Você está na página 1de 25
soins are SUMARIO ‘TAGARELICES 1. Marie no Japao 2, Penferia 3. Paradoxo sobre o artista gréfieo Pros 8 FANTASIAS DE SISTEMA Rs Data 22/027 8. Muro, goto, sistema Ne Ghanaia 7 6. Uma tabula pés-moderna 7. "A tera no tem camintios por st RECEPTAGOES 18, Linba geral ed 8. Um parceroestranho t TAGARELICES 1. Mare na apo n 2. Petra, 23 FANTASIAS DE SISTEMA 5. Muro, goto, sistema o 6, Uma tabula ps-moderna a 7."A terra nao tem caminhs por 81 RECEPTAGOES: ‘8. Linha geral 100, 8. Um parcetrestranho 117 11, Monumento dos possivels 151 crurtas 12,Sem ques saiba 169 13. fume éoterror 179 i X14. Maisea,matiea 155, 16. Anna minina 207 t ‘Ao tinal de uma histrieta,fabla ou con to, sane, exemplum, a moraldade ti dies uma sabedoria sem pretensio, local i fe temporaria. rapidamente. exquccida Muttas vezes, as moraldades se contra ; ‘am. sem problemas. sintas, faze 4m j Inuemario de mantmas, wma quel so ' sha sim sa via ' Hoje. @ vida anda. depressa. Volt ax ! ‘moradades, A utiidade convem ao pmo demo, tanto & cols quanto a palavra, Ela ‘io impede que nos perguntemios Como weer, por que? Respostas adidas, Como ‘Sempre, claro, mas desta vez parecernos abelo, vida al em tos os seniow Mas de fato saberion? Antes, imagnamos, Ostentamos todos ox sentdos david, us Irutmo-los, ‘como apreciadores da ersidade. A moral da historia das moral: ‘davies seria o prazer “estetco ‘Quinee anotagdes, portant, sobre a este lzagao pos-moderna, E contra ela: nao fscaos ques com vid, porqe a des. * a. -_ _— _* MARIE NO JAPAO Stream of cultural capita? Mas sou eu, dz Marie para ‘stmesma, olhando o carrosse grar em Narita, Fluxo peque: rho, mas fluxo. Cultural, com certeza, eles me compram crltura. Capital também, Nao sou sna proprictaria, bendito sefa, nem sua gerente. Uma pequena forga de trabalho cultural, que eles exploram. Mas corretamente, sob contra {o, especifico, ¢ eu assine!. Nao é uma grande descoberta “Meio assalariada, meoartesa, Voce quis assim. Voce corre ‘Europa, os continentes, aviées, fax. telefones, correspon: dencia com os quatros cantos do mundo. E dif, € dif SB agradavel, mas die. Fot agradavel, Além disso, tambérn| € preciso traballar, de qualquer jeito. Ni se pode vender sempre a mesma mercadoria, & preciso snventar. ler, sma. sinar. Porque, sem i880, eles no feam satisfeitos, dizem ‘que voce os toma por imbecis. Ou, entio, que voce est decadente, Sabem, a Marie, ela no tem mais nada a diver. PPara oxo com ela ‘Enquanto funciona, hé wma recepeionista (eu a ve, eta quem esti chegando, tenho certeza) oa um assistente GGae vem buscar voce de téxt no aeroporto, Mela hora no fiote para se recuperar. As vezes, foram 18 horas de voo at ercalas! Ui coguetel eum jantar, depois a conferéncia Sine dringues, Ou, entio, um coquetel e a conferéncia, Slepots un Jantar. Em todo lugar a mesma coisa, em todas Ge cidades do mundo, As vezes, esto nervos0s: as vezes, fentusiasmados, ou um pouco ferinos. As vezes, também, Gin yerdadeiro amigo. Marie, sorria sempre, mesmo s¢ Cativer contando amavelmente hist6rias sinistras em st {ale Fosso vender angistia, isso interessa, mas com ama bilidade, Amanhé oa depois de aman, separamo-n08, trocamos beijinios, trocamos recortes de jornal, irs, en orogos, tocamos mais alguns beiinbos, alé breve, vamos over de novo, helt? O mundo é pequeno. acenos de mao. breve melancela, as malas passam pelo detetor de metas. Or, vont ¢ Ketko? Obrigada porter vindo me buscar. Ser ‘que Keiko também 6 um pequeno fluxo de capital cultural? Evidentemente, O motorista de luvas brancas olha-nos pelo retrovisor, vendo-nos conversar educadamente, cabecas ‘apoiadas em rendas imaculadas, O taxi penetra como um tisail nas highwoays e nos trevos. Fluxo de capital, Chega thos ou ter minha mela hora. O qvarto fica no quinguagéstimo ‘oftavo andar e tudo funciona, Marie lembra-se, no chuveiro, de que seu professor cexplicava que o capital nao é time &s money. mas também Inoney is time. O isxo correto chega mais depressa. O fix ‘excelente nem bem chegot 4 sat. Chamam isso de tempo eal ou live, no rio ena televsdo. Mas o melhor é antec par @ chegada do fluxo, sua “realizacao", antes que ele chegue. Isso € crédito, £ tempo estocado, para gastar. antes {do tempo real. Ganha-se tempo, toma-se tempo empresta do, Voce tem de comprar um word processor. & incrivel ‘como se ganha tempo. — Mas ea escrita? — Voot esereve imais depressa, a paginagao, as notas, as correqdes, est endo? — Pobre Marie, voce jamais flearé rica, vooé gosta te rabisear papel, que pena. Vocé é um fluxozinho lento Sera ultrapassada por fuxozinhos répidos. Cultura expedt tiva, Bastard morrer a tempo, antes de ser ridicula, Ba fea pensando que o pensamento leva tempo, nao ha mada a fazer. Ou, ein geral, o que cles chamam bobamente de triagdo, loso ndo se parece mutta com fluxos. So antes pantanos. Neles chafurdamos. Isso nao leva a Iugar ne hhhum, nio € sorridente, nao € comunicativo. Vocé se Iembra de como o Don traballia? Ab, elensio se entrinchetra, jpao € do genevo monge! Mas, de qualquer modo, totalmente fora. Os amigos vém visita-lo em seu esconderjo no campo, tie os recebe amavelmente. Contam historias de artistas, Nao se chega a saber se aquilo entra na cabega dele, Nao fala quase nada de sew trabalho. E depots, um dia, expoem tuma série de 19 quadros grandes dele numa galeria, ot ‘Gngdenta desenhos, Conclusio: 08 verdadeiras uxos s80 Sublerraneos, correm lentamente sob a terra, forma len= ‘Gis fontes, Nao se sabe onde vao sar. E sua velocidade € esconhecida, Bem que eu gostaria de ser umn bolsio sub terraneo, cheto de agua preta, fra ¢imével “Aida fltam dez minutos para Keiko passar. Marie se imaquila. No que diz respeito a ganhar tempo, nds, mauihe- rea. sempre saimos perdendo, Sempre temas uma cabeca ¢ tum corpo para ajeltar, Os homens fleam briluando com tima e esfregadela, Nao é justo. Estou satisfeita com a Ininha conferencia, Eles no vio entender nada. &laconica ddemais, E eserita demais. Parece Maurice. “Francés” de- } ‘mais, Ou trlandés. Tende ao mintmalista.Eles querem bons fuxos limpidos. Explicar de onde isso ver, para onde val ‘Uma introdugaozinha. Situn-se o ponto no contesto, Ernst defendeu isso, Dick objetou aquilo, Ruth expicou que problema esté mal colocado: abordagem falocrtia, E Ron, {que todo o mundo continua pensando de modo ecidental, fenquanto existem 0s outros. Abt, os outros! Bles 6 falam disso. A dilerenca, a alteridade, 0 multiculturalismo, E a ‘mania dees, Meu professor nos lembrava Kant: pensar por si mes ‘mo, pensar de acordo consigo mesmo. Hoje, dizem que is80 E logecéntrico, nao é polically correct. Os fluxos devem caminhar no sentido correto. Devem convergi. Toda essa especulacio cultural, 98 coléquios, as entrevstas, os sem narios, por qué? S6 para garantir que todos falem da mesma coisa, Do qué, entio? Da alteridade. Unanimidade sobre o principio de que a unanimidade € suspetta. Se voot for ma ‘mulher, ¢ ilandesa, e ainda por eima apresentavel,e vaga- mente professora no Brasil, e ésbica, e escritora de INTos rio académicos, entio, voce ¢ am verdadeiro Mxozinho ‘bom. Vocé interessa ao capital cultural. Vocé € um pequeno mercado cultural ambulante. Apresse-se. Mas se mostrar a ‘les tim pedaco de anslise razoavelmente concentrada s0- bore o sense-able, como diz Rachel, e sua relacéo com a ‘morte, entio, dle fato, voce esta por fora. £ comum. Em que ‘sso exprime sua diferenga? Onde fot parar a sta alterida- de? Qualquer homenzinho. um honesto ordinarlus em Bochum, Alemanha, poderia fazer isso em seu lugar. O que ‘capitalismo cultural descobriu foi o mercado das singula ridades. Que cada um exprima sua singularidade, Que fale fem seu lugar na rede sobre sexo, etnia, lingua, faxa etna, classe social, inconsciente. Dizem hoje que a verdadeira luniversalidade € a singularidade. Voce imagina a linda irlandesa homossexual que leciona francés na USP fazendo andlises kanto-witigensteinianas? Entio, é desesperador. & francamente ininteligente, arcaico, O que ¢ essa filosofia? E até escandaloso. Bem, vamos ver se em Téquto e em Kioto eles sto assim, No minuto combinado, Keiko esta no quarto. Real- mente muito bela, sem divida. Temos mela hora antes do ‘coquetel, A senhora quer visitar o muse em frente ao centro em que