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‘LYNN HUNT i ee i Peron ‘A HISTORIA | ih eB CULTURAL {a ponto provocatva ei defesa dos icc karan Loa nent Ns are koe tny __objetivos emostrtido o quanto &con ote er cnnuir alee nae eee ne en hy ss Oe livro desenvolve unia excelente inves: Martins Fontes lec} 4 { \ SCCM aT ‘ps Tat Oe cir oneaeunsteni u jena vince ea i Reece atta Ss a retiree urel vanity = ' IVT naan tet = Cl BUI Rieu orto Mon TNE Rope ie MAS cue crane MUSE COLEGAO 0 HOMEM E A HISTORIA Brawl, F — 0 Kapacoe 2 Hern no Mediuerinee Irondet, Oc Howes en Heaucam0 Medirrecd Diy 6. — A aropn wm dade Mla olf. P.— Oatona da lade Mea on Peaver ds Tempos Modernos! Foro M.A sla Vide tps T= Use Abo ds Hatt Pty, Mt — Veonomine Songs na Gra Anti ator. Ply 1. Gree Prim Pfr 1. Aspen au Anlsande Mervin, &"- 0 Fim de Mand Ania lc.” Onges nlc da Reve Iles hai. A Rava Wa Ctr Dour, A. — Os Barges € 2 Burpy ms Prana Le Gof J." 0 Apoge du Chinde Medea ‘rowel # — taro Sob Hala — LYNN HUNT A NOVA HISTORIA CULTURAL tombe 315 ff ty Seon Martins Fontes nls ia AE NEW CULTURAL HISTORY “8 Goan oy ie arin Fs Baas reste ie Das fan Lie Conary ‘ee es Sans at eva tino ae Ga Coe Prades Nt ase Adee 8 Sea Caper Alnee Matin Foe ime een hss eho ‘is aa 2 Mio eerie Se ‘in Cosas analy S/O = Pasa “sis See = SP suman ‘ApresentayZo: histéria,culturs e texto Loy Hane . PARTE I Modelos de histria cultural 1A hhscria da cultura de Michel Foucault Patricia O'Brien 1L Massss, comunidade e rival na obra de E. Thompson ¢ Natalie Davis ‘Sranne Dest secs TL, Saber local, histria local: Geers alm ‘Aleta Biersack ne IV. Literatura, ertca «imaging hisbics: O de safioliteriio de Hayden White Dominick LaCspra oy S. Kramer css 33 6 1 PARTE It Novas abordsgens V. A Parada norte-smericana:represenapies da or dem social do séeulo XIX ‘Mary Ryton 7 VL Testos, impress, lecuras Roger Charter at VIL Corpos,deahes « x narraiva humanitra ‘Thomas W. Lage cn 2 ‘VIL Vendo a eutura numa sla paca um principe re ‘Randolph Stor. m Colaboradores is Para Natalie Zemon Davis, inspiragio para todos nés AGRADECIMENTOS | idea para ct ivzo suri originalenente em uma com- Aertncia, “Histria frances: textos e cultura, ralizada na Universidade da Califia, Berkeley, em 11 de asi, 1987, or oessio de uma vista de um més de Roger Chartier & Berkeley, durante osemesre de primavera daqusle sno. Em ‘bora o projeto tenka se expandido para abranger 0 tabs Iho realieado em outros exmpos nacionais da hstri, to- dos os colaboradores deste volume estavam presentes no en ‘contto orginal essa experiénciacoletiva fo decisiva para nos judas procuar os temas einterpretaescomuns da histdria da cultura. A conferénci foi organizada pela Pro- ‘ama de Estudos Franceses da Universidade da California, Berkeley, edotada pela Florence J- Gould Foundation e © ‘Georges Lurey Charitable and Edveatioal Trust. Estamos muito gratos 3 estas duas fundasdese 4 Universidade da Co- litdenia, Berkeley, por tomar possivelencontro —e0 ‘conto de mentes Gosariamos de agradecer também a Ns tale Zemon Davis, que atuou como comentarita, ea mii- tos outros esudioros da histria francesa ede outros cam- pos da hstbria que pariiparam da conferéncia APRESENTAGKO isron, CULTURA E-TE portante de pesquisa hinbrica (0 que pode ter compzovado pela quadrupliaro, nos Estas Unidos, das tees de dow ERT octet, rin 2 A NOVA 57ORI4 CULTURAL ‘oramento em hstria social entre os an0s de 1958 ¢ 1978, ‘ulrapassande 0 miimero de teses em histia polities). Ns hstria, o avango para o socal fi eniiulado pela infugneis de dois paradigmas de explicasio dominantes 0 marxismo, por um lado, ea eola das “Anmales”, por ou tro, Emboradilesimente we pudesse consderar 9 marxis mo como novidade nas décaas de 1950 1960, estsvamn vn doa primeiro plano, dentro daguela modalidade expicti- +3, novas eorrentes gue fomentavan o iateresse dos histo riadores pela histdra social. No final da década de 1950 nos primeiros anos da de 1940, um grupo de jens histo- Fiadores marxistas eomesou a publica livros e artigos so- bres histériavinda de bso”, inlunive os aualmente ci sicos estudos de George Rudé sabre as clases populates pt risenses, de Albert Soboal sobre os sanecuate parisien ses, 08 de EP. Thompson sobre a classe opersta ingle 523 Com esa inspiragio, os hstoriadores das décade de 1960 1970 abandonaram 0s mais tradicionais relatos his- tricosdelideres politicos einsitugBes politica e diteio saram seus ineresses para 38 investigasdes da composi sociale da vida cotdiama de operdros, eriados, mulheres, Irupos étaicos e congéneres. ‘Aids que uma infuéncia mais recente, a escola dos An- rales adquinu proeminncia na mesma época. A revista ott inal, Aral cistaireéconamigue ex Social, fo fandada ‘em 1929 por Mare Bloch e Lucien Febvre, Na década de 1930, foi de Estrasbargo para Pais, onde, em 1946, rece beu seu nome aual, nals: Boonomses, Scie, Ceili akc Dig “tnearaon ah Bye ee fre ue antes sea Wants Vcl emtca tie Ei A Pate cpserea penne ELLER eS APRESENTAGAO. 3 tions. A Annales torgouse uma escola ~ ou pelo meri, assim comesou a ser chamada — quando afliow-se insu. ‘ionalmence Seats Sogo da Feole Prt des Hautes Bs ses, depois da Segunda Guerra Mundial, Fernand Braudel ddewthe ur sentido geal de unidade e continuiade, tanto Por presiiraSexta Sogo quanto por dirigr 1 Anmaler nas ‘vel de significado (o reflexo ds comunidad, por exe lo}, mas, anes, mostrar como 2 linuagem palitia pois Ser utadaretoricamente para criar um senso de eomunida dee, 20 mesmo tempo, eabelecer novos eampos de lata socal, politica e cltural — ou sea, simultaneamente tor nar pessivel sunidade ea dferengs.O ponto principal da tenttiva era examinar de que manera 4 petien ling Fi i, Ct, nd la 9.25. APRESEXTAGHO B tea pod ser um instrumento ative de poder (ou até mes- mo constzublo), em vez de smplesmenteefltirarealdae de socal. Quando os guards nations perguntavams "Voce fscd com a nasSo?", nfo esavam simplesmentetentando identifier seus amigos em tempos tempestusos;estavam, ra verdade, tentando cri um senso de comuridade nacio. nal —e; 29 mesmo tempo, etabelcenda novas manciras de oposigfo a ese senso de comunidade, Ae paavras no tefltiam apenas arealidae sociale pola; eram instru mentos de transformacio da relidade Mary Ryan abords um aspeto semelhante em seu enssio “A Parada Norteamericana: Represenagies da (Ordem Socal do Séeulo XIX" (capitulo 5) Esse ensaio cvidencia nitidamente o tema da wnidadeediferenga, As Paradas crivam um senso de comunidade (demoracia pluralist) nas cidades norteamericanas exatamente por expressarem importantes linhas de divisfo social ede sénero®, Ryan mostra quanto pode-ser critica uma com: preensio histériea do ritual ao demonstrat como a fan s0 da parada se mosificou com passar do tempor en quanto nas décadas de 1820, 1830 « 1840 0 defile das dliferengas sob uma bandeira nifiadora de orgulho ct vico servia para fomentar a unidade civics, depois ds me «ade doséeloa parada fo’ transformada nur fexival nico que enfatizava mais exclesivamente as diferencaydo. Ryan também salieta 0 papel do género ness formagoes de identidad civics, ¢ como Desanem seu ensio sobre Davis Thompson, eabrarnos de que.o ginero foi uma das mais cries configuragies de diferenciago na ultra ema socie SER mie rae erred em oe gies Bote cle orp na ee Seabee A Py ‘ANOVA HISTORIA CULTURAL ede Sem alga discus d geo, neu rato de cme des ero cman ‘A ingrtncdo geo, orem extrapos oso ingavelene cel avila socal e euro as da histéria das mulheres, nas décadas de 1960 € 1970, ¢ a 8n- icant bes les dn Gar tet tm imports papel no deenolvimest dos m detec colts em per in pars on Eas Ut dos (ales exctente nee pi), isi dm ihees coved dene pasa cepa o prio the soca Nae Dr or an Zinse nas dings entre homens mulheres par ce ter oy cain opines mode ‘Roba de Carol Smith Rosenberg tari é tras is hanes pols qt iti it mulheres ou do glnero pose eit «hts da cla como to den Fests eaus Noscsn ein no vo Durty Cone, por eznpla, Smit Rosenberg apis tao oe Io deal oopoliguo gutta her, sbagendo tales obra de Mary Dougal» de Roland Bares As “inca decree poets "Ao remomtr edie ete { eomstrots mos de Homers male do slo XIX, procure erate woo como ogneocansiou ope Eda usdornayao soil es exerci eo excl poser A lea cnr linge como eel soil i oopent coma ant soc conta 9 alo da nba nde aati, ena sinema de repent ‘fo caloal avn $n soi ero ego, € Sho de uns cong epi ‘A implsaes codecs do enade do ger fo ram mat sles expls or Joan Wallac Set Wren Reg Don Cot Vino Ge Ve vie a re 9 APRESENTAGAO. 