Este documento resume um livro sobre textualidade e redação. O livro discute os fatores que contribuem para a coerência e coesão de um texto, como progressão de ideias, não-contradição e articulação. Ele também analisa redações de vestibulandos, identificando problemas comuns como falta de dados específicos e argumentos previsíveis.
Este documento resume um livro sobre textualidade e redação. O livro discute os fatores que contribuem para a coerência e coesão de um texto, como progressão de ideias, não-contradição e articulação. Ele também analisa redações de vestibulandos, identificando problemas comuns como falta de dados específicos e argumentos previsíveis.
Este documento resume um livro sobre textualidade e redação. O livro discute os fatores que contribuem para a coerência e coesão de um texto, como progressão de ideias, não-contradição e articulação. Ele também analisa redações de vestibulandos, identificando problemas comuns como falta de dados específicos e argumentos previsíveis.
UFSCar Universidade Federal de So Carlos Produo de Texto II Prof. Dr. Luiz Andr
Resenha: COSTA VAL, M. Graa. Redao e Textualidade, 2 Ed. So Paulo: Martins
Fontes, 1999.
Palavras-Chave: Textualidade; Pragmtica; Educao.
Para entender o texto, preciso antes entender aquilo que ele caracteriza, uma vez que as pessoas no exteriorizam palavras ou frases isoladas, mas sim, textos. Segundo Maria da Graa Costa Val, texto (ou discurso) caracterizado como toda e qualquer ocorrncia lingustica dotada de unidade sociocomunicativa. Tal como o sentido, o texto no possui significao pr-existente, de forma que so necessrios alguns fatores para que ocorra uma textualidade e o sentido possa ser transmitido. denominado de textualidade o conjunto de caractersticas que fazem com que um texto seja um texto, e no uma mera sequncia de frases. Segundo Dressler (1983), so sete os fatores responsveis pela textualidade de um discurso: a coerncia e a coeso (que se relacionam com o lingustico do texto) e a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade (que se relaciona com os fatores pragmticos do processo sociocomunicativo). O livro Redao e textualidade, da autora Maria da Graa Costa Val divide-se em duas partes, com trs captulos em cada parte, totalizando seis captulos. A primeira do livro aborda o assunto texto, textualidade, coerncia e coeso, fatores pragmticos da textualidade e coloca alguns critrios para a anlise da coerncia e da coeso, tais como: a continuidade, a progresso, a no-contradio e a articulao. Na obra ainda abordado os critrios para a anlise da informatividade, no caso a imprevisibilidade e suficincia de dados. No primeiro capitulo Maria da Graa Costa Val (1999) explana detalhadamente os processos da coerncia e coeso, alm dos fatores pragmticos de textualidade. Segundo ela, a coerncia se refere configurao dos conceitos e suas relaes pertinentes superfcie textual. Dessa forma, a coerncia responsvel pelo sentido do
texto, envolvendo no apenas aspectos lgicos e semnticos, como tambm cognitivos,
de forma que possibilita partilhar conhecimentos entre os interlocutores. J os fatores pragmticos da textualidade se estratificam em cinco fatores: a intencionalidade e a aceitabilidade se referem aos enunciadores e co-enunciadores do ato de comunicao. Cabe ao enunciador a responsabilidade de construir um discurso coerente, de maneira isomorfa com que cabe ao co-enunciador (tambm chamado de enunciatrio) consideralo coerente e coeso, ou no. A compreenso de um texto depende da cooperao entre o emissor e o receptor de um determinado texto, de forma com que os protagonistas deste ato de comunicao necessitam respeitar algumas estratgias para que o sentido seja atingido. o que faz Grice postular as mximas conversacionais, que seriam como regras de comunicao que permitem uma melhor apreenso do sentido pelos sujeitos participantes de um determinado ato comunicativo. Um terceiro fator pragmtico de textualidade o fator de situacionalidade, que segundo a autora, responsvel pela pertinncia e relevncia do texto numa determinada situao, de forma que o contexto possui considervel relevncia para o estabelecimento do sentido. A juno destes trs fatores, por ora apresentados, resulta no que chamado de coerncia pragmtica, onde um texto reconhecido pelo seu receptor num determinado contexto. O interesse do recebedor ir depender do quarto fator pragmtico de textualidade, a informatividade. preciso possuir, de forma balanceada, informaes novas e informaes que possam ser inferidas, para que um texto seja inteligvel. Um ultimo fator pragmtico de textualidade a ser mencionado pela autora o da intertextualidade, que concerne aos fatores que fazem a utilizao do conhecimento de outros textos. Muitos textos, inclusive, s fazem sentido quando entendidos em relao a outros textos, funcionando como seu contexto. No segundo capitulo abordado os critrios para a anlise da coerncia e da coeso. Ademais, neste capitulo, a autora descreve seu mtodo de avaliao da textualidade em redaes de candidatos ao vestibular, deixando claro que a mesma varia conforme os diferentes graus de fatores pragmticos no texto. Os quatros critrios de avaliao da coerncia e coeso so a progresso, a nocontradio, a continuidade e a articulao. A continuidade parte de dois critrios, sendo o primeiro a retomada de ideias, de forma que o texto possa ser compreendido como um todo, e o segundo a anlise da coeso com que as retomadas foram redigidas, com base nas regras gramaticais de concordncia, uso de pronomes e outras regras
gramaticais. A anlise precisa ocorrer considerando a progresso, que cobra a noo de