vat falar? Hi uma exposigao de desenhos gravuras germanicas do século XV. Marie pensa consigo ‘mesma que ainda se trata de fxo cultural Um pediago do velho capital cultural europeu, muito chique, enviado a0 ‘Japio, que vat crealar por alt para todas as finalidades ‘ites? Quais finalidades? Bem, mostrar 0 que é a Europa, seu passado, sua arte, & Asia, que nao sabe nada disso, ‘claro, Que bom, nao? F af est, Marie, vocé também, voce & tum pedago de museu, Téquio também, amanba Kioto, ‘com parada em Nara, cerea de 45 minutos, tudo 1850 também & museu para voee. Nao s6 0s templos prometidos, ‘mas também as paisagens, os suburbios superpovoados, os centros de cidade, tudo iss0 para arquivar. O destino de todos os fxos ¢ 0 museu. Eles querem singularidades para enriquecer 6 museu, Que museu? O mundo cultural con ftemporaneo. Vocé se lembra de Lewis? Capital cultural, quer dizer: todas as culturas a serem captalizadas no Yvanco cultural. a meméria da humanidade. E preciso saturar cada agéncia. O grosso esta feito. salvaram e esto- caram Lascaux, as tumbas do Alto Nilo, as pirémides astecas ¢ também a linha Maginot,e 08 timulos de Xtan, Spinoza e Agatha Christe. Agora ¢ preciso arquivar o con: fempordneo. Nao apenas as obras, mas também os mods dde vida, as maneiras de preparar o peixe © excitar uma ‘mulher, 0s pequenos dialetos, as girias, as futuagies do | dolar a'méato e longo prazo, 0s cartazes de 1930, Blas olham Altdorfer, Cranach, Direr. Keiko toma notas. Faz seu fuxocinho de arquivo, pensa Marie, ela » chegard li Bela séria, Como se ja estivesse feito. O mundo de hoje € isso. Tudo 0 que hi a lazer, como se j estivesse feito. Por que os indios cadiueus ou tupi-cavaibas se rega- Jam, nos dias de festa, com pratos chelos de grandes larvas csbranquicadas extrafdas dos troncos das srvores? Para Agurarem num filme ou num mantial de antropologia. Voce ve, dizem eles, nada é natureza, tudo € cultura. ¢ toda cultura ¢ singular, E as regras de parentesco? Voce acha ue Isso € dbvio? Claro que nao. Existem comunidades australianas nas quals essas regras tém uma complexidade {ue faria um escrivao de eartorio perder a cabega. Nao € admiravel? Arquive antes que elas morram. E a arte bruta, woot acha que cles sto brutos? Sao os desenhos mais solisticados que podemos imaginar, Arquive. E Satumo, voce pensou que fosse uma bola de gis? De forma alguma, 4 sonda detectou um niicleo duro. Refaga set museut cos. molégico, A prdxima exposicéo temporéria, diz Ketko ao sairem, seré dedicada, ela fala um francés supercorreto, as roupas, ‘acessérios, instrumentos e cendrios do teatro nd do norte de Honshu no século XV. E a seguinte? As méscaras esculturas dogons, em relacio com a arte negra européia, ‘Que coisa, como ¢ rico o musen de vocés! Keiko sorri para se desculpar: colecionadores, galerias, patrocinadores mi toricos, So mesmo, pensa Mari, também me pagam bem Fago parte do museu. Nao, ainda nao, vamos ver. €Iss0 que st em jogo. 6 56 um teste. Se hoxver uma segunda ve, nto, quem sabe? assim que vio me ouvir. NAo 0 que digo, mas se €bom me conservar, se minha mercadoria vale ‘a memorizacao. Nao esta muito bem assestada, isso 6 cert. Pequena angistia de Marie riso: 0 mal assestado talver seja 0 mais bem assestado. Esperam que eu fale das mino- vias, dou-thes a analitica do corpo sensivel em geral: 1390 também pode parecer singular. & preciso que o museu se renove o tempo todo. Os fuxos que nele chegam exigem 0 Aireto de ser conservados e expostos. & preciso que o ‘meregam. Isto €, que provequem muitas visitas e que se fserevam muitos relatérios, Se fossem sempre os mesmos objetos:tédio, queda da frequéneia, desempenho negativ. Marie pensa, erguendo se copo com a equipe do Centro, que, no fundo, esses administradores 96 servem 8 rio pararem de inovar. Os museus, as instituigdes cult "als nfo s40 apenas entrepostos, sao laboratérios, Bancos, realmente. Os depésttos tém de trabathar. Tram as pecas, ‘mostram as pecas, vollam a guardé-las no porto, compa Fam-nas, encontram outras, analisam, resiauram. radiografam. A mesma coisa para os textos ou as miisieas, Se eu tier sorte com meu