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1] | lo Ri PROFESSORA: SONIA MARIA DE CARVALHO MOURA Disciplina: PSICOPATOLOGIA GERAL ALTERACAO DA SENSOPERCEPCAO 1 - DEFINICAO DE SENSACAG E um fendmene psiquico elementar que resulta da agao de um estimulo qualquer sobre os nossos drgdos dos sentidos através de receptores (terminagdes nervosas). Em termos sistematicos, dividimos as sensagdes em: 1. SENSACAO EXTERNA ou SENSIBILIDADE ESPECIAL E o atributo que temos de discriminar, em termos de qualidade, uma sensagao. Cada agdo dos sentidos possui os seus receptores especializados. Por exemplo: 0 estimulo auditivo sé é recebido pelo receptor especializado do ouvido. 2. SENSIBILIDADE GERAL: Sensagao dos érgaos internos, do movimento e da posigao que xo 0; pouco? assumimos no espago, ou seja, seria a sensacdo difusa do funcionamento do nosso corpo. bb 20 cal pfocno 2.1CENESTESIA: E 0 conhetimento do nosso funcionamento visceral. ° Sensagdo de bem-estar ou mal estar visceral. ‘S40 sensagdes internas muito vagas, indiferenciadas, que nos dio o sentimento de bem-estar ou mal-estar visceral. Nao se define. 2.2. CINESTESIA: Refere-se ao movimento do corpo. 2.3, SINESTESIA: Fuso de duas sensages. / Ex: Audigdo colorida, visdo actistica, audi ‘Comum em intoxicacdo por drogas. (LSD) | ae ALTERAGOES QUANTITATIVAS 1, HIPERESTESIA: Aumento da intensidade das sensagdes. Ex: Enxaqueca e intoxicagao por LSD, histeria estados maniacos de fraca intensidade,ocasionalmente em casos de epilepsia. 20-733 902 ROL inui¢do da i ide das sensages. |: Dimin x: Alcoolismo, histeria, depressao, epilepsia, estupor. 2. HIPOESTESL 3. ANALGESIA: Bloqucio, suspensio do estimulo doloroso. Insensibilidade a dor. ©” 4, ANESTESIA: Aboligo de todas as formas da sensibilidade. Pode ser por lesdo. Ex: Lepra, histeria ( quadros conversivos), alcoolismo, coma. 5. PARESTESIA: Nao é um fenémeno cerebral; ¢ medular ou periférico. Ex: Formigamento, alcoolismo. 6 AGNOSIA: Trata-se de uma perda do reconhecimento de estimulos visuais, auditivos ou téteis, na auséncia de déficits sensoriais, As sensagdes elementares continuam a ocorrer normalmente, no entanto ndo s4o associadas as representacdes, ¢ assim nao se tormam significativas suposigdes. Ex:Deméncia de Alzheimer xX It - DEFINICAO DE PERCEPCAO Processo de conhecimento de um fendmeno. ( identificacio, discriminagio e atribuigao.) 1. Caracteristicas de uma verdadeira percepga 1.1. CORPORALIDADE: E 0 carater objetivo que tem a percepgao. Ela é sempre corpérea, mater 1.2. PASSA NO ESPACO EXTERNO: A percepsio depende do objeto externo. PP COWA CRO de ceiivir 1.3. NITIDEZ DE CONTORNO: Percebemos os contornos; detalhes do objeto. 1.4, CONSTANTE: objeto no muda; nio se modifica. 15, FRESCOR SENSORIAL: E recente a sensago que 0 objeto transmite.A percepgio é vivida; as cores nos transmitem brilho. 1.6. INDEPENDE DA VONTADE: As percepgdes nao podem ser evocadas (lembradas), nem modificadas arbitrariamente. Sao aceitas com sensagio de passividade 2. PSEUD@-PERCEPCOES: Sao de 3 tipos: - Husdo, Alucinagao e Pseudo-alucinagoes. VEO UQuidd perle ae Cora clo 2.1 ILUSAO: E uma deformagao da realidade passivel de correcao. Percepco deformada de um objeto real. Possui um cardter ndo persistente. Quando € persistente ja é um sinal de patologia, como na epilepsia. S6 existe ilusdo se tiver um objeto real e presente. Ha trés tipos de Musdo: - por Desatengio, Catatimia, Pareidolia. © Desatencao © Catatimia: deformagao da realidade pelos afetos. ¢ Pareidolia: atribuir formas manchas. Ex: Ver cameirinhos nas nuvens, sabendo que isso no existe. » ONE 0.0.4 prot io falsas percepgdes corpéreas que se. novo ao lado de percepgdes reais e em|lucidez)/de consciéncia, assim como, em