apresentar novos dados medida que retoma as ideias j apresentadas no texto. J a no-contradio consiste na lgica de no contradizer uma ideia presente no texto e/ou no mundo texto no qual o discurso est inserido, uma vez que h pressuposies bsicas que devem ser obedecidas. Por fim, a articulao a responsvel por remeter ao modo de organizao das ideias e anlise de quais papis e representaes elas possuem entre si, conforme estabelecido no texto, de forma que estes papis possam se relacionar ou no com o contexto. Quanto coeso, esta pode ser inferida pelo logico-semnticoconceitual e ser auxiliada por conjunes e outros recursos lingusticos. O quarto captulo, que d inicio segunda parte, o mais curto do livro, com apenas seis pginas. Neste captulo h uma breve introduo anlise quantitativa da coerncia, coeso e informatividade das redaes, apenas para possibilitar uma viso panormica da anlise foco deste trabalho a anlise qualitativa. So apresentados dois grficos, sendo observado no primeiro que a maioria das redaes mostram problemas no fator informatividade. A segunda tabela detalha os erros cometidos ao empregar recursos coesivos, que foi o fator com menor porcentagem de deficincia. Ao final do captulo, a autora afirma que esse levantamento importante como diagnstico e sugere uma nova rea de trabalho no cuidado com o aspecto formal da redao. J o quinto captulo do livro o maior, e observa os problemas das redaes quanto interpretao que receberam, tratando da anlise qualitativa da coerncia e coeso; dos problemas relativos informatividade; e faz anlise qualitativa tambm dos textos com bom padro de textualidade. - Sobre as anlises qualitativas da coerncia e coeso: Por meio de exemplificao, mostrada a falha na realizao do requisito de continuidade, em que na redao analisada o autor no explica a relao entre o ttulo de sua redao e o assunto em que est sendo tratado, o que exige muito da ateno de seu leitor para relacion-los. Tambm tratada a falha na realizao do requisito de progresso, em que na redao analisada o autor apenas parafraseia a mesma ideia repetitiva e do senso comum em todos os pargrafos, sem maiores esclarecimentos. H a falha na realizao do requisito de no-contradio, em que o autor se contradiz com seus prprios argumentos. E falha na realizao do requisito de articulao, em que o autor praticamente joga seus argumentos, sem definir nenhum tipo de articulao ou relao entre eles. - Sobre os problemas relativos informatividade:
H a falha na realizao do requisito de suficincia de dados, em que o autor
usa argumentos vagos, sem especificao, falando, por exemplo, de uma guerra que aconteceu por terras, mas sem especificar quais terras, quem so os envolvidos na guerra, e quando exatamente esta guerra aconteceu. A impresso que se passa que o autor no esclareceu tais dados por conta de sua ignorncia. No h explicitao de dados necessrios. E h a falha na realizao do requisito de imprevisibilidade. certo que praticamente impossvel a originalidade total, mas fazer uso apenas de argumentos do senso comum torna a existncia da redao desnecessria. Ela deve acrescentar alguma informao nova, e no apenas repetir o que de conhecimento geral, no pode ser completamente previsvel. Aps, so feitas algumas anlises das melhores redaes, que cometeram poucas falhas. O sexto e ltimo captulo explica o esquema de avaliao utilizada nas anlises, sendo eles tanto a proposta pessoal da autora para avaliao de textualidade (coerncia, coeso, informatividade) quanto os parmetros de maior peso na atribuio de notas escolares (estruturao formal e correo gramatical). apresentada uma tabela com a relao das notas atribudas, onde as redaes so divididas em bom padro, padro mediano, e baixo padro. Analisando a tabela, conclumos que os parmetros escolares so os que tm maior nmero de redaes de bom padro, tendo os demais parmetros altos nmeros de redaes de baixo padro. O captulo finalizando ao se chegar concluso de que a maioria das redaes so aceitveis quanto estruturao formal e conceitual, sendo todos os autores dotados de continuidade e progresso, e mantido uma certa lgica interna e se organizam conforme o modelo previsto para dissertaes. mantida a normal culta da lngua, tendo poucos erros ortogrficos. Porm, quanto ao seu contedo, parecem todas iguais, como se fossem apenas parafraseadas. So redaes que no convencem e no entusiasmam, contendo muitos argumentos do senso comum, e alto nvel de contradio. A maioria das redaes recebe nota seis, sendo possvel aprov-las, mas no sendo possvel gostar delas. So redaes feitas no improviso, sobre um assunto no escolhido e para um receptor no desejado, com o nico objetivo de passar no vestibular. Podemos concluir que a obra de Maria da Graa Costa Val deixa evidente que o texto deve ser analisado atenciosamente, se atendo aos fatores pragmticos e de coerncia. Sendo assim, no seria justo analisar um texto por etapas, pois negligenciaria os fatores externos da textualidade. Uma boa anlise precisa considerar o texto como
um todo, o explcito e o implcito do texto produzido, como o contexto de produo, o
contexto de recepo e o mundo textual, anlise esta que a autora denomina de anlise global, para buscar em cada contexto uma resposta que sempre ser subjetiva.
- Referncias BEAUGRANDE, Robert de, DRESSLER, Wolfgang V. Einfhrung in die
textlinguistik. Tbingen, Max Niemeyer, 1981 apud FVERO, Leonor Lopes. A informatividade como elemento da textualidade. Letras de hoje, 60: 13-20, 1985. COSTA VAL, M. Graa. Redao e Textualidade, 2 Ed. So Paulo: Martins Fontes, 1999.