sense-able, val ser a mesma coisa, A notoriedade € isso, agtacéo em torno de wim nome, Marie dispoe suas folhas sob o pequeno abajur do odio e comeca de pé diante de um auditorio que ela nao fenxerga. Apenas servir seu texto, Disseram-the que era vulgar e malisto chamar a atengéo sobre su confianga ‘ausenta, Ele encontrar seu préprio tom, Eu, enquanto isso, posso pensar em outra coisa, é melhor. Essa historia de fluo de cultura e de capital € um negécio estranho. & ‘metafistea, Nao apenas metéfora. A metalisica so metifo- ras realizadas. Veja 96, minha alsthesis parece interessar Keiko, na primeira fla. Tem muita gente? Nao tive tempo de ver, De qualquer modo, sou ooutro dees, essa éa vantagem {Ge se exportar. $6 alguns deles sabem se minha mercadoria 6 de fato singular (2). Se a sala estver chela, eles dirdo que fot bom, de qualquer Jeito. Sendo, public se teria engana- do, e 0 Centro seria desconsiderado. Que metafisiea estranha. Ora, € a do capital, simplesmente. Maquinas térmicas, polo quente, polo fo, trabalho. Fabricam o dife- renciade. Tudo o que importa é que alguma energia nova ‘sempre esteja disponivel. E seja tratavel, Mas, para tratar, tornaram-se muito espertos, Seu multiculturalismo, suas ‘minorias, suas singularidades, tudo isso no tinha futuro nna indistria cultural ha cem anos. Exceto como exposigao colonial. Isso obriga a muitas estratégias de captura e ‘exploracao. Finalmente, tornou-se rentavel. As pessoas se centediam, esto cheias de engolir sempre as mesinas ima gens, as mesmas tdéias no fastfood cultural, precisam do Pequeno lve inesperado. Una hoa cena. Mas sera preciso encontrar outra coisa em ez anos. Estranha metafsica [Nao que ela sejajovem. Ea dindmica como sistema do ‘mundo, isso data pelo menos de Aristétles, mas oengraca- do, pensa Marie € que. fora alguns loucos megalomaniacos, A teoria das forgas nao interessa a ninguém. Interessa como espetéculo.f isso, 0 interesse da dinamica, ndo a forga e 0 poder, mas oprazer estético que proporcionam, Una comu- dnidade humana que contempla stias diferencas. Estetica eneralizada. A grande operacéo deste fim de séeul, talvez ~ do préximo. £? Talvez eles entendam isso em minha pales- tra. Se entenderem, estou salva. Sé querem tima coisa, que se fale deles, que se mostre como sio interessantes. E Dreciso que tudo fale deles. Vocé se lembra daquele astro- hhauta que dizia que compreendemos cem vezes melhor a Terra ¢ os homens olhando-os das naves espaciais e das sondas? O cometa de Halley. vocé se lembra, uma sonda 0 ‘encontrou depois de nao set mais quantos anos de viagem Bla thes fala deles, Uma humanidade em espeticulo de s1 ‘mesma, em todos os teatros. B preciso mudar o repertéro, Encontrar novas pecas. Montar as velhas de outro modo, Toda essa dindmica para chegar ad panem et clreenses, As luzes voltam a se acender na sala, aplausos, Su- ientes? Esta bom. Passa-se a0 jogo de perguntas € respostas. Faz parte do cultural. Bles tem direito& palavra, fo dever de intervir, nada de passividade, animagao, intera 0, Teste de bom desempenho. Marie, nio ¢ hora de ‘mostrar que voce pouco se importa e que est cheia, Voce ‘munca fica cansada, ndo é verdade? Se nao for assim, no vollardo a convidé-la, Ful suficientemente “outta? Pelo menos, isso serve para isso, para saber Iss0, 0 didlogo eles, Responder amavelmente, explicar. marcar sua alteridade, nao se detuar levar ao bem conheetdo, defender sua diferen fa. Ande, mostre que seu fluxoeinho, 6 ses, ndo tem gual Matto animada. hein? Todas as perguntas “muito interes santes, mas, de qualquer modo, gostaria de acrescentar 0 ‘seguinte... E nada de demorar muito, certo? Tem o jantar. sJanta-se com os happy few, em francés e em inglés, fou entio Keiko faz a tradugao, Os fluxos em eapital de linguagem precisam da tradugao para serem operacionals, AA pintura, a misica funciona sem transformagao. Cont zua-se o debate durante ojantar. Engolem-se palavras com ® comida, de qualquer Jello. Mas exidado, querida. seus convivas so aqueles que decidem. 