2s em sua coletinen de enstios Gender and the Politi of Fi tory (que inci critica de E,P. Thompson e Gareth Sted man Jones, ente outro) A infludncis de Scor devese paricularmente ao fato de la asoriat a hiséria do género 3 aulise do discurs. Na obrade Joan Scott, Caroll Smith- Rosenberg e Natalie Zemon Davis, podese observar cars mente a rescence infludneis da eeniaslierrias de leita ze das tors lterdeas. O msi recente lira de Natalie Davis Fiction inthe Archives, remeteo aspect fccional” dds documentos para o centro danse. Em ver deer car tasdeiadulto como fonts que refleter normas socss con temporines, seu enfoque vokese para "o moda como as pessoas do século XVI comtavam hist... o que acre tavam ser uma bos histria, como explicavast 9 motivo © ‘como, través da naratvs,conferiam sentido ao inespers ddo.e davam coerénca i experiéncia imedina”™®. (Os ensaios de Roger Chartier e Thomas Laqueur, na Pare II dest vo, sio exemplos notives da tendéneia po 120 literisio. Os letores encontratio no ensio de Casr- tier, "Tentos,Impresio, Leturas", uma boa introdugio a seu importante iltimo livre, The Cultural Use of Print in Early Moder France. Ningsim fer main que Chartier para colocar a hstria do livro no fluxo principal dahisra da ‘cultura. Em The Catural Ues of Print, Chater reitera sua ‘conviegio de que “a cultura nose siti aime abaixo das relagdesecondmicas e sociss, nem pode sr alinkada com las" Todas as priticas, s)am econdmicas ou elturais, depend depen xa plein pr SR toma en le ‘Sc Cy Pn nd i a, 2 % A NOVA HISTORIA CULTIRAL O enssio de aque, "Coron, Deer ea Nara ‘Runnin demas poeta di ors ene tera na tna calor par erguecnest dee ts dts da tase Oaatr age Coqueo huraneaimo laonone cm pare comode ‘Srvivinao dina conse de fra nats ‘rome elisa, otis oie lirics gor ‘Savam om setinen de sera fiddle sre docaale parstvo, Boel oes ati dos teats de stp, Laur ao pean evar que Siero decane edo poder rear 0 hums ‘aun dn dominos a Ht sei lo come, freee expan» Nira cea pata sn 330. Eologa da forms eran Gime cre “Venda Cura a Sal pa un Pie Rens (ap) de Randlph Str, ovetsocdern tp earn no sna estes ‘Shree dee da bin ctor Emorao eran de Sinn revel 2 nl ori err cm ssc dos aos qatocenta de Masegea, ambi nos le Sparta damit do "ecm opti so" a 1 otal Vnglsdiea de er praia Ei ver diva, Siam presenta nos forts dev, un incom o ieee charac olla cbr pron Dee modo, Samos oper de mourar leila dh do ‘mental rico ina pra hse mas {anton de md mais suprecndnte, de der Dove for tnazn tenes do rope dbae sonic eM tora proceso dvr so mosratqu sé meno af ths posse conto hark, Es sbrdaem é exe tment exci, ol eva hii carl par len endo da ssi de nigh de tes Sina {pi os dorms or es sa Bnrtes APRESENTAGIO 2 “Todos os enssios da Pare I acypanseesenciamente dameinia da representa, Ese interes ener, gust ‘ccencimente, a rll simulines sobre or mo: ds da histria tum momento em que nova nics de aniline comejam a ser sales, das le sea ue tho etecto demas aum context come et, pos 4 md tage os historadores aprendem saaltars represent ffesdeseur univers apa de seus era inevitsimente omegam a refleie sobre a nacurera de seus prion efor fox pa cepresentarahstrss finals prticn da hiseria Em procsuo de eriago de eat de ver", 08 35 de dar oer aos tems. Os hisoradores da eli, parca: larmemt, i oration ase corr mais consients das con- sean de sue opydes formas teri, dae quis g=- ralment io sto consents A narativa esta, 0c fos de unidade ou difereng; a ecolta dealers, anal fia ou topos a estruturas de nara — tuo Bao ten ‘Somseqacine de peso para 3 etre do histria. [Nadécada de 1960 dese grande ens identifiagio das rendénciepolicas de ator, temative de itor ‘ecomo hisorfdor num mundo plc esol mais plo. Ar queste fo agora mae ss, mas nfo menos im Porta Os historiadores esto se conscieniando cal Yer mas de que sus excolhs sypstamentobjivas det nes naratvase formas de anise mbér tm mpi {en sent politias. Em que coms este capil ntto- {huidio, por exemple? Enso sobre situa da sip 1a freqiemtemente tim sma fora canBniea pris pe tro uma narratva sobre ascensio de nowos pos dhs ‘Gra depos um longo momento dedicat explora dos problemas colocads por novo ipos de histori , fina Irene, ov wa guess sobre os mals das toves pitas, ‘ov uma celbraioda poten sopess0 de aos o ob teulon Mes endo € muito derente do de Car onde 28 ANOVA HISTORUA CULTURAL cle via avango épico da istri vcial e esondimica, com (herbicohissriador avanganco de mics dada com asfrgis o progresto,deserevoo eterno comance, a buss sem fm, ‘rbaico recuse por um teritérioH suposamente percor ido. Por implieySo, a histra foi aqui tratada como un smo ds estes, nfo como a criads da Ceoria social. "Nem sempre a rellexio sobre tas questdes&agradivel pars oshistoradores. Como Nancy Partner afirmou rece temente sobre a eerita da historia, "a epstemologia de mo elo de linguagern” (designasso por ela adotads) foi “con trabandeada das depatamenton dinghies filsoia pelos cxltgo terdrios e metacrticas ou ericos descompromis ‘dose lagada como granada contr os desprevenidos 6 pireamentos de hisvia™®, Ox produtoe des explorio no Irdo entrosa-se harmoniosamente, como se pré-plneados, dada sinexisténcia de um método consensualmente aceito. ‘Como airmou Clifford Geertz em seu eaaio “Blurred Gen. 18" ("Estlos confusos”) uj titulo €indictivo, creo, da ambighidade gue ele seat acerca da sitaagio: “A analogia do cexto agora adotada pelos cientistassoias constitu em sigons aspects, a mais ampla ds zecentes zliguragBes da {eoria socal, mals ousadae a menos adequadamente de senvolvids"™”, ‘No momento, como mostra este live, a Enfase na hiss tra cultural ince sobre o exarne minucioso — de exo, Tse departing nn eee erate nore me See ee ae Crees Pia NER Ue wniesewoco ‘iy se ence me ee eta eae cee re aicaatete APRESENTAGAD 2” Jimagens¢ apis — sobre a abertura de esprito diame da ‘uilo que serd revelado por ests exames, muito mais do ‘que sobre a claboragdo de aovas narativas mestras ou de ‘corse soins que substitoam a reducionismo materials ‘do marxismo eda escola dos Annales. (Estaremos minha ‘do na dire de um final “cba”, leerarimnence fla ‘do? Un final que promete 2 reconciiao de todas a5 con ‘eadigdes e tenses, 3 manera pluralsta mais de acordo com, ‘os hisoriadores norteamercano) Os historiadores qi baham com cultura nfo devem deiarsedesanimar pela iversidadetebtca, pois aibamos de entrar numa nova e cexteaoediniia fase em que 25 outeas cidncias humanss {incluindose af em especial os estado trdrios, mis ar bm a antropologia ea sociologia) eso nos redescobrin- do. O prépri uso do termo nove histariciomo nos estxdos Tieririos, por exemplo,éreveladordesse desenvolvimen to. A Eofase sobre a representago na literatura, na histria, sda arte, na antropelogia ena sociologa tem levado um ni- mero cada vez maior de nosso