O documento discute as relações entre a Odontologia Legal e várias áreas do direito, incluindo Direito Penal, Civil, Processual, Previdenciário, Administrativo, Comercial, do Consumidor, do Menor e do Adolescente e Trabalhista. A Odontologia Legal aplica conhecimentos odontológicos para questões jurídicas como identificação, capacidade, lesões corporais e avaliação de danos.
Descrição original:
Resumo
Título original
A Odontologia Legal e a Suas Relações Com o Direito
O documento discute as relações entre a Odontologia Legal e várias áreas do direito, incluindo Direito Penal, Civil, Processual, Previdenciário, Administrativo, Comercial, do Consumidor, do Menor e do Adolescente e Trabalhista. A Odontologia Legal aplica conhecimentos odontológicos para questões jurídicas como identificação, capacidade, lesões corporais e avaliação de danos.
O documento discute as relações entre a Odontologia Legal e várias áreas do direito, incluindo Direito Penal, Civil, Processual, Previdenciário, Administrativo, Comercial, do Consumidor, do Menor e do Adolescente e Trabalhista. A Odontologia Legal aplica conhecimentos odontológicos para questões jurídicas como identificação, capacidade, lesões corporais e avaliação de danos.
Odontologia legal ------------> Finalidade principal -----------> Aplicao dos
conhecimentos da cincia odontolgica a servio da Justia.
Relaes com o DIREITO PENAL:
-> IMPUTABILIDADE: (verificao de idade; Art. 26 e seguintes do CP) Determinao da idade um fator fundamental para verificar a imputabilidade do agente no cometimento de um crime e no apenamento. A maioridade penal tem de ser cabalmente demonstrada como pressuposto processual (maiores de 18 anos). Via de regra essa caracterizao se d pela certido de nascimento ou ento pela carteira de identidade. Entretanto, pode que um sujeito franzino e de baixa estatura alegue que no possui tais documentos., a partir disso a Polcia Judiciria dever aplicar outras formas de caracterizar a maioridade, seja atravs do processo de ossificao metafisria, ou das fases de mineralizao e erupo dentria.
-> LESES CORPORAIS (art. 129 do CP)
Na ocorrncia de leses corporais envolvendo a regio oral, elementos da cavidade bucal, regio temporomandibular e pescoo, embora um mdico-legista possa fazer o exame no ausncia de um odontolegista, este sempre o mais indicado.
-> ESTELIONATO (Art. 171, do CP)
Fraude, ou embuste do agente, atravs de proveito da boa-f. Exemplo: O profissional pode prometer uma prtese feita de ouro, cobrando o valor, e entrega ao cliente uma prtese feita de metal amarelo, de custo inferior. Para caracterizar-se que o referido metal no ouro, e portanto a tipificao do ilcito, um outro cirurgio-dentista deve ser elencado para atuar como perito, objetivando analisar o grau de congruncia e a verossimilhana entre as anotaes no pronturio, condies clnicas (in loco) e a verso passada para o paciente.
-> FALSIDADE IDEOLGICA
Compreende o crime que o agente oferece um documento que formalmente correto e autntico, entretanto o contedo no se coaduna com a verdade, sendo este falso. O cirurgio-dentista pode ser solicitado para estes casos para constatar a veracidade ou congruncia com os fatos odontolgicos narrados no documento e a queixa ou com a situao clnica apresentada pelo paciente.
-> FALSIDADE DE DOCUMENTO PBLICO/PRIVADO (arts. 300 e 301, do
CP) A falsidade se caracteriza como a apresentao de fatos diferentes daqueles constatados na realidade. Exemplo: uma funcionria de uma clnica se apropria de folha de receiturios ou do bloco de atestados, retira algumas delas e as preenche imitando a assinatura, e carimbando, para aumentar o ar de credibilidade. O cirurgio-dentista, na funo de perito, dever esclarecer as autoridades requisitantes a falsidade tcnica do contedo documental, no que tange Odontologia, e examinar o contedo dos respectivos pronturios para analisar a relao do suposto paciente e se existe segunda via ou cpia arquivada de tal documento.