0s jornalistas. Azar dos fus0s hordrios. Para a sonoléneta, o capitalismo cultural no liga a minima. As diferengas de fuso horério, ah sia, ‘fo importantes, Como para 0 eapitaismo, sem mais: fe- chamento em Téquio, abertura em Wall Street, Sua ppequena talk é um indicio da tendéncia em Paris agora, — O que voce acha de Téquio? E a primeira vez? Surpreenden- te, admirdvel, mas sabe, nao tenho muito tempo. Voce vai ficar um pouco? f uma pena, mas amanha de manha teno 1 —— tum semindrio na universdade © tomo o shinkansen para ino. Ba Europa? ‘isos led. Seri toda uma pales, at um seminéro de tim miso dts. Voce Ines sugere? Nao. © pedido¢ dls, nao seu, Saber, cou sempre visa atem dso, sow apenas ume paisioae,um tnto aca: da. Ors, ora!™ A Europa como mercado, ots saber {do sobre iso, melior do que eu, Mas a Burope, come tallura. existe endo existe como uma fafa. Voc a be allow. Onde esti os limes do uma fama? Nao se acaba com as tases im os sbrnhs boneton Ser auc tranacaucanance so turopeus? & 0 partha do atiménie Durante 28 culos, nena frontera pena heceu a mesma ‘a Baropa,Tnwjas, rales, cotpton oncubinatos. astmentos de conventaca, incest, Reg tonia de um rama Todos se adcram © ge detest. Neo fcabou, woes saben. Delis, cont, pla Paz ha familia Mas, todos os pensamentos com sendas inten {8s pemantcem a elrament, wots magna? & tim mont. Tanta lingoas diferentes sem conta min: Tas lnguisticas, odas a eligespostvel sas aa Uta Revelages. cm todos os cons de combat de Vt shang, confessions, linguistics, Sem lar da etnias Sueno correspandem frgesainent as lingua. Quanto oo Aulicuttural, « Europa Ciba $6 ha esrangetrs ta fama. A nica comuntdae rel €0 interes, isto @ capital, o desenvolvimento, Emestno cle nao eld. invade da Baropa rica pelos miseréves, breads por mais de 50 anos de statism. Desenvabvinento desigua. em plena Buropa. Os reomn-chegados da Polini, da Turgua Ou a Hungtiaestaconadon no Brandenburg sas plo jo vetis desempregados. forcosamente nenbfotoe, coma Contava Hans Peter. E eniquant iso, capital stemdo qe ligitda as velhas empresas da Alemanha Oriental e cobica parcelas de mercado na Ucrinia ¢ na Réssia. A guerra continua, néo pelas armas, pela grana, E a cultura, no meio essa confusio? Bem, felizmente, eles f4 no esto prestando atensio, Comparam com a sitwacao na terra deles,o capital japonés nna Coréia, em todo o Sudeste Asiatico. Eo que faré a China, afinal? Nao entendo nada disso, nao mais do que eles ‘entendem a Europa. Os fuxos culturais sio iss, afinal de contas. Acontece em qualquer lugar e se perde no deserto, Palavras, frases incompreensives, misicas, imagens, ma neiras deliciosas, mas de longe, pelo exotismo. E possivel cscapar da idiotice turistica? Inclusive a stia, Marie, Mas nndo femos tempo. Ternou-se grande demats para uma vida Inumana, o que ha para ver, para ouvir, para compreender, © musew € rico demais, 0 laboratério trabalha depressa ddemais. Vamos, para a cama! Amanha, o dia comeca cedo, Ceriménias de agradecimentos e despedidas, deferencias, aod © haat do hotel cheio de homens de negécios a uma hora da manha. Negocia-se em todas as linguass do mundo, Negocia-se a cultura, entre outras coisas, O que voot esti fazendo ai no meio, Maric? A pequena jola de pensamento reflexivo dé as carts, isso ainda interessa ao capital, ¢ 1890? Alguns colecionadores? Por quanto tempo? Veremos. Voce, talvez voc® nio veja isso, minha cara, Tente amar menos, 2 Deve-se entrar na cidade pelos subirbios, A frase dos ssubuirbios €a queixa: ndo morames em parte alguma, nem fora nem dentro. A quesxa de ser érfao j4 ressoava nos bairros da cidade cléssica com Villon. Difunde-se até 0 ‘cere das metrépoles modemnas. Mau menino, moca perdl- da as eriangas da periferia vim domingo ao centro cantar seus estriblhos sem pé nem cabega. Reeitam poemas em rosa, Desconcertam a arte poética. Chamam-se Baudelal Fe, Verlaine, Rimbaud. “Voc Ié 08 prospectos, os eatélogos, (8 cartazes que cantam bem alto/Eis a poesia hoje de manha e, quanto a prosa, ha os jornais" Apollinaire abre Aleools com “Periferia. E 0 cintuiao em grego. nem eampo hem cidade, um outro lugar, que no € mencionada no registro das situacoes. No preficio (1916) de Comet a dés, Max Jacob tira 08 ois traces da obra defi, estilo © stuacéo: “O estilo ot vontade criam, isto 6, separam. A situagdo afasta. [1 Reconhiecemos que uma obra tem estilo pelo fato de dar a sensagao do fechado: reconhecemos que esta situada pelo ‘Pequeno choque que recebemos ou ainda pela margem que a cerca ...” A obra cinge-se por sua distancia de tudo, do autor, do sufeito, de qualquer fonte. “O poema em prosa € uma jéia", joiazinha barata, & qual Brecht e Kurt Weil mpoem também o exposto do distanciamento, E a merca dria de segunda do vagabundo, Rouba-se, evapora-se com seu ladrao.