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Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Seja bem-vindo (a) a@ AULA DEMONSTRATIVA de Direito Administrativo (teoria e exercicios) do PACOTE preparatério para o concurso de Técnico de Controle Externo do TCU, cujo edital pode ser publicado a qualquer momento. Como tem sido amplamente divulgado pela midia especializada, o Presidente do Tribunal de Contas da Unido autorizou, através de publicagdo no DOU de 07/07/2014, a realizag&o de concurs publico para provimento 30 (trinta) vagas imediatas para o érgdo, dentre as quais 18 (dezoito) séo para o cargo de Técnico de Controle Externo. E vocé? Vai continuar aguardando a publicacao do edital para iniciar os seus estudos? Nao faga isso, pois certamente é uma péssima opcao! Em razdo dos varios certames realizados recentemente para a area fiscal, muitos candidates que nao foram aprovados permanecem firmes no propésito de conseguir uma vaga, portanto, n&o deixaram de lado o estudo direcionado e focado. Assim, caso vocé opte por iniciar os estudos somente apés a divulgacao do edital, nao teré as mesmas chances de seus concorrentes. Como 0 CESPE certamente sera o responsdvel pela publicagao do edital, nada mais prudente do que conhecer a fundo a forma de abordagem da banca em relag&o aos principais tépicos do Direito Administrativo, o Ihe proporcionaré @ prerrogativa de fazer uma excelente prova, assegurando todos esses preciosos pontos! Em razéo de ainda nao ter sido publicado o edital, optamos por utilizar como parametro de contetdo o Ultimo certame, realizado no ano de 2012. Todavia, informo que foram acrescentados alguns tépicos extras, com grande probabilidade de cobranca na préxima prova, a exemplo do item sobre “Poderes Administrativos e Deveres do Administrador Piblico”. Est@, (por! Sinal, 6/6) temal|/da|/presente| aula demonstrativa. Lembre-se de que se o edital for publicado durante o andamento do curso todas as adaptacdes necessérias serdo realizadas a fim de estudarmos 100% do contetido de Direito Administrativo! www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 1 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one A propésito, muito prazer, meu nome é Fabiano Pereira e atualmente exerco as funcées de Analista Judicidrio no Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Minas Gerais. Paralelamente as atribuigées desse cargo publico, também ministro aulas em universidades e cursos preparatérios para concursos ptiblicos em varias cidades brasileiras. Nesses ultimos anos, tive a oportunidade de sentir “na pele” a deliciosa sensagéio de ser nomeado em razéo da aprovacdo em varios concursos publicos. Entretanto, sou obrigado a confessar que a minha realizacdo profissional esta intimamente atrelada a docéncia. Assim, tenho procurado reservar um tempinho para uma de minhas grandes paixdes: escrever para candidatos a concursos piiblicos. Até o momento, foram publicados pela Editora Método os seguintes livros: 1. Direito Administrativo - Questées comentadas do CESPE; 2, Direito Administrativo - Questées comentadas da ESAF; 3. Direito Administrativo - Questées comentadas da FCC. Esses livros possuem uma linguagem acessivel, objetiva e direta, abordando 0 posicionamento do Superior Tribunal de Justica e do Supremo Tribunal Federal em relacio aos temas mais importantes do Direito Administrativo. Vale & pena conferir! Bem, como vocé nao tem tempo a perder, apresento abaixo o cronograma do curso para que vocé possa ser programar e realizar um estudo eficiente, pautado essencialmente no seu objetivo: ery Contetido Programatico Pere Poderes Administrativos. Deveres dos administradores . 00 puiblicos. Disponivel 1 Organizacao administrativa da Unigo. 1.1 Administracao direta e indireta. 1.2 Autarquias, fundagdes piiblicas. 1.3 Empresas publicas. 1.4 Sociedades de economia mista. 1.5 Entidades paraestatais. on 24/07 2 Lei n® 9,784/1999. 3 Processo administrative. 3.1, Principios. 3.2 Direitos e deveres dos administrados. 3.3 Instauracao, formalizacio e instrugdo. 3.4 Recursos. 3.5 Invalidag&o, revogacao e convalidacéo de atos. 3.6 Prazos e sancées administrativas. 4 Atos administrativos, 4.1 Conceito, requisitos, elementos, pressupostos e classificago. 4.2 Vinculagao e discricionariedade. 4.3 Revogacao e invalidacao. 02 31/07 www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 2 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one 5 Lei n? 8.666/1993 e Lei n° 10.520/2002. 6 Licitacao. 6.1 Conceito, finalidades, principios e objeto; obrigatoriedade, 03 dispensa, inexigibilidade e vedacdo, 6.2 Modalidades. 6.3 07/08 Procedimento, revogacao e anulacao. 6.4 Sancées. 6.5 Normas gerais de licitagao. 7 Contratos administrativos. 7.1 Conceito, peculiaridades e 04 interpretag&o. 7.2 Formalizagdo. 7.3 Execugao. 7.4 14/08 Inexecugao, revisdo e resciséo. 8 Lei n® 8,.112/1990. 9 Agentes publicos. 9.1 Servidores ptiblicos. 9.2 Organizagao do servico ptiblico. 9.3 Normas constitucionais concernentes aos servidores ptiblicos. 9.4 05 Direitos e deveres dos servidores ptiblicos. 9.5 21/08 Responsabilidades dos servidores ptiblicos. 9.6 Processo administrativo disciplinar, sindicancia ¢ inquérito. 10 Lei n® 42.527/2011. 10.1 Disposicdes gerais. 10.2 Acesso a informagées e sua divulgacao. 10.3 Restrigoes de acesso informago. 10.4 Responsabilidades. 11 Lei n? 12.618/2012. 11.1 Regime de previdéncia complementar. 06 28/08 Use € abuse do nosso forum de duvidas, enviando-nos todos os questionamentos que surgirem durante os seus estudos. Lembre-se de que o objetivo deste curso € garantir que vocé consiga uma excelente produtividade na prova! Se vocé possui alguma dificuldade nessa discipline, eis a grande oportunidade de superd-la de uma vez por todas, facilitando, assim, a sua gratificante jornada rumo ao cargo de Técnico de Controle Externo! Caso vocé ainda tenha alguma diivida sobre a organizacéo ou funcionamento das aulas de Direito Administrativo, fique 4 vontade para esclarecé-las através do e-mail fabianopereira@pontodosconcursos,com.br. Até a préxima aula! Fabiano Pereira fabianopereira@pontodosconcursos.com.br Ps.: também estou & sua disposicg&o no FACEBOOK, é sé clicar no link www. fabia 2. r www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 3 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one 1. Consideragées iniciais, 05 1.1. Deveres impostos aos agentes publicos 06 1,2. Omissao especifica e omissdo genérica . 07 1.3. Abuso de poder os 2. Poder vinculado a 3. Poder discricionario 13 4, Poder hierarquico .. 16 4.1. Prerrogativas decorrentes da hierarq| 18 4.1.1, Poder de ordenar .. 18 4.1.2. Poder de fiscalizagao 18 4.1.3. Poder de delegar e avocar competéncias .. 19 4.1.4. Poder de dirimir controvérsias de competéncia 19 5. Poder disciplinar . 20 6. Poder regulamentar ou normativo 24 7. Poder de policia 29 7.1, Policia Administrativa, judicidria e de manutencao da ordem publica 7.2. Conceito .. 34 7.2.1. Poder de policia em sentido amplo e sentido estrito 31 7.3. Caracteristicas e limites .. 32 7.3.1. Poder de policia preventivo e repressivo .. 33 7.3.2. Limites ao exercicio do poder de policia 34 7.3.3. Meios de atuacao do poder de policia . 34 7.4. Competéncia e possibilidade de delegacao . 35 7.5. Atributos . 36 7.6. Prescricéo da pretensdo punitiva 38 7.7. Ciclo de policia 39 8, Revisdo de véspera de prova - “RVP”. 41 9. Questdes comentadas (CESPE) 44 www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 4 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one eR eee irl 1. Consideragées inic is A expressdio “poderes” pode ser utilizada em varios sentidos diferentes no Direito, sendo mais comum a sua utilizacéo para designar as fungées estatais bésicas, ou seja, o Poder Executivo, o Poder Legislative e o Poder Judiciério. Entretanto, 0 vocabulo “poderes” também é utilizado para designar as prerrogativas asseguradas aos agentes publicos com 0 objetivo de se garantir a satisfagao dos interesses coletivos, fim Ultimo do Estado. © Professor José dos Santos Carvalho Filho conceitua os poderes administrativos como “o conjunto de prerrogativas de Direito Publico que a ordem juridica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que 0 Estado alcance seus fins”. Essas prerrogativas decorrem do denominado regime juridico- administrative, assegurando aos agentes publicos uma posigio de superioridade nas relacées juridicas com os particulares, condigo necessaria para que possam ser superados os obstaculos encontrados no exercicio das atividades finalisticas exercidas pela Administracao. Os poderes assegurados aos agentes pliblicos nao podem ser considerados “privilégios”, mas, sim, deveres. N&o devem ser encarados como mera faculdade, mas, sim, como uma “obrigagao legal” de atuaco sempre que o interesse coletivo exigir. © interesse pliblico € indisponivel ¢, caso seja necessdrio que o administrador se valha de tais poderes para cumprir a sua fung&o, deveré exercé-los, haja vista que os poderes administrativos constituem verdadeiros poderes-deveres e no uma mera faculdade. E importante ficar atento 4 expressio “poderes-deveres”, pois sio comuns em provas do CESPE questées sobre o tema, vejamos: Para responder as questdes do CESPE: No ambito do direito privado, o poder de agir constitui mera faculdade; no do direito administrative, é uma imposi¢&0, um dever de agir para o agente pliblico (CESPE/Procurador ALCE/2011). Assertiva correta. