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Alexandra Oliveira
Joana Marques
Raquel Rocha
Salomé Santos
2009, Junho
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Antibióticos
Consequências do uso em excesso
Alexandra Oliveira
Joana Marques
Raquel Rocha
Salomé Santos
Porto, 2009
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Índice
0. Introdução ............................................................................................................................ 6
1. Os Antibióticos .................................................................................................................... 7
4. Conclusão .......................................................................................................................... 22
5. Bibliografia ......................................................................................................................... 24
6. Anexo ................................................................................................................................. 26
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0. Introdução
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1. Os Antibióticos
Fungos e bactérias constituem a matéria-prima na produção de antibióticos, no
entanto existem, de há alguns anos para cá, antibióticos totalmente sintéticos como
são exemplo as sulfamidas.
- monobactâmicos;
- carbapenemes;
- glicopeptídeos,
- macrólidos e lincosaminas;
- tetraciclinas;
- quinolonas e fluoroquinolonas;
- aminoglicosídeos;
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1.1. Breves apontamentos sobre a história dos antibióticos
Foi em 1928 que Alexander Fleming fez a actualmente famosa descoberta que levou à
produção de penicilina. Fleming mostrou que um bolor chamado Penicillium notatum
parava o crescimento de certas bactérias. Mas só em 1945 é que Florey e Chian
continuaram a investigação de Fleming. Purificaram a penicilina e concentraram-na
para feitos de utilização clínica. Também demonstraram a sua eficácia contra toda
uma gama de infecções bacterianas, incluindo a difteria, o tétano e o antrax. Como
resultado directo deste trabalho, os antibióticos passaram a ser utilizados clinicamente
e desenvolvidos com vista à produção em massa. Quando a fórmula química da
penicilina acabou por ser identificada, os químicos e bioquímicos foram capazes de
sintetizar antibióticos laboratorialmente. Neste sentido, muitos dos antibióticos em uso
actualmente têm esta origem (McKenna, 2001: 50).
Após 1940 surge assim uma era de diminuição progressiva da confiança das pessoas
nas medicinas naturais e um aumento da dependência relativamente a medicamentos,
incluído os antibióticos (McKenna, 2001: 51).
Os vírus não são células vivas. Não possuem parede celular nem membrana
plasmática. Não são capazes de realizar reacções químicas, portanto não se podem
reproduzir ou multiplicar por si próprios. Como os vírus não contêm estruturas que os
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antibióticos possam atacar, estes medicamentos são inúteis contra os vírus. O que
actualmente ocorre com demasiada frequência potenciando o uso de antibióticos em
infecções virais.
Os antibióticos têm uma maior afinidade para as bactérias do que para as células do
organismo humano. Quanto maior esta diferença de afinidade (correspondendo à
margem terapêutica) maior a segurança do antibiótico e menos intensos e frequentes
os efeitos colaterais resultantes da sua aplicação.
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Há a registar diversas diferenças significativas entre as bactérias Gram positivas e
Gram negativas, que explicam porque é que os antibióticos actuam diferentemente
sobre umas e sobre outras. É de assinalar que:
“1 - A pressão intrabacteriana é muito mais elevada nos Gram positivos.
2 - Os Gram positivos têm uma grande quantidade de ácido teicóico e uma
"blindagem" de ribonucleato de magnésio capaz de os tornar resistentes (por
impermeabilidade dessa camada de ribonucleato) a certos antimicrobianos.
3 - Os Gram negativos, por outro lado, têm uma delgada membrana de ácido
murâmico coberta por lipopolissacáridos e lipoproteínas. É por isso que a lipo-
solubilidade dos antibióticos é por vezes factor importante quando se trata de
bactérias Gram negativas, uma vez que a membrana de ácido murâmico está
protegida por camadas que se deixam atravessar tão mais facilmente quanto
mais solúvel nos lipoides for a substância que os atinge.” (Ribeiro, 1975: 14)
Qualquer ser vivo tem de manter uma permanente renovação dos seus constituintes e
o processo essencial, entre os inúmeros fenómenos bioquímicos que o metabolismo
engloba, é o da síntese proteica.
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Imagem 2 – A fábrica (Ribeiro, 1975: 23)
Estes, tal como a linha de montagem, elaboram aquilo que se poderia designar como
produtos acabados que, no caso da bactéria, são evidentemente as moléculas
proteicas.
