 aplicéveis agenas quando o demandado tenha domiciio num Estado- membro (ant? 8°; oft. an? 2°, n° 1) (ra) ‘© segurador que no estela domiciiado no territério de qualquer desses Estados, mas que possua sucursal, agéncia ou quelquer temitorio de qualquer desses Estados, Tas que possua sucursal, agéncia ou quelave outro estabelecimento num Estado-membro, € consHlerado, quanto aos itigios relatives —— ‘A exploragtio daquela sucursal, agéncia ou estabelecimento, como tendo domictio no “Se Iorrtorio desse Estado (art? 3%, n" 2). b. Quanto a competéncia para faces ogastes contra 0. squad inindo aquelas =_ {que so directamente instauradas pelo lesado: cfr art? 11°, n° 2), valem as seguintes regras: que séo directamente instauradas pelo esado: eff ar® 11, n° 2), Seco eo ee 1M, Talore do Sousa - Regutamento (CE} * 4472001, de 2212/2000 (verso 2003/2008) 7 0 segurador domictiado num Estado-membro contratante pode ser demandado: — Nos tribunals do Estado do seu domictlio (art? 98, n° 1, al, a)) ou do Estado no 2h. ‘qual se considere domicilado (cfr. art” 9°, ~ No tribunal de lugar em que 0 tomador do seguro, o segurado ou o beneficiario tiver 0 seu domiciio (art? $2, n° 1, al. bl}: = Tratando-se de um co-segurador, no tribunal do Estado onde tiver sido instaurada a acgéo contra o principal segurador (ar 9, n° 1, al. ¢)), de acordo com 08 criterios definidos pelo art? 9°, n° 1, al’s a) € b) fot. Schlosser, Relat, n* 149]; = Se 0 segurador possuir sucursal, agéncia ou qualquer outro estabelecimento num Q Estado-membro diferente do Estado do seu domicfio, ee pode ser demande no tribunal do situagao dessa sucursal, agéncia ou estabelecimento, se_o Iitgio resoelter & sue exploragao (art's 8 e 5° n? 5) — 0 segurador pode ser demandado no tribunal do lugar onde ocorreu 0 facto danoso, ‘quando se trate de um seguro de responsabilidade civil, de um seguro que tenha por ‘objecto bens iméveis ou de um seguro que incida simuttaneamente sobre bens imévais ‘e méveis cobertos pela mesma apélice e atingidos pelo mesmo sinistro (art? 10°). «. Relatvamente as Gogtes Insiauadas pelo sequraiog valem as seguintes regras, doterminativas da competéncia: = © segurador s6 pade propor @ acgéo perante os tribunais do Estado-membro em cujo territério estiver domiciiado o demandado, quer este seja o tomador do seguro, 0 segurado ou o beneficiério (ar 12°, n® 1); — 0 segurador pode formular 0 pedido raconveneicnal no tribunal competente no qual tiver sido instaurada a acgéo (ert® 12°, n® 2). d. Admite-se uma extensdo_da_competéncia quanto a terceiros nas seguintes circunstancias: — Em matéria de responsabilidade civil, o segurador pode ser chamado perante 0 tribunal onde foi proposta a acco do lesado contra 0 segurado, desde que a lei desse 1M. Tebrora de Sousa ~ Reguiamento (CE) 44/2001, de 22/1212000 (versto 2000/2004) 18 tribunal assim o permita (art? 11%, n° 4); a ace proposta pelo lesado deve respeitar as competéncias detorminadas pelos at's 8, 2 e 10° (art 11%, 2); quanto ao regime da intervengae do segurador nessa acg8o segundo o direito portugues, of. art 330%, 0° 4, ore; = Estando pendente uma acgio proposta pelo lesado directamente contra 0 segurador (aum dos tibunais determinados pelos arts 8° a 10%: cf. af? 119, n° 2), 0 tribunal no qual a acgo esté pendente ¢ competente quanto ao tomador de seguro ou 0 segurado, se 0 oireito plicavel a essa aceao admitiro seu chamamento (art? 11°, 3); quanto ao dirsito portugues, cfr, por exemplo, art? 