equvalenes se preocupar ‘com as res hisricas nas quais seus objec de etude sto apanhados. Tudo leva 2 crer que, em breve, outro E. H. (Care vai ananciar que quanto mais cutarss st ornare. ‘ estudoshistrioos, e quanto mais histricos se tonarem. ‘os estdor cultura, tanto melhor para ambos, PAR’ MODELOS DE HISTORIA CULTURAL |A HISTORIA DA CULTURA DE MICHEL FOUCAU De mink rt pi wi fi do mn. a) ee sp Ot ri lie nen de re omit ‘nencomatl rifetnaeromar smn pn tet En 1961, Michel Poucsult publicou sua primeira obra Jimportante, uma bisris da loucura no perfodo que com- preende desde o séoulo XVL até o XVIL sire de a fli antevese & margem dos paradigmas da nova histria so- Gal. Nem marnsts, nem igada escola dos Anvials, neste SHR Re ar et eat ne oe {15 Beil gn lreW Gus 178) 33- 4 NOVA MsTOR CULTURAL ‘imo quan de sel chra de Foucault em sido ae: sadamereluvad tad plo biteriaers = em {bos oes gus spre malcomprendde O cao doterto de Fount rarer lo aptenido come set, logue deft im movelo seri pars scx da Sinbad chur, un moto que incrgura ama cea fundamental de anle marssne dos Anna De soso dk pedis hi soci Na deada que se io 4 Sepa Gaea Munda ya serio devs tears ens ev um po ce ions pogatin sept Mate es comansis por decoys e mara por forma en sian cts contri vanes soda hséricocompatvel com tus compromiae ol “es Tat tld Ale go ian sa pond secs d plc pr rss tea feamenaa peor fe tae in condi, En 19H ts anor ates do apc ei ‘oid lel bles tfven obra Al Se Suh Ler Seaton Fon Tm 1986 Fea Bo, Ako aor L Moron soumina ernst torad eit Ana Ea girs egw co crevendo no New Yark Review of Books em 1981, lan Hac king identifieou “palaras fundamentais na obra de Fou cask. Trabalho, Lingsagem, Vide, Loucurs, Masurbscso, “Medicina, Militaes, Niewsche, Pesto, Psiguiatrs, Quito: «6, Sade e Sexo. Nio nos deixemos nem ater, nem repelie por esa relado adolescente de tras, Mas ndo ava na a de adolescente nas intengdes de Foucault Ele procurow ‘miaar os pressupostos de ums disiplia que anda circuns- crave em guetos as histrias de mulheres, homossexuais€ minors, uma diseipliaa que, na maiorx dos cass, ainda centende o poder como stributo de uma nazo ou clase. Em bora Foucalsfosse cego 30 gnera enquant categoria na Iie, seu método de estadar 0 poder através do discus ‘ama grande promessa para a aruagio sea Sra, ido resto dos deptos aus, no sentido mais amplo do impacto sobre os pressupostos, hisriafoucaul tana parece uma priica isolada. Muito se tem escrito so- bbe Foucaul, sobre svaincoerénciaefilta de tori. Algae Riki, “the Arco of Fuca em Fal Cte elo Hog “A MISTORA DA CULTURA DE MICHEL FOUCAULT 6 dhe nbs erticaram Foucault porter deixado os atores hu- ‘manos fora de sua histria do poder, Certamente seria ‘erdadeir afirmar que os biogenetcists que descobriram ‘cexploraram o DNA nto estavam preocupados, em seu tra balho, com a aruaro humana ¢ com as ages humanas in Aivideie, Tal seusagi, pork, seria de uma Sbva irrle ‘vncia,E, de fto,em obtro sentido sera falsa. O estudo do ciigo genético do eres humanoscertamente pole nfo ‘se incampativel com o estado da indvidualdade, embora {al estado poss, com o passar do tempo, transformar ou sestrur 0 que anteriormente se entenda por individual- ‘dade, Da mesma forms, podese observar que, com sm ‘roses do poder”, Foucault estava consiruindo uma his. ‘ria da cultura que explicava como se constituiam os sr jeitos, ainda que ele no estivesse absolutamente preocupa- Go com a atuagio humana ~ para cle trtavase de uma ques to irelevante Foucauk via ssi préprio como ‘um "mercador de ins tramentos, um inventor de receitas, um eartgrafo™ "Nunes afrmou ser um teérico ou um criador de sistemas, [Atinica mancira de testa a uilidade de um método & ten- tar uso, Para exudar as histérias do poder, Foucault mol- dow Nietasche segundo as suas necessidades. Para a escrta «4 heer, elvee a melhor utiizagio da obra de Foucault ‘eg nfo em tentar encontrar uma toria onde nfo existe rnenhuma, ou impor rgidos limites onde exseplastcida de, mas, ates, em deformar sta obr, fazBla gemer e pro- “Alan Sheridan afirms,cateporicamente, que “nose po- de serfoucauliano’ do mesmo modo que se pode see mar- De “Crime ad Pin’. 1818. Ste, el onan @ ANOVA HISTORIA CULTURAL ina ov freudiano”, © que, sem divida nenhums, & verdadero, Contudo, Foucault deixou um importante l- ado para a reavalingo da bisSria. Ndo como um saquea- doe birbaro ou transgresor de sistemas, mas mais como ‘Gregor Mendel, que coneebeu leis de hereitaredade ate vés de seu trabalho com ervilhas ¢expezimentos com bi- brides, Foucasleseformulou acompreensto histriea mu to mals através da pebica que da tora. Em sua tentativa de recserever a histva da civikzaeZ0 ocidenal, Michel Fou- ‘rut desaiow-aes «questions nossox presupostore legous ‘ot 0 méiodo eos instrumentos de anise para a eserica cde ma hstiria da cultura nova e politics, e 1 MASsAS, COMUNIDADE F RITUAL NA OMA DER P-THOMISON & NATAL DAVIS Ne inky da el 1970 0 iio ei empeahararscem amples pesgissparalen dean lee shite ded ata também explore preps clurss poplars Brand confers orc idnsoscamponcsycabaderet «aresios qu etudavam,o itorineresenigaceam ou ‘eraoqunttatv pelea das mentality Dos bison dere EP. Thompson Nate Dv clenarm mito pee *fgocom mn ane carl do comporament «Gast es poplares uma adv dota de valid me to tno vin day prlren {torn esencial para dine fovmain de on ‘nova abordagem cultural da histéria social. mad “Thompron Davi pariran deer reaizada nos fis da dead de 1950 na dead 0 por George Roe Char lily eat oxton ge anal scons socal ot sma awe Uli, Le glee prs Char Co Miele cay eel BO Goes gelato Ne ‘Sb een loess sve” “ A NoVA HsTORIA CULTURAL mass com objid conga concept incoretade {heen dorese em or mora ane ncn ins lena gta sem Balad e tases onl De acrdo com ua Ef sobre poder dc Sn Thompsone Devs rsa englo 28 spetos ‘Higa war dn yo atmo cnguanc enpre™ Eb culture comune foram bsieamente oi ica, motor cov meio dleglimar aay coke tes let Mat epcicament sgumenavam no 6 hes dsrdcies gm com bee lua cetea mo 2 Pagum sas de leimiddecomanitri, mas te gece poder verdad sara vr Tench den dete contextosinbsben corn do tend sn ogee grime engender de ‘Thompuon Dave oe umkes rans to iaoee econ ves erates evant pel mao- ‘Sc Unoriores eben A mor pte ds poe “oes gue no oe nossa ur bal so Brett ni noes esi Miceedcs sco ecmbrncos dau quando pose Sos tum decodcar upto o tas do propio Turn com alan de core repo gue ses farcpestamde sug c dea aa A bee Teed pt a hn po Sinistae lara tebe satin egret eecteae ee eS ae a cars ie os cients coats a ae meee een eid “Nasi nmn theese Rap Rote cee eae ae emerge 7 ome Hee erases ome hand he ioe rr |MASSAS,COMUNIDADE RITUAL « de Thane Davia via demas tin tstimolou os exuliso da calor poplar ec kia de omniade em gral xominar or alone cisco ‘munis dentro do comportanente poplar ampamen te definido, per " Neste casio, dati primero as concepts 01 pro- aromas hisércon mjc suits peer Uo ators Enqunto figuras orgs do detenvolvnento da shor fem clr Dep, examina! o specs sfonde ‘ents des bra sobre o svn peta comand the no artigo de Davis, The Rts of Vokes Religious Not in SieattsCentry France”, eno Thompson, “The Moral Economy of the Eagish Crowd i the Eightenth Century" Avail a inlnia de ambos breasreents cori amas are a deine de cul sure comenidase Fain, explora! de ge move po dems complementar on airs tay de wana amplagio Sonn at it “Aodelinarem nova quate mitodos cde pesqi, 2. P Thompson e Natale Divs prodeztom un enoeme impact wes ists exopéiy cabo ho mereedo ‘etd pane epwarto de que deta. Hoje impos ‘el denver ar taal sobre Relorma Som er ade Davis ov eta «Revo Initial em aa tra atta de Thompson. A obra de Davis spon