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 5 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 1.1, Deveres impostos aos agentes publicos O exercicio da fungo publica nfo se restringe a garantia de prerrogativas aos agentes puiblicos. Ao contrério, impée diversos deveres que, caso nao observados, poderao ensejar a responsabilizacdo civil, penal e administrative do agente que se omitir, sendo possivel citar entre eles: 1.1.1. Dever de eficiéncia A emenda constitucional n° 19, promulgada em 04/06/1998, assegurou status constitucional ao principio da eficiéncia. Nesses termos, exige-se que nao sé a atividade finalistica da Administrag&o Publica seja eficiente, mas também todas as atividades e fungdes exercidas pelos agentes puiblicos. Doravante, as expressées “produtividade”, “rendimento profissional”, “perfeigéo”, “celeridade” e “técnica” estéo intimamente relacionadas as atribuigées inerentes aos cargos, empregos e fungdes piblicas exercidas no Ambito da Administrac&o Publica brasileira, sob pena de responsabilizacao nos termos legais. 1.1.2. Dever de prestar contas A obrigatoriedade de prestac&o de contas encontra fundamento no art. 70, paragrafo nico, da Constituigio Federal de 1988, que é expresso ao afirmar que “prestard contas qualquer pessoa fisica ou juridica, publica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores publicos ou pelos quais a Unido responda, ou que, em nome desta, assuma obrigagées de natureza pecuniaria”. 1.1.3. Dever de probidade As condutas praticadas pelos agentes ptiblicos devem sempre se pautar na honestidade, boa-fé e probidade administrativa. Assim, n&o se permite que as fungdes ptiblicas sejam exercidas com o tinico propésito de satisfazer interesses particulares, sob pena de afronta ao art. 37, § 4°, da Constituigo Federal de 1988, que assim dispde: “art. 37, § 4°. Os atos de improbidade administrativa importaréo a suspensdo dos direitos politicos, a perda da fungao publica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erdrio, na forma e gradagao previstas em lei, sem prejuizo da ac&o penal cabivel”. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 6 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one Ao responder as questées de concurso, fique atento a forma de abordagem do tema, pois as bancas podem fazer uma “mistura” entre o dever de probidade ¢ 0 principio da moralidade, a exemplo do que ocorreu na prova para o cargo de Técnico Judiciério do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, aplicada pela Fundacao Carlos Chagas em 2010: (FCC/Técnico Judicidrio - TRE AM/2010) A exigéncia de que o administrador piblico, no desempenho de suas atividades, deve atuar sempre com ética, honestidade e boa-fé, refere-se ao dever de a) eficiéncia. b) moralidade. ©) probidade. d) legalidade. e) discricionariedade Gabarito: Letra “c”. A questo suscitou grande questionamento por parte dos candidatos, principalmente aqueles que erraram a resposta. Todavia, a banca manteve o gabarito preliminar sob 0 fundamento de que a questao estava se referindo & express&o “dever” e ndo a “principio”. Desse modo, se a questo estiver se referindo a um dever imposto ao agente ptiblico, a resposta sera probidade. De outro lado, se a banca estiver se referindo ao principio que impde a observancia da ética, decoro e boa-fé, a resposta sera moralidade. Pergunta: Professor, 0 que acontece quando o agente ptiblico, mesmo sendo obrigado legalmente a agir, no exerce os poderes que Ihe foram outorgados por lei? Bem, nesse caso, 0 agente pubblico estaria praticando uma ilegalidade, pois, se a lei Ihe impée uma conduta comissiva (um fazer), a omissio fatalmente caracterizaré uma afronta a lei 1.2. Omissdo especifica e omissdo genérica Segundo alguns autores, a omisséo de agentes pblicos também pode caracterizar 0 abuso de poder. Entretanto, é necessério distinguir a omissdo genérica da omissao especifica do agente ptblico. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one Na omissao genérica, a inércia do agente ptiblico nie caracteriza uma afronta direta a lei (iegalidade), pois a omiss&o esta relacionada ao momento mais oportuno para a implementacao das politicas publicas, que néo possuem prazo determinado (decidir sobre o melhor momento de construir uma usina hidrelétrica, por exemplo). Incide nesse caso, conforme destaca José dos Santos Carvalho Filho, a denominada reserva do possivel, utilizada para indicar que, por varios motivos, nem todas as metas governamentais podem ser alcancadas, principalmente pela costumeira escassez de recursos financeiros. De outro lado, a omisséo especifica configura violagéo direta ao texto legal, pois a inércia configura desrespeito a uma obrigagéo expressamente prevista em lei (é 0 que ocorre, por exemplo, quando a autoridade administrativa deixa de proferir decis&o no prazo de trinta dias, previsto no art. 49 da Lei 9.784/1999) Caracterizada a omissdo especifica, isto é, a inércia diante de uma determinag&o expressamente prevista em lei, poderé o agente publico ser responsabilizado civil, penal e administrativamente, dependendo do tipo de inércia que Ihe é imputada. “FR catunaproval No concurso piblico para o cargo de Técnico Judicidrio do Tribunal de Justica do Ceard, realizado em 2014, 0 CESPE considerou correto o seguinte enunciado: “Em caso de omisséo do administrador, 0 administrado pode exigir, por via administrativa ou judicial, a pratica do ato imposto pela lei”. 1.3. Abuso de poder Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, 0 abuso de poder “ocorre quando a autoridade, embora competente para agir, ultrapassa os limites de suas atribuicées ou se desvia das finalidades administrativas". © abuso de poder configura-se por uma conduta praticada pelo agente ptiblico em desconformidade com a lei e pode se apresentar sob duas formas diferentes: 12) quando o agente publico ultrapassa os limites da competéncia que Ihe foi outorgada pela lei (excesso de poder); 22) quando 0 agente publico exerce a competéncia nos estritos limites legais, mas para atingir finalidade diferente daquela prevista em lei (desvio de poder ou desvio de finalidade). www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 8 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! No excesso de poder, ocorre a violagao do requisito “competéncia” do ato administrativo, enquanto no desvio de finalidade a violagao restringe-se ao elemento “finalidade". Sendo assim, deve ficar bem claro que a expresso “abuso de poder” corresponde a um g@nero do qual se extraem duas espécies bésicas: excesso de poder ou desvio de finalidade (também denominado de desvio de poder). 1.3.1. Excesso de poder No excesso de poder, o agente publico atua além dos limites legais de sua competéncia, ou, o que é mais grave, atua sem sequer possuir competéncia legal. O ato praticado com excesso de poder é eivado de grave ilegalidade, pois contém vicio em um de seus requisitos essenciais: a competéncia. Exemplo: imagine que a lei “x” considere competente o agente ptiblico para, no exercicio do poder de policia, aplicar multa ao particular entre o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), proporcionalmente a gravidade da infrag&o administrativa cometida. Todavia, imagine agora que o agente ptiblico tenha aplicado uma multa de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) ao particular, pois entendeu que a infracéio cometida era gravissima, sem precedentes. Pergunta: o agente ptiblico agiu dentro dos limites da lei ao aplicar uma multa de R$ 500,000,00 (quinhentos mil reais) ao particular infrator? E claro que no! Estd evidente que 0 agente ptiblico somente poderia ter aplicado multa no valor de até R$ 100.000,00 e, sendo assim, extrapolou os limites da lei ao aplicar multa de valor superior, praticando uma das espécies de abuso de poder: 0 excesso de poder 1.3.2. Desvio de poder ou finalidade Nos termos da alinea "e”, parégrafo Unico, artigo 2°, da Lei n° 4.717/65 (Lei de Ag&o Popular), 0 desvio de poder ou finalidade ocorre quando “o agente pratica 0 ato visando a fim diverso daquele previsto, explicita ou implicitamente, na regra de competéncia” www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 9 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one No desvio de poder ou finalidade, a autoridade atua dentro dos limites da sua competéncia, mas o ato n&o alcanca o interesse puiblico inicialmente desejado pela lei. Trata-se de ato manifestamente contrario a lei, mas que tem a “aparéncia” de ato legal, pois geralmente o vicio nfo é notério, no é evidente. © desvio de poder ocorre tanto em relaco a finalidade em sentido amplo, presente em qualquer ato administrativo e caracterizada pela satisfacéo do interesse coletivo, como em relagdo a finalidade em sentido estrito, que impde um fim especifico para a edic&o do ato. No primeiro caso, em vez de 0 ato ser editado para satisfazer o interesse coletivo, restringe-se a satisfazer o interesse particular do agente publico ou, 0 que é pior, o interesse de terceiros. Exemplo: imaginemos que, apés regular proceso administrativo, uma autoridade publica tenha aplicado a um subordinado a penalidade de suspensao por 20 (vinte) dias em virtude da suposta pratica de infrac&o funcional. Nesse caso, se a penalidade foi aplicada com o objetivo de se garantir a eficiéncia e a disciplina administrativa, significa que interesse coletivo foi alcancado. Entretanto, se a penalidade foi aplicada ao servidor em razéio de vinganga, por ser um desafeto do chefe, ocorreu entéo um desvio de finalidade, pois o ato foi editado para satisfazer 0 sentimento particular de vinganca do chefe e, por isso, deve ser anulado. Além de ser editado para satisfazer interesses particulares, o que o torna manifestamente ilegal, o ato ainda pode ser editado indevidamente com objetivo de satisfazer fim diverso do previsto na lei, também caracterizando desvio de finalidade. Exemplo: Imagine que uma determinada autoridade administrativa, nao mais satisfeita com a desidia, ineficiéncia e falta de produtividade do servidor “X", decida remové-lo “ex officio” (no interesse da Administragao) da cidade de Montes Claros/MG (capital brasileira dos terremotos) para a cidade de Rio Branco/AC com 0 objetivo de puni-lo. Bem, apesar de toda a desidia, ineficiéncia e falta de produtividade do servidor, este ndo poderia ter sido “punido” com a remocéo ex officio para o Estado do Acre. A remogéio nao é uma espécie de penalidade que pode ser aplicada a servidor faltoso, mas, sim, um meio de que dispde a Administracéo para suprir a caréncia de servidores em determinadas localidades. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 10 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one Desse modo, como a remogao foi utilizada com fim diverso (punic&o) daquele para a qual foi criada (suprir a car€ncia de servidores), deveré ser anulada pela propria Administragéo ou pelo Poder Judiciério por caracterizar desvio de finalidade. © caiu na prova! Uma das hipdteses de desvio de poder é aquela em que o agente puiblico utiliza- se do poder discriciondrio para atingir uma finalidade distinta daquela fixada em lei e contréria a0 interesse piiblico, estando o Poder Judicidrio, nesse caso, autorizado a decretar a nulidade do ato administrativo (Auditor do Estado do Espirito Santo/SECONT 2009/CESPE). Assertiva correta. 2. Poder vinculado Poder vinculado (também denominado de poder regrado) é aquele conferido aos agentes piblicos para a edicéo de atos administrativos em estrita conformidade com o texto legal, sendo minima ou inexistente a sua liberdade de atuago ou escolha Para que um ato administrativo seja editado validamente, em conformidade com a lei, é necessdrio que atenda a cinco reauisitos basicos: competéncia, forma, finalidade, motivo e objeto. Quando os cinco requisitos forem apresentados e detalhados na prépria lei, ter-se-4 um ato vinculado, pois o agente pubblico restringir-se-4 ao preenchimento do ato nos termos que foram definidos legalmente. Entretanto, se a lei detalhar apenas os trés primeiros requisitos (que sempre sero vinculados) e deixar os outros dois (motivo e objeto) ao encargo do agente pitblico, para que decida em conformidade com a melhor conveniéncia ¢ oportunidade para o interesse piiblico, entéo o ato seré discriciondrio. % tome nota! Poder vinculado é aquele que a lei confere 4 Administragao Publica para a pratica de ato de sua competéncia, determinando os elementos e requisitos necessérios 4 sua formalizagao. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira a one No poder vinculado, o agente publico no se utiliza dos critérios de conveniéncia e oportunidade, que lhes séo reservados no poder discricionario, pois a prépria lei estabelece “de que forma” o ato deve ser editado, especificando para a autoridade responsdvel pela edicSo do ato a competéncia, a forma, a finalidade, 0 motivo que ensejou a edicgéo e o Qbieto sobre o qual recai o ato. © professor Celso Anténio Bandeira de Mello declara que os atos vinculados s&o “aqueles em que, por existir prévia e objetiva tipificacdo legal do nico comportamento da Administragéo, em face de situacéo igualmente prevista em termos de objetividade absoluta, a Administragao, a0 expedi-los, n&o interfere com apreciacdo subjetiva alguma”. Peraunta: se um servidor puiblico, que acabou de completar 70 anos de idade, comparece ao departamento de recursos humanos do érg&o ou entidade para pleitear a sua aposentadoria compulséria (obrigatéria) poderé a Administragdo posterga-la ou recusar a sua concesséo? E claro que nao! A concesséo da aposentadoria esta inserida no poder vinculado da autoridade competente, ou seja, caso tenham sido cumpridos todos os requisites previstos na lei, a autoridade competente deve limitar-se edigdo do ato, sem emitir juizo de conveniéncia ou valor (a autoridade competente ndo pode, por exemplo, fazer um pedido emocionado para que o servidor continue trabalhando, pois ainda é muito produtivo, etc.). Nesse caso, 0 agente ptiblico deverd limitar-se a verificar se os requisitos previstos na lei foram preenchidos e, caso positivo, estaré obrigado a editar o ato de aposentadoria compulséria. O agente pliblico competente nao possui outra escolha que n&o seja aquela definida expressamente na lei, isto 6, conceder a aposentadoria. Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. E importante destacar que parte da doutrina tem afirmado que o poder vinculado naéo seria um “poder” auténomo, mas simplesmente uma obrigacao imposta diretamente pela lei, 1550 porque nao se outorga ao agente puiblico qualquer prerrogativa (um “poder” propriamente dito), mas simplesmente se exige que a lei seja cumprida. © professor José dos Santos Carvalho Filho, por exemplo, afirma “nao se tratar propriamente de um ‘poder’ outorgado ao administrador; na verdade, através dele nao se Ihe confere qualquer prerrogativa de direito publico. Ao www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 12 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one contrario, a atuagao vinculada reflete uma imposigéo a0 administrador, obrigando-o a conduzir-se rigorosamente em conformidade com os parametros legais. Por conseguinte, esse tipo de atuac&o mais se caracteriza como restrigdo e seu sentido esté bem distante do que sinaliza o verdadeiro poder administrativo”. © caiu na provat (Técnico Superior/IPAJM 2010/CESPE) O poder vinculado encerra prerrogativa do poder ptiblico. Assertiva considerada incorreta pela banca. Parte da doutrina tem afirmado que o poder vinculado néo seria um “poder” auténomo, mas simplesmente uma obrigacio imposta diretamente pela lei. Isso porque no se outorga ao agente pliblico qualquer prerrogativa, mas simplesmente se exige que a lei seja cumprida. Nesses termos, nao ha razées para se falar em um “poder”, algo que coloca o agente puiblico em situacéo de superioridade em relacdo ao particular. 3. Poder discricionario Nas sabias palavras do professor Hely Lopes Meirelles, "“discricionariedade 6 a liberdade de acao administrativa dentro dos limites permitidos em lei”. E aquele no qual a lei reserva ao agente pubblico certa margem de liberdade ou escolha dentre varias solugées possiveis, sempre visando a satisfagéo do interesse puiblico. Trata-se de poder que a prépria lei concede ao agente pilblico, de modo explicito ou implicito, para a ediglo de atos administrativos, autorizando-Ihe @ escolher, entre varias alternativas possiveis, aquela que melhor atende ao interesse coletivo. No ato discricionério, da mesma forma que no ato vinculado, é necessério que 0 agente pliblico, para editar validamente o ato, respeite os requisitos da competéncia, forma, finalidade, motivo e objeto. Entretanto, é necessério que fiquemos atentos a uma diferenca importante que distingue 0 ato vinculado do discricionario No ato vinculado, os cinco requisitos ou elementos do ato administrativo estargo previstos expressamente na lei, que apresentard ao agente puiblico todas as informagées necessérias para a sua edic&o. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 13 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one No ato discriciondrio, a lei somente se limitaré a detalhar a competéncia, a forma e a finalidade, deixando a critério do agente pubblico, que deveré decidir com base na conveniéncia e oportunidade da Administracao, 0s requisitos denominados motivo e objeto. Desse modo, é possivel afirmar que a discricionariedade é parcial e relativa, pois, ao editar um ato administrativo, 0 agente ptblico nunca possuiré liberdade total. A lei sempre apresentard em seu texto a competéncia para a pratica do ato, a forma legal de edité-lo e a finalidade, que sempre ser a satisfagdo do interesse publico No ato discricionario o agente pubblico possui varias possibilidades ou alternatives, sendo-Ihe assegurado optar entre “a” ou “b", entre o “sim” e o “nao” etc. No ato vinculado essas opgées simplesmente nao existem, pois o agente pubblico deve cumprir fielmente o texto da lei, nao possuindo margem para tomar uma decisdo que ele pensa ser melhor para a Administragao, pois a lei j4 decidiu sobre isso. Exemplo: imagine que o servidor “x", depois de 05 (cinco) anos de efetivo exercicio no cargo de Analista Tributario da Receita Federal, decida pleitear, junto & administracéo da Receita Federal, licenca para tratar de interesses particulares (artigo 91 da Lei 8.112/90), pelo prazo de 06 (seis) meses, com 0 objetivo de estudar para o concurso de Auditor-Fiscal (é claro que o servidor ndo revelou que era esse o motivo, pois queria evitar o “olho gordo” e a inveja dos demais colegas, o que poderia “dificultar” o deferimento do pedido). Peraunta: ao analisar 0 pedido de licenga apresentado pelo servidor, a Administracdo estara obrigada a concedé-la? N&o, pois é discriciondria a concessao da licenca para tratar de assuntos particulares. Nesse caso, a Administragéo iré analisar vérios fatores (atual quantidade de servidores em efetivo exercicio, demanda de servico, conseqiléncias da auséncia do servidor etc.) antes de decidir se é conveniente € oportuno deferir 0 pedido do servidor. No exemplo citado, ficou claro que a Administrac&o poderia dizer “sim” ou “no” ao pedido formulado pelo servidor, ou seja, possuia alternativas, mais de uma opgao diante do caso em concreto, 0 que confirma a discricionariedade na anélise do pedido. A conveniéncia estaré presente sempre que 0 ato interessar, satisfazer ou atender ao interesse pliblico. Por outro lado, a oportunidade ocorrerd quando 0 momento da ac&o for o mais adequado a producgo do resultado desejado www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 14 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one A decisdo proferida pela Administrago