29°, n° 2, DL 522/85, de 31/12 3.2. Matérias de consumo 2. As normas relativas & determinagao da competéncia em matéria de contratos celebrados pelos consumidores possuem 0 seguinte Ambito de aplicagao: — Ambito materia: aogdes retatvas 2 contratos celebrados por consumidores, isto 6, @ contratos concluides por uma pessee para atender 2 uma finaldade que possa ser considerada estranha & sua actividade comercial ou profssional (ff. ar 158, n? 4 proémio} [sobre interpretagso autonoma de consumidor, of, TJ-19/1/1983 (80/01, Shearson/T.V.B.), Colect. 1993/1, 138]; 0 regime s6 se aplica @ contratos concluidos fora e independentemente de qualquer actividade ou finalidade profissional, actual ou futura [Tu-a7/1997 (269/95, ‘Benincasa/Dentak, Colect. 18870, 3767), = Ambito subjectivo: em regra, as normas respeltantes & competncia em matéria de contratos celebrados por consumidores apenas sto apicéveis quando 0 demandado tiver domicio num Estado-membro (ar 16°, n® 4 profmio; cfr. at® 2%, n® 1) raisers (18/69, BremnenDeen Witter Reynolds), Colect 19947, 4278]; todavia, © co-contratante do ‘consumidor que no tem domiciio no territorio de qualquer desses Estados, mas que possul sucursal, agénoia ou qualquer outro estabelecimento num daqueles Estados, considerado, quanto aos iitfgios relatives 4 exploragio da sucursal, agénoia ou estabelecimento, como tendo domictlio no territério desse Estado (art? 18°, n° 2). M.Teiveira de Sousa ~ Regulamanto (CE) 44/2001, de 221272000 (verso 2009/2004) 19 b. A competéncia em matéria de contratos de consumo determina-se, quanto as acces ‘propostas pelo consumidor, segundo as seguintes regras: ~ 0 consumidor pode instaurar a aco contra a outra parte no contrato, quer perante 08 tribunais do Estado-membro do domiciio desta parte, quer perante 0 mnal do lugar do seu préprio domicilio (art? 16%, n° 1); para este efeto, releva 0 domicillo do ‘consumicor no momento da propositura da acgao [Schicsse, Relatéio, a £61]; fl — Se a outra parte tiver sucursal, agéncia ou qualquer outro estabelecimento num Estado-membro que néo seja 0 do seu domicitio, 0 consumidor pode demandé-ia no ttiounal da situagéo dessa sucursal, agéncia ou estabelecimento, se o litigio respeitar & sua exploragso (arts 16°, n° 1, © 5°, n? 5). . A outra parte no-contrato s6 pode propor uma aogao contra 0 consumidor perante os {ribunais do Estado-membro do domiciio do consumidor (art? 16°, n® 2). Isso nao impede, todavia, | a extensdo da competéncia do tribunal da acco para © pedido reconvencional deduzido por aquela contraparte (art? 162, n° 3), 3.3. Matéria labora a. As normas relativas & competénoia em matéria de contratos individuals de trabalho Possuem o seguinte ambito de aplicagao: — Ambito material: aogées que tém por fundamento contratos individuais de trabalho; ~ numa interpretagéio euténoma, 0 contrato individual de trabaiho é aquele que regula uma actvidade laboral que ¢ realizada com dependéncie © sujeita a orientagdo (rope, euzeR?, An. 192; — Ambito subjective: em principio, as normas respeitantes a competencia em matéria 7 de contratos individuais de trabalho s6 sto aplicave’s quando 0 demandado tenha domictio num Estado-membro (an* 18°, n® 1 proémio; cfr. ar? 2°, n? 1); contudo, a fentidade patronal que nao esta domiciiada no teritério de qualquer dessos Estados, mas que possui fill, agéncia ou qualquer outro estabelecimento num daquoles Estados, considere-se, quanto 0s Itgios relativos & exploragao dessa fila, agéncia ou |M, Teeora do Sousa — Ragulamento (CE) n* 44/2001, do 22/12/2000 (verso 2003/2004) 20 estabelecimento, como tendo domiciio nesse Estado-membro (art? 18°, ROIPP 39 2009). 