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Anjo!

Casimiro de Abreu
Sub umbra alarum tuarum.
Eu era a flor desfolhada
Dos vendavais ao correr;
Tu foste a gota dourada
E o lrio pde viver.
Poeta, dormia plido
No meu sepulcro, bem s;
Tu disseste - Ergue-te Lzaro! E o morto surgiu do p!
Eu era sombrio e triste...
Contente minh'alma ;
Eu duvidava... sorriste,
J no amar tenho f.
A fronte que ardia em brasas
A seus delrios ps fim
Sentindo o roar das asas,
O sopro dum querubim.
Um anjo veio e deu vida
Ao peito de amores nu:
Minh'alma agora remida
Adora o anjo - que s tu!
Julho - 1858.

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