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1.3. Intervenção dos antibióticos nas fases de vida das
bactérias
G2
S M (Divisão)
G1
Pode dizer-se que cada bactéria nasce com o fim da divisão celular que lhe dá origem.
Segue-se imediatamente um período de "repouso" metabólico, isto é, em que as
trocas energéticas se tornam praticamente nulas, se bem que haja transformações
dentro da estrutura bacteriana. É o período G1. Deste, a bactéria passa a um período
de intensa actividade metabólica, durante o qual ocorrem numerosas trocas com o
exterior e, finalmente, o surto de síntese proteica que a há-de levar à divisão seguinte.
É o período S. É óbvio que o período S é mais ou menos longo consoante o meio, em
que a bactéria se encontra, é desfavorável ou não. A síntese proteica, absolutamente
necessária à regulação do metabolismo, pode ser qualitativa e/ou quantitativamente
insuficiente para levar ao crescimento da bactéria e à sua divisão. Este crescimento
(aumento de volume) e a subsequente divisão pressupõem, necessariamente, uma
síntese proteica muito activa, dado que sem ela não poderiam acumular-se os
constituintes e os metabolitos ricos em energia, necessários ao processo de divisão da
bactéria-mãe (que durante a sua divisão funciona como um sistema energeticamente
fechado em relação ao exterior) e à constituição das duas bactérias-filhas.
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ambiente decaem significativamente. A bactéria entra, em seguida, no processo de
mitose ou divisão celular (período M).
A duração dos vários períodos é variável segundo a bactéria e o meio que a envolve.
Ora, um facto surge como lógico: é possível determinar em que fase do ciclo cada
antibiótico actua, uma vez que se conhecem os seus mecanismos de acção no seio
das bactérias.
Os do grupo 1 (grupo das penicilinas) incidem sobretudo sobre a fase final da divisão
bacteriana, em que se constitui o septo que vai separar as células-filhas.
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exterior, como ainda e sobretudo quando houver uma paragem do metabolismo
intrabacteriano.
2 - Aceleração da síntese
proteica geral Subgrupo da gentamicina
II - Interferindo primariamente
no metabolismo bacteriano
3 - Inibição da síntese da
membrana Grupo das penicilinas
4 - Inibição da síntese
do ADN Grupo do ácido nalidíxico
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2. O uso excessivo dos antibióticos
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que surgem numa célula bacteriana. São independentes dos cromossomas, contém
informação “nova” acerca de alterações no ambiente, portanto ajudam a bactéria a
adaptar-se mais depressa do que nunca às mudanças que ocorrem à sua volta.”
(McKenna, 2001: 42)
Para além da resistência ao antibiótico temos o facto de cada vez mais ocorrerem
reacções alérgicas por utilização excessiva de antibióticos. As reacções podem variar:
desde uma erupção cutânea do tipo picada de urtiga, a edema, broncoespasmo e
choque (McKenna, 2001).
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2.2. A resistência aos antibióticos e o homem
Os antibióticos fazem parte do grupo de “drogas” que curam doenças; neste caso
especifico doenças infecciosas. Muito do progresso da medicina (como cirurgia
avançada, transplantes de órgãos, etc.) tem sido possível utilizando os antibióticos
como profilácticos (Instituto Ricardo Jorge, 2008b).
Alguns cientistas profetizam que a resistência aos antibióticos está a aumentar muito
mais rapidamente do que é possível controlar e que o futuro será o de um cenário
semelhante ao da “era pré-antibiótica”. Outros cientistas, mais optimistas, acreditam
que a investigação e a utilização cuidadosa dos antibióticos pode reverter esta
tendência, desde que sejam feitos esforços a nível mundial para reconhecer e
controlar este problema (Instituto Ricardo Jorge, 2008b).
O problema da resistência aos antibióticos é potenciado pelo uso ilegal, bem como a
auto-medicação com sobras de medicamentos. As pessoas devem ser instruídas a
compreender que a forma como usam os antibióticos pode afectar a possibilidade de
tratar com eficácia as infecções bacterianas em outras pessoas (Carlos, 2008). A
consequência mais grave é o aparecimento de novas estirpes bacterianas resistentes
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a vários antibióticos ao mesmo tempo. As infecções causadas por esses patogéneos
resistentes aos multimedicamentos constituem um desafio especial de que resulta um
aumento de complicações clínicas e o risco de doenças graves que outrora podiam ser
tratadas com sucesso, hospitalizações mais longas e custos significativamente mais
elevados para a sociedade. O pior cenário, que infelizmente não é improvável, é que
os patogéneos perigosos acabem por ganhar resistência a todos os antibióticos
anteriormente eficazes, levando assim a um aumento incontrolado de epidemias
causadas por doenças bacterianas que não poderão ser tratadas (Comissão Europeia,
s/d).
