Os antigos pitagóricos acreditavam que a visão se devia exclusivamente a algo que
saía dos nossos olhos, ou seja, a luz estava em nós. Hoje já não se discute mais, como nos séculos XVII e XVIII, se a luz é formada por feixes de minúsculas partículas ou se é uma propagação ondulatória. A luz não é onde nem partícula. Ela se constitui de fótons, partículas cujo comportamento tem natureza ondulatória. Apesar de ser uma visão muito simplificada da compreensão atual que a física tem da natureza da luz, basta saber que grande parte dos fenômenos luminosos podem ser estudados admitindo-se que a luz seja uma propagação ondulatória com todas as propriedades características desse fenômeno. A origem da luz é de certa forma, semelhante à origem do som. Enquanto o som é produzido a partir de oscilações mecânicas, pode-se dizer que a luz se origina de oscilações eletromagnéticas ou da oscilação de cargas elétricas. Outra semelhança seria que, assim como nossos ouvidos só conseguem detectar uma pequena faixa do espectro das ondas sonoras (20HZ – 20khz), o que nossos olhos detectam como luz, é apenas uma estreita faixa do espectro das ondas eletromagnéticas. Em física, a única diferença entre todas as formas de radiação do espectro eletromagnético é o valor da freqüência (ou do comprimento de onda, já que c = ë. f). Ondas de rádio, microondas, calor ou radiações infravermelhas, luz, radiações ultravioletas e raios X são radiações eletromagnéticas fisicamente idênticas. O valor da freqüência, única diferença entre elas, se deve à fonte que as originou: quanto maior a energia, maior a freqüência e mais próximo do interior do átomo está sua origem. As freqüências mais baixas provêm da oscilação de elétrons em fios condutores. É o caso das radiações emitidas por condutores percorridos por corrente alternada, geralmente com freqüência de 60Hz. São elas que produzem um ronco característico quando o rádio do carro, sintonizado em alguma estação em AM, passa sob ou perto dos fios das redes de alta tensão. No intervalo de 104 a 1010 Hz, as fontes são circuitos oscilantes ou transmissores de estações de rádio e televisão. De 1010 a 1012 Hz estão às microondas, geradas por válvulas eletrônicas especiais. De 1011 a 4.1014 Hz estão às radiações de calor, ou infravermelhas, geradas pela vibração ou oscilação dos elétrons exteriores a átomos e moléculas. No curto intervalo de 4.1014 a 8.1014 Hz, correspondente à luz visível até a freqüência de 1017 Hz, onde estão compreendidas as radiações ultravioletas, as fontes são oscilações ou transições dos elétrons entre as camadas mais externas dos átomos. Fontes de Luz Numa primeira abordagem, mais superficial, pode-se dizer que a reflexão é a causa mais comum da emissão de luz (a grande maioria dos corpos que vemos reflete a luz que recebe) são corpos iluminados. Mas há muitas outras causas: por exemplo, qualquer corpo aquecido a partir de certa temperatura torna-se luminoso. A termodinâmica diz que qualquer corpo, a qualquer temperatura, emite radiação eletromagnética. O corpo humano, por exemplo, emite radiação infravermelha suficiente para ser detectada por equipamentos apropriados (binóculos, câmaras fotográficas e de vídeo que permitem “ver” no escuro). Em outras palavras, se nossa retina fosse sensível à radiação infravermelha, como esses aparelhos especiais, o corpo humano seria considerado luminoso e não iluminado! Se as dimensões da fonte luminosa forem desprezíveis, isto é, se puder ser representada por um ponto, a fonte é considerada pontual. Se isso não for possível, a fonte é extensa. Esse conceito é relativo, a mesma fonte pode ser considerada extensa ou pontual, dependendo das dimensões envolvidas na situação