presenga de orientagzo no|tempo e no espagoje em relagio a sit mesmo. Témn todas as caracteristicas de uma|verdadeira pereep¢ao (@s seis). Falsa percepgdo sem o estimuldjexterno real, presente. > OF (9) OLAMIA eg 4.2.ALUCINAGOES: O08 Obs: Sé os esquizofrénicos tém alucinacéo com todas as caracteristicas de uma verdadeira percepeio, ou seja, encontram-se litcidos e orientadios no tempo e no espace. O objeto é a prépria vivéncia patolégica do sujeito. Obs; A privacio sensorial leva ao fim de alguns dias & ocorréncia de alucinacées e fendmenos delirantes. A persisténcia de uma imagem sensorial; apés a sua apresentacdo por um periodo de tempo prolongado. E um fendmeno normal. TIPOS DE ALUCINACAO (percepeao de objeto inexistente acompanhada de uma crenga delirante) 1, ALUCINAGOES AUDITIVAS: Em geral 0 contetido das alucinagSes auditivas expressa as inquietagdes; temores do doente. 1.1 ELEMENTARES: O paciente escuta ruidos indiferenciados (estalitos, zumbidos, assos, batidas, barulhos, etc.). 1.2. COMPLEXAS: Alucinagées auditivas verbals, Sao caracteristicas da esquizoftenia. O individuo escuta vozes que falam com ele. Escuta didlogos:mas enfermo pode ouvir uma iinica voz, que repete uma palavra ou diz frases completas ou, muitas vezes, que mantéin entre si uma conversagio. Em alguns casos sfio quase imperceptiveis como sussurradas, murmuradas. As vozes podem ser masculinas, femininas ou de criancas, monstros, etc. A diregao de onde provénr é varidvel; podendo vir de longe ou de perto, do teto, do quarto, a0 lado da cama, ete. As alucinagées auditivas verbais tém como predominio vozes que ameagam, insultam, censuram, acusam ou tomam a sua defesa. Em alguns casos 0 conteudo delas pode expressar 0 desejo imediato do doente: “ele é um grande cientista”. 1.3 FUNCIONAL: A um som qualquer 0 individuo atribui vozes. Ex: O:individuo abre a tomneira e escuta dizer que ele € “bicha”. Esta alucinagio auditiva verbal-desaparece quando a torneira é fechada. Obs De um modo geral, os doentes se recusam a prestar informacées sobre suas alucinacdes e quando insistimos respondem simplesmente: “o senhor sabe muito bem do que se trata”. (por nao ter um processo de diferenciagao ele acredita que o outro também ouviu as vozes, isto é, 0 outro sabe 0 que se passa com ele) ‘Obs 2:Sonorizagio do pensamento: o paciente ouve o préprio pensamento, reconhecide no espaco externo objetivo. Essa alucinagao difere do sintoma denominado Eco do pensamento (consiste na audico no momento do ato de pensar). Ex: Esquizofrenia maatienste ~ dre loco Ae. j Plu otennec 6 2. ALUCINAGGES VISUAIS: Sao muito raras nas psicoses esquizofrénicas. Estas quase sempre traduzem uma patologia orgfnica. O contetido destas alucinagdes é, em geral, desagradavel e acompanha-se de um estado afetivo angustioso. Os pacientes podem ver determinados objetos, figuras ou cenas completas. 2.1 ELEMENTARES: ACOASMA: Ver estrelinhas quando se bate com a cabega; acompanhada de um trauma, ECOTOMAS CINTILANTES: Sao estrelinhas; tonteiras, queda de pressio, enxaqueca. MACROPSIAS: Ver coisas grandes. Ex: AlucinagSes guliverianas. ZOOPSIAS: Visio de animais ferozes ou repugnantes. MICROPSIAS: Alucinagées lilipudianas. Ver bichos, pessoas miniisculas, isoladas ou acompanhadas de movimento (delirium tremes). VISAO DUPLA: ou alucinagdo Autoseépica ou Heautoscopia Pode ser dividida em alucinagio autoscépica interna e alucinago autoscépica externa. Ex: Interna —o paciente percebe um ou varios érgGos ou uma regio corporal isolada. Ex: Externa — Visio objetiva do duplo, isto é, da propria imagem do corpo projetada no mundo exterior Obs: Eugen Bleuler descreveu a Alucinagdo Extracampina — como tipica da esquizofrenia. E aquela que tem lugar fora