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Saúde Pública - sendo esses dados colectados por diferentes países participantes (da
União Europeia, Islândia, Noruega, Malta e Israel), com uma coordenação Europeia
(Instituto Ricardo Jorge, 2008a).
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3. “Antibióticos” naturais
Devido ao uso e abuso dos antibióticos, perdemos a noção de que a Natureza tem os
seus próprios métodos de combater as doenças. É na Natureza e na medicina natural
que podemos procurar uma saída para esta situação difícil.
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É um poderoso depurativo do sangue, expectorante, antiséptico pulmonar,
antinflamatório, antibacteriano, tónico, vermicida, hipoglicemiante, antiplaquetário,
antioxidante, diminui o colesterol e a viscosidade sanguínea. É altamente indicado em
diabetes, hipertensão, bronquites, asma e gripes (Super Market, 2006).
Uma das plantas de maior valor medicinal e veterinário. Age como bactericida sobre
as vias respiratórias em casos de inflamações, destruindo microrganismos e limpando
secreções. Indicada também em casos de diarreias e hemorragias pós-parto. Usar
infusão de 30 gramas para cada litro de água (Super Market, 2006).
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4. Conclusão
No entanto, não foi isso que aconteceu, visto que, os antibióticos estão a tornar-se
inúteis pelas mesmas bactérias que deveriam destruir. As bactérias estão a
desenvolver resistência a uma velocidade assustadora, ao ponto de causar profundas
preocupações com o futuro em muitos médicos.
É importante saber que, quando se tem uma gripe ou constipação, na maioria das
tosses, nas bronquites e nas otites, os antibióticos não irão curar a infecção (uma vez
que ela é criada por um vírus); não irão ajudar a que o paciente se sinta melhor e não
irão evitar o contágio, pois, estes não combatem vírus (Marcos, s/d).
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- Ter uma boa higiene; lavando as mãos com frequência utilizando água e sabão (“o
melhor desinfectante”);
- Cozinhar bem os alimentos e ter cuidados de higiene na sua confecção, que vai
prevenir as toxi-infecções alimentares;
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5. Bibliografia
Super Market. (28 de Agosto de 2006). Guia de Consulta e Utilização das Plantas
Medicinais. Obtido em 7 de Junho de 2009, de Guia Mercado Livre:
http://guia.mercadolivre.com.br/ervas-medicinais-z-consulta-utilizaco-gratis-5144-VGP
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Virilplant. (s/d). Plantas medicinais e saúde: como utilizar o poder das plantas
medicinais para abrandar os pequenos mal-estares cotidiano. Obtido em 7 de Junho
de 2009, de Virilplant: http://www.virilplant.com/plantas-medicinais.htm
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6. Anexo
Bacitracina Bactericida
Penicilinas Bactericida
4 - Inibição do cross-linking (transpeptidação)
Cefalosporinas Bactericida
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Polimixina B Bactericida
(Polimixina E)
(Nistatina) (Antifúngico)
(Anfotericina B) (Antifúngico)
3 - Grupo da
tetraciclina e
da gentamicina
a) Subgrupo
Bacteriostático
c) Bloqueio do deslisamento do ARN-m pelo Cicloheximida
ribossoma por imobilização do peptidil-ARN-s Bacteriostático
Ácido Fusídico
(inibição da translocação) Bacteriostático
Macrólidos
(Eritromicina,
Carbomicina,
Oleandomicina,
Triacetiloleando-
micina [TAO] e
Espiramicina)
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d) Mecanismo semelhante ao do Cloranfenicol Bacteriostático
Espectinomicina
b) Subgrupo Alteração irreversível da regulação genética da Gentamicina Bactericida
síntese proteica, que leva à produção de
da gentamicina proteínas anormais Kanamicina Bactericida
Neomicina Bactericida
Estreptomicina/
Dihidroestreptomi-
cina
Bactericida
Paromomicina
Bactericida
fólicos).
b) Bloqueio da dihidrofolato-reductase
(necessária para a síntese do ácido fólico).
Trimetoprim Bactericida
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