£ a honra do preso ¢ das favelas de Jean Genet Essas margens da cidade grande nao siio recentes, Roma, Alexandria também eram rodeadas de subvirbios Incertos, onde se cantarolava 0 orfanato © a desocupacio, Jesus, afinal de conta, cuja figura ainda obsedia Baudlelal. re, Apollinaire © Max Jacob, é investido da queixa dos ssuburbanos, daqueles que néo contam para nada. No Oct dente, a sociedade nao é dada, Ela se procura, procura ‘compor e organizar seu estar junto e sew estar no mundo. Decompée e desregula seus arcaismos, escravos, campone- ses, artesdos, mineiros, operdrios das velhas fabricas, lamanha, todos os assalariados? Através de mil episddios, & constante o seu gesto de se fazer desfazendo 0 que € Os ‘elewos © os ingredientes desse festim metafisico e urbanista crazam seus destinos na periferia:entra-se, aise, passa~ '5€. 0 subuirbio € 0 permanente depois do fato consumado dda pesquisa instruida pela alma ocidental a respeito da ‘Comunidade e do espago-tempo habitavel. Essa pesquisa ou historia, recomeco obstinado, inicia- tiva e destrutgto. inscreve-se na maneira de habtar, como 4 phlosophia, edificacio e critica, nao cessa de organtzat ¢ de desorgantzar as maneiras de pensar. A filosofia no esta ra cidade, ela éa cidade que pensa, ea cidade é a agitagao do pensamento que busca seu habitat justamente quando © perdeu, quando perdeu a natureza © filésofo moderno habita a metrépole de manetra cequivoca. Relegado as margens, também ocupa seu centro. ‘Numa carta a Guez de Balzac. postada em mato de 1631 em Amsterda, Descartes louva ao senhor de terras o lazer que representa para o pensamento 0 anonimato de uma popu Jago agitada pelo comércio. O grande porto republicano abriga 0 filésofo em um deserto onde a multelao dos outros se entrechoca e se neutraliza. Excelente lugar € bom mo: ‘mento para lancar os planos de uma cidade toda deduida, de uma comunidade e de um pensamento fundado em si ‘mesmo, No mesmo ano, Jacques Lemercier comeca a ded: zr também a cidade de Richelieu, em pleno campo frances, ‘Algum tempo depots, 0 filésofo do Discurso projeta a urba- hzagéo radical do pensamento: como no caso da grande cidade, devem-se derrubar os restos "mal tragados”legados pelo destino da histéria ao pensamento, para reconstruir seu plano de uma vez, “desde 0 comero” ‘A losofa da cidade ¢ da flosofia pode ser menos sectiria, De Hobbes a John Rawls, ela descanfla dos come 40s. Estabelece a situacao do traffic entre 08 interesses, centre as paixées, entre os pensamentos. Ensaia algum principio que permit organizardireitootransito que obser: via a partir dos meios que a tradicao Ihe proporciona. Mas, deduzida ou induizida, a cidade esta na cabeca de todas as flosofas modernas. E, conceitual ou empirica, a flosofia moderna apresenta-se como a cabeca de que a cidade precisa para ser emendada e remodelada. Nao é na aldeta {que pode nascer essa oscilacdo entre a limpeza critica € 2 repoluigéo metafisica. O desespero de jamais fundar as fexisténcias ¢ a resolucio de thes dar abrigo, a nostalgia do verdadeiro e a fadiga do precario, os desejos contrarios de se retirar para 0 deserto escoldstico e de se engajar nas Tatas, todas essas passagens desentiam a zona incerta cm ‘que ofilésofo urbano ensaia e pensa uma instalagao jamais acabada, ado Ocidente, ‘A megaldpole de hoje e de amanha s6 parece, a pria cipto, estender as metrépoles além de seus limites, acrescentar um novo cinturao de subirbios residenciais & periferia dos subiirbios e, desse modo, agravar as faligas, as incertezas, a inseguranca. Mas, sob essa simples exten