(0 CIENCIAS SOCIAIS DA EDUCACAO
Coordenadores: Maria Alice Nogueira © Lia Pinheiro Patxso
= O sujet da edueagso
Toman Tada da Sis (ora)
= Neoliberalismo, qualidade total e educagio
‘Tomaz Tadeu da Siva e Pablo Gentit (orgs.
= Teoria ertica e educagio
Brune Pues (org)
= Currieulo - Teoria e histéria
Ivor F. Goodson
~ Escritos de educagio
‘Maria Allee Nogue'ra e Afrénio Catan! (orgs)
= Familia ¢ escola ~ Trojetoras de escolerzagio em camades médios e populares
‘Mana Ale Noguelra, Geraldo Romanell e Nadir Zago (ores)
= A escolorizacdo das elites
‘Ana Maria Fonseca de Almeida e Maria Alice Nogueira (orgs.)
= Homem plural ~ Os determinantes da ago
Bernard Labire
Dados Intemacionals de Cotalogagio na Publicagio (CIP)
(Camara Brasileira do Livro, SP. Brasil)
Esctitos de educagéo / Maria Alice Noguera ¢ Afrnio Catan (organtzadores). —
Petopols, Rd: Vores, 1998, ~ Cienela socals da educagio),
ISBN 85326-20531
1. EducagSo 2. Socioloaia educacionalf Catan, Afro. I. Noguelr, Marta
‘Alice Iil Tilo 1V. Série.
96.0945 c0D-370.19
Indices para catilogo sistemstico:
1. Sodologia educscional 970.19
PIERRE BOURDIEU
ESCRITOS DE
EDUCACAO
Selegio, organizacko, introdugSo e notas
“Maria Alice Nogueira
‘Afranio Catant
Aeest
decidogia da Bolucacas
y EDITORA
VOZES
Petrépolis A Escola conservadora: as desigualdades
frente a escola e 4 cultura
PIERRE BOURDIEU
Tradupéo: ApaRecioa JoLy Gouvea
Revisdo técrica: Mafia Ace NOGUERA
Fonte: Boudes, Per, “tec consenatice. Les inglés
vant col acuta’, publica ongialmente in
eoue frongais de socolgt, Pars, 7 (3, 1966, p
325347, E protoueimente por um efeito de inércia cultural que continuamos
tomando 0 sistema escolar como um fator de mobilidade socicl,
segundo @ ideologia da “escola libertadora”, quando, ao contrario,
tudo tende a mostrar que ele & uni dos fatores mais eficazes de
conservagéo social, pois fornece a aparéncia de legitimidade as desi-
qualdades sociais, ¢ sanciona a heranga cultural e 9 dom social tratado
zomo dem natural.
‘Justamente porque os mecanismos de eliminagao agem durante todo
co-cursus*, é legitimo aprender o efeito desses mecanismos nos graus mais
clevados da carreira escolar. Ora, vé-se nas oportunidades de acesso 20
ensino superior o resultado de uma selecéo direta ou indireta que, ao longo
da escolaridade, pesa com rigor desigual sobre os sujeitos das diferentes
classes sociais. Um joven da cameda superior tem citenta vezes mais
chances de entrar na Universidade que © filho de um assalariado agricola
ce quarenta vezes mais que um filho de operdrio, e suas chances séo, ainda,
duas vezes superiores équelas de um jovem de classe média’. E digno de
ota o fato de que as instituicbes de ensino mais elevadas tenham também
0 recrutamento mals aristocrético: assim, os flhos de quadros superiores
ede profissionais liberais constituem 57% dos alunos da Escola Politécnica,
54% dos da Escola Normal Superior (freatientemente citada por seu re-
crutamento “democrético”), 47% dos da Escola Central ¢ 44% dos do
Instituto de Estudos Politicos,
Mas nio é suficiente enunciar o fato da desiguakiade dante da escola, &
necessério descrover os mecanismos objetivos que determina a eliminagso
continua das criancas desfavorecidas. Parece, com efeito, que a expicaéo
sociolbgica pode esclarecer completamente as diferencas de éxito que se
atribuem, mais freqllentemente, as diferencas de dons. A acéo do privlégio