do campo visual do paciente. Ex: O sujeito declara estar “vendo” alguém a fazer-lhe sinais obscenos, por trés do biombo da cadeira. Uma jovem refere que certa noite, em seu leito, comecou a “ver” uma cruz que aparecia e desaparecia do lado de fora da porta do seu quarto. Um paciente ouvia uma voz a kilometros de distancia, Esquizoftenia e psicoses orgnicas. Alguns autores duvidam que tais fendmenos sejam: realmente alucinacées, mas sim resultado de interpretagdes delirantes. Isto porque faltam nelas as caracteristicas das alucinagdes visuais: cor, forma. e movimento..No exemplo citado, a paciente apenas disse que a cruz estava do outro lado da porta, mas ela néo afirmava que via a imagem sensorial da cruz, 3. ALUCINACOES TATEIS: Sao sensagdes de queimaduras, calor, frio, vento gelado, sensacio de contato, especialmente nas zonas genitais. Em relacdo a esta tiltima recebe o nome de alucinacdes genitais (comum em mulheres idosas que se sentem possuidas sexualmente; também pode parecer em homens). Chamamos de alucinagées hapticas se a alucinagao tatil vem associada a uma alucinago visual. Ex: Comum no delirium tremes e nas psicoses por cocaina. Freqiientes intoxicagdes por drogas. Ex: Sentem formigas andando em seu corpo e véem os bichos em movimento. 4 ALUCINACOES OLFATIVAS E GUSTATIVAS: Sio muito raras. Ex: Cheiro de podre, mau odor de cadaver, de seu proprio .corpo,de came. deteriorada, de pano queimado, de lixo, de:mofo, de fezes, sabor metélico, gosto. desagradivel na boca, gosto amargo.Em. geral aparecem devido a lesdes em reas especificas (tumores). 5 ALUCINACOES CENESTESICAS: Ligadas A cenestesia. Alteragio da sensibilidade intema. Ex: Pessoa que se queixa que seus Srgdos esto podres ou que seu figado saiu pela cabeca. Sensagao de animal alojado no corpo, sensago de choque elétrico, de espirito introduzido no corpo, ete. 6 ALUCINAGGES CINESTESICAS: Sensagdes anormais de movimento corporal. s esquizofrénicos percebem sensagdes de movimentos anormais, sentem-se como se estivessem voando, como se 0 chao afundasse ou se elevasse; experimentam movimentos de rotagdo em diferentes sentidos; sentem-se impelidos a andar ou a executar determinados movimentos, 2.3 PSEUDO-ALUCINAGOES: 0 individuo percebe os objetos com as 4 iltimas caracteristicas da percepgdo. Nao possuem as caracteristicas 1 ¢ 2, ou seja, carecem de corporalidade e sio percebidas numa espécie de espaco interno subjetivo (as imagens visuais e as vozes sao localizadas pelo individuo no interior da cabeca ou em uma parte interna do corpo). De repente surgem na consciéncia com detalhes completos, com todos os tracos e particularidades de uma imagem sensorial. Nao desaparecem logo, mas podem ser retidas como fendmenos constantes até desaparecerem de repente. Nao podem ser produzidas nem modificadas arbitrariamente; 0 sujeito se comporta passiva ¢ receptivamente com relagdo a elas. No entanto, alguns pacientes re- conhecem o carter falso dos fendmenos, isto é, tem nogio de sua inadequa¢do; falta-Ihe a grande convicgdo que marca as alucinagdes PROFESSORA: SONIA MARIA DE-‘CARVALHO MOURA Disciplina: Psicopatologia ALTERACAO DO PENSAMENTO 1 - DEFINICAO DE PENSAMENTO: O pensamento é uma das formas do individuo manifestar sua adaptabilidade. Traduz sua aptidao de elaborar conceitos, articuld-los em juizo e construir raciocinios de modo a solucionar problemas com os quais se depara. Il - DEFINICAO DE CONCEITO: E uma idéia que exprime as leis mais gerais dos fendmenos; € ‘um conjunto de idéias que expressa a universalidade de um fendmeno. E uma idéia que reflete as qualidades de um objeto e se expressa por uma palavra. Ea unidade do pensamento. A capacidade conceitual representa a primeira instiincia de