o enogue ds exc sobre «Refers pra lm esque el ties, vokandose pares hier soc da Reforma e pra ‘© exame da elgido popular. Embora ox exrtos de Davi Sesstem 20 comet da scala dos Annales, com su pro eso pura histra do powoe parsa bio da mental {Sst nbn mpi saborde ra crs por uzar, maciunent»strpologa sible tnfatzar o papel deerminant ¢ fndhmental dos bores Sturaem devimens dos fore cisco pyc “ 4 NOVA HISTORIA CULTURAL. ousécioeconimica’. Do mestre moo, sim como Ne Ske Dos denon sma mare aia ao est da Refer tare de cure popolarem gers EP. Thompson tan mou oestud ds RevligoInducial reforms (Glment cr debs sone + merodoloia marta Em sa Shr naemal, Te Making of be Engh Working Cle, $Thompron comes + importa dos raion be ter quuntavos bre orion ea eo pio de vids seesriel clase abalhaors na Inglaterra do sfulo Since es lg iii a uma vasa exporsio da Feematio cura ds tere daconsenl acl tr IindorSen eudo da dena d case rabalhaors Sela muitos eguidore dps e imitans, bes co ‘Ro erlarer novos temas emicodos de anise, Davis Thompron deram Efe» uma mesma ia central ~ $ pel decid calla coo fry mostra ars fetal hin, Tbr iam momo um me the pont de ar: arbor iniray us carers bi qovddoes eahando deo da ado marisa ¢ a ‘or rengam comin a "radon imerpretyes an as fora bioewnbmies com 8 sisas que ent Taipei ld op te an te eee rims ene ae ‘Siitpec cere tne Sor cree epg, ee hn eae enbanyn ah EAR aos ay nb Tony Yoo Re and al of eset eign Fata Coney ary 2) 23% 0, SRR eal Ae ig eh Po il eed ee eis cy 19, 19) ae ln Thon, ia ee Aine EE ‘Berponcb ech cage el ec en geen er See arco Eeneey Cr |AASSAS, COMUNIDADE F RITUAL fe pring dminansd ria. Anbos peda Timiploi tng tts apretrners tan topmost Dc opus dele XV Davsconsgonsguetions selene ne delo. oe marxista como elemento mais ignfcativa pparaa detcrminagio do comportamento e da atcude. "As Era entre thn locan stale docoane’s ee ne foc ious oneo dant vom tlds ragioca yon apa tnndo quence ates decuaes renee pein eciaone epee ete Sonim Ardhins oes be oases Sele spepunencs endear trope ion iar’ caopria Neseoeintar as [els Sri vn cee snes ele ronas foveie Con soins e ce hots ony sn finent ew vor Seat adie ail hse Ee ppore do puna ds ros conte ned Rene ediciones ne Sra por eemp Donec oon dsc tha Enid lan concustens cians nce fir dv din akg pele a trode ms Somer hac ee Seppe s on eps eee Gone Nase Dv EP Thompson np quer insane Da Thong st go SpE Tesh tn, rie i ee ie ey se a eae a es ft i a i can 68 A Nowa srORia CULTURAL tus Area Thompon com mass € mas come flo chai iad qr nce Ds Hel mero stan IEE i ona a6 ce i elitr: da Now Lt Revie. Engaouse divers eye dis om ots npras pains ma Say ente# gus Pery Andgnan Joba Foster eas ‘recentemente, Louis Althusser’.’Thompson continua sen {i terement sue pl ano ew su prio prot como una peck rebar de Mar, como Sin preenchimeno de alguns dos “lacie” de Mars ¢ “Thomo considers Mar seni paresiaret “no Ghd eps meng ras curs Se, or tao, no nga npotna dos foes materi or tito Thonpans rete cspictamentea metre debe Srepereare roar caminar“e oda come ce Sowpertnans marin sto sora aturaen Tr sus wiato ta pawn dase, por exemple “thompuom rua dvs concepts arias “sins Ge dlnem clase segunda pos deco da trata atime ou dela som 1 tos de produto. Em Stzidnn, Thompaon slave como "uma negra ix Tires que dsrre spose eros de seu elon tics uo lngo do tempo sum av prs de “crix Gio" No polrenoremendero qe dase a menos ie ‘Pramos como an fora ssl eer sree rere pteracmemrniasee eres tener poms anam iene tee meet eine f Rican aia Sti Monee tar rao ERS Mar. “iin wid Ef. Thrpa aba ir Re swe Seu en ie abe Tee Cals ft r {MASSAS, CONUNIDADE & RITUAL ° ‘Thompson 28 introduc a Te Mabing of be Eglish Wor igh Thomon is wn ee usa como um eaegoria ear,“ inseparvela orf deta de caer". A lage sb adguire xin 22 long do proceso delat gut lev} pada aqugdo 4 ena carl pale Nio acuta lsmene pr etm den ps den dos med pro {iso ou m cmon mas geri das estrturs com tas Em termes ides oconcito de E . Thomond formario cll da enidadede case pretnde promo veruma dle stl da imteraso ais etre economia vader enrectatirs copii ene cements ma ‘eriais ¢ culturais da existéncia. A medida que busca essa andl les, ono, Thompion srl ata pine 2is os tors clus na forma deca, qu tc st ‘bo inencement creado pela filtade uma senso ae -quada 3 escrutura, sobretudo em The Making of the English Working Cat. : Em see, 20 rege contains abordagm er tulita fancinente rediconis, tanto Divs quate Thompson exminharem pats um ato queef os lementos elu sobre ode saterezasbcocconten Sob exe pt ss foes npr diverge um pow. co, embors os produ Bs crparlhem cerca seme Thana rides Natalie Dai okouse dese clo pa [Ramsey yer vetein, ste “ten iy Vaal ee 2. Thompon, “EibennCenry El Soe: Cas a wae masa Seg corte sa atl caus oc, selina ii de, 10 heh fen "Sn Te, Bmiahaae eT maa ” A NOVA HISTORIA CULTURAL. io come wma fox Se eli 5 Beeicb atts dovsndcton pits ema AE Smo um melo dcompreener oy cements smal Sains pica ligt Sua oa revel fini dum anpla pa de sopslgossinbSlicn, rae au Clifford Gent, Mary Dovghs, old Van Gocp: Max Glucinan Beas Prichard Vitor Ta ver Dn ens ri er ga ea Us sopoog sno em parca a endl Stora ranma, Em as propia abr bus Conttmeene com gi neopoigcos com ma Seoubiidade uior dininca histriea. Cont, Devi ‘Sohece qs cpa Sl para adr ohistridor Sounder peepee rae espn Hmm, A anropologe enh ofeee mitodos pts 0 Sn leer noas oven eae 2 Eetiocar soils Ants gue Davalos abo Iemma mst rn topoligic, smite qu dives eventos ow costumes ck <2 moun eo cra) en eeepc paso prime» sundae Ro imeprear opal e sige St Tico desesfondmenorcaltras, © heriador pode ERE aig tem a, = Rake Nese nc epis tps SUE PRE el el ull Cry Bec fe | _MASSAS, COMUNIDADE E RITUAL n evelar de que modo o sistema socal se ajusta e como os seus particpantes peseeber asi préprios 20 mundo ex: “SE. P. Thompson, 20 contri, tem uma aitde mais mbivalence dante da atropologa Suas primers obras nio foram diretamenteinflueneiadas pla anteopolegia. Com 2 sipica desconfianga de um empirista inglés acerea da histria “obscura”, Thompson parece te inicalmente relutado em poirot coniar na anzropoogia simblica como instrumenr to de anilie. Desconfado das comparages interelsuras ou ts amps generalzaesrlatvas a sstemas de simbolo, strcos, por exemplo, as bordages anropolgies de Alan ‘MacFarlane e Gareth Stedman Jones por sta fata de expec fiidadehistdricse pelo uso de"tipologas”absratase no Iistércas que eaecem de rigor empirco. Ao mesmo ter 0, porém, Thompson eeconheceu as possibilidades de wma utlizapio ecléxcae contextuaizada da insprapfo antropo- logic: elogiowsinfludncia da mesma em Religion and the Dasline of Magi, de Keith Thomas ‘Ao volta sua auengdo para a sociedadecheia de cost mes do sculo XVIT, Thompson vi alum potecial maior para saneropologia. Aliandose a Keith Thomas e Natale Davis, declrou, em 1977; “Para nbs, o impulso anteopol6- io é pereebido, sobreudo, nfo ma crag de modelos, mas na demarcagio de novos problems, no modo de ver, com novorolhos, of velhos problemas, numa Eafae em normas ‘ou sistemas de valor e rituals, na ateng30 3s Funges expres: sivas dat formas de romlos edistrbiose nas expresses similis de autoridade, controle e hegemonia". Em sua FEET Fp “Amba ah Dag a on te Nat Hl Tn BE hn a, Aer Sem Se fey Ne “Stony fort ioc May 28 n A NOVA MISTER CULTURAL ‘obra sobre o carvas por exemplo, Thompson wilizaam- plamente as compurags interesitursise drige ‘mente questo antropoligics da fungio dos charivars em diferentes sociedades, €o modo com & colocada por Van Gennep, LéviStauss e Davis, Thompion, porém, inti te em que metodologia da antropologiasimblica deve ser reformuladaparalevar em