11 ss]. ». 0 trabalhador pode demendar a entidade patronal que tem domicilio no tarritorio de um Estado-membro: Nos tribunais do Estado do domiclio daquela entidade (art? 19°, n° 1) No tribunal do lugar onde o trabalhador efectua habitualmente 0 seu trabalho ou perante © tribunal do lugar onde efectuou recentemente 0 seu trabalho (art? 18°, n° 2, al ays — No tribunal do lugar onde se situa ou s@ situava o estabelecimento que contratou © trabalhador, se este no efectua ou nao efectuou habitualmente o seu trabalho no ‘mesmo Estado (drt? 19°, n° 2, al. b)): — Se a entidade patronal tver filial, agncia ou qualquer outro estabelecimento num Estado-membro diferente do Estado do seu domicio, ela pode ser demanda no tribunal da situaglo dessa filal, agfncla ou estabelecimento, se o itigio respetar & sua exploracdo (art's 18%, n® 1, €5°,n°5) cc. A entidade patronal s0 pode instaurar uma acgaio contra 0 trabathador nos tribunals do Estado do domictlio desta parte (art? 20°, n° 1). Isso nao prejudica o direito de formular um pedido reconvencional no tribunal no qual tenha sido instaurada a acgao pelo trabalhador (art? 20°, n* 2). VL Competéncia exclusiva 4. Generalidades © ar 22° enumera os casos de competéncia exclusiva dos tribunais dos Estados- membros, Esta competéncia, porque 6 exclusiva, prevaiece sobre a competéncia determinada por quaisquer outros critérios, gorais ou especiais (cfr. ars 2° e 5° a 21°), 6 impede a celebragao de lum pacto de jurisdigao (arts 23%, n® 5%), Essa competéncia exclusiva ¢ independente do lugar do 1M, Tebrera de Sousa ~ Regulamento (CE) n° 4472001, de 227122000 (vers80 2003/2004) 24 omictio do demandado (art? 22° proémio), pelo que se mantém mesmo que 0 réu ndo seja domiciiado num Estado-membro. 2, Enunciado 2. AegBes reais a. Em matéria de direitos reais sobre iméveis e de atrendamento de iméveis, séo exclusivamente competentes os tribunais do Estado onde se encontre o imével (art® 22°, n° 1 1° parte), excepto, em certas condigdes, em matéria de contratos de arrendamento de iméveis celebrados para uso pessoal temporario por um periodo maximo de seis meses consecutives (an? esto regime, ct Kohl, Revision 11] 228, n? 1 2* parte) [sobre a juste . Quanto & matéria relativa a0 arrendamento de iméveis, imporia considerar 0 seguinte: — Esta metéria abrange os Iitigios relatives & enisténcia ou & interpretagao do contrato, & sua duracao, a restituigao da posse do imével ao locador, & reparagso dos danos causados pelo inguiline, a0 pagamento das rendas ¢ as outras desposas ‘acessrias a cargo do inqullino, como o pagamento de agua, gas @ electricidade [n- 1511/1885 (241783, ReslerRotvnke), Reo. £985, 93; — A excepgao relativa ao errendamento temporério no se aplica ao contrato de mediagéio de uma casa de férias [Ts-26/2r1992 (280/90, HeckecEue-Reli), Cole. 1860", 1111}, mas @ aplicavel 2 acgao de indemnizag4o dos danos causados pelo ingullino na habitago arrendada [y1-27!/2000 (868, OansommeniGotz), Cdect. 20001, 393]. 2.2, Outras situagées A competéncia exclusiva também se verifica nas seguintes situagtes: — Em materia de validade, de nulidade ou de dissolugto das sociedades ou outras pessoas colectivas que fenham @ sua sede no territrio de um Estado-membro, bem ‘como de validade ou nulidade das decisbes dos seus éraaos, sto exclusivamente competentes os fribunais desse Estado (art? 22%, n° 2 1* parte); para determiner essa sede, 0 tribunal deve aplicar as regras do seu Dirello Internacional Privado (art? 22°, n° 2 Regulamonto (CE) a 442001, de 2211272000 (versio 200872006), 22. 