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O meu amor fasca na medula,

pois que na superfcie ele anoitece.


Abre na escurido sua quermesse.
todo fome, e eis que repele a gula.
Sua escama de fel nunca se anula
e seu rangido nada tem de prece.
Uma aranha invisvel que o tece.
O meu amor, paralisado, pula.
Pulula, ulula. Salve, lobo triste!
Quando eu secar, ele estar vivendo,
j no vive de mim, nele que existe
o que sou, o que sobro, esmigalhado.
O meu amor tudo que, morrendo,
no morre todo, e fica no ar, parado.

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