conta a transformer hist ‘ea, a puticularidade coreutual eo cuidado empiric. Aci ‘ade tudo, deve ineorporartambim uma conseinca ar isa dos coaflto de clase. Conseqentemente, nam sti 0 sobre 2 formasio de clasts no sfeulo XVI, Thomp- ‘on observa impordincis de se “desodifcar © comport mento” ede se “desyendarnorina invisiveis de 3580", co- ‘mo fara um antropélogo, mas sem abrir mio da exeutw- 2 maraiea da luca de cases. A coertncs de um univers rental origina, segundo Taompson, "a partir der cam po de forraespecfico ede oposies socolbgiess pecolis- 108 sociedade do sécalo XVII flando objetivamente,o& clementosdescontinuos fragmentados dos velhos paddies de pensamento tornanvse inegrados pela case” ‘Assim, Thompson é um pouco mais cauteloso do que Davis ao adotar os métodos antropolbicos porgue deca focalizaro conllito de clases erbora defo levante Ti tas das miesmay qUestBes que os antropSlogos« compari- Ihe alguns de seus objtivs pressupostos. Como mostroa Ellen Kay Teimberger, om tarmos de técnica econteido a CREA Teron” Roh Mast chai Ama £6 cpr ae obi SOU fra ef oF ge me ‘peace Remsgee te Meat i Thomo, ghey Sey". SS ro | | | | | | | MASSAS, COMUNIDADE & RITUAL 2 ‘bra apresent alguma semelhanga com a “densa eserg20” {geertiana™. Thompson nega repetidamente a possblide ede sadordinaro comportement histbrico aum conjunto 2e eis univeras ou de teoriss que «do abrangem™. Fle no enfiza as explicapis casas direas em ve dso, prom ‘urs eriar uma expésie de entura de padeesculuras de significado e percep. Thompson esereveu que, no esr do da sociedade consuetudiniia da Inglaterra do sleulo XVI, as questdes fundamentsis “podem muitas vezes referrse menos a0 proceso &Iigics da tranformagio do ‘que reeupersgio de estados pasados de consctcia © 3 . as” 20 rameter esses grifhSes 5 roulidade ea seu desenvol- vimenta histérico®. "Nos esos extremos, cada carateritica do lca é visa como tum relexo do stem circundaatee seus determinan- tes, Esa perspesiva ignora o dbvio~ 0 fato de que, embo- 29 ssema mundial seja uma coisa 5,05 resultados de sua influgncia histica sobre o interior de um pais tm sido vasados,sgerindo que a histria do imperialism ociden- tal depend, para soa explicasf, tanto da mediagso cutu- ral quanto da dominasio colonial e péscolonial™. Como csereven Jean Comaroffsrespeit de uma teibo da Africa do Sule As relagées entee esse sistema globel eas formax ‘8es locas devem ser vistas como um problema histo; So eelagdes que, apesar de inerentemente contracts © desiguais, nfo sfo universalmente determinants”, "Nenhum dos atores aqui dseutidosdefende ssa posit slo extrema, que & to reducionica quanto ade Geert. As fim, Rosebecryargumenta que 0 tert local ¢ “insimamente ligndo(ainds que nto redutvel) 20s procesios politicos da formas30 do Estado ¢ do colonialsma”™®. O que esd sen- do dscutida & que ax perspetivas locas globaisdeveiam Jmegrans de lguma forma. Tomemos, por exemplo, Geor- i Marcas e Michael Fischer, critcos mas também admire Adres de Geert, que sludem 29 “apelo recente em favor de uma recondliagio entee os avangos obidos pla antro- SER eed tc ope a Ha Lar flake Canc“ Spans, ira Arona ely we Cent Tey Jal fies An, 152 Com Boffo Rite: T olan ‘ry ii Sb a on cho) p35 Say alt Cnet ‘semee LOCAL, HISTORIA LOCAL: GEERTZ EALEM 113 poogi intrpretativa no edo do sigaifcad cultural ¢ 5 preoupajdes dos cndyaos de asentar frmenente seus temas no fix dos scomecimentonhistrioe e a4 oper Sk loos drt don sera plo eens ‘Es uso sineseai sands eultras © ‘tarsi, plo enon, poltcmente pra). Tan ‘lm eri elato de concentra ss preoeupades da ant. poogia, da socoiogi hstrica eda hia sobre ur ob- Fo ommend equ ee {Se heteroginesconsisindo em: spr, par Camere mv paciamestesalton dente dor goa “iiha"'¢ "mundo", nenhum dlessesivel 20 onto, condicionamse motoamente. Retomando Sains se liveo Force Metaphors and _Mysbical Rete, sfatamso-nos da imerpreasio eds con- twovérsiascrunjacentes¢ vltamo-s para um estilo de snus inpirado pelo exraruralimo, Em buss de uma pon- te entre ahistriae a antropologi,Sahlnsapegase a Fer ‘and Braudel, indiretament,a toda a radgio dos An- tales) como precedente Ele sabe, por exemplo, que, num emo de solidariedade a LeviStratsy, Braudel rebatizon ¢ ¥ eohindra” da primeira edo de The Mediterranean de “hisériaestrturl”, como jd aparece na segunda edigio®. Sahlns também est ciente do eaquema temporal tidico detruieledo moo como ese emuemarep ands que tora/histria doeneaturalismo. Entre aliemasio de Brae ded que o eventos (a substinciaeo absurdo a “histria politica” convencional fo uma "fama sisria™, por TE SORE tre ehh rhe dt dO ‘we dy Ee ofan Sarco Sp 0 Fe See inca 1 A NOVA fustORtA CULTURAL tum lado ea sees 0 semelhance de Lévi-Strauss do “tem po eal” ede seus eventos, por Serer os mesmosvistosco- ‘mo circunstanciais inexplicfveis, por outro, resta muito ppouea escolha, Teoricamente, 2 relagio estabelecda por ‘Braudel entre longs ecurtsduraso, entre “hisiaexru tural” e “hiséia politi”, € semelhante 3 relagfo estabe- lecida por LéviSerauss entre ordem de esteuura” € “or- ddem de evento”. Sthlins toma as queses no ponto em gue foram aban- onadas por LéviStrausse Braudel. Pata desenvolver 430° ‘ropologia que ee, como Sartre, defende — uma “antzopo- Jogi esrucural ehiseériea™®~ Sahlins precisa repensar ex frorurs ¢ acontesimento e estuturse histria em termos Aialeticos ioral Metaphors eeconse a histria dos pr !meiroscontatos no Hiavat, partir da chegada 20 arguipé- lago do capitio Cook até sua morte em 1779. O livro co- mera com uma queixa acerca das imitagBes teens d in: gilts eststural de Ferdinand de Saussure e do estrutu ‘alismo cultural” que els inspirou. Sablins pretend cee tar, para2anslis cultural, acontecimento, so, transfor. Imago ¢ 0 mundo, Inversamente, pretende resgaar, para avhistéria a andlise esteatural, "Na monografia de Sablins, a palavra estratune remete a categoriascuturasconcebidas, 3 mancia de Saussure, co- ‘mo uma rede conceiual: um sistema de diferengas, umn Con- junto de categorias. Esa rede compreende os diferentes ata socsis(chefe, pessoas do povo, mulher, homem), 08 nomes de divindades ~ na verdade, 2 ttaidade da orem nativa ‘emntodas.ai suas dimensbes polities, soit teliioss. Co ‘mo histéracransforma essa ordem, ede que modo a pré- Sie ar 92 Shin, nna Me, SABER LOCAL, HISTORIA LOCAL: GEERT EaLEM 115 pia isda ordenada no proces? Hiorcl Meupho & tims micoinvestigntodensament arpumentadacihteada dostemassemelhaner fine de Sahin repro eteans- formayio. “O grande desfio uma anropologahsrica lo tmplesmente ser de que do or evento sf onde ‘ado ela cults, as om, ap longo do proces, cult ra reordnade, Como'areprousio de una esrururatorase su rasfrmario?”" Arlo entre eproduioetanslor- ‘miso ea dss na qual esa rele fundamenta expe Gam enigma epigrafe do ensio ~ ao a enrotralta “quanto mais aseoss mudam,maisconinsam asmesmas", sisson "pl ttle me cows lg chee. (© primiro de dois eaphulos exerci, "Reproduc sin”, argumenta qos eventos dos pimeioscontatos 20 iva etvam “imeridor no sistema do mado como ete ssxavaconatitudo”. Chegando deters longings, 0c pitdo Cook fi csifiado como o deus havaian de fete Tad, Lono, qo todos os anos etoena de Hai ddo so ob eso divindade) para paricipar dos ahi elebrados em sua homenage. Fea como tl ‘Cook era 2 "forma ised” de uma cteors cultural, rtifor hnrics de wma realidad mics Embora oe pao de qe dispomos nio nos permita uma recapitalgto pormenorizads da narratva de Sabling sed sufiente fer qu até mesmo a forma como Cook morreu vem con solide o pont de vista de Sahlins — de que, aa medida fm que ob aconteciments so signs, + Hixéria pode ser “organzadn por erature de sige. Se Salis