2 parte), 0 que significa que, neste caso, n&o sdo aplicaveis os critérios definides no art? 60°, n° = Em matéria de validads de inscrigtes em registos piblicos, s8o exclusivamente compatentes 06 ‘ribunais do Estado-membro em cujo territério estejam conservados es ee Em matéria de inscrig&o ou de validade de patentes, marcas, desenhos, modelos & sins sia, so eciivmerte cng ox eu do Exon em cujo territério o depésito ou o registo tiver sido requerido, efectuado ou considerado Hee Na et Ha rtd aba Ee Fete ee ora seeped te ape ea @ FA Nall Ld i lL a ane ST ts ee tg ese | ee ets eae catia saat 3-S/12002; — Em matéria de execugso de decisbes, s8o exclusivamente competentes os tribunais ' do Estado do lugar da execugéo (art? 22°, n° 5), 0 que significa que, por exemplo, para a concessao do exequetur e para a apreciagdo de uma oposigao @ execugdo S80 exclusivamente competentes 0s tibunais do lugar da execugdo [nde ¢ mata rave & ‘xecugdo de decides uma ago do inpusnasio paslera: T4-26/31962 (281190, Recher/Dreedne Sark), Colect. 19820, 2145]. ‘i VIL. Pactos de jurisdigao oS 1.Ambito 1.1. Generatidades © regime dos pactos de jurisdigao que se encontra previsto no art® 23° @ aplicével nas seguintes concligbes: — © pacto deve atribuir competéncia 20 tribunal ou 20s tribunais de um Estadc- membro (art? 23°, n° 4); — Peo menos uma das partes deve ser domicilada no teritério de um Estado- membro (art? 23°, n® 4), nao relevando, no entanto, qual a posigo que ela vem a ocupar 1M. Tavera ce Sousa ~ Regulamanto (CE) n* 44/2001, do 2221000 (versao 200872008) 23 na futura aogdo; portanto, 0 pacto de jurisdigo pode permitir que seja demandado nos lribunais de um Estado-membro uma parte que no tem domiciio em nenhum desses Estados (cfr. a excepgao referida no art? 4%, n® 1). 1.2. Coneretizacao Dado que ¢ suficiente que uma das partes possua 0 seu dorriciio num Estado-membro, mas 6 necessario que soja designado 0 tribunal de um Estado-membro (cfr. ar? 23°, n° 1 1* parte), hd que considerar, atendendo aos possiveis domicilios das partes, as seguintes situagdes: — Ambas as partes so domiciiadas no mesmo Estado-membro: @ = Se 0 pacto aibulr competencie 208 trtunas de outro Estadommemb, ele inclul-se no ambito de aplicagso do art? 23° [lenara Retatirio, 198; ManehKomm2P0%/Gattnald, EUGVO At 173; Kropholor, EUZPRY, Act 233]; = So, através do pacto, for convencionada a competéncia dos tribunais do proprio Estado do domiciio das partes, a solugéo 6 muito dscutivel; Importa comecar por veriear se o art® 23* & aplicivel quando a situagéo néo apresente qualquer contacto com um outro Estade-membro (no sentido afirmativo, cf. Geimer/Schitze, EUZVR, Art. 17 29; MUnchKommZPO#/ Gottwald, EuGVO Act. 17 7; tendencialmente no mesmo ‘sentido, Hausmann, EuLF 2000/01, 43 s.; Kropholler, UZPR?, Art. 23 § @ 9); se assim néo se entender ~ Isto &, se for exisido que a situacio apresente contacto com, pelo menos, dois Estados-mambros - ainda sfo possivals duas solugéas: ~ Se for concedisa relevancla ao efeito derrogatorio da competéncia de tribunals de outros Estados-membros, a convantio inclul-se no Ambito de aplicacio do art” 23°, dado ave, apesar de os trbunais do Estado