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O mistrio do buraco

Um dia desses, uma cena me chamou a ateno. Um menino de mais ou menos 2 anos
teimava em colocar o dedo num ralo. Seu dedinho pulava de um buraquinho para outro
como se quisesse descobrir o que havia naquele misterioso lugar. Em dado momento
sua me que estava noutro lado da sala veio at o menino e pegando-o no colo levou-o
dali. claro que o menino esperneou, choramingou, mas era em vo.
Minutos se passaram e o menino fugindo da me retornou ao buraco mgico. Continuou
a tentar desvendar o mistrio que envolvia aquele crculo prateado com furinhos. O que
haveria l dentro? O que se escondia no escuro? O que envolvia o menino com tamanha
profundidade que o deixava alheio ao mundo?
Passados alguns momentos e seu irmo mais velho veio at ele para busca-lo. Mas
mesmo que insistisse, no conseguia desprender a ateno do pequeno menino daquele
buraco. S conseguindo retir-lo quando o pai chegou e com o argumento de que l
dentro tinha sujeira, pegou nos braos e o carregou para longe.
Fico pensando no mundo mgico em que as crianas vivem. Num mundo onde se pode
ter amigos imaginrios, se pode voar ao outro lado do mundo s em pensamento e
imaginao. Num mundo onde o que escondido tem enorme valor a criatividade.
O pequeno ralo passaria despercebido a praticamente cem por cento de ns. Por que?
No sei, mas creio que no fundo do buraco escuro, do mistrio encontra-se uma
espiritualidade por perceber pequenas coisas. preciso que aprendamos a ver a vida
com um olhar sempre apaixonado. necessrio que no nos deixemos acostumar com a
vida apenas sobrevivendo.
preciso viver a espiritualidade da sensibilidade.

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