-> ATESTADO MDICO FALSO (Art. 302, do CP)
Constitui de um caso de falsidade onde o seu executor um profissional graduado, onde o objetivo especfico se caracteriza pelo usurio tirar vantagem ou proveito ilcito, mediante ao atestado de uma condio clnica odontolgica com repercusso administrativa, quando na verdade se trata de uma afirmao mentirosa. Neste caso, o cirurgio-dentista pode ser requisitado para verificar se o paciente que recebeu o atestado apresenta de fato a patologia referida e se no pronturio consta arquivada a cpia ou segunda via do documento.
=> COM O DIREITO CIVIL (Capacidade, Identificao Individual, Avaliao do
Dano nas Indenizaes)
-> CAPACIDADE (Art. 6 c/c arts. 154-156 do Cdigo Civil)
Na esfera Civil a maioridade s se completo aos 21 anos (art. 6, I do CC), sendo que entre os 16 e os 21 anos a incapacidade relativa, e abaixo dos 16 absoluta, para a prtica de quaisquer atos da vida civil (art. 5, I do CC). Como o dito no caso de IMPUTABILIDADE, em casos que a documentao (carteira de identidade ou certido de nascimento) no sejam apresentadas/encontradas a idade deve ser avaliada por exames do estgio corporal.
-> IDENTIFICAO INDIVIDUAL (art. 10 c/c arts. 481 e 482 do CC)
O argentino, Juan Ubaldo Carrea, dizia "Dadme un diente; yo fijar la persona". Sendo esta uma mxima que exemplifica a possibilidade da identificao de um indivduo atravs da analise dos arcos dentrios e dos procedimentos clnicos envolvendo estes.
-> AVALIAO DE DANOS NAS INDENIZAES (arts. 159 e 1545 do
CC) Nas aes indenizatrias ou de reparao de dano (esttico, material, fontico ou funcional) na rea civil, a avaliao da extenso do mesmo deve ser feita ou deve contar com a participao de um cirurgio-dentista, preferencialmente odontolegista. Tal profissional o nico que poder afirmar com preciso o "an debeatur" (existncia de dvida) que servir para o magistrado embasar o ato decisrio sobre o "quantum debeatur" (quantia devida)
=> COM O DIREITO PROCESSUAL (CIVIL E PENAL)
-> IDENTIFICAO INDIVIDUAL Como o citado na relao com o Direito Civil. -> CAPACIDADE PROCESSUAL Como o citado na relao com o Direito Civil.
=> COM O DIRETO PREVIDENCIRIO
-> CONCESSO DE BENEFCIOS
O sistema previdencirio dispe de uma srie de benefcios
socioeconmicos que visam minimizar o sofrimento ou a incapacidade do acidentado, com a consecuo de proventos em diversas modalidade. Na avaliao da situao de incapacitado, o cirurgio-dentista pode ser chamado para a avaliao. Os benefcios incluem: - Auxlio-doena: Valor pago mensalmente, na quantia de 70% do valor do salrio que o indivduo recebia anteriormente ao quadro patolgico. - Auxlio-acidente: Importncia paga mensalmente ao segurado enquanto se recupera de um acidente que o impede de trabalhar em plenitude. O valor equivale aos 100% do que o indivduo recebia na poca do acidente - Aposentadoria por invalidez: Importncia paga mensalmente ao segurado que se encontra invlido, inapto para qualquer tipo de trabalho. * Aposentadoria por invalidez acidentria = Quando ocorre por acidente de trabalho. - Abono especial: (13 Salrio) importncia que paga aos segurados j aposentados uma vez por ano. - Assistncia Odontolgica: Extraes, moldagens, trabalhos protticos. - Reabilitao profissional: Incluso do trabalhador acidentado em programas de reaprendizado ou de aprendizado de novas profisses. - Prteses e rteses: Programa que cobre os custos e a aquisio para o uso de peas mecnicas ou eletromecnicas, que substituem partes do corpo perdidas e auxiliam na execuo de certas funes.