cultural 26 € pereebida, na maior parte das vezes, sob suas formas mais
grosscias, ito &, como recomendacées ou relagées, ajuda no trabalho escolar
‘ou ensino suplementar, informagdo sobre o sisterna de ensino @ as perspec:
tivas profissionais, Na realdade, cada familia transmite a seus filhos, mais
‘por vias indiretas que diretas, um certo capital cultural e um certo ethos,
* NT: Optames por manter na wade, a expresso laine “cums”, empregeds plo autor pore
desanaro prensa ols ou manos tongs, rasee cu nacuele mo de enn, esse OU aque
‘Sishlecmnto) letnde pelo sino a lengo desu carr esclt
1.C1.P, BOURDIEU e J.C. PASSERON, Les Herter, Pars, tions de Minuit, 1968, . 14-21,
41 sistema de valores implicitos e profundamente interiorizados, que contribu
ppara definir, entre coisas, as atitudes face ao capital cultural e a instituigso
‘escolar. A herenga cultural, que difere, sob os dois aspectos, segundo as
classes sociais, é a responsivel pela diferenca inicial das criangas diante da
experiéncia escolar e, conseqilentemente, pelas taxas de exito,
A TRANSMISSAO DO CAPITAL CULTURAL
A influencia do capital cultural se deixa aprender sob a forma da
relagdo, muites vezes constatada, entre o nivel cultural global da familia ¢
© bxito escolar da crianga. A parcela de “bons alunos" em uma amostra
dda quinta série cresce em fungéo da renda de suas familias, Paul Clerc mostrou
que, com diploma igual, a renda ndo exerce nenhuma influéncia propria sobre
© éxito escolar e que, ao contrério, com renda igual, a proporgéo de bons
‘alunos varia de maneira significativa segundo o pai néo sels dipkimado cusea
bachelier*, o que permite concluir que a ago do meio familar sobre o éxito
escolar € quase exclisivamente cultural, Mais que os diplomas obtides pelo
pal, mais mesmo do que o tipo de escolaridade que ele seguiu, é o nivel
cultural global do grupo familiar que mantém a relag&o mais estreite com
© éxito escolar da ctianga. Ainda que c éxito escolar parecaligado igualmente
ao nivel cultural do pai ou da mae, percebem-se ainda variagéies significa-
tivas no éxito da crianga quando os pais sfo de nivel desigual*
A anélise dos casos em que os nivels culturais dos pais séo desiguais nto
deve fazer esquecer que eles se encontram freqlienteménte ligados em razio
da homogamia de classes), ¢ as vantagens culturais que esté0 associadas a0
nivel cultural dos pais s80 curnuletivas, como se vé jé na quinta série, em que
¢s filhos de pais titulares do baccalauréat obtém uma taxa de éxito de 77%
contra 62% para os filhos de um bachelier ¢ de.uma pessoa sem diploma:
essa diferenca se manifesta mais nitidamente ainda nos graus mais elevados
do cursus. Uma aveliagdo precisa das vantagens e das desvantagens transmi-
tidas pelo meio familiar deveria lever em conta néo somerte o nivel cultural
do pai ou da mie, mas também o dos ascendentes de um e outro remo da
{familia (também, sem diivida, odo cor,unto dos membros da farniiaextensa)
Assim, 0 conhecimento que os estudantes de letras tém do teatro (medido
pelo nimero de pecas de teatro vistas) se hierarquiza perfeitamente
segundo a categoria socioprofissional do pai ou do avo seja mais elevada,
ou & medida que a categoria socioprofisional do pei e do avd se elevam
“NT No slstema francis, pasion gue conclu com sucesso stu exter sacundiios e tomate,