tveweimercompio sia adie ese poo to, Hisarcal Meeps ira simpesmente eorroborar a | 116 A NOVA HISTORIA CULTURAL compreenso estrturlna da rlaro entre estruturae ever to, estates ehistéra, legando com efeico que, por mais qe tear sido gerados de maneia asthnoms, of eventos ‘erminam por submeter se Se deverminagbs da esratura em. funglo do fito, 4 manera do bricolage de LéviStraus. Opondo-e, porém, a ee redo, Sablins demonstra. pa pel produtivo da esrucura numa hisria que, por ede i- $0, permancceireduivl. "A hisdria €culuralmente or denads, 0 que sedi de modo diferente nas diferentes sore. dades, em conformidade com o esquema significaivo des coisas, © contnriotambin é verdadere: 0 esquemas cul turns so istoriamene ovdends, uma vez que, em maior ‘u menor gru, 05 sigifcados so eavaliads & medida que Sio sancionados na pritca”(o grifo & meu). No segundo de sus princpas capitals, "Transform tion”, Saline argoments guess priticaeftivs dos agen tes hisricosintroduziam inovagdes ao sista havsian. (Os europeustrouxeram consigo Wdeologias comerciis exé- ties, ea chegadaeriou oportunidades de maquinagBes ¢ coligagies sem precedente, qoesubverteram os aerajos = ‘vos. Tradicionalmente, por explo, homens e malhe- res do povoeram segrepados. Mas, ness circunsténcias a teradas, subitamemteo interes dsses homens e mulheres do povo passaram coincidi, eels comesaram a colabo- rar, Enguanto isso, 4 medida que os vineulos horizontais tanbavam fore, enfraqueciam a ligapBes verticis. Trade lonalment, a elagio entre chefe ¢ homer do povo era express na inguagem do parentesco, para que refleisse a, coersdes morals obre o vine, Como simbolo de su sa ‘se eamblm para permitirJhes 0 acimnulo de excedentes, pata fins de redistribuirio, os chefesexerciam oprivilégio AS a of tor vi SABER LOCAL, HISTORIA LOCAL: GRERTZ-EALEM 7 de impor uma interdigo (kapy) a cla produto que dese jassem tear de crclasSo. A presenga europa favoreceu ‘omercialmente os chefs, una vez qu, através de seu ka pw conseguiram controlar o comércio das mereadoria; em special, puderara exercer o monopslio do sindslo. Numa ransgressio daeica do parenvesco, os chefes havaians de feadian sus imerestespesoais caste dos interests do po- ‘vo, wilizandoo kypu com finalidades empresas. “O con tato hstrco com 08 eutopeussubmeteu relagSo ence Ds chefes eo povo a tenses inauditss escreve Sains. O desfecho dos “improvisos peagmiticos” provocados pelo Advento de enclaves comercinis nos mars do Hava fi uma Formayao de clases através dis quais os eos de parenteeo fntre pessoas" do. povo ¢ cheles foram, com feito, sbolidos®. Sej a0 dscutr ritual havalano ea relarofunessa do capitio Cook com este ital, oo uso comercial da inter ‘igdo pelos chefs, oenfoque de Sablinsvokase pars aqui Torqucele chama de “signos em ago”: categorise valores, mobilizados de scordo com a ituajS0. Os signos em 2520 de Sabln (a parole de Saussure) cm uma de dus relagbes om seu “sghos em posgao" (a Langue de Saussure). En ‘qwanto usados historieament, os sigs podem tanto re produzir quanto translormar 0 significado original. Cook. Eomo-Lowo (0 scontecimentohistéxico-come-reliade mi ties) era um signo em ago que repetiao signo em possi: Lono como uma categoria de deus. Outros signos em aff0, orden — outros scontecimentos hiséricos — alteravam 0 ‘Sgnificado dos signos em porigdo que representavam con ‘retamente, conferindo-hes, na histriahavaian, uma pre seaga que de outro modo nfo team tido. Quando os che Sid 18 4 NOVA HISTORIA CULTURAL fes havaanos agiam em interese proprio, insteuindo sig- os de pribigfo ao sindalo,o signo haps sssumia umn v2 Jor reunstancial info. “Em ago 28 pessoas colocam ses ‘conceit e suas cateporias em relagdesostensvss com © ‘undo. Ess usos referencias eszem cena outas deter: sminayées dos signos, além de seu sentido acsito, ou se ‘© mundo real eat pesoas envolvidas"™ 4 transformagSo na qual o lio se concentra ~ 2 for aslo de cases ¢ a origem do Estado — deriva das pera DagBes e inovardes do que Sahlinschama de “‘estracura ds conjuneura um conjunto de regex histrioe que, 0 mer ‘mo tempo, reproguzem as eaxegorias euurais traicionis caribuer Ines novos valores partir do context pragm’e tico”™?. Os principais agents da esruturs da conaturs sto homens ou mulheres, chefs ou pesous do povo ~tpos cu tras, no indviduos. Suas prdvicas so, assim, estrutral- mente siuadas e relaionalmente pescionsds. Ainda que alguns chefesadquirsem influlncia na svapdo de conta, faziam-no enuanto cee, exemplos do tip, dtentores do ‘apa. Da mesma forma, 36 pesos do pova enquanto pesos do poz etavam em desvatagemIspcads pelos contnge- cas do momento, a ago histric tik mesmo asin sa ‘etrutura. Havia uma “esrucura de pei” através ds gual 4. aglo — precedents, mas também sem precedente, conser vadora, mas também inovadora — gerava una transforms ‘lo com base om princpin. Toda transformasio esruturl implica reprodusio estatusl, quando nio 0 contriria™ Oscompromisos ete deents tego dh site iv rues home cies ~ or enangs de Kah ‘ina iio waco os nee pectin sue ike. ori . ae SABER LOCAL, PISTORIA LOCAL: GEERTZ# ALEM 119 mars pele fote mera opin, dairies de {Ses qo habanmente main entre ecm 9 and lov ome ar natnoe o ones, Nese seni nen ‘atin eprodarirset conn hats Sassen dei ‘perro uve do urpee eo do sean coca, ign ida me rae © worteineto bums vero de tat No nal prey © ‘oj de reproduc fneasou. Pot, maior ‘aga ia sta pd cats -O comple de imbios ques deeavolea etre hesanor cero et ‘ara ds conjaers,leou oe primo cones urd de Coals e ontario Ses les deren com ‘sr estopets emit or cons a eile ne "aru ovo conte foal: Tenorngo ena 10: Os volves agit prii torn sewn ema over entre tera -Atvalmente 0 signo hap design propriedade privada, no- ‘ma economia politica que se fundamenta nos interesss de classe, nfo not privilégioe de cna, Se a estruuras do presente slo as estruturas do pass do moeifiadas por uma ao estrutralmente posiionada, ‘mas cireunstancialmenre motivada (os eventos gersdos pe. Iara hcojomur eno err eve ean fem relaro dialtica Sains encerra sua monografia com © seguinte conjunto de afirmagées relativas 3 estrucurs e§ hist Porto dni dati talent mr Brac: do pela dsconfrmidks ene voles conven lr inecioniy ete ads nerve enroes 0 oncmre std sinilie nine inbiego paces {Ge desks como un einen contig ton ce ‘pita ce naar esses da prin? FES Tia sets 8 9. inp 120 A Nova msrénts CULTURAL Quanto mais as cosas permanecem as mesma, mais elas se transformant No limo capltulo de ends of History Sablins f2.um levantamento de suas realizagées eércas, Entre outros co sas, seu modelo eslarece agus atinomias que dexaram sua marca nateoria social. A histria estrutaral versus 2 his- tra politica ea longa durasZo versus a eurta duragio de Braudel rfletem uma dstngfo entre sistema e ado, esr ‘ura c evento, a dicotomissfim entre sociedade e indivi duo, todos os quai serviram para polarizarestruturas 20 jusificar uma lacuna entre abordagens voltadas para 0 si tema ¢abordagensvoliadas para a aio", Sea estruura tem sua essecia “na hstriae enguanto histéria, como afi ima Sablins,entfo esas abordagens tornam-se perspec ‘vascomplemenrsres de uma realdadeGnicaeintinsecamen- te istrica ~ estrururas convergents, endo divergentes, [A solu dada por Sains antinomia esrttra/evento & clisscas nfo & também, exclusiva dele. Ao contetar adi ting socicdade/individuo de Durkheim, 0 socidlogo in 12s Anthony Giddens defendeu, em sua famosa “teoria da tsrrtarago 0 arpumento de que “esturars nto o meio quanto 0 resultado de...piticas"™? — condicionante, mas também condicionada ~,¢ que "a semente da transforma so ext present. ..em todas as ages que contribuem para 4 reprodugio