=> COM O DIREITO ADMINISTRATIVO
-> Exame admissional ao servio pblico Verificao das condies clnicas de higidez bucal, tratamentos executados, peas colocadas, etc. Essa uma exigncia que existe no Regulamento do Funcionalismo Pblico, constatando que a data da admisso nenhuma patologia se encontrava existente, do ponto de vista legal. Da em diante, qualquer patologia que possa ser constatada ter ocorrido na vigncia do pacto laboral
=> COM O DIREITO COMERCIAL
-> Percia sobre bens de consumo: Percias que abrangem produtos de uso odontolgico de venda ao pblico (dentifrcios, escovas, fio dental, etc), com relao as composies, propores, quantidade e efeitos desejados.
=> COM O DIREITO DO CONSUMIDOR
-> Percia Sobre a aquisio de Bens e Servios O paciente do consultrio uma pessoa fsica, que esta adquirindo ou destinando a compra de um produto ou servio para si prprio ou para terceiros, sob sua responsabilidade ou no. O paciente adquire produtos quando: Compra prteses, placas miorrelaxantes, aparelhos ortodnticos, documentao fotogrfica ou ortodntica, implantes, etc. Adquire servios: quando o profissional executa diagnsticos, planejamentos, realiza tratamentos, trabalha executando documentaes fotogrficas ou ortodnticas, dentre inmeras atitudes praticadas no ambiente de trabalho do consultrio odontolgico sob a responsabilidade do CD.
=> COM O DIREITO DO MENOR E DO ADOLESCENTE
-> Cuidados do Menor Geralmente, relacionado a casos de maus-tratos por ao (leses orais por castigos, aplicao de custicos, ablao de peas dentrias, ruptura de frnulo labial, etc) ou por omisso (m higiene crnica, abscessos periodontais e apicais, cries extensas).
=>COM O DIREITO TRABALHISTA
-> Doenas do trabalho Verificao de doenas desencadeadas ou adquiridas em funo das condies especiais do trabalho e a sua relao direta (MESOPATIAS), desde que relacionadas com o Anexo II, do decreto n 357/91. -> Doenas profissionais O perito dever examinar o histrico e a clnica dos distrbios apresentados durante o pacto laboral, a doena produzida/desencadeada
pelo exerccio do trabalho peculiar a determinada atividade (TECNOPATIA),
desde que conste na relao do Anexo II, do decreto n357/91. Como exemplos, temos na rea da odontologia, as Leses por Esforo Repetitivo (LER) e os Distrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) -> Acidentes de trabalho Acontecimento casual, fortuito, imprevisto, que ocorre durante o exerccio da atividade profissional, a servio de empresa ou como autnomo, podendo ocasionar: Morte; leso corporal; perturbao funcional; reduo ou perda, temporria ou permanente, da capacidade de trabalhar. -> Insalubridade caracterizada pela ao de diversos agentes, de ao cumulativa, que gradativamente tendem a minar a sade do trabalhador. Em virtude disso, o odontolegista dever avaliar o nexo causal entre as leses orais e o trabalho. * Estigmas resultantes da profisso: de Ao mecnica: Sapateiros, colchoeiros, estofadores, msicos, sopradores de vidro, etc. que possuem por habito ou por necessidade para o exercer do ofcio segurarem ferramentas do trabalho com os dentes ou o contato dos dentes com superfcies rigidas , ocasionando reentrncias e chanfraduras nas bordas incisais dos dentes, queilites e leses contusas, perdas substnciais no esmalte dentrio, etc. de ao trmica: Degustadores de caf, podem desenvolver reaes trmicas. de ao qumica: Produzem coloraes caractersticas do esmalte e da dentina pelo produto que o profissional tem contato duradouro - Chumbo (manchas acinzentadas no colo dos dentes incisivos e caninos); Mercrio (colorao acinzentada global); Cobre (manchas esverdeadas com borda azul); Ferro (manchas amarronzadas na borda livre dos incisivos); Cdmio (manchas amareladas) Vapores corrosivos (nitrosos e sulfurosos) tambm podem contribuir para molstias de origem trabalhista, ocasionando danos estruturais nos tecidos dentrios e periodontais. Indivduos que trabalham com doces e confeitos, em um ambiente com uso de aucares, possuem tendncias a manifestarem leses cariosas de forma circular, com colorao amarelada ou preta, geralmente localizados na regio do colo dentrio.