estard diretamente relacionada ao mérito administrativo, que é composto de dois requisitos inerentes ao ato administrativo: 0 motive (oportunidade), que é 0 pressuposto de fato ou de direito, que possibilita ou determina o ato administrativo; e o objeto (conveniéncia), que é a alterac&o juridica que se pretende introduzir nas situacées e relacdes sujeita a atividade administrativa do Estado. Deve ficar claro que © mérito administrativo corresponde @ érea de atuagéo reservada ao administrador puiblico, que, em virtude das funcdes que Ihe s&o confiadas, é © mais apto e capacitado para tomar as decisées que satisfacam o interesse da coletividade. Atenc&o: cuidado para n&o confundir discricionariedade arbitrariedade. Nas palavras do professor Marcal Justen Filho, a discricionariedade consiste numa autonomia de escolha exercitada sob a égide da Lei e nos limites do Direito. Isso significa que a discricionariedade nae pode traduzir um exercicio prepotente de competéncias e, portanto, no autoriza escolhas ao bel-prazer, por liberalidade ou para satisfacéo de interesses secundarios ou reprovaveis, pois isso caracterizaria arbitrariedade A arbitrariedade ocorreré quando o ato praticado atentar contra a lei, inclusive nos casos em que o agente ptiblico extrapolar os limites da discricionariedade que Ihe foi legalmente outorgada. Peraunta: professor Fabiano, é possivel que o Poder Judiciério exerca controle sobre os atos discricionarios editados pela Administragao? Eis uma pergunta que deve ser respondida com bastante cautela, pois tem sido objeto de varias questdes de concursos. Durante muito tempo, a doutrina defendeu o posicionamento de que o Poder Judiciario n&io poderia adentrar na andlise do mérito administrativo (conveniéncia e oportunidade). Esse posicionamento era defendido, inclusive, pelo professor Hely Lopes Meirelles, ao afirmar que, se essa possibilidade fosse assegurada ao Poder Judicidrio, este “estaria emitindo pronunciamento de administragao e nao de jurisdig&o judicial". Sendo assim, 0 exame do ato discricionario pelo Poder Judicidrio estava restrito somente aos aspectos de legalidade (verificar se todos os requisitos do ato haviam sido respeitados), n&o podendo alcancar a andlise da conveniéncia e oportunidade. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 15 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one Entretanto, a doutrina majoritaria atualmente tem defendido a atuagdo do Poder Judicidrio inclusive em relag&o ao mérito do ato administrativo, desde que para verificar se a conveniéncia e a oportunidade, declaradas pelo administrador, esto em —conformidade com os __principios da proporcionalidade, razoabilidade e moralidade. E importante destacar que o principio da razoabilidade impde & Administrag&o Publica a obrigatoriedade de atuar de modo racional, amparada no bom senso. Deve tomar decisées equilibradas, refletidas e com avaliagéo adequada da relacéo custo-beneficio. Ademais, os atos e as medidas administrativas também devem ser proporcionais aos fins que se objetiva alcancar, sob pena de anulacdo pelo Poder Judiciario. Eis aqui um ponto importante: o Poder Judiciério jamais poderé revoaar um ato editado pela Administragéo, mas somente anuld-lo, quando for ilegal ou contrariar principios gerais do Direito. Somente a prépria Administragéo pode revogar os seus atos, pois essa possibilidade esté relacionada diretamente & conveniéncia e & oportunidade. No julgamento do Agravo Regimental no Recurso Extraordinario 365368-7/SC, o Supremo Tribunal Federal, através de voto proferido pelo Ministro Ricardo Lewandowski (relater do procasse), afirmau que “embora nao caiba 20 Poder Judicirio apreciar 0 mérito dos atos administrativos, o exame de sua discricionariedade & possivel para a verificacso de sua regularidade em relagie a3 causas, 203 ‘motives e a finalidade que os ensejam", evitando-se, assim, eventuais lesdes 30 principio da proporcionalidade 2 da razoabilidade, p.. ique Lembre-se de que 0 Poder Judiciério podera analisar 0 mérito do ato administrativo para verificar se esté em conformidade com os principios da proporcionalidade e razoabilidade, mas jamais poderd analisd-lo, exclusivamente, em relacdo 4 conveniéncia e 4 oportunidade (se a Administracao tomou a melhor decisao, por exemplo, ao construir uma escola em vez de um novo hospital). 4. Poder hierarquico Na organizac&o da Administracéio Publica brasileira, os érgdos e agentes publicos s&o escalonados em estruturas hierarquicas, com poder de comando exercido por aqueles que se situam em posicéo de superioridade, originando, assim, 0 denominado “poder hierérquico” www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 16 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one Segundo Hely Lopes Meirelles, “poder hierarquico é 0 de que dispée o Executivo para distribuir e escalonar as fung6es de seus 6rgaos, ordenar e rever a atuacao de seus agentes, estabelecendo a relagéo de subordinacao entre os servidores do seu quadro de pessoal”, © poder hierérquico é exercido de forma continua e permanente dentro de uma mesma pessoa politica ou administrativa organizada verticalmente. E possivel afirmar que no interior da Unido, Estados, Municfpios e Distrito Federal, ocorrerSo varias relagdes de hierarquia, todas elas s&o fruto da desconcentragao. Da mesma forma, o poder hierérquico também se manifesta no ambito interno das entidades integrantes da Administragdo Indireta (que também podem estruturar-se através da ctiago de érgaos publicos) e, ainda, do Poder Legislativo, Judiciério, Ministério PUblico e Tribunais de Contas. Atencio: apesar de os agentes politicos (juizes, membros do Ministério Puiblico, dos Tribunais de Contas e parlamentares) gozarem de independéncia funcional nos exercicios de suas fung8es tipicas, estéo submetidos a hierarquia funcional no exercicio das at idades administrativas. No momento de decidir sobre a propositura de uma aco penal publica, por exemplo, o Procurador da Reptiblica nao esta obrigado 2 seguir as determinagdes do Procurador-Regional ou Procurador-Geral da Reptiblica, pois goza de independéncia funcional no exercicio de suas fungées tipicas. Todavia, no Ambito administrativo interno, prevalece a relacéio de subordinacéo entre ambos. Desse modo, se um pedido de afastamento para participar de Congresso Juridico a ser realizado no exterior for negado pelo Procurador-Geral da Republica, por exemplo, o Procurador da Republica simplesmente deveré acatar tal decisdo, pois se trata de uma deciséo administrativa (funcéo atipica) e néo relacionada diretamente ao exercicio de suas fungées institucionais. @ caiu na prova A hierarquia é atribuicéo exclusiva do Poder Executivo, que nao existe na esfera do Poder Judiciério e do Poder Legisiativo, pois as fungées atribuidas a esses Ultimos poderes sdo apenas de natureza jurisdicional e legiferante (Técnico Judiciério/TRE MT 2010/CESPE). A banca considerou esta assertiva incorreta. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 7 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one © vinculo de hierarquia é essencial a fim de que se possa garantir um efetivo controle necessdrio ao cumprimento do principio da eficiéncia, mandamento obrigatério assegurado expressamente no texto constitucional. 4.1. Prerrogativas decorrentes da hierarquia 4.1.1. Poder de ordenar A prerrogativa de dar ordens concretas ou abstratas aos seus subordinados materializa-se através da expediclio de atos normativos (portarias, instrugdes, resolugdes, etc.) editados nos termos da lei. Os servidores ptiblicos possuem o dever de acatar e cumprir as ordens emitidas pelos seus superiores hierarquicos, salvo quando manifestamente ilegais, fato que criaré para o servidor a obrigagdo de representar contra essa ilegalidade (conforme mandamentos dos incisos IV XII da Lei 8.112/90). 4.1.2. Poder de fiscalizacio E 0 poder exercido pelo superior, em face de seus subordinados, com o objetivo de garantir a efetividade das ordens emitidas e ainda a prevaléncia do regime juridico-administrativo. Ao exercer 0 poder de fiscalizacéo estabelecido legalmente, o superior hierérquico pode deparar-se com a necessidade de rever atos praticados pelos seus subordinados. A revisdo consiste na prerrogativa que o superior possui de alterar os atos praticados pelo subordinado sempre que eivados de vicios de legalidade, contrérios as diretrizes normativas gerais do érgéo ou, ainda, mostrar-se inconveniente ou inoportuno. 4.1.3. Poder de delegar e avocar competéncias A delegac&o ocorre quando o superior hierérquico transfere ao subordinado atribuicdes que, inicialmente, estavam sob a sua responsabilidade. Por outro lado, a avocag&o ocorre quando o superior “chama para si” uma responsabilidade, néo-exclusiva, inicialmente atribuida a um subordinado, devendo ocorrer somente em situacées de cardter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados. 18 www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one © caiu na prova! Em decorréncia do poder hierérquico, & permitida a avocacao temporaria de competéncia atribuida a drgaio_ hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto, adotar essa pratica em carater excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados (Defensor Publico/DPE BA 2010/CESPE). Assertiva correta. Um aspecto interessante e que tem sido bastante cobrado em provas de concursos é 0 que consta no texto da Lei 9.784/99, mais precisamente em seu artigo 12, ao afirmar que “um drgdo administrativo e seu titular poderdo, se nao houver impedimento legal, delegar parte da sua competéncia a outros Grgdos ou titulares, ainda que estes _ndo the sejam_hierarquicamente Subordinados, quando for conveniente, em raz5o de circunsténcias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial.” Nesse caso, a lei deixou claro que a delegacdo pode ser realizada entre érgdos ou agentes ptiblicos que estejam no mesmo nivel hierarquico, quando for conveniente para o interesse publico, mas n&o pode alcancar qualquer tipo de ato. Ademais, 0 ato de delegacdo especificaré as matérias e poderes transferidos, os limites da atuac&o do delegado, a duracdo e os objetivos da delegagao e o recurso cabivel, podendo ainda conter ressalva de exercicio, pelo delegante, da atribuic&o delegada. E necessdrio ficar bastante atento, pois o artigo 13 da Lei 9.784/99 apresenta um rol de atos insuscetiveis de delegacao: 1°) a edicdo de atos de caréter normative; 24) a deciso de recursos administrativos; 32) as matérias de competéncia exclusiva do érgéo ou autoridade. 