Você está na página 1de 1

Culpa exclusiva da vtima em acidente fatal afasta indenizao famlia de

caminhoneiro.
A Stima Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Paran isentou de responsabilidade uma transportadora de
Jaguariava, na Regio Central do Estado, pela morte de um motorista de carreta que se acidentou em
setembro de 2011.
A deciso, da qual cabe recurso, anulou a condenao imposta pelo Juzo da Vara do Trabalho de Jaguariava,
que havia determinado indenizaes por danos materiais em mais de R$ 290 mil e por danos morais em R$ 50
mil, a serem divididas entre a mulher do trabalhador e seus trs filhos.
O acidente aconteceu prximo de Ponta Grossa, quando o caminhoneiro retornava de uma viagem a Pin, 80 km
ao sul de Curitiba.
Os desembargadores da Stima turma entenderam que as provas apresentadas no processo demonstram que o
acidente ocorreu por culpa do motorista, que estava em velocidade superior permitida (100 km/h) e com
pequena distncia para o caminho que seguia sua frente (7,2m): Os elementos obtidos nos autos convergem
para a responsabilizao do obreiro por imprudncia pelo acidente que o vitimou.
Alm da velocidade alta e da pouca distncia para o veculo frente, a Turma levou em considerao que o
acidente ocorreu em local de pista dupla, em uma reta, sem obstculos e com boa visibilidade. Nenhuma
conduta das reclamadas teria evitado o acidente. O risco da profisso, comumente presente nas rodovias,
tampouco se configurou, pois o movimento era pequeno, a pista era boa, as condies climticas eram
favorveis, o trabalhador no estava submetido sobrejornada, e o caminho havia passado recentemente por
reviso, ponderaram os desembargadores.
No entendimento da Turma, a culpa exclusiva do motorista afasta o nexo de causa, ou seja, o acidente foi
motivado pela imprudncia do caminhoneiro, ficando afastada a responsabilidade objetiva da empresa, prevista
no pargrafo nico do artigo 927 do Cdigo Civil.
Foi relator do acrdo, o desembargador Ubirajara Carlos Mendes. A deciso passvel de recurso.

( 00395-2013-666-09-00-5 )

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 9 Regio Paran, 29.09.2014

Você também pode gostar