do foro serem competentes pelo crtério geral do art® 2% nt 1, aguela convencdo retira as competéncias especils aos tribunals de outros Estados [Geimer/Schotze, EU2VR, Act. 17 371; Se nao for concedida relevincia a esse efeito derrogatério, a convencio no se inclui no art® 23°, J4 que se trata de um “puro caso interno” [ManchKommZPO%/ Gottwald, EAGVU Art. 174% ~ Ambas 2s partes possuem domicilio em diferentes Estados-memiros: ~ Se for atribulda competéncia 20s tribunais de um Estado-membro, a convengao celebrada pelas partes ¢ um pacto de jurisdigao, ficando submetida ao regime do art? 23°; ~ Uma das partes tem domiciio num Estado-membro e a outra esté domiciliada num Estado terceiro: 1M, Tebeaira do Sousa ~ Regulamente (CE) n* 44/2001, do 22/12/2000 (verso 2008/2004) 24 ~ Se for convencionada a competéncia dos tribunais de qualquer outro Estado- membro diferente daquele no qual uma das partes esté domiciiads, a convengo ‘cabe no 2mbito de aplicagtio do art? 23° [ensrd,Reletirio, 156); ~ Se for atribulda competéncia aos tribunais do Estado-membro do domiclio de uma das partes, a solugao é muito discutive!; A solugio que pode ser dada a este caso é a mesma que pode valer para 2 hipétese de amas as artes terem o seu domicio num mesmo Estado-membro e de setem designados pela convencio os tribunals desse mesmo Estado; = Se for concedida compeléncia aos tribunais de um Estado terceio, 2 ‘convengio no cabe no Ambito de aplicagSo do art? 23%; no entanto, se 9 acgao vier 2 ser proposta nos tribunais de um dos Estados-membros, a sua validade deve ser aferide pela lex fori e, nomeadamente, pelos critérios referidos no art? 23°, n° § {Tu- ‘9711/2000 (387198, CoreckiHandelsveem), Coect, 20000, 9597; cf. também Geimen/Schite, ELZVR, ‘At 17 42; Kropholler,EXZPRY, Aut. 29 14 ~ Ambas as partes so domiciliadas em Estados terceiros: — Se a convengéo atribuir competéncia aos tribunais de um Estado terceiro, ela ‘no s¢ inclui no &mbito de aplicagao do art® 23°; todavia, na hipdtese de a aeg2o vir 18 Sor proposta nos tribunals de um dos Estados-membros, ha que aferir a validade através da convenc&o da lex fori e, designadamente, dos crtérios constantes do art® 23°, n® § [GeimerSchatze, EXZVR, At. 1742; Kropholer,EUZPRY, At. 2314]; = Ainda que sejam indicedos como competentes os tribunais de um Estado- mombro, © pacto nao cabe no Ambito de aplicagso do art° 23°, mas o art? 23°, n° 3, Impede que qualquer cutro tribunal de um Estado-membro possa conhecer do ltigio enquanto o tribunal ou os tribunais escolhides no se considerarem incompetentes. 2. Validade 2.1. Generalidades Os pactos de jurisdigao previstos no art? 23° sto validos nas seguintes condligtes: = Esses pactos no podem derrogar nenhuma das competéncias exclusivas previstas no art® 22° (art? 23%, n° 5); IM, Tobeora ue Sousa Regulamento (CE) n 44/2001, de 22/1212000 (verso 2005/2004) = Esses pactos nao podem contrariar os requisitos mais exigentes que valem para os actos de jurisdicaio em materia de soguros (cfr. art® 13°), de contratos celebrados por ‘consumidores (cfr. ar 17°) @ de contrato individual de trabalho (ft. art? 21%) (arl® 23°, n? 28 | { 3 | | 2.2, Raquistos gas 1 2. O pacto de jurisdigaio é um contrato celebrado entre 2s partes, pelo que deve respeitar todos os requisitos exigidos quanto & formagao desse contrato. . Quanto ao objecto, 0 pacto de jurisdigdo deve preencher os seguintes requisites: = 0 pacto deve indicar a reiagao juridica da qual surgiram ou poderdo surgir os itigios que sero objects do proceso (art® 23°, n? 1 1* parte) = A convencao deve determinar o tribunal ou os tribunais competentes para 2 apreciago da causa (art® 23°, n° 1 1° parte. 