4.1.4. Poder de dirimir controvérsias de competéncia E reconhecida ao superior hierarquico a possibilidade de solucionar os conflitos positivos e negativos de competéncia detectados no interior da Administragao. Os conflitos positives se manifestam quando mais de um érgao ou agente declaram-se competentes para a pratica de determinado ato. Por outro lado, nos conflitos negativos os érgéos ou agentes ptiblicos declaram-se incompetentes para decidir ou praticar o ato. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 19 one J to A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, como prerrogativa decorrente da hierarquia, existe a possibilidade de aplicagio de sangées a servidores puiblicos faltosos. Fique muito atento 4s questées sobre esse item, pois a aplicagao de penalidades a servidores esté amparada no poder disciplinar, mas é consequéncia das relagées de subordinag&o existentes no 4mbito da Administragao, isto 6, consequéncia do poder hierarquico (que deu “origem” ao poder disciplinar). Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. Além de tudo 0 que jé foi dito, é necessario esclarecer também que nao existe hierarquia entre a Administragdo Direta e Indireta, mas somente vinculagao. Sendo assim, o Presidente da Reptiblica ou um Ministro de Estado nao pode emitir ordens destinadas ao Presidente de uma autarquia federal, por exemplo. Da mesma forma, néo existe relagdo de hierarquia entre os entes federativos (Unido, Estados, Municipios e DF) no exercicio das fungées tipicas estatais. ATENCAQ: No concurso para Procurador da Fazenda Nacional, realizado em 2007, a ESAF considerou correta a seguinte assertiva (com grande possibilidade de cobranga nos concursos do CESPE!): “os 6rgaos consultivos, embora incluidos na hierarquia administrativa para fins disciplinares, fogem a relacao hierdrquica”. Nesse caso, a banca simplesmente reproduziu o entendimento de Maria Sylvia Zanella di Pietro, que afirma que “pode haver distribuicio de competéncias dentro da organizagéo administrativa, excluindo-se a relacdo hierérquica com relagéo a determinadas atividades. E 0 que acontece, por exemplo, nos érgaos consultivos que, embora incluidos na hierarquia administrativa para fins disciplinares, por exemplo, fogem a relacdo hierérquica no que diz respeito ao exercicio de suas funcées. Trata-se de determinadas atividades que, por sua prépria natureza, séo incompativeis com uma determinacao de comportamento por parte do superior hierérquico". 5. Poder disciplinar © poder disciplinar consiste na prerrogativa assegurada Administragao Publica de apurar infragdes funcionais dos servidores pliblicos e demais pessoas submetidas disciplina administrativa, bem como aplicar penalidades apés 0 respectivo processo administrative, caso seja cabivel e necessério. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 20 one Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, trata-se de "uma supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam & Administracao por relacées de qualquer natureza, subordinando-se 4s normas de funcionamento do servico ou do estabelecimento que passam a integrar definitiva ou transitoriamente". Em raz&o da existéncia de hierarquia administrativa no interior da Administrag&o Publica, é assegurado aos agentes superiores ndo somente o poder de comandar, fiscalizar e rever os atos praticados pelos seus subordinados, mas também a prerrogativa de aplicar penalidades aqueles que nao respeitarem a legislacdo e as normas administrativas vigentes. Todavia, deve ficar claro que a aplicagéo de penalidades a servidores piiblicos NAO decorre do poder hierarquico. A hierarquia realmente existe, sendo responsdvel pelo estabelecimento das funcées de chefia e também seus respectivos subordinados, Entretanto, eventual aplicacao de penalidade a servidor faltoso decorre do exercicio do poder disciplinar! Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. © caiu na provat No concurso piiblico para 0 cargo de Técnico Judiciério do Tribunal de Justica do Ceard, realizado em 2014, 0 CESPE considerou incorreto 0 seguinte enunciado: “No exercicio do poder hierérquico, os agentes superiores tém competéncia, em relagdo aos agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuicdes e ainda aplicar sangées’. Além de ter 0 objetivo de punir o servidor pela pratica de illcito administrativo, a penalidade aplicada com respaldo no poder disciplinar ainda tem a finalidade pedagégica de desincentivar condutas semelhantes que possam ser praticadas posteriormente, pelo préprio ou por outros servidores. Atencio: para que ocorra a aplicagéo de uma penalidade com fundamento no poder disciplinar é necessério que exista um vinculo juridico entre a Administrac&o e aquele que esté sendo punido. Isso acontece, por exemplo, na aplicagéo de uma suspenso a servidor publico (vinculo estatutario), bem como na aplicagéo de uma multa a concessiondrio de servigo puiblico (vinculo contratual). www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 2 one Os particulares que no possuem vinculo com a Administrag3o ndo podem ser punidos com respaldo no poder disciplinar, pois n&o esto submetidos & sua disciplina punitiva. Caso o particular tenha sido alvo de penalidade aplicada pela Administracéo, sem possuir_qualquer_vinculo juridico com a mesma, nao estaremos diante do exercicio do poder disciplinar, mas, provavelmente, do poder de policia. Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. ©. caiu na prova! (CESPE/Técnico Administrative - ANAC/2012) As sangdes impostas pela administrac8o a servidores piiblicos ou a pessoas que se sujeitem 4 disciplina interna da administragdo derivam do poder disciplinar. Diversamente, as sancdes aplicadas a pessoas que nao se sujeitem 4 disciplina interna da administracéo decorrem do poder de policia. Assertiva considerada correta pela banca examinadora. O artigo 127 da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Publicos Federais) estabelece, no ambito federal, as penalidades que podem ser impostas aos servidores faltosos apés a instauracio de processo administrativo: adverténcia, suspensdo, demissdo, cassagéo de aposentadoria ou disponibilidade e destituiggo de cargo em comissdéo ou fungéo Ademais, 0 estatuto dos servidores federais apresenta em seu texto imposi¢des que levam a doutrina a afirmar que o poder disciplinar possui natureza discriciondria na tipificacdo da falta e na escolha e graduacao da penalidade: Art. 128. Na aplicagéo das penalidades sero consideradas a natureza e a gravidade da infragao cometida, os danos que dela provierem para o servico publico, as circunsténcias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. E necessario ficar muito atento para a interpretacéo do Superior Tribunal de Justica em relago ao poder disciplinar. No julgamento do Mandado de Seguranga 12.927/DF, de relatoria do Ministro Felix Fischer, 0 Superior Tribunal decidiu que “ndo ha discricionariedade (juizo de conveniéncia e oportunidade) no ato administrativo que imp6ée sancao disciplinar. O que se faz é dar efetividade a comandos constitucionais e infraconstitucionais (vide o art. 128 da Lei n. 8.112/1990). Essa conclusdo decorre da propria andlise do regime juridico disciplinar, principalmente dos principios da dignidade da pessoa humana, culpabilidade e proporcionalidade que he s8o associados. Essa inexisténcia de discricionariedade tem por consequéncia a constatacao de que 0 controle Jurisdicional, nesses casos, é amplo, nao se restringe aos aspectos meramente formais”. oo Zr pontodosconcursos.com br | Prof. Fabiano Pereira 2 one © professor Celso Anténio Bandeira de Mello afirma que “a discricionariedade existe, por definicéo, nica e téo somente para propiciar em cada caso a escolha da providéncia dtima, isto 6, daquela que realize superiormente o interesse puiblico almejado pela lei aplicanda”. Desse modo, levando-se em consideracéo 0 posicionamento do Superior Tribunal de Justiga, conclui-se que a Administragéo nao —possui discricionariedade na escolha da sangio a ser aplicada, pois a prépria lei a estabelece expressamente. Por outro lado, a discricionariedade existe em relagio a valoragaio da infrag&io praticada, a exemplo do que ocorre na definigio do prazo da penalidade de suspens&o, que pode variar entre 01 (um) 90 (noventa) dias. Bem, perceba que, nesse caso, a lei concedeu a autoridade superior competente a prerrogativa de, discricionariamente, decidir sobre o prazo da penalidade de suspensdo que ser aplicada ao servidor Entretanto, no momento de fixar 0 prazo, o superior devera sempre analisar a natureza e a gravidade da infracdo cometida, os danos que dela provierem para 0 servico publico, as circunstancias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais do servidor faltoso. Além disso, 0 ato de imposicéo da penalidade devera ser sempre motivado, mencionando o fundamento legal e a causa da sancdo disciplinar. Vislumbra-se claramente que, apesar de ser discricionaria a escolha do prazo da penalidade de suspensiio a ser aplicada, a autoridade superior devera sempre respeitar o limite da lei (maximo de 90 dias). Também deve respeitar 0 principio da proporcionalidade, pois devera levar em conta a gravidade da infrag&o no momento de escolher o prazo da penalidade. Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. ©. caiu na prova (CESPE/Técnico Administrative - ANAC/2012) O poder disciplinar se caracteriza por uma limitada discricionariedade quando confere 4 administragao poder de escolha da pena a partir do exame da natureza e gravidade de eventual infragao praticada por servidor piiblico faltoso. Assertiva considerada correta pela banca examinadora. Atencdo: cuidado para n&o confundir as medidas punitivas decorrentes do poder disciplinar com as medidas decorrentes do poder punitive do Estado. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 23 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one © poder punitivo do Estado objetiva a repressdo de crimes e contravencées definidas nas leis penais, sendo exercido pelo Poder Judicidrio. Por outro lado, o poder disciplinar visa resguardar a hierarquia e a eficiéncia administrativa, sendo exercido pela Administragao Publica com a finalidade de combater os ilicitos adm 6. Poder requlamentar ou normativo Em regra, apés a publicagio de uma lei administrativa pelo Poder Legislative, é necessaria a edigéo de um decreto requlamentar (também chamado de requlamento) pelo Chefe do Poder Executivo com 0 objetivo de explicar detalhadamente o seu conteddo, assegurando assim a sua fiel execucéo. O decreto regulamentar encontra amparo no inciso IV, artigo 84, da CF/88, que dispde ser da competéncia do Presidente da Republica “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execugao”. Em raz& do principio da simetria, a competéncia para a edic&o de decretos regulamentares também alcanca os Governadores de Estado, do Distrito Federal e Prefeitos, que poderao regulamentar leis estaduais, distritais e municipais, respectivamente. © professor Didgenes Gasparini afirma que o poder regulamentar consiste "na atribuicao privativa do chefe do Poder Executivo para, mediante decreto, expedir atos normativos, chamados regulamentos, compativeis com a lei e visando desenvolvé-la". Para responder as questdes de prova, deve ficar claro que o decreto regulamentar é um ato administrativo, portanto, encontra-se subordinado ao texto da lei, que estabelecera os seus respectivos limites. No concurso para o cargo de Técnico Judiciério do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul, realizado em 2013, 0 CESPE considerou correta a seguinte assertiva: “o poder regulamentar consiste na possibilidade de o chefe do Poder Executivo editar atos administrativos gerais e abstratos, expedidos para dar fiel execucao da lei”. O decreto regulamentar jamais poderé inovar na ordem juridica, criando direitos e obrigacées para os particulares, pois, nos termos do inciso II, artigo 50, da CF/88, essa é uma prerrogativa reservada a lei. No mesmo sentido, o contetido do decreto regulamentar no pode contrariar os mandamentos legais www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 2a Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one ou disciplinar matéria ainda no disposta em lei (no caso de omissao legislativa, por exemplo), pois, nesse caso, o decreto estaria “substituindo” a lei, o que no se admite (o decreto pode apenas complementar ou explicar o texto legal) Exemplo: para que fique mais claro o ambito de aplicacéo do decreto regulamentar, citemos um exemplo simples, de facil entendimento. No inciso VIII, artigo 37, da CF/88, consta expressamente que “a lei reservard percentual dos cargos e empregos pliblicos para as pessoas portadoras de deficiéncia e definird os critérios de sua admissao". Em respeito ao texto constitucional, o § 2° do artigo 5° da Lei 8.112/90 estabeleceu que “as pessoas portadoras de deficiéncia é assegurado o direito de se inscrever em concurso ptiblico para provimento de cargo cujas atribuigées sejam compativels com a deficiéncia de que s30 portadoras; para tais pessoas sero reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso". Entretanto, apesar de prever expressamente a reserva do percentual de até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso, a lei nao informou quem pode ser considerado portador de deficiéncia e, portanto, concorrer as respectivas vagas. Desse modo, com 0 objetivo de explicar, detalhar e permitir a fiel execugao da referida lei, 0 Presidente da Reptiblica, em 20 de dezembro de 1999, editou o Decreto requlamentar n° 3.298 que, dentre outros assuntos, definiu quem pode ser considerado portador de deficiéncia, nos seguintes termos: Art, 4° E considerada pessoa portadora de deficiéncia a que se enquadra nas seguintes categorias. I - deficiéncia fisica - alteracéo completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando 0 comprometimento da fungao fisica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputagdo ou auséncia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congénita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que no produzam dificuldades para o desempenho de fungées; II - deficiéncia auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequéncias de 500HZ, 1,000HZ, 2.000Hz e 3.000H2; III - deficiéncia visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correcdo éptica; a baixa visdo, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 25 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one melhor correcdo éptica; os casos nos quais a somatéria da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 600; ou a ocorréncia simultanea de quaisquer das condigées anteriores; IV - deficiéncia mental - funcionamento intelectual significativamente inferior 4 média, com manifestagéo antes dos dezoito anos e limitacées associadas a duas ou mais dreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicagao; b) cuidado pessoal; ©) habilidades sociais; d) utilizag3o dos recursos da comunidade; e) satide e seguranca; f) habilidades académicas; g) lazer; e h) trabalho; V - deficiéncia muiltipla — associacao de duas ou mais deficiéncias Perceba que nio foi o decreto regulamentar que criou a obrigatoriedade de se reservar o percentual de até 20% (vinte por cento) das vagas em concursos ptiblicos para os portadores de deficiéncia, mas sim a Lei 8.112/90 decreto regulamentar simplesmente explicou o texto legal, apresentando a definicéo da expressao “portador de deficiéncia”. No julgamento do Recurso Especial n° 993.164/MG, cuja decisdo foi publicada no DJE de 17/12/2010, o Superior Tribunal de Justica decidiu que “a validade das instrucdes normativas (atos normativos secundrios) pressupée a estrita observancia dos limites impostos pelos atos normativos primarios a que se subordinam (leis, tratados, convencées internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciar-se-do de ilegalidade". Alguns doutrinadores afirmam que as expressdes “poder regulamentar” e “poder normativo" possuem © mesmo significado. De outro lado, ha autores que afirmam que a expressio poder normative é mais abrangente que a express&o poder regulamentar. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 26 one Os autores que defendem a segunda corrente, a exemplo de Maria Sylvia Zanella di Pietro, alegam que enquanto o poder normativo pode ser exercido por diversas autoridades administrativas, a exemplo dos Ministros de Estado e dos dirigentes das Agéncias Reguladoras, o poder regulamentar se restringe aos Chefes do Poder Executivo, nos termos do art. 84, IV, da CF/1988. Nesses termos, a edig&o de portarias, resolugdes, instrugdes normativas, deliberagées, entre outros atos administrativos, encontraria fundamento no poder normativo da Administrag&o € no no poder regulamentar, jé que este se resume & edig&io de decretos regulamentares. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, por exemplo, afirma que a edigio de decretos auténomos, pelos Chefes do Poder Executive, é conseqiiéncia do poder normativo. Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. a #; esclarecendo! A expresso “poder normative", segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, é bastante genérica, nao se restringindo aos atos editados pelos chefes do Poder Executivo. Ao editar atos administrativos para regular o setor que esté sob a sua area de fiscalizagao, por exemplo, uma agéncia reguladore exerce o poder normativo, pois esta normatizando determinada atividade do mercado. Por outro lado, o “poder regulamentar” esté inserido dentro do poder normative, sendo uma de suas espécies. Ao editar um decreto regulamentar para explicar o texto legal e garantir a sua fiel execug4o, nos termos do inc. IV do art. 84 da CF/1988, 0 Presidente da Repliblica esta exercendo o poder regulamentar, que é privativo dos chefes do Poder Executive, sendo, portanto, indelegavel. Todavia, como o poder regulamentar esté inserido dentro do poder normativo, também ¢ correto afirmar que esté, simultaneamente, exercendo o poder normativo E necessério ficar atento, pois a qualquer momento vocé pode encontrar em prova uma questo sobre o tema! No concurso publico para o cargo de Juiz Estadual Substituto do Tribunal de Justica do Piaui, realizado em 2007, o CESPE considerou incorreta a seguinte assertiva: "O poder normativo, no dmbito da administragao ptiblica, é privativo do chefe do Poder Executivo” — no para por ai! E importante destacar ainda que nem todas as leis necessitam ser regulamentas para que sejam executadas, mas somente as leis administrativas. As leis penais, civis, trabalhistas, processuais, entre outras, so autoexecutaveis, independentemente de regulamentacdo posterior. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 27 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Atencdo: conforme informei anteriormente, o decreto regulamentar é um ato administrativo, ou seja, ato infralegal, j4 que encontra na lei o seu fundamento de validade. Todavia, além do decreto regulamentar, o Chefe do Executivo ainda pode editar decretos auténomos, que possuem fundamento de validade no préprio texto constitucional, mais precisamente no inciso VI do artigo 84, que assim dispée: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repitblica: [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organizacao e funcionamento da administragao federal, quando n&o implicar aumento de despesa nem criagio ou extingSo de 6rgaos publicos; b) extingdo de fungées ou cargos publicos, quando vagos. Para responder as questées de prova, deve ficar claro que a doutrina majoritaria considera o decreto auténomo um ato normativo primério, isto 6, ato normativo com forga de lei, capaz de inovar na ordem juridica. Apesar de ter sido aceita pela doutrina majoritaria a possibilidade de o Presidente da Reptiblica editar decretos auténomos, tal posicionamento somente se solidificou apés a promulgaggo da emenda constitucional n° 32/01, que deu nova redagao ao inciso VI, artigo 84, da CF/88. Antes da promulgagéo da EC 32/01, os principais doutrinadores brasileiros defendiam a impossibilidade de o Presidente da Republica editar decretos auténomos, ja que 0 inciso VI da CF/88 possuia o seguinte teor: Art. 84, Compete privativamente ao Presidente da Republica: [...] VI - dispor sobre a organizacao e o funcionamento da administracao federal, na forma da lei. Em razdo do principio da simetria, os Governadores de Estado, do Distrito Federal ¢ os Prefeitos também podem editar decretos auténomos, desde que sejam obedecidas as hipéteses taxativas previstas no inciso VI, artigo 84, da CF/88, e exista previséo expressa nas respectivas Constituigdes Estaduais e Leis Organicas. Por ultimo, é importante destacar que, ao contrério do que ocorre no decreto regulamentar (que nao permite delegacéo), 0 Presidente da Reptblica pode delegar a edicio de decretos auténomos aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repiblica ou ao Advogado-Geral da Unido, que observardo os limites tragados nas respectivas delegacdes (CF/1988, art. 84, pardgrafo Unico). www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 28 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one ©, caiu na prova! No concurso publico para Titular do Servico de Notas e Re: Tribunal de Justica do DF, realizado em 2014, o CESPE considerou correto o seguinte enunciado: “Insere-se no 4mbito do poder regulamentar a competéncia privativa, néo passive! de delegacdo, do presidente da Republica para expedir decretos para a fiel execugo das leis”. 7. Poder de policia Dentre todos os poderes estudados até 0 momento, certamente o poder de policia 6 0 mais exigido em provas de concursos publicos, provavelmente pela pluralidade de questées que podem ser elaboradas pelas bancas examinadoras. © poder de policia surgiu com a prépria necessidade atribuida ao Estado de ordenar, controlar, fiscalizar e limitar as atividades desenvolvidas pelos particulares, em beneficio da coletividade. J4 imaginou 0 caos que seria causado se o Estado nao disciplinasse, por exemplo, a utilizag&o e circulag&o de veiculos no Brasil? Bem, seria praticamente impossivel transitar com veiculos se cada particular criasse as suas préprias regras de circulac&o. Foi justamente por isso que se instituiu 0 Cédigo de Transito Brasileiro (Lei 9.503/97), objetivando-se limitar as condutas dos particulares quando estiverem dirigindo, pois, somente assim, € possivel se estabelecer uma harmonia social. Resumidamente falando, deve ficar bem claro que a Administrac&o utiliza se do poder de policia para interferir na esfera privada dos particulares, condicionando 0 exercicio de atividades e direitos, bem como 0 gozo de bens, impedindo assim que um particular possa prejudicar o interesse de todos © caiu na proval Considere que 0 érgao responsével pela fiscalizacdo sanitéria de determinado municipio, 20 inspecionar determinado restaurante, tenha constatado que o estabelecimento no atendia aos requisitos minimos de higiene e seguranca para 0 ptiblico. Considere, ainda, que o agente publico responsavel pela fiscalizacao tenha aplicado multa e interditado o estabelecimento até que as irregularidades www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 29 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one 7.4, Policia Administrativa, judiciéria e de manutengSo da ordem publica Antes de aprofundarmos em nosso estudo, é necessério esclarecer que a expressdo “policia” representa um g@nero, do qual existem trés espécies distintas: a policia administrativa, a policia judiciéria e a policia de manutengio da ordem piblica. A policia administrativa, conforme estudaremos adiante, incide sobre bens, direitos ou atividades (propriedade e liberdade), sendo vinculada & prevencao de ilicitos administrativos ¢ difundindo-se por todos os érgaos administrativos, de todos os Poderes e entidades piiblicas que tenham atribuicées de fiscalizacao Dentre as entidades que exercem o poder de policia administrativa, podemos citar 0 IBAMA (exerce o poder de policia na drea ambiental), a ANVISA (que exercer 0 poder de policia na area de vigilancia sanitaria) ¢ todas aquelas que exercem atividades de fiscalizagao. Quando um servidor da vigilancia sanitéria, por exemplo, apreende em um estabelecimento comercial mercadorias impréprias para o consumo (produtos alimenticios com prazo de validade vencido), esta exercendo o poder de policia. © Estado nao pode permitir que alguns particulares comercializem produtos impréprios para o consumo em seus estabelecimentos, pois essa pratica pode causar graves prejulzos a satide e a vida de outros particulares (a coletividade). Assim, ao servidor é assegurada a prerrogativa (0 poder de policia) de apreender esses produtos e, consequentemente, incineré-los, independentemente de autorizac&o judicial. Por outro lado, @ policia judiciaria incide sobre pessoas, atuando de forma conexa e acesséria ao Poder Judicidrio na apuragdo e investigacéio de infragdes penais. E privativa de corporagées especializadas (que integram a seguranca publica estatal), a exemplo da Policia Civil (com atuacéo em Ambito estadual) e a Policia Federal (com atuagdo em Ambito nacional). A primeira iré atuar de forma conexa e acesséria ao Poder Judicidrio Estadual, enquanto a segunda ira auxiliar 0 Poder Judicidrio Federal. Em regra, a policia judiciéria somente € chamada a atuar quando o ilicito penal jé foi praticado, ficando sob a sua responsabilidade a investigacéo www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 30 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one e possivel identificagéo dos responsdveis, em conformidade com as regras previstas no Cédigo de Processo Penal (perceba que a atuacdo da policia judiciéria nao esté amparada na legislagdo administrativa). Por ultimo, destaca-se que a policia de manutengéo da ordem publica possui atuacgo tipicamente preventiva, agindo de modo a nao permitir que o ilicito penal se configure, fungéio que fica a cargo, por exemplo, das Policias Militares dos Estados. 7.2. Conceito © professor Celso Anténio Bandeira de Mello, com a maestria que Ihe é peculiar, conceitua a policia administrativa como “a atividade da Administragao Publica, expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lel, a liberdade e a propriedade dos individuos, mediante ago ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstengéo (‘non facere’) a fim de conformar-Ihes os comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo" © ordenamento juridico brasileiro, através do artigo 78 do Cédigo Tributario Nacional, apresenta um conceito legal de policia administrativa, nos seguintes termos: “Considera-se poder de policia a atividade da administracdo publica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a pratica de ato ou obtencao de fato, em razo de interesse ptiblico concernente & seguranca, higiene, 3 ordem, aos costumes, a disciplina da produgao e do mercado, no exercicio das atividades econémicas dependentes de concessdo ou autorizacao do poder ptiblico, 4 trangulilidade publica ou o respeito 4 propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”. Para tentar “cercar” as questées de provas, é possivel definir 0 poder de policia como a atividade estatal que tem por objetivo limitar e condicionar o exercicio de direitos e atividades, assim como 0 gozo e uso de bens particulares em prol do interesse da coletividade. Esse é um conceito simples, resumido e de facil assimilacio que pode ser utilizado para responder grande parte das questdes de concursos elaboradas pelas principais bancas examinadoras do pais, inclusive pelo CESPE! 