de qualquer forma ‘ordenads' de vida so ow hs Seed Ta Sow gl Condado ey gee Sete mites Hise 6 (304, ee ” rT SABER LOCAL, HISTOR LOCAL GEERTZE ALM 12 cial”. Aeora de Giddens realmente generlzao mode- To de bisa avaina de Sain. (© mesmo se poe dizer com clo “tora d pr «2 de Pere Bourdieu. Pata cle, como pra Sling en tora ¢ evento esto inearzavelmentelgados, © hoje f+ ologismo de Bourdie, habits picolgco "sis tema de. ioposgSes durdves” qu dexgnam "wm modo die, uma condo abu. em pats, mp spas tnd, proper on inna Maso abi {as €ambtm socolgio. Como of ageter de Shinn 06 de Bourdieu so exemple de um tipo e membros de sg ‘mentos soca, come tis, estratarlmente posionados ‘Asim como, pura Chomsky, + performance dicursiva fundamentse numa competénia dicurava mal genes Fzads, para Bourdiew a ao tem sar rales numa Base de natures piolgia escola bjeiva obi). Aso {poranto, mas de qua santo mecca de “conjurton, “tmodelos ou paps preestabelecioey mat do gue puro reflec, um ato: comportamento moldado, acre pon {pels contngdacias do moment ese reqs ents ticone por eomsderaes pias. Tendo por bebe bins, a0 € um contexto paras inven, frgadse bx seal em principio, que € peta pela “Ube cond ‘ionadeecndiionl™ do bias —umsa reas, porta {oj entre conven novo, Come na seformulago fia por Sahin da atnom erara/scontecimento, Bou dieu afiemsa qu» peticn io conjuntivo€ ferador) pode dar inicio «um proces de transforma fstatura "As popes extras objet so prods de prvicshistrcas"- Mas sprites hirea sf, por TBF ibn, Now Rl aaa ed A Poe ie fap eign re m ANOVA HISTORIA CULTURAL sua ver, “corporat” da exrutra. Assim, estratura evento entra sm regio daléica™ "No marxiso ocidentl vigors hi muito tempo uma tnd ge pois tino ak mesa de tose/ouperestrsura por modelo nos quis ost huang sztomnz ost "sampreconf adi e sempre essrgte de sua pep istria®, Opondose ao matxismo estate ‘alge Louis Althuser, «usando uma linguager mene ior SIncritea que a de Bourdieu os Sabling, © P. Thompson lnsse na capecidade do sujeo histico de “tzerse” as proprio (vero ensaio de Desa, cata 2), Thompson afi fra bso com peta consfneia do impacto hsbc das coer Goer euruturs Seu progr, rant, alinhese com © Walon e Bourdiew As dterminagdes Jai da dilviea {de Sahlns ¢Bondieu slo confrmacs no fos parigrafo ini de The Making of the Enh Working Cas, cli Code Thompson: Ese lvro tem um halo canes, mas fue campre se objeivo Mating’, porque €um estado so- tre um proceso ativo que deve tanto StuasS0 quanto 20 condicionsmento tanto ajo quanto Astra} Ache Se tabalhador nfo aparece como o sola uma hoa mar ‘ada Esteve presente 4 rua prea formasio"™ TEmboraslinguagem dese excriors pag eta uma icc in cing Gear om vr dee terpretao, dscrigo densa eave cultural ouvimos larem estrarur, evento dsin >, a0 explcaraantino- min esrtura/aio o modelo diliico harmonies neces Ga Fess Birdy, inf Tar oP ea ps i por Mec amb, pete 78 958 SE Psa 1 Poet of thr a vk EN bas a stido por "Sormagie", “constiel xc (NT) she pcct e or yata wo SABER LOCAL, HISTORIA LOCAL: GRERTE & ALM 123 riamente as anilises cakuais com as extrutusis Esa ve tastordaderevindeada plo Ocsene ma epresemgio do renante.O fn dovinpéros eo dsemo}imente ‘uma condo pércoloialnauguratam uma nova esa lites ds fone clr. Como ine Cliford doe coin ses inporactecnsio “On Enogaphie Ae thority" "O Ocident no pode mas spetenarse como 0 nico forecolor de consent stropliio sobre es outs tomousenecenrio mains um mado dee nograa general, Cif bora ee conjunto de tems ms maa reene live The Pecamon of Cle requ ret "un campo viel de conraliscaron sn Grins < rapped one toes ume inners 3 cident" om lp os quis © discaran ear forms cients no mas drm ego algun. Debates contovrsinenvolvendo oe textos 130 A NOVA HISTORIA CULTURAL ntropolbgicos dio ensjo a urna contest do hist ‘monopélio do Ocidente sobre a "orientalizagio" do onto. No nove textuslisme, mas uma ver estabelecese a relagi0, entre 0 paltico eo cultral, ainda que através do exame ds propriedades reércas de texts que se cgi de cers Sreunsténcaehistériese poltcase atuam em rela a els, ‘Embors o novo testualismo tenha um prog to diferente da "antropologiaesratral e istbrica” de Sah- Jins, uneos um certo zconhesimento da natureza multid- ‘mensional da realidade e ua cera ousdia 20 explorar 05 paradonostedricos necessriamente grados por uma ani lige dese maltdimensionaidsde, Une-os,camisém, un re conecimento comm ds importincia das entidades extra Tocais,eranscultarsis pluralisias, hiscoricamente constitu das, mondanas © materss, Historie! Metaphors e Writing Cale propiem caminhos ernativs } historiizaco de tum campo que, térecentemente, tha gnorado a méxi- made Maidan eval caminbo stoi 0% a1& mesmo anthistdrcos. LarexaTua, ckinca = muacinago tstOwca pesto LHARiO DE HNYDEN WHT EDOMINICRLACAPRA No séeulo XX, a eseriahistérca evolu através de poe deBes nsttucionaseintelectuss que resultaram nama pe rene tensio historiogréfica. O padrBo institucional domi nante tem sidoa tendénca do historiadores a definicense 120 longo das linkas cada vex mais nitidae dos departamen- tos académics, ds expecalzagdes circunseritas eds ron teirasdicipinares. Ao mesmo tempo, porém, grande par te da renovasio intelectual entre os hstriadores moder ‘os result de sus disposgio a reorrer a outras disci ras acadmicas em busca de insights ebricos e metodolég 08,0 que levou 2 uma expansfoe redefiigio da orient 0 politica dahistoriograia tradicional. A busea de novas formas de abordaro passa levou os hstoridores 4 an- tropoloya, economia, psicologia e sociology no momen- to, esa busca os esti conduzindo pars a rls literiria, De fata 0 Gnio trago verdadcirsmente dstintivo da nova abor dager culeural da hiscia€ 2 abrangenteinuéncia dere tia litera recente, que tem ensinado os hstoriadores m2 A.NOVA HISTORIA CULTURAL reconhecer papel tivo da linguagem, dos textos e das ex ‘ruturas parrativas na criago ¢ dscrgto da realidad his sss énfse sobre a dimensto Inerdss ca experitncia so cial ea estroturs iterdria da esertahistérica propicia ima nova abertura aos que desejam expandiraerudigiohistér- caparaalém desuss limitagdes radicionis,e consi ima nova ameaga a todos 0s que procuram defender a perms ‘cia da discipline dentro de seus limits traicionas da forma como os entendem. As metiforas sgerem, aqui ina csplcie de batalha historiogriies com stagues de flanco por paste das Forgas literdsiase cers defensivos dos tangues Aiscplinares por pace dos “verdadieos”hisoriadors. Ain- ‘ds que, com mais freqdnca, esa batsla sj tavadiaen- trea tropar anGnimas das aademiae editores, pessoas que decidem quais serio os artigos publidos nas revista expe- Cializadas, gropos de pesquisa departamental seminarios de ppésgraduarlo etc), nos éltimos anor as forgarlteivae Srregimentarame clarsmente a0 redor da proeminente li deranca de Hayden White e Dominick LaCapra Eses dois ‘combazentes desenvolveram a investida litera com uma fossa intelectual estenordindva, ainda que a complesiade eumploite depen edo ern iis. “A Sunomenarade vl pela ul ibe an IGsneconaramente setuid’ "exreve Laci ep gp oar om it onde Os open salon ot anagiics ‘Spe denam un dlnenge ou rs sald problems conequen ex pleat Lica ante eens ena) ove a nop de splnetadade questions 0 medo pb qua fo crus mano, eeratambém aoe gu 9 cone Ro clininassdoinbese nfo pode x identical com oft. Contd, s nce ing entre tego Sno vem ser wansferada eons taser “ena” conhenente qu deur o complexe pro- tivo contesatio mediate oq danger na vera Seopa: A ora cca dares noes ue m0" stems de essing 0 pape do epee ee, FRevisvelmente 0 ud op “A andr oer es Clcrcinconfrav, qu dfn ot iis erestingzm inbigudega sebaposio cos init pe ieteon'Na medida