Ao, transparece uma flosofia de estar-junto-no-mundo bem eiferente da metafisica das metropotes Se. Ut se tora Orbs ese pera se trna toda 4 cidade, ento, a megalpole nao fm oa. E.consequen femente, no tem dente. A nature esia sob conte cosmoligo. geléglo, neicorlogo, arses «celica Sob controieat sob reserva, sb renervagto. Jato see ‘a megalopole la ja ndo€ wna exe que vec de st Fecomegada. Os antigo ora, provincia, Ales Ata, tem parte dela, misturados aov indigenas eeldentts de Alversas manera. Tao ¢estrangeio's nada o€ Os belos editos mtatsos, no centro das cldades atigas © dos downtuns orgulhosos, ato conserves como pecas de muse Ades sbdrbas moderns, as ‘ova perferia eidenciais (pret oximoro, e€ vedas A Ge no 2 poe enya) names nos campos. nos bosques © as clias csteiras. Sto reglare fantanmas, habitats e desert. Amarram seus tentacles ea comnn ut,Foram une esti fale os antigos drgiosusbanos. Chama-se esse proctsca ae conurbacto, te engusta os aatgossutrbs em orn fos centow trios” ann ‘© timo ferrotho imposto a propagacio selvagem da ‘megal6pole explodiré quando a presenca “real” ao trabalho se tornar supérflua. © corpo produtor j4 € um arcaismo, como 0 sio 0 reldgio de ponto e os melos de transport. Telecomunicacao ¢ teleproducio nao preeisam de clades bem feitas. A megalépole cingeo planeta de CingapuraaLos Angeles ¢ Milao. Perfera plena entre nada e nada, ela se abstrat das duragées e das distincias vvidas. E cada hab tat se toma uma morada onde a vida consiste na emisso € recepoia de mensagens. Pinto esse cenério com brusquidao, porque ele € trivial « faciimente reconhecivel. Com a megaldpote, 0 que 0 Oc dente realiza e espatha é 0 seu nillisme. Chama-o de desenvolvimento, A questo que ele propde 20 ilsofo €: O que restaré que vatha a pena quando a apresentacio de qualquer objeto for atingida peta irealidade da passagem? Resta a maneira da apresentagdo, Entre natureza earte, cat 2 diferenca: & falta de natureza, tudo é arte ou artificio. O desenvolvimento € uma idéia abstrata, um termo de dirigen- te, que nada dirige, exceto decimals. Quanto & existencia a _megalépole vive-se esteticamente. O monstro da conurba ‘clo encontra o filsofo pés-moderno no ponto da estética eneralizada, E € nesse ponto que eles se desencontram. Comecet pelo “cubismo” de wn Max Jacob, porque ele 6 um dos sinais mais rigorosos que o nilismo, o da periferia, fea nas letras. Seu "estilo", que € 0 de Braque e Picasso. desdobra 0 objeto © 0 corpo em facetas e esbocos. Sua ‘situagao” recusa 0 autor, 0 motivo, 0 pablicoe as formas. © absoluto que ele quer & 6 nada da relacdo. O principio roméntico da "vida", e 0 que dela persiste no simbolismo, € rejeltada, Existiria,ento, antes de Adomo, um tntco flésafo no Ocidente para conduzir o pensamento& altura nilista dessa eseritura e dessa arte? Citam Spengler e Nietzsche. Mas 0 primeiro nao passa do prematuro do segundo, rasteiramen. te argumentado, Qui sem pathos. Joyce ou Duchamp parece ‘comparados a Nietzsche out tio de estilo, ereio que € por ela que a do hoje em dia agitada, ameacada, a0 pergunta, ‘seu plano, fae ria e seu conceito, retomava 9 tracado de sta frontetra entre o fora eo dentro, Da mesma manera, 0 filésofo edificava e demolia sistemas, empenhava-se em fandamentar, ractonalizava nilismo endemic, eaibia-o 6 cult, Essa divida de estilo, flésofo 96 pode quiti-la “fazen- ‘Quando a estétiea, ha mats de dois séculos, ela comunidade na megalopole desocupada. Deve> se, contudo, criticar esse dlagnéstica consolador ¢ aceitar ‘esolar-e, mais. Nao podem mais real dem acrediar nla poaaggia ypaganda meee sultura” como politica € Propaganda ¢exatamente favorecer oacting-ot dese fata ma paransico. A politica cultural toma-se 0 essenctal da Essa perversio no foi cicunstancial. Nao desaparecest com a derrota do nazismo. Sem divida. o “eontetdo” da ccltura muda; depois da Segunda Guerra Mundial, as figu- se, conto, eriticar esse diagnéstica consolador € aceitar desolar-se ma paranéico. A politica cult politica, A comunidade “rec fo um meio em uma estratégia. Para, 0s déspotas e os sacerdotes em pr nimigo de classe mais tarde, A consct € a resposta que a como politica © fda da caréncia de objeto. O ‘Propaganda ¢exatamentefavorecer oacting out dese fata. | Juma espécie de perieria. Todas as culturas nele estéo w allures e nosso aqu, que € ele estos mais do que. ‘demanda de seguranga ou d 30 (contra a angustia pode apegar-se como a objetos. Por mais pam, todas as maneiras permit 04 odiar. Regra da oferta e da procura Ora, essa absolutamente nao € a est {l6sofo de hoje esta acuado. Nao descreve ‘poupado pelo ‘Mas logo ficou claro que esse objeto deveria ser, vez, destruido. A siltima sen detxada pelo hutma ‘smo é: 0 Homem 86 ¢ Homem através do que o excede. © enigma desse éxcesso €, provavelmente, o que sem Dre intrigou o filésofo. Mas, no contexto estetico que the mpoe o nilismo contempordnea, esse enigma deve. ser ensado como a “presenca" pela qual 0 absoluto, que € 0 ‘em relagio, manifesta sua presenca nias formas, que si0 no infcio, Trata-se aqui, p Juma estética da demanda ima (8 Antigos, quando da Querela Trata-se daguilo que fe decisiva, defende: ram contra os Moderos, tid mais de dots séeuos — defen eram e elaboraram, na qualidade daquilo que o Tratado de Longino chamava de sublime. ido ha objeto sublime. F, se hé uma demanda de sublime ou de abso no passa de uma fabulaco de para Teglmar o papel que ela se fu de torre de marfim, Tampouco o engaja ‘mento, o manifesto ou a declaragio — exceto quando a probidade exigida de qualquer eidadao o requer. E menos ‘nda © obscuro retorno as teologias © aos cultos, 3 PARADOXO SOBRE O ARTISTA ORAFICO Coergoes juntas, talvez cada uma em particular, sio mort feantes. —Desses olhos que levam 0 pensamento nia cone cer, masa fru. — Visando esse prazer, 0 objeto se perila do lado do dade da coisa, 0 objeto grafico ‘adguireo valor de testemunko, pertence a arte de provar, & tora, ao estabelecimento do saber. fato, a0 ao mesmo tempo artistas, advogados, © tipo e 0 corpo das letras que emprega para essa ido Sao interpretagoes, Sao juizos. — A arte € lire, Com todas essas pressoes, ento, 2 arte gréfica ndo € uma arte? — Em primeiro lugar, a arte nto 6 ‘exemplo. Vocé vera, pela diversidade de objetos nasctos nessa oportuntdade, que latitude a interpretagso ‘fo, isto €, do acontecimento que seu cartaz deve lembrar € Ihomenagear. Pegue o bicentenario da Revolugao, = Pols no. Voce dizia que essas so a5 maiores coergdes, as mais evidentes. O que mais? | — Mais algumas palavras. antes de prosseguir, © Intrigar. © objeto do artista grafico deve intrgar. isfaga todas as coergoes ‘mais persuasivo do que um lapso? ‘que ele quer dizer algo que voce pensava ignorando, ido 0 que ¢ ignorande que pensava nisso, Talvez ‘numa boa arte grafien, 0 lapso que vooe, que duzida por um argumento bem montado, mais uma espécte Verdade plastica da diferenca sexual: a tinta da separacio Aeslocada entre os olhares azuis, 0 que esté dizendo, intrigar€ sempre deter ‘se realmente & comunicacéo, que promove, responde a perguntas. & sua fungao de testemun, afinal de contas, — Voc’ falava do tempo das artistas gréficos, ‘no espaco dos pintares, — Sua observacéo € geralmente verdadetra, mas geral- mente demais. Voct diria a mesma coisa, quando a cultura 6, de fato, um mercado? HA trinta anos, dizia-se que 0 —Contudo, 6 pablico tem constantes, a lingua, uma ia gyocn, que no mudam tao depressa — Mas voot nao conseguira de esses componente: ser feta sobre estado atual da sensiblidade da grande Desta obscura we a colsa 6 pouco durével © que os ‘sam viver dela “de qualquer modo Desta obscura? Voce quer dizer 0 pt reso sabe do que gosta © do 4 — A sensacio € © contririo do sensacional. Este ¢ ‘muito as artes populares, Mas a arte grfica nao é a propaganda. Ja disse, serd chamado de massa durante a época intermediaria, a da crise. Hoje em dia, ha décadas que o modo societario as comunidades populares, Esta ‘anspondo as Estados-nacoes demasiado velhos —Everdade, eo fos metos de intrigar. Mas te, experiéneia, Prospectar que no esconda esse paradox? Serd que — Por que contempordinea? usa da grande besta obs lades cheias de tntrigas ‘sobre o eto da infanta, que ele fé contuece

Você também pode gostar