Lorena Silva Santos

Universidade do Estado da Bahia - Campus II

Programa Institucional de Bolsas de Iniciao a Docncia
Professoras Viviane Rocha e Diana Tigre

Assuntos: 1.Educao; 2.Freire, Paulo; 3. Pedagogia.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperana: um Reencontro com a

Pedagogia do Oprimido (17 edio). Editora Paz e Terra. So
Paulo:2014.
Captulo Dois (pp. 71 113).
Durante o exlio no Chile, Paulo Freire tomou o hbito de escrever e
discutir textos com dois amigos seus (Marcela Gajardo e Jos Luis Fiori).
Esses textos e discusses eram a semente do que viria a se a Pedagogia
do Oprimido.
Em suas andanas por Nova York, ele percebeu um padro nos indivduos
oprimidos que no assumem a si mesmos: fuga do real, a ocultao da
verdade. Reconhecer isso encarar a verdade que os humilha,
reconhecer-se escravo da ideologia dominante. acreditar na palavra do
opressor quando este lhe diz que ignorante, inferior.
De volta ao Chile, a escrita de Pedagogia do Oprimido entrou em nova
fase. Paulo comeou a escrever fichas, a dar-lhes ttulos e numerao de
acordo com seu contedo. O contedo podia ser reflexes sobre os textos
de outros autores ou sobre debates com camponeses, agrnomos ou
educadores. A certa altura, ele pegava um grupo de fichas, lia, e
procurava ver se tinha alguma lacuna entre elas. Muitas vezes, essas
fichas se desdobravam em mais temas.
Por fim, escreveu os trs primeiros captulos, mas percebeu que ainda
faltava algo, que o livro precisava de um captulo a mais. Depois de tudo
pronto e datilografado, ele enviou algumas cpias para amigos chilenos e
brasileiros. Como neste momento o Brasil passava pelo perodo da

ditadura militar, e edio brasileira s foi publicado depois que o livro foi
traduzido para o ingls, espanhol, italiano, francs e alemo. O que no
impediu que alguns livros de traduo inglesa chegassem ao Brasil
clandestinamente. Comearam a chegar cartas com elogios, sugestes e
crticas; que foram muito teis, segundo o autor, para as edies
posteriores.
Em relao ao captulo sobre linguagem, um discurso democrtico exige
tambm uma prtica democrtica. No aceitvel um discurso
democrtico, e continuar agindo como opressor.
O ato de educar no nem nunca foi neutro. Insistir nisso uma
estratgia que os opressores usam para tentar conter a manifestao dos
oprimidos.
A educao , por sua natureza, poltica. O professor deve defender seu
ponto de vista, e respeitar o ponto de vista dos alunos, ainda que
contrrio ao seu. Isto uma educao verdadeiramente democrtica.