‘ortanta,portadoa do “eaceuaurit (ou, nora abrevind, "bee, ca Wedge tera eh
ortugots, seria “bachardlsto" ras qa, em kancts, desga, so mesmo tepo, ot aes € 8
lena confers ao final do 2 clo do ensno de gra,
2.1, P. CLERC, “La lame «oven soareaunbeau dea sire, Enqute de in 1963 dens
"eggloméreionporsierne, in Popultion, Pas, 8) apetov stare de 1964, py 637-548,
a2
conjuntamente; mas, por outro lado, para um valor fixo de cada urna dessas
variévels, a outra tende, por si s6, 2 hierarquizar os escores®. Assim, em
virtude da lentidio do processo de acuituracdo, diferencas suts ligadas as
antigitdades do acesso & cultura continuam a separar individuos aparente-
mente iguais quanto ao éxito social e mesmo 20 éxito escolar. A nobreza
cultural também tem seus graus de descendéncias,
Além disso, sabendo-se que a residéncia parisiense ou provinciana (ela
propria fortemente ligada & categoria socioprofissional do pai) esté também
associada as vantagens e desvantagens culturais cujo efeito se note em
todos os setores, quer se trate de resultados escolaresanteriores, de préticas
@ de conhecimentos culturais (em matéria de teatro, misica, jazz, ou
‘inema) ou ainda da fecilidade inguistica, ve-se que a consideracéo de um
conjunto relativamente restrito de variéveis - a saber, o nivel cultural dos
antepassados da primeira e da segunda gereeéo, e a residéncia ~ permite
‘explicar as variagées mais importantes do éxito escolar, mesmo em um
nivel elevado do cursus.
E até mesmo possivel que 2 combinagéo desses critérios permita
compreender as variagbes observadas no interlor de grupos de estudantes
homogéneos em relago a categoria socioprofissional de origem: & ssi
‘que 05 jovens das camadas superiores tendem a obter regularmente
resultados que se distribuem de maneira bimodal, isso tanto em suas
praticas e seus conhecimentos culturais quanto na sua capacidade pera a
compreenso © manejo da lingua (um tergo deles se distingue pelos
desempenhos nitidamente superiores ao resto da categoria). Uma andlise
‘muttivariada, levando em conta néo somente o nivel cultural do pai e da
mie, 0 dos avés paternos e matemos e a residéncia no momento dos
‘estudos superiores e durante a adolescéncia, mas também um conjunto de
‘caracteristicas do passado escolar, como, por exemplo, 0 ramo do curso
secundirio (léssico, modemo ou outro) € o tipo de estabelecimento (colegio
ou liceu, instituigéo piblica ou privada), permite explicar quase inteiramen
te.0s diferentes graus de éxito obtides pelos diferentes subgrupos definides
pela combinaggo desses critérios; ¢ isso sem apelar, absolutamente, para
as desiqualdades inatas. Conseatientemente, um modelo que leve em conta
essas diferentes variéveis ~ ¢ também as caracteristicas demogréficas do
grupo familiar, como o tamanho da famiia ~ permitiria fazer um eélculo
Muito preciso das esperancas de vide escolar.
‘Da mesma forma que os jovens das camiades superiores se distinguem
por diferengas que podem estar ligadas a diferengas de condigéo social,
também os filhos das classes populares que chegam até o ensino superior
parecem pertencer a familias que diferem da média de sua categoria, tanto
por seu nivel cultural global como por seu tamanho: dado que, como se
Viu, as chances objetivas de chegar ao ensino superior sé0 quarenta vezes
3.CLP. BOURDIEU e JC. PASSERON, Les étudlnts et leurs tudes, 2 pate, p. 9557.
