Percebe-se que as diferenas entre as perspectivas se encontram na relao entre
discurso e sujeito e na relao discurso e social (historicidade). Discurso = AO (ACD) e EFEITO (AD). A noo de ao pressupe um sujeito que pode ser criativo no seu meio sciohistrico. A identificao fragmentada e contraditria, mas se direciona politicamente de acordo com o momento social. Trata-se de um sujeito poltico. H certa independncia entre discurso e scio-histrico, como momentos da prtica social. A atuao mantenedora ou transformadora do discurso ocorre na articulao, onde est a fragilidade do sistema. ACD tambm tem por objetivo fazer um dilogo entre os estudos sociais e os estudos da linguagem. A noo de efeito remete a impossibilidade de qualquer controle do sujeito. Ele determinado historicamente. O discurso e o sujeito se constituem simultaneamente no ato do dizer. O dizer sempre a partir de uma posio e o posicionamento define o sujeito. As Formaes Discursivas (FDs), constituem o lugar deste dizer. H uma inseparabilidade gentica entre o histrico e o discurso, no h partes; mas, talvez, facetas de um grande todo, ainda que internamente heterogneo e contraditrio. O discurso , ento, desdobramento dessas condies estruturais. O objetivo da AD pecheutiana um novo modo de leitura, a fim de desvelar as relaes scio-histricas na construo dos sentidos. Quanto ao aparato analtico, a ACD trabalha com um aparato constante para anlise, resultante da complementao entre LSF e ACD. Tal aparato materializa a crena de que o lingustico (texto) e o social (prtica social) esto mediados pelo simblico (prtica discursiva). Em contrapartida, a AD trabalha no simblico, seu objeto mesmo terico. Por isso o aparato analtico varia de acordo com a anlise. Nesse universo simblico, os componentes parecem ser redutveis uns aos outros. No se pensa exterioridade, porque ela est investida no discurso, no se toma o texto como unidade emprica, mas como unidade j investida de historicidade.