2.3. Requisitos formals Quanto & forma, o pacto sobre a competéncla pode ser celebrado: ~ Por escrito (art? 23° n° 1 3° parte, al. a)), sendo equivalente @ forma escrta qualquer comunicago por via electrénica que permita um registo duradouro do pacto fart? 238, n° 2); = Verbalmente com confirmago esorita (art? 23°, n® 1 3* parte, al. a) = Em conformidade com os usos que as partes estabeleceram entre si (art? 23°, n° 1 3* parte, al. b)); — No comércio internacional, em conformidade com os usos que as partes conhegam ‘ou devam conhecer e que, no ramo comercial considerado, sejam amplamente ‘conhecidos ¢ regularmente observados pelas partes em contratos do mesmo tipo (art® 23°, n° 4 3* parte, a. )); M.Tevcota do Sousa —Reguament (CE) r* 4872001, de 22/12/2000 (verso 2008:2004) 26 3. Elellos 43.1. efetos processuats a. 0 pacto de jurscigao produz um efeto atibutvo © um efeto derrogatéio: ~ © pacto atti, em principio, uma competencia exclusiva ao tbunal designado (at® 28°, n° 1 2° parte); = Como consequéncia desta competéncia exclusiva do tribunal escolhido, nenhum ‘outro tribunal permanece competente para @ apreciagio da acedo; 0 tribunal no qual @ causa foi proposta em violagao do pacto de jurisdigéo deve declarar-se oficiosamente incompetente quando 0 demandado for domiciiado no terrtério de um Estado-membro & no comparecer em juizo (art? 26°, n° 1). b. A nulidade do’ contrato no impede o funcionamento da ciéusula atributva de Ccompeténcia [rs-97/1997 (269185, Benincase/Dentlk, Colect. 19871, s7er]. Como a invalidade do negécio nao implica a invalidade do pacto, & no tribunal designado que deve ser apreciada a invalidade daquele negécio. 3.2. Efeltos substantivas (© pacto de jurisdigao @ vinculative para as partes. Em cortos casos, essa convengao tambem pode ser vinculativa para alguns terceiros, como, por exemplo, 0 portador de um cconhecimento de carga [T.-19/8/1984 (718, FussiNova), Ree. 1864, 2417]. 4, Pacto técito 4.1. Aplicagso © art? 24° prevé um pacto tacito sobre @ competéncia: se @ parte comparecer em juizo © 1néo arguir a incompeténcia do tribunal, este toma-se competente para conhecer do litigio, excepto s0 houver outro tribunal com uma competéncia exclusiva para apreciar a causa. O regime vale igualmente quando a incompeténcia do tribunal resultar de um pacto de jurisdigao [T1-206/1081 (150/20, Etfanton Schuhitazgmain), Roe, 1981, 1671; TJ-7IS1985 (4/84, Spite Sommer), Roc. 1685, 787] e mesmo [M.Teivora do Sousa — Rogulamanto (CE) nt 44/2001, do 22/12/2000 (verso 2003/2004) | a7 | ‘que a competéncia do tribunal nao se pudesse basear numa convengao celebrada entre as partes, (u seja, mesmo que o objecto da acgao respeite a matérias relativas a seguros, a0 consumo @ 20 contrato individual de trabalho [MenchKommZPO'/Gotwold, EuGVU At. 24 3; Krophollr, EUZPR’, Art. 24 18; Schlosser, EUZ/EUGWVO Ar. 24]. 