estruturagao do pensamento, de organizago do pensamento. IIT- DEFINICAO DE JUIZO: Relacao que se estabelece entre dois conceitos. Ex: A flor é bela, (juizo valorativo) E através do juizo que o individuo afirma ou nega algum atributo ou qualidade a um objeto ou fendmeno. Assim, a capacidade de ajuiizar evidencia a afirmagao ou a negagio da relago entre conceitos, A capacidade de ajuizar consiste no segundo nivel de organizagao do pensamento O juizo expressa a verdade ou 0 erro. O eritério de verdade (para a avaliagdo da adequagao de um juizo) é a sua consonancia com a realidade, 3 ‘Nenhum juizo pode ser elaborado sem uma base conceitual verbal nem pode se exteriorizar sem o invélucro verbal. A palavra estabelece a ligagto entre 0 dado objetivo e 0 contetido subjetivo, © pensamento pode ser alterado em seu contetido, forma e curso. « . s + IDEIAS PRE-VALENTES OU SUPERVALORIZADAS OU SOBREVALENTE OU SQBREVALORTADAS E um erro de juizo pelos afetos. E passivel de corresdo. Sdo idéias que aparece, por exemplo, em individuos sadios, em quadros neuréticos, maniacos, através de uma convicgio politica ou ética, carregada ou acentuada por uma carga afetiva compreensivel pela personalidade e vida do individuo. Portanto, a idéia supervalorizada tem carder eminentemente cultural ¢ catatimico. Nao é fundamentalmente absurda, embora também falseie a realidade. Sio representagdes mentais ou diretrizes ideolégicas que se relacionam com os estados afetivos. Exemplo: "curei a febre do meu filho a0 segurar 0 tergo e orar a Deus." "perdi todo o dinheiro naquele negécio, porque passei debaixo da escada.” "38 a pena de morte acabaré com a violencia.” Convicgées apaixonadas em relagao 20 amor, a religiao, a politica, etc. Pacientes hipocondriacos que acreditam softer de alguma doenca, transtomos alimentares * IDEIAS DELIRANTES: ¢ Primérias ou verdadeiras (ou delirio primario) + Secundarias (idéias delirdides ou pseudedelirios ou delirid’secundar DEFINICAO DE IDEIA DELIRANTE OU DELIRIO Diz-se que um delirio é um juizo patologicamente falso. Nao é um erro sensorial, sensoperceptivo; é uma patologia do juizo. A verdade desse juizo ndo estd relacionada & realidade. RACTERISTICAS DAS IDEIAS DELIRANTES PRIMARIAS. 1. Contetido absurdo (impossibilidade do conteido) 2. Dotado de grande certeza subjetiva (convicgdo extraordinéria; persisténcia, apesar do paciente conhecer as razies em contrario, do juizo falso da realidade). 3. Impermedvel & argumentagao légica (incorrigibilidade,ininfluenciabilidade psicolégica por parte de raciocinios da propria experiéncia). Iq Os delirios primarios surgem do nada, ndo remontam a qualquer relagao com a realidade nem com o humor do individuo. Sao inderivaveis. e-incompreensiveis. Provocam uma transformagio da personalidade do paciente. O conteiido ou.tema -esté relacionado ao contexto sociocultural do individuo. As idéias delirantes secundarias ou idéias deliréides, sto secundarias, porque emergem de uma predisposigao pessoal interna (caracteriolégica ou emocional) em. conexio com acontecimentos extemos, mas que acaretam uma falsificagao da realidade. Portanto, sio erros de juizos compreensiveis, podendo surgir a partir de outros. processos psiquicos. Existe, entdo, algum nivel de compreensio com a realidade, com o humor do individuo, com os afetos, com outras vivéncias afetivas (que abalam e produzem, por exemplo, sentimentos de culpa), com outras vivéncias de percepgdes falsas ou de vivéncias de alheamento do mundo da percepsi0 por alteragdes da consciéncia, etc. So aquelas que nascem de modo compreensivel a partir de outros processos ‘0s e no provocam transformagao da personalidade. Ex: Idéias de culpa na depressio Idéias de grandeza na mania + HUMOR DELIRANTE: £ uma vivéncia muito angustiante em que a pessoa sente que algo esti se modificando, mas nao sabe o que é. O individuo sabe que vai ocorrer algo muito ruim, catastréfico cory ele. E um momento de grande ansiedade. E 0 preniincio dg alval*psicsticar se da no inicio de processos esquizofrénicos. individuo sente que alguma coisa esti se alterando ou que algo de novo esti se pasando. © humor delirante ocorre antes da vivencia detirante e quando esta se inicia, 0 humor delirante (a ansiedade), atenua-se ou mesmo desaparece. No humor detirante sto muito comuns as despersonalizacdes e as desrealizagdes (sentimentos de estranheza em relago e a si mesmo a0 mundo). © humor delirante jé é uma vivéncia delirante primrta. TIPOS DE VIVENCIA DELIRANTE PRIMARIA (sio sempre autdreferenciadas. A vida do paciente passa a girar em tomo da vivéncia delirante) 1, PERCEPGAO DELIRANTE: Atribuigo de um significado novo, delirante, a uma percepgao normal. 2. COGNICAO OU INTUICAO DELIRANTE: Tem o sentido de uma intuicdo. De repente, sem mais nem menos, 0 sujeito conclu que € 0 Presidente da Repiblica. Eo mesmo que @ percepedo delirante, s6 faltando o estimulo extern. Ex.: A moga esti lendo a biblia e se sente como a propria Virgem Maria, sentindo toda a histéria como vivéncia prépria, com Joda vivacidade e realidade da referenciada no sujeito, Ex: O individuo esté andando e conelui que a Estrela Dialva. 3. REPRESENTACAO DELIRANTE OU PERCEPGAO DELIRANTE MNESTICA individuo atribui um cariter anormal 4 uma lembranga Ex.: 0 individuo se lembra que quando era erianga, o rei Luiz XLV, da Franga, 0 tomou no colo. ‘IPOS DE DELIRIOS 1. DELIRIO DE PERSEGUICAO: O que caracteriza este tipo de delirio € o fato do individuo atribuir a situag6es externas uma sistemética vigilineia © termo vigilancia ¢ 0 que define o delirio de perseguigao, Ex.: Clinicamente: Esquizofrenia parandide, psicoses toxicas. Obs: 0 delirio de prejuizo é uma forma atenuada do delirio de perseguigao. Ex: O individuo pensa que outros sto hostis a ele, zombam ou Ihe menosprezam. Obs: O delirio de reinvidicagio (querelante) seria um subtipo do delirio de perseguigio. 0 individuo acredita see vitima de terriveis injustigas ou diseriminagdes e envolve-se em disputas legais ¢ querelas. Ex: Transtornos delirantes DELIRIO DE RELACAO: O individuo atribui a todos os fendmenos que ocorrem na realidade ‘uma relagfo de juizo errado. Interpretagiio deformada, sistematica das coisas que ocorrem na realidade. Ex: Clinicamente: Parandia, Esquizofrenia Parandide. 3. DELIRIO DE INFLUENCIA: 0 individuo se sente manipulado fisicamente por coisas extemas Ex: O individuo se sene vitima de influtncias telepéticas. ide Radiagbes, choques elericos aplicados por aparelhos. ‘Acredita que uma forga ou alguém exerce controle sobre sua mente ou sobre seu corpo. Aficma que um pensamento foi colocado em sua mentee gue ele nao the pertence. Eles se julgam médiuns sofredores, atuados por espiritos. 4, DELIRO DE GRANDEZA: O individuo tem posses e pode realizar ume série de proezas, Ele se diz dono de muitos bens; de grandes fortunas, se diz exercendo altos postos nd exéreito: que possui mithées de rmutheres farmosas e belissimas, em todas as partes do mundo; que se semte poderoso e dono de habilidades e poderes especisis, ec. 5. DELIRIO DE CIUME: O individuo se sente-enganado ou que tentam engand-to, desconfia do vizinho, do amigo, etc. Em relagdo a sua companheira, mantém a partir dai vigilincia continua sobre ela AAs reagdes sto geralmente de natureza violenta; ele agride, briga e chews até a0 homicidio, Postura homicida, agressiva. Processo inconsciente, confitivo. Ex: Transtomo delirante, esquizofrenia parandide, alcootismo 6. DELIRIO EROTOMANIACO: O individuo cré ser amado por outra pessoa. Ex: Transtorno delirante 7. DELIRIO NIILISTA OU DE NEGAGAO OU DE NEGAGAO DOS ORGAOS OU DELIRIO HIPOCONDRIACO: Hi uma negagio dos ratios interns do corpo. O individuo acredita que seus 6rgios interes esto apodrecendo ou que pararam de funcionar. Diz que jf est ‘morto ou que nao tem cabega, estimago, olhos, etc., ou que o mundo acabou, Diz-que tem uma doenca grave, incurdvel como cdncer, tumor cerebral, AIDS. Clinicamente: Depresslo, esquizofrenia. 