Você está na página 1de 1

ENEM 2013

QUESTO 116

Mal secreto
Se a clera que espuma, a dor que mora
Nalma, e destri cada iluso que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O corao, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o esprito que chora,
Ver atravs da mscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, ento piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recndito inimigo,
Como invisvel chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura nica consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Braslia: Alhambra, 1995.

Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na


conduo temtica, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma
como as emoes do indivduo so julgadas em sociedade. Na concepo do
eu lrico, esse julgamento revela que:
1.

A
a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivduo a agir de forma
dissimulada.

2.

B
o sofrimento ntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um
grupo social.

3.

C
a capacidade de perdoar e aceitar as diferenas neutraliza o sentimento de
inveja.

4.

D
o instinto de solidariedade conduz o indivduo a apiedar-se do prximo.

5.

E
a transfigurao da angstia em alegria um artifcio nocivo ao convvio
social.
Resoluo
A reflexo proposta por Raimundo Correia traz tona a dissimulao
presente na sociedade (no s da poca, como ainda atual), que precisa
existir devido s normas de convivncia. Por isso, as pessoas vestem a
mscara da face e tornam invisveis os sofrimentos, permitindo
transpassar apenas falsos sorrisos e alegrias.
RESPOSTA CORRETA: A

Você também pode gostar