4.2. Excepcio 0 referido efeito de atribuigao de competéncia nao se produz se 0 réu comparecer em jufeo para arguir a incompeténcia do tribunal ou se houver um outro tribunal exctusivamente compeiente (an? 24° 2° parte), © demandado pode contestar a competéncia do tribunal © apresentar, deforma subsidiria, a sua defesa quanto ao fundo, pelo que esta contestagdo quanto 20 mérito no retra eficdcia,& contestagdo da competéncia que for apresentada ao mesmo tempo {ete Come00) 388 nat, 20 VII. Controlo da competéncia 1. Generalidades © controlo da competéncia que estabelecida pelos varios crtérios gerais ou especiais ‘enunciados no Regulamento n° 44/2001 pode ser realizada oficiosamente em duas situagées: = Quando a sua incompeténcia provém da viola¢do da competéncia exclusiva dos tribunais de outro Estade-membro estabelecida no art? 22° (art? 25°); portanto, a Incompeténcia do tribunal do foro nao @ de conhecimento oficioso quando a competéncia exclusiva de um outro tribunal decorrer de um pacto de jurisdigao (cfr. art? 23°, n° 1 2° parte); = Quando o réu, domiciado num Estado-membro, no for demandado nos tribunais do Estado do seu domictlio e, além disso, néo comparecer em juizo (art? 26%, n? 1); neste caso, & imposta ao juiz um controlo da citagao do demandado nos sequintes termos: — Antes de declarar a sua incompeténcia, 0 juiz deve suspender a instancia e verificar se 0 demandado teve a oportunidade de receber © acto que iniciou a inst€ncia, ou acto equivalente, em tempo Util para apresentar a sua defesa ou se IM, Tobira do Sousa - Roguemanto (CE) n* 442001, 6 72/12/2000 (versze 2005/2004) foram realizadas todas as diligéncias necessdrias para que o demandado 0 pudesse receber (art? 26°, n® 2); = Em substiuigae deste regime, & aplicavel, entre os respectivos Estados- membros, aquele que consta do art? 19° Rgl 1348/2000 ou do art? 15° CHaia/Cit (an® 26°, ns 3 @ 4), preceltos que determinam as concigbes nas quais a suspensto da instancia deve ser decretada ¢ que permitem, em certas circunstancias, que o juiz decida a causa sem controlar a regularidade da citagao do demandado (7 at® 19° Rel 1348/2000). 2 Consequéncias (© Regulamento n° 44/2001 no define quais as consequéncias da incompeléncia do tribunal, polo que elas devem ser procuradas no direito interno do Estado do foro. 1K. Litispendéncta @ conexto 4. Enquadramento 1.1 Generadades indispensével evar que estejam simuitaneamente pendentes varias aoybes idénticas quanto co objecto © as partes © 6 conveniente que nao sejam julgadas separadamente acpoes que podem conduzit a decisdes incompativls: estas premissas justifcam a excepyao de Itispendéncia e a apensagao de acgdes conexas. Os art's 27° a 29° definem o regime aplicével & excepgao de iitispendencia e & apensagto de acgbes, sempre que as causas estejam pendentes fem tribunals de diferentes Estados-membros (14-246/1981 (150180, Elefonien Schut/Jacqmain), Ree. 198%, 1671} 1.2. Regras comuns a. O regime sobre a litispendéncia © @ conexdo de acgtes caracteriza-se pelas seguintes regras comuns: = Irrelevancia do domicilio do dermandado [etc, quanto & excepgio de Wispendénda, TI 2716/1981 (351/68, Overseas Union Insurancaltiew Hampshire Insurance), Colect. 1984M, 9317], pelo que 1M, Tetera de Sousa — Regulamento (CE) 44/2001, de 221212000 (versB0 2003/2004) 29 © Igualmente irrelevant se algun dos tribunals das varias aogbes aferiu a sua ‘competéncia pelo seu direito interno; = Imposigaio de uma regra da prioridade [er cow1s95) 048 fin, 20]: © tribunal da segunda acgdio deve considerar-se incompetente 2 favor do tribunal da primeira acgao (oft. art’s 27°, n® 2, @ 28°, n° 2) b, Pada a importancia, para o funcionamento da excepgao de litispendéncia ou da conexio entre acces, do momento 6m que se considera iniciada a pendéncia de uma acco, 830 fomecidas as seguintes ragras autonomas de determinagao