em ques adie deine oposos ath pico const po Wess o ges hee" Tau feybo port, moncr so intciumente bene saciid, pose soplenent earapolam conan tos omuras denarii pts defi Je xara ton Enos ee proceso eo sigetiqe que shi {cides pos ou devs sands odr eters tutodoo ero de dings teri, sapere qe cles 0s hitoriadores que Bd LITERATURA, CRITICA E MMAGINAGAO HISTORICA 183 devem deca sir stengdo As mancrs plas quai suas categoras se sbreptem es contadizem mutuameste.O ebm orc Centr um ne de era Kina qo trnsia a compleidade das eagoras ime cants, sem dia de lado a citings anal, porta to,sem cain obcuridade on confsio asst. O pe prio LaCapeatem consi do prigo condo neck tio devador pelos ipasesdcasivon ew intro ob sesivo pelo abercinc ealetrio —tendéncas qu ame. fa ieaificar odor ov Himes egladores com © domi ‘io toualizan, den asim qualquer concep der Gionalidad extics™. Coto, erties litera no pre cin leva neitavelmente ese impasse como indies 1 ‘Capra mse longo comentirio sche otic eso Mik tal Bahn, Para LaCapr,o grande alr de Balin provem de sua af sabe a nergio cre endénias potas na tear vid, ier gusBakhin decrees ma reticilosamente cn efetacia aginst dali” de Dosoiealy LaCaprsrcore 2 Bakhtin para argumentar «ques em ger os grands romances revatam a5 contover Shvimermacom ror proundiade do que os our tex- tos porque forma liters Hera alinguager e pore to, devalia as extegoria que imperam em todas soutrs fers xtra. "A fae das por Bakhin ao dogo fez senghoconvergir paras dimensées mat ambien, 16504 indefinvis dos textos. esaliou a importanela 4b lmite ou iar onde sprees oposos enema na ‘ma ela de intercimbioeposvelmeote corxitam em gral em reliconamentorcarepador de tensa" tsa kg li Sis, 3, 134 4A NOVA HISTOR CULTURAL steno ao proceso dslgio ma rane erature tornsse relevanteparsa ails istic de outros textos e conte: {os pois enftizaamporenca ds oes contsabras. Os textos ou reaidades soci de sociedaes do pasado cvo- Iuem rvs de cilogosconsanes, que deer se xa ‘aos e aborddosa parr de um grande nero de per pastas eqve nfo pede ser simplemente edurios um ‘rico « monolgicosignficad. A sbordagem dalégics da Iiérs permits, portano,« dcusso etre etegorias oponacem mitore diferentes nves 9 ddlogo entre eas opoaas dent de eros epeclcos, odilogo ens ior ‘adores 0 pasado, ono logo entre texts ecomeatos. ‘Conrado, nenhara desss oporigesformaria égtomias simple, poss odilogo 36 se worms pose avs dague- les inderos pontos em que ss opoigdes tendem a "fies tarem sempre” em proceso de sobreposila, “Tomemos, por exempl, 0 dillgo etre as exeporas ‘ponte de ort econtexto, Segundo LaCapr s maioria os hioriadorestabelece entteos textos eos contests, ‘ma dzotomi ierequiea ue enfatza abso da maior arte dotertose a redidadeenencial dos cones soca. [Ness dicotomia, os textonfsicionam como documentos aque evelam ou efecem um agar, am tempo ow uma cal furs histricoscomrenteserelatvament unificados, mas seo dele stats dese modo reduz sua complexidade amb abscurece a complexidade do prdprio contexto ‘nds mais importants,» dcotomia texto/eomeno deen. {ins acaltente fata de gue coment nfo eit ape- tas como una read rélingisca gue linguagem des eve com fideidade, Plo contro, aealidade "pl esteve Sempre” sada nos process textinis que o hiorado- rexprferem nfo examina ~ ou fi por eles moldada.“O pedi conteto€ un testo de vss pices” yecreve Lx Capa; “ato pee “deer eaereorpise oli, LITERATURA, CRITICA E MUAGINAGAO HISTORICA 185 aus interpret ¢ ua eri informa dor deve, portant, lero conexto com proce terri de“inverterteaiade nfo com tn {fo caual derefledo, Arenas comuas sobre sopotio {nue vetose rede snglemente oc aterm, po "pad chega em fora de ten erence te sllndos~ memdriay closets publcdon argu ‘Shion Coto bet tei epee” emo horaores gue vl Presipadxnene par o solo ete! da read, 7 vendacs muito didi en ox Hitorndres de sero conteto como fora aval esencil ym pr hts ds dri suger s Lacape scons aliatr fads wail merlin cena até meso sobre as obras tai wales pov moderns Miorigrati, Ox Himorialoresqurem desrever una religae que eine ali dainterpretao on fora don textos om mols ue t= “spitlem ong dejo mesic do prover, Seu “con senso ain dun ni Gp epost ena do signa pe De cetcal™ Ne veld toa mote deme cx ou ds teloga (14a on Des) cre oa 0 Context, stars now organs atia da mesma fora qua mets fen acon, racndendoingtagem ¢olerecendo um spied dfinvo. Ponano, LaCsprprosrn ‘ontrpocae 3 dcnomis (wes) dominic af Sar compecs senhanga etre texte conteton Ae {tte interpre (do comera), sire, “evans problemas to dfs quant age acide plo mai SELES hl nt Cin 28 3p ky it 186 A Nova misrOnta CULTURAL intrincado dos textos servos”, Uma avaliago maior des. ses problemas, por part ds historidores, sem dvida com- plicria mais o seu trabalho, mas transformari a ierarquts ‘que, no presente, coloea 9 contexo no centro causal da his tra ‘Una nero proven de perpectvt pops ete cm su compleiade Innes como mo I em eo pens ecomarups do “conten” Aegon ee content torn, eo um pean de lotr "inne te aque lose poe renter cam bat en creas pli {sir sears goe eet cates ema tats ‘loaner o» msn, sand own com tt eco signa bors 0 modelo dialbgico de excita histrica de LaCe- prio neque, absolatamente aexstncia de contextos fora dos livros, é om modelo que redefine, com toda aitider, cox contextos dotados de una Ena ingiica que e ope a qualquer redo da realidad hisSrea a suse qualdades ‘sence isto 6 precextuais). No obstante, a erenga num campo histrico pretextual € to penetrante que LaCapra algunas vezes a v8 surgi até mesmo na obra de Hayden Whice A crenga de White numa reaidadehisérea pretextual que esti" espera” de ser explicada pelos tropos do hiso riador parece mais evident em suas prnneiras obras, onde cle explica por exemple, que “ohistoriador se dfronta com ‘© campo histbico de modo muito semelhante 20 do gra nti que se deparase com uma nova lingua”. Nese pro- 880, 05 hstriadoresusam a lnguagem para “caracteri2ar LITERATURA, CRINICA E IMAGINAGAO HISTORICA 157 ‘0 campo e seus elementos...e, assim, prepare para. 2 explicagto ea representa". Segundo a perspectva de LaCapa, isa concepgio do “campo histrico” conserva a dicotomin de textos e contexts, side que stu a extn cia do conecimentohistérco no texto do historiador, nfo ‘no context Talvezem resposta aes tipo de ert, 2 obra ‘mais recente de White compara da snfase de LaCapea [temuaidade do proprio “campo hisérco”, buscando ea bbém i além da clisscadicocomia texto/contexto. “A rl fo texto/eontexto, outrora um pressupost nfo examina Ado de investigagohisSrcs, oenou-se um problems”, ex plics Whit. "E, no entanto, esa mesma diiuldade des ber onde termina o texto e comega 0 context, a nature zada relago entre ambos, parece constitir um motivo de jGbilo [entre os hisoriadote intelectanis)"™, Matos hi lores podem nfo queer reconhecer a permanence in bricapo dessascategorastextuasecontextuaisoutrora dis: tintas, mas White juntase a LaCapes ao enfaizar a com plexidade de sua interario 20 insite no valor das leituras Erfticoliterdras tanto des textos quanto dos contexos. “O hisoricamente real 0 pasado real, €aquilo a ques posso reportarime através de um areato que € textual por natu reza"™, Em site, nio existe aenhum contexto signifier tivo sem alinguagers (ao 0 texto) queo forma eo define. ‘A Enfase sobre a inguagem, a textulidad, as esate +s naratvas as categriasimbricantes eo dddogo (que Whi tee LaCapra vio buscar na eftic tesa) tem importa tes fangs no sentide de ania ot historadores 3 repen sar a natureza tanto ds hstriogralia quanto d realidad histérica Esse process ertico levana,nio obstane, aque Fis Sh Fw

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