43 ‘mais fortes para um jovem de camada superior que para um filho de
opersrio, poder-seia esperar encontrar, numa populago de estudantes
Investigada, a mesma relagéo (40/1) entre o niimero médio de individuos
‘com estudos superiores nas familias de estudantes filhos de operérios e nas
familias de estudantes das cammadas superiores. Ora, numa amostra de
estudantes de medicina, o namero médio de membros da familia extensa
que fizeram ou fazem estudos superiores néo varia sendo de 1 a 4 entre
695 estudantes oriundos das classes populares ¢ os estudantes oriundos das
camadas superiores. A presenca no circulo familiat de pelo menos um.
arente que tenha feito ou esteja fazendo curso superior testemunha que
essas familias apresentam uma situacéo cultural original, quer tenham sido.
efetadas por uma mobilidade descendente ou tenham uma atitude frente
@ ascensio que as distingue do conjunto das familias de sua categoria,
Prova indireta do fato de que as oportunidades de chegar ao ensino
secundério ou superior e as chances de ser bem sucedido so func&o,
fundamentalmente, do nivel culture! do meio familiar no momento da
‘entrada na quinta série (sto &, quando a agéo homogeneizante da escola
edo meio escolar néo se exerceu por muito tempo) temo-la no fato de os
desiqualdades de éxito entre criancas francesas ¢ criangas estrangeiras
serem quase totalmente explicéveis polas diferencas na composicao social
dos dois grupos de farnilias. Com nivel social igual, as criancas estrangeiras
tem um nivel de éxito sensivelmente equivalente aquele das criancas fran-
cesas: com efeito, se 45% dos filhos de operérios franceses contra 38%
dos filhos de operarios estrangeiros entram na quinte série, pode-se supor
‘que uma boa parte dessa dliferenca (elativamenta minima) é imputével a0
fato de que os operérios estrangeiros tem uma taxa de qualificaggo menor
do que os operérios franceses*
Mas o nivel de instricdo dos membros da familia restrita ou extensa
ow ainda a residéncia so apenas incicadores que permitem situar o nivel
cultural de cada familia, sem nada informar sobre 0 conteido da heranca
que as famtias mais cultas transmitem a seus filhos, nem sobre as vias de
fransmissio. As pesquisas sobre os estudantes das faculdades de letras
tendem a mostrar que a parte do capital cultural que é a mais diretamente
rentével na vide escolar & constituide pelas informagées sobre o mundo
unlversitério e sobre o cursus, pela facildade verbal e pela cultura livre
adquirida nas experiéncias extra-escolares.
‘As desigualdades de informagao so por demais evidentes ¢ conhect
das para que haja necessidade de reccrdé-las mais longamente. Conforme
Paul Clere, 15% das familias de alunosdos C.E.G. (colégios de ensino geral
cujo recrutamento @ mais popular que o dos liceus) ignoram o nome do
4. P.CLERC, “Nowls donns sur Volentation scolaire au rnevent deen en sate Oh, Les
‘Sse de nationaté rangers” in Popultion, Pass, eutsno/dezebro de 1568. p. 871
44
liceu mats préximo, atingindo essa taxa 36% entre as familias dos alunos
da classe de fim de estucios primérios. liceu néo faz parte do universo
concreto das familias populares, ¢ € necesséria uma série continua de
sucessot excepcionais e conselhos do professor ou de algum membro da
familia para que se cogite de enviar para lé a erlanga. Ao contrétio, & todo
um capital de informagdes sobre o cursus, sobre significagio das grandes
escolhas da quinta série, da sétima ou das classes terminais do ensino
secundério, sobre as carreiras futures e sobre as orientacées que normal
mente conduzem a elas, sobre o funcionamento do sistema universitério,
sobre a significagio dos resultados, as sangSes e as recompensas, que as
crianges das classes cultas investem em suas condutas escolares.
