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Calesto Expin Cio Conti era ‘Alte Bos Antonin Cando ‘upto Mas Desi Argue J Fora Seackind Gia de Malo Sou Robens Schwa Theodor W. Adorno NOTAS DE LITERATURA I Oren dei al ‘ol Taken Teast eaproeiio dng de Ameie A) Una THD Duss Cisaes editoralll34 Palestra sobre lirica e sociedade (© anincio de uma palestra sobre Iticae sciedade deve provecat, em muitos dos senbores, urn certo desconforto, Fsta- To esperando uma destsconsderagies sociotigcas que podem ser alinhavadss a bel-prazer sobre qualquer objet, assim como Ji cinglienta anos s¢inventavam psicologias e, hd rine, feno- rmenologias de todas a cosas imaginveis.Além disso, ficarto desconfiados de que 0 exame das condigoes sob as quas deter- rminadas confguragSes[Gebilde] foram criada erecebidas quer se inwometer no lugar da expergncia deas mesma de qu si- bordinages relagles denaro de ldo a perepcio da verdade ou inverdade do préprio objeto. Os senhoreslevantardo asus pita de que um intelectual pode acebar se tornando culpado {aquilo que Hegel eprovava no “inteleto formal” ou seja por ter uma pespectiva gerl do todo, fea acima da exstnciasin- gular de que fl, ino 6 simplemente no vé-a, apenas etiquets- 1a, © que incomoda em um procedimento como est sr espe- ente sensivel, para 0s shores, no.caso da lirica. Afial, teaa-se de manusearo que hé de mas delicado, de mais fg sproximando-ojustamente daquelaengrenagem, de cujo con- tatoo ideal da rica, pelo menes no sentido craiciol, sempre protendeu se resquarde Uma efer de expressio gue tem sa tee de norte esnciaprecsamente em nfo reconhecer o poder da socializa- G80, ou em superéle pelo patho da diseincia, como no caso de Baudelaire ou de Nietasche, deve see arrogantemente tansfor~ mada, por ese tipo de consideragio, no contritio do modo co- ‘ma eoneebea si mesma. Quem seria apaz de ilar de Iitica es0- ciedade, perguntario, senfo alguém totalmente desamparado pelas muss? ‘Obviamence, esa suspeita 56 pode ser enfrentada quando ‘composigies lias no so abusivamente comadas como obje- tos de demonstragio de tess scioldgicas, mas sim quando sua referéncia ao social revela neas proprias algo de esencial, algo do fundamento de sua qualidade. A referencia 2 social nso deve levar para fora da obra de arte, mas sim levar mais fundo para dentro dela, E isso 0 que se deve espera, e até a mais simples reflexdo caminha nese sentido, Poiso teor [Gehl] de um poe- rma ndo é4 mera expressio de emogéese experigociasindividuais. Palo contrtio, estas 6 se tornam artisticas quando, justamente ‘em vireude da especifcagio que adquirem a0 ganhar forma es série, conquistam sua particpago no universal. Naa que auilo {que 0 poema lrico exprime tenha de ser imediatamenteaquilo ‘que todos vivenciam. Sua universalidade nao é uma volonté de sows, io €a de mera comunicagio daguilo que 0s outros sim- plesmente no sio eapezes de comunicar. Ao conttitio, 0 mer- sgutho no individuade eleva o poemaltico 20 universal por tor- nar manifesto algo de nlo dstorcido, de nfo capeado, de ainda no subsumido, anunciando desse modo, por ancecipacio, algo dem estado em que nenhum universal ruim, ou sa, no fun do algo particular, acorrente o outro, 0 universal hurmano. A compasigi lirica tem esperanca de extrac, da mais irestrica individuago, o universal. rsco peculiar assumido pela liica cntretano, é que seu principio de individuagio nfo garante nun- «ca quealgo necessrioeauttntio venha a ser produrido. Fla nto Pesta sobre tem 9 poder de evitar por completo o risco de permanecer na contiogéncia de uma exsténcia meramente isola, Essa universadede do tor lirco, ontudo,¢esencialmen- ts soil. 6 entende aquilo que © poema diz quem escuta, em sua soliddo, a vor da humanidades mais ainda, a propria solidao dla palavea lirica épré-ragada pela sociedade individualist: e,em ‘lsima ands, atomistic, asim como, inversamente, sa capa- cidade de ctiar vinculos universais [algemeine Verbindlichkeit vive da densidade de sua individuagio, Por isso mesmo, pen- sa sobre a obra de ate estéautorizado ¢ comprometido a per- ‘antar concretamente pelo teor socal a nfo se satisfazer com 0 ‘ago sentimento de algo universal e abrangente. Esse tipo de determinasio pelo pensamento nto € uma reflexio externa © alheia arte, mas ances uma exigéncia de qualquer configuracto lingitstica. O material proprio desaconfigutesio, 0: conceitos, ‘nfo se esgota na mera ineuigio, Para poderem ser cteicamente ineuidos, os conceitos sempre querem ser também pensador, © © pensamento, uma vez posto em jogo pelo poema, nio pode zmais, a seu comando, ser sustado sse pensamento, porém a interpretgio socal daiia,co- ‘mo als de rodas as obras de arte, no pode portntoterem mira, ‘ern mediagzo, a assim chamada posigo socal ou a insergfo so- ial dos interests das obra