desse momento: = Nos Estados-membros - como Portugal -- em que a entrada do pedido no tribunal 50 varifica antes de 0 demandado ser citado ou notificado do acto introdutivo da instancia, © processo considera-se pendente na data da entrada do processo em tribunal, desde que o demandante faga todas as diigéncias que Ihe competem para que ‘9 demandado eeje citado ou notificado para a acgao (art? 30%, n* 1), = Nos Estados-membros em que a citago ou notficagdo precedem a entrada do processo no tribunal, 0 proceso considera-se pendente na data em que ¢ eniregue & autoridade competente para proceder & citagio ou notificagao, desde que o demandante apresente o acto no tribunal logo que 0 deva fazer em aplicagéo da lei do foro (art® 30°, 12) foe. COMI 1655) 348 fr 21} 2, Excepeao de itispendéncia 2.1. Hoste ‘A excep de ltispendéncia opera quando entre as mesmas partes estéo pendentes, em simultaneo, varias acgbes sobre 0 mesmo objecto em diferentes tribunais de varios Estados- membros. A identidade de partes 6 aferida pela identidade dos seus interesses, pelo que, em cerlas circunstancias, 0 segurador e o seu segurado podem ser considerados a mesma parte [1 1916/1998 351/96, DroucYOMI), Colet, 1986M, 3075). IM, Taieera de Sauso Raguemanto (CE) r? 44/200 de 22r122000 (verso 200572006) 30 2.2, Controle 2, 0 tbunal da segunda acgdo deve controlar oficlosamente a verifcagao da excepgao de Inispendéneia, devendo suspender a instancia até que seja estabelecida @ competéncia do tibunal no qual a aegéo foi primeiramente instaurade (ar 27", n® 1), Esse tribunal, s2 no se considerar incompetente, 86 pode suspender 0 processo, no podendo fxat 2 competéncia do tribunal da primeira causa [1-271/1991 (251/89, Overseas Union inerancfiow HampshieInserce}, Cols. 1001, 8917) Depois dessa suspensio, se a competéncia do tribunal-da primeira accao se vier a estabelecer, 0 tribunal onde a mesma cause fl instaurada am segundo lugar deve deciarar-se incompetente (art” 27°, n°2) b. Na hipotese (rara) de o tribunal da primeira e da segunda acco possulrem uma competéncia exclusiva, 0 arl® 29°, desviando-se da suspensio da instancia definida no art? 279, n® 1. impde que o tribunal da segunda acgao se declare incompatente. 3. Aces conexas 3.1. Goneralidades [As aogées consideram-se conexas quando entre elas existir um nexo tdo estretto que haja intoresse em que as mesmas sejam instruldas e julgadas simultaneamente para evitar solugdes que poderiam ser inconciiavels se aquetas fossem julgadas separadamente (art? 26°, n° 3) 3.2. Consequancias A conexaio entre as acc6es justilica as seguintes solugbes: = 0 tribunal da segunda acco pode suspender 2 instancia (ar? 26°, n® 4), isto &, pode ficar 2 aguardar a decisdo proferida na primeira aogao; trata-se de uma deciséio iscriciondiia do tribunal da segunda acco [Krophoer, EUZPR’, At. 28 10); — Se as acgdes conexas estiverem pendentes em primeira instancia, o tribunal da ‘segunda causa pode dectarar-se incompetent, a pedido de qualquer das partes, se 0 lribunal da primeira acgo for competente pare a sua apreciagao a sua lei permiir @ a 1M. Toba do Souse - Reguismento (CE) a 4472001, de 2/12:2000 (verso 2003/2004) 34 apensagao das ac¢bes (art® 28°, n? 2; quanto ao direito portugués, cfr. art® 275° CPC); a regra s6 vale se 0s processos estiverem pendentes na primeira insléncia, dado que importa evitar que as partes percam o beneficio da segunda insténcia (coM1999) 348 Maal | a

Você também pode gostar