As crianges oriundas dos meios mais favorecidos néo devem 20 seu
‘melo somente os habitos ¢ treinamente diretamente utlizéveis nas tarefas
‘escolares, ¢ a vantagem mais importante néo é aquela que retiram da ajuda
direta que seus pais ihes possam dar’, Elas herdam também saberes (e um
“savoirfaire’), gostos e um "bom gosto’, cuja rentabilidade escolar é tanto
maior quanto mais freqientemente esses impenderévels da atitude s80
atribuidos a0 dom. A cultura “livre”, condigéo implicta do éxito em certas
carrelras escolares, & muito desigualmente repertida entre os estudantes
Universitatios originérios das diferentes classes sociais e, a fortiori, entre
0s de liceus ou os de colégios, pols as desigualdades de selecio e a acéo
hhomogeneizante da escola no fizeram senéo reduzir as diferencas. O
privilégio cultural toma:se patente quando se trata da fernliaridade com
obras de arte, & qual s6 pode advir de freqiiéncia regular a0 teatro, a0
useu oUt a concertos (freqUiéncla que néo é organizada pela escola, ou 0
6 somente de maneira esporddica), Em todos os dominios da cultura, teatro,
‘misica, pintura, jazz, cinema, os conhecimentos dos estudantes S80 80
mais ricos ¢ extensos quanto mais elevada ¢ sua origem social, Mas
particularmente notével que a diferenga entre os estudantes oriundos de
meios diferentes seja tanto mais marcada quanto mais se afasta dos
dominios diretamente controlados pela escola; por exemplo, quando se
passa do teatro clissico para o teatro de vanguarda ou para'o teatro de
boulevard, ou ainda, para a pintura que néo é diretamente objeto de
‘ensino, ou para a musica cléssica, o jazz ou o cinema,
Se 0s exercicios de compreensao e de manejo da lingua escolar nfo
deixer aparecer a relacéo direta, entre os resuitados e a origem social,
que se observa comumente em outros dominios, ou se acontece, até
mesmo, que a relagio parece inverter-se, Isso néo deve levar & concluséo
de que, nesse dominio, a desvantagem seja menos importante que em
5 GLER sna tinct salar ceo abo deco ter
‘Geqdente quanto male devade 6 ua posgdo a heraaia soc, sem qve ete une
rete ene» reabéncie da interven dos pals eo rau de enitoeeclar (el. “La fame et
Forenation seca au rveau des side. fost p. 68536)
45 ‘outros. £ necessario ter em mente que os estudantes de letras s5o © produto
de uma série continua de seledes segundo 0 prOprio eriterio de antidéo
para o manejo da lingua, ¢ que a superselecéo dos estudantes oriundos
dos meios menos favorecidos vern compensar a desvantagem inicial que
devern & atmosfera cultural de seu meio. Com efeito, 0 éxito nos extudos
Iteratios esté muito estretamente ligado & aptidéo para o manejo da lingua
escolar, que s6 € uma lingua matema para as eriancas oriundas das classes
cultas, De todos os obstaculos culturais, equeles que se relacionam com a
lingua falada no meio femiliar séo, sem davida, os mais graves e os mals
insidiosos, sobretudo nos primeiros anos de escolaridade, quendo a com
Preensio ¢ o manejo da lingua constituem o pont de atencéo principal
na avaliacdo dos mestres. Mas a infuéncia do meio lingtistico de origem
néo cessa jamais de se exercer, de um lado porque a riqueza, a fineza eo
estilo da expresso sempre serdo considerados, implicita ou explicitamen-
te, consciente ou inconscientemente, em todos cs nivelsdo cursus, e, ainda
que em graus diversos, em todas as carreiras universitaras, até mesmo nes
Você também pode gostar
- Yaguello - Não Mexe Com A Minha LínguaDocumento3 páginasYaguello - Não Mexe Com A Minha LínguafesolAinda não há avaliações
- Figuras de Linguagem BingoDocumento5 páginasFiguras de Linguagem Bingofesol50% (2)
- Tomás Antônio GonzagaDocumento8 páginasTomás Antônio GonzagafesolAinda não há avaliações
- BARTHES O Grau Zero Da Escritura PDFDocumento25 páginasBARTHES O Grau Zero Da Escritura PDFJoyce100% (1)
- Cláudio Manuel Da CostaDocumento304 páginasCláudio Manuel Da CostafesolAinda não há avaliações