ou até de seus autores. Tem de estae beecer, em vez dito, como 0 td de uma sociedad, romada «como unidade em si mesma contraditéria, aparece na obra de atte; mostrar em que obrade are the obedece eem que aulta- psa. O procedimento rem de se, conforme a linguagem da filo sofia, manente. Conceits sociais nfo deve ser trazides de fora $s comporges rcs, mas sim devem surgi da rigorosincigio elas mesmas, Aquelafiase das Mitcimas ¢ reflesér de Goethe, que diz que 0 que nio entendes tu também nfo possus, nfo vale somente para o relacionamento estético com obras de art, vale Notas tartore ‘ambsém paraateoraestécca: nada que no esteja nas obra em sua forma especfica, legitima a decisio quanto aquilo que seu tor, que foi poeticamente condensido, representa em termos Soria: Deteeminé-totequer, sem cvida, no s6o saber da obra dearte por dentro, como também o da sciedade fora dela. Mas esse saber s6 cia vinculos quando se redescobre no puro aban ddonar-se& peépria coisa, Recomenda-seviglanci sobretudo, Perante o conesto de idcologia, hoje debulhado até o limite do suportvel, Pos ideologia¢inverdade,falsaconsciénci, ment *2. Ela se manifesca no malogro das obras de arte, no que eras tm de falso em si mesinas, que deve ser apontado pela eiica Mas dizer de grandes obras de arte, que ém sua eséncia no po- der de configurasio e apenas por isso so capazes de uma tecon- «liao tendencial das concradicbesfundamencais da existéncia real que eas 80 ideologia, nfo ¢simplesmence fazer injutia 40 Priprio teor de verdade desss obras também falseatoconceito dle ideologia. Este no afirma que todo o espirito serve apenas para que alguns homens eventualmente escamoteiem events nerewes particulars, fiendo-os passa por universis, mas sim «quer desmascarar 0 espitito determinado a ser flsoe. a0 mes- ‘0 tempo, apreendé-lo conceitualmente em sua necesidade, (bras de are, enteeanto,tém sua grandera unicamente em de sare falar aquilo que a ideologia esconde. Seu préprio éxito, «er elas quem ou nd, pasa além da fila conscignca Permiraay-me que tome como ponto de partida a peépria tlscanfianga dos senhoes, que sere a litica como algo oposto 3 soxiede, come algo absolutamente individual. A aletvidade deques a objetividade me fz questo de que isso permanega asi ‘express Hires, desyencithada da peso 2 fnnapron de un vila que a ive da ence sue, la pes Howl, essa sigan ia leita hi, ae anes amoronservgio alta. Con pois palaves vii Palostea em mesma soca. Implicao presto contra mma scuagio so- ‘ial que todo individuo experimenca como host, alienada, fa opresiva, uma situagéo que se imprime em negativo na conf. ‘gurago lirica: quanco mais essa siuagio pesa sobre ela, mais ins Alexivelmente a configurag resiste,nlo se curvando a nada de hterdnomo ¢ consticuindo-eintiramente segundo suas pod. bras leis, Seu disanciamento da mera exstencia vorna-sea medi dado que hd nesa de filo ede ru, Em protesto conta ela, 6 Poema enuncia 0 sonbo de um mundo em que esa stuagiosevia ferent. A iiossinersia do espritoIico contra a prepoténcia das coisas ¢ uma forma de reago a coisificagéo do mundo, 3 dominagia das mercadorias sobre os homens, que se propagou desde 0 infcio da Era Moderna e que, desde a Revolugao Indus. tal, desdabrou-se em forga dominante da vida. Mesmo o culto 8 coisa [Dinghul), pretendido por Rilke, jé percence 20 cisco encanrado de tl idiossncraia, como uma tentativa de assimi_ dare resolver na expresso subjetivamente pura a cosas aliena, das, credtando metafsicamente em favor dela esa sua ales ‘fo, A fraquezaestética dese culto 3 cosa, seu gestoafetadamnen. ‘© mistrioso e sua mistura de eligi eactesanato, denuncis 0 mesmo tempo o real poder da cnisificacdo, que nao se deixa mais dare por nenbunsa aura lirica, nem se resgaar pel sentido, ‘Quando se diz que o conceit de Iles, para nés algo ime- dito © até cero ponto uma segunds natura, tem um cerser completamente moderno, apenas se est expritmindo de man 1 diferente essa pereepeo da essencia socal da iia, De modo anslogo, a pincura de paisagens sua idéia de “natuseza” sf x0 desenvolveram auronomamente na Idade Moderna. Sei que tou exagerando ao dizer isso, e que os senhores padeiam rere ‘ar com maites conten-exemplos, © mais incisvn seria Sul, Nig fala Iriea chines jgpomess on date, pois nin eeu ont seat rial © mio a sispeita le ea ela Espanta dda por um mecanismo adaptativo que torna completamente im- posse o entendimento adequado. Mas as manifestagbes mais antiga do espttalrico, no sentido espeifi que nos & fami- liar, s6reluzem esporadicamente, assim como certs fundos da pinrura antiga s vere antecipam,caregados de presigio, aida da pintra de pasagens. Elas nfo estabelecem a forma. Aqueles grandes potas do passado remoto que so clasificados pelos

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