8, DELIRIO DE RUINA OU MISERIA: Clini mente: deméncia, depresstio 9. DELIRIO DE CULPA OU DE AUTO-ACUSACAO: 0 paciente pensa ter cometido delitos, pecados no passado e que merece puniglo ‘TIPOS DE PENSAMENTOS ESOUIZOFRENICOS 1. DESAGREGACAO DO PENSAMENTO: Peta da capacidade de estabelecerrelagdes concetuais. O pensamento resulta dissociado, anarquico, estranho, destituido de logica c ruitas vezes totalmente incompreensivel. Os sistemas de relagées conceituais se destroem porque as suas partes integrantes adquirem novas relagoes,ficando totalmente modificadas. ‘Muitas vezes 0 paciente compreende a pergunta, mas as respostas saem alteradas, misturadas, A desagregagio é a Hlogicidade do pensamento, porque os 3\4 conceitos estdo distantes das palavras que os expressam e estas de seu significado (desintegracao dos conceitos) levam a quebra dos sistemas de construgao de frases. A desagregagio do pensamento pode ocorrer em numerosos sgraus de intensidade ¢, embora seja um sintorna esquizo‘ré- co pode aparecer também nas psicoses téxicas. OBS: Nas idéias delirantes verdadeiras. x falsificago reside no conteddo, 0 pensamento formal fica intacto. Os distiirbios formais do pensamento levam a-representaghes falsas, associagdes confusas, @ opinides embaragadas que, como tais, ndo apresentam o cardter de idéias delirantes. 2. NEOLOGISMO OU CONDENSAGAO DE CONCEITO: Quando duas ou mais silabas ou palavras se juntem, formando uma palavra totalmente absurda. 3. ROUBO DO PENSAMENTO: O paciente tema sensagio de que suas idgias esto sendo roubadas. 4. PUBLICACAO OU DIVULGACAO DO PENSAMENTO: Todos conhecem o seu pensamento. 5. INTERCEPTACAO DO PENSAMENTO OU BLOQUEIO OU SUSPENSAO DO PENSAMENTO: © pensamento momentaneamente é bloqueado, interrompido abruptamente. E comum que o paciente refira que 0 sew pensamento de desvancceu ou fi interrompido. ‘como se encontrasse um obstaculo intransponivel. 1, FUGA DE IDELAS OU TAQUIFRENI Caracteriza-se por uma aceleragio do curso do. pensamento, variagao sistematica de tema e uma inconcluséo do pensamento. Hi uma perda de direedo do pensamento. £ 0 pensamento tipico da mania {uma das formas bipolares do tanstomo do humor) O maniaco esté euférico, diz coisas € nio conclui nada, nao se entende nada. Quando ainda se compreen- de um pouco pouco diz-se fuga de idgias ordenadas. Quando no se compzeende nada diz-se fuga de idéias desordenadas. 2AINIBIGAO DO PENSAMENTO OU BRADIFRENIA: Caracterizase por uma lentifieagio do curso do pensamento ¢ uma diminuigao do niimero de temas ¢ idéias verbalizadas pelo suit. O individuo fala pouco, tem imensa dificuldade de pensar e frequentemente queixa-se disso, Ex: Estados depressivos quadro com lesio cerebral (epilepsia, processos demenciais, toxicomanias, etc.). 3.PENSAMENTO PROLIXO OU PROLIXIDADE: Introdugdio no relato de grande nimero de detalhes. O individuo apesar de ter diticuldade de sintese, apesar de dar muitas voltas, ‘consegue coneluir 0 seu relato. Consiste na incapacidade de selecionar as representagdes essenciais das acessorias. 4. PERSEVERACAO DO PENSAMENTO: £ a aderéncia do sujeito a um iinico tema. Ele pode falar sobre outras coisas, mas sempre retoma aquele

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