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Das mes nascem os poetas!

( Zluiz de Oliveira )
Mre, mother, mutter, madre, me no importa o idioma, pois a traduo
uma s: amor doado e consentido.
Hoje divagando na noite olhei para o cu todo estrelado e lembrei-me de
uma criana curiosa que um dia perguntou-me o que eram as estrelas. Eu
com todo o conhecimento cientifico na cabea falei de nebulosas, de
galxias, de fuso de hidrognio e at do big bang. A criana desconversou,
pois o papo era chato, e saiu correndo a brincar como brincam todas as
crianas. Que idiota fui eu!
Hoje divagando na noite, olhando o cu todo estrelado achei a resposta e
aqui a transcrevo na esperana de que algum leitor encontre aquela criana
e possa dizer a ela que as estrelas do cu formam um jardim encantado de
mes que por aqui passaram. Que o brilho luminoso da Lua o reflexo no
da luz do sol, mas sim do perfume destas estrelas maternas.
Com me estabelecemos um elo que permanece eterno, que comea no
momento da concepo e vai desenvolvendo-se ao longo de nove luas
edificando um cordo que quando rompido deixa uma marca, um selo de
qualidade da relao de amor que a vida fez.
Rompido o cordo vem a primeira mamada e recebemos ento o leite
sereno que um dia forjou a Via Lctea.
O primeiro afago, a primeira caricia o primeiro sorriso.
A nossa alma comea ento espelhar a alma da nossa futura estrela.
Os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras brincadeiras, a
infncia, a juventude e estamos adultos.
Temos ento um medo danado de que o esteio possa um dia ir embora.
Fazemos a nossa vida, construmos os nossos sonhos, obtemos vitorias e
derrotas, e ela est sempre presente para vibrar, alegrar, aplaudir,
confortar, ajudar, doar.
Algumas partem cedo, outras convivem mais e h aquelas que permanecem
muito e neste muito a vida, senhora implacvel do destino, rouba da me a
memria.
A estabelece uma relao esquisita pois passamos a ser me e aquela me
que nos gerou se transforma na criana curiosa que um dia perguntou-me
sobre as estrelas.
Nesta fase temos ento um tempo onde podemos edificar a resposta e
aumentar o elo que est prestes a romper-se.
V intensa com o seu brilho perfumar a nossa vida que continua.
Hoje olhando para o cu divaguei sobre mes...
Hoje olhando para o cu entendi o amor!
Hoje olhando para o cu percebi a minha alma na alma da mulher que num
ato de vida gerou o poeta.
Sertozinho, 21/04/20013

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