7.2.1, Poder de policia em sentido amplo e sentido estrito www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 31 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one Para responder as questées de prova, é necessdrio destacar que a expressdo “poder de policia" pode ser estudada em sentido amplo e em sentido estrito. Em sentido amplo, o poder de policia alcanca todos os atos editados pela Administragdo e que tenham por objetivo restringir ou condicionar a liberdade e a propriedade dos particulares em prol do interesse coletivo, sejam eles originérios do Poder Executivo (atos administrativos) ou do Poder Legislativo (leis). Em sentido estrito, 2 expressio “poder de policia” é utilizada simplesmente como policia administrativa, restringindo-se aos atos editados pelo Poder Executivo com o objetivo de limitar e condicionar as atividades particulares a fim de que néo possam colocar em risco o interesse da coletividade. Esses atos editados pelo Poder Executivo podem ser gerais € abstratos (a exemplo dos decretos regulamentares) ou concretos ¢ especificos (a exemplo das autorizacées e licencas). Para responder as questées de prova: O poder de policia, conforme preceitua a doutrina majoritaria, abrange atividades do Poder Legislativo e do Poder Executivo, cabendo ao primeiro a edig&o de normas gerais e abstratas, e, ao segundo, as agdes repressivas e preventivas de aplicag&o de tais limitagdes. Apesar de muitos autores nao fazerem referéncia expressa & possibilidade de exercicio do poder de policia pelo Poder Judicidrio, destaca-se que essa hipstese € prevista legalmente (com suas respectivas peculiaridades), a exemplo do que ocorre no Ambito da Justica Eleitoral. O art. 41, § 19, da Lei 9.504/1997, por exemplo, dispSe que “o poder de policia sobre a propaganda eleitoral sera exercido pelos juizes eleitorais e pelos juizes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais". 7.3. Caracteristicas e limites © poder de policia fundamenta-se no principio da supremacia do interesse piblico sobre o interesse privado, objetivando impedir que particulares pratiquem atos nocives ao interesse publico nas dreas de higiene, satide, meio ambiente, seguranca publica, profissdes, transito, entre outras A policia administrativa pode impor ao particular uma obrigacdo de fazer (submeter-se e ser aprovado em exame de habilitacéo para que possa conduzir veiculos automotores, por exemplo), obrigacéo de suportar (submeter-se a fiscalizag&o de extintores de incéndio pelo Corpo de Bombeiros, por exemplo) e obrigacdo de néo fazer (proibicéio de pesca durante o periodo www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 32 one da piracema, por exemplo). Em todos os exemplos citados, 0 objetivo maior é 0 de que o particular se abstenha de praticar acées contrarias ao interesse coletivo Para garantir que o particular iré abster-se de acdes contrarias ao interesse geral da sociedade, o poder de policia poderd ser exercido na forma preventiva ou repressiva. 7.3.1, Poder de policia preventivo e repressivo Podemos entender como poder de policia preventive aquele exercido através da edicio de normas condicionadoras do gozo de bens ou do exercicio de direitos e atividades individuais, a exemplo da outorga de alvards aos particulares que cumpram as condicdes e requisites para o uso da propriedade e exercicio das atividades que devem ser policiadas. Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino esclarecem que o alvaré pode ser de licenca ou autorizacso. Licenga é 0 ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual a Administrag&o reconhece que o particular detentor de um direito subjetivo preenche as condigées para seu gozo. Assim as licengas dizem respeito a direitos individuais, como o exercicio de uma profisséo ou a construgo de um edificio em terreno do administrado, e nao podem ser negadas quando o requerente satisfaca os requisitos legais para a sua obtencao. A autorizagao é ato administrativo discriciondrio em que predomina o interesse do particular. E, por isso, ato precdrio, n&o existindo direito direito subjetivo para o administrado relativamente & obtenc&o ou manutencéo da autorizag&o, a qual pode ser simplesmente negada ou revogada, mesmo que o pretendente satisfaca as exigéncias administrativas. S& exemplos de atividades autorizadas 0 uso especial de bem ptiblico, o transito pode determinados locais etc. Na forma repressiva, o poder de policia é exercido por meio da imposig&o de sangées aos particulares que praticarem condutas nocivas ao interesse coletivo, constatadas através da atividade fiscalizatéria. © professor Hely Lopes Meirelles apresenta como sangées aplicaveis aqueles que violarem as normas administrativas a multa, a interdigio de atividade, 0 fechamento de estabelecimento, a demolicgo de construgéo irregular, embargo administrative de obra, inutilizago de géneros, a apreenséo e destruic&o de objetos, dentre outros. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. 33 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one 7.3.2. Limites ao exercicio do poder de policia Apesar da prerrogativa assegurada a Administragao de aplicar sancées decorrentes do exercicio do poder de policia, é importante esclarecer que tais penalidades devem ser aplicadas aos particulares na exata proporcgo para a protegao do interesse coletivo. © Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 153.150-7/SP, de relatoria do Ministro Marco Aurélio de Mello, decidiu que 0 principio da proporcionalidade no exercicio da policia administrative impSe que a atuagio da Administracso fique restrita aos atos indispensdveis 4 eficécia da fiscalizagio e do condicionamento voitado aos interesses da sociedade. Além do respeito ao principio da proporcionalidade, o poder de policia também deve ser exercido em conformidade com o devido processo legal (CF/1988, art. 5°, inc. LIV), que assegura a necessidade de observancia obrigatéria aos principios da ampla defesa e do contraditério antes da aplicago de qualquer sangao Desse modo, quando o agente publico competente desconsiderar o principio da proporcionalidade ou da razoabilidade no exercicio do poder de policia, ou, © que ¢ pior, desrespeitar as garantias constitucionais do contraditério e da ampla defesa, estaré cometendo abuso de poder, sujeitando-se 4 responsabilizacao civil, administrativa, criminal e as previstas na Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa). 7.3.3. Meios de atuacao do poder de policia A professora Maria Silvia Zanella di Pietro afirma que, considerando o poder de policia em sentido amplo, de modo que abranja as atividades do Legislative e do Executive, os meios de que se utiliza o Estado para o seu exercicio so: 1°) atos normativos em geral, a saber: pela lei, criam-se as limitacdes administrativas ao exercicio dos direitos e das atividades individuais, estabelecendo-se normas gerais e abstratas dirigidas indistintamente as pessoas www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 34 one que estejam em idéntica situagSo; disciplinando a aplicag3o da lel aos casos concretos, pode 0 Executivo baixar decretos, resolugées, portarias, instrucées;" 20) atos administrativos e operagées materiais de aplicacao da lei a0 caso em concreto, compreendendo medidas preventivas (fiscalizacéo, vistoria, ordem, notificacéo, autorizagao, licenga), com 0 objetivo de adequar o comportamento individual 4 lei, e medidas repressivas (dissolucdo de reuniao, interdigio de atividade, apreensio de mercadorias deterioradas, internagdo de pessoa com doenga contaglosa), com a finalidade de coagir o infrator a cumprir a lei. 7.4, Competéncia e possibilidade de delegacao A atividade de policia administrativa é uma das atividades finalisticas do Estado, e, portanto, funda-se na supremacia do interesse publico perante o interesse privado. Esse poder extroverso deve sempre permanecer sob a égide do direito piblice, com execugao por érg&os ou entidades publicas da Administrag&o Direta e Indireta (Uniao, Estados, Municipios, Distrito Federal, autarquias e fundagées publicas de direito ptblico). A doutrina majoritaria entende que o poder de policia nao pode ser exercido por particulares (concessiondrios ou permissionarios de servigos ptiblicos) ou entidades piiblicas regidas pelo direito privado, mesmo quando integrantes da Administraco indireta, a exemplo das empresas ptiblicas e sociedades de economia mista. No julgamento do Recurso Especial n° 617,534/MG, cujo acérdéo fol publicado em 10/12/2008, a 23 Turma do Superior Tribunal de Justica decidiu pela inviabilidade de delegacao do poder de coerséo (aplicagao de multa) 4 BHTRANS (sociedace de economia mista regida pelo direito privado), em face das previstes contidas no Cédigo de Trénsito Brasileiro, 20 entendimento de se tratar de atividade incompativel com a finalidade de luero almejada pelo particular. Por outro lado, © préprio Superior Tribunal de Justica ja decidiu que apesar de 0 exercicio do poder de policia ser restrito as entidades regidas pelo ito puiblico, particulares podem auxiliar o Estado em seu exercicio. E 0 que acontece, por exemplo, quando o Estado credencia empresas privadas para fiscalizarem 0 cumprimento das normas de transito, através da instalagao de radares eletrénicos (os famosos “pardais”). Neste caso, a atuacao www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. 35, one da empresa privada esté restrita a manutencéo e instalaggo de tais equipamentos (os denominados atos materiais ou atos de execucio), no ficando sob a sua responsabilidade a aplicago da multa em si (que é aplicada pela Administracéo). ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MULTA DE TRANSITO.NECESSIDADE DE IDENTIFICAGAO DO AGENTE. AUTO DE INFRACAO. 1, Nos termos do artigo 280, § 4°, do Codigo de Trénsito, 0 agente da autoridade de trAnsito competente para lavrar 0 auto de infracdo podera ser servidor civil, estatutdrlo ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de transito com Jurisdigéo sobre a via no dmbito de sua competéncia. O aresto consignou que toda e qualquer notificagao é lavrada por autoridade administrativa, 2. "Dai nao se segue, entretanto, que certos atos materiais que precedem atos juridicos de policia nao possam ser praticados por particulares, mediante delegacao, propriamente dita, ou em decorréncia de um simples contrato de prestacao. Em ambos os casos (isto com ou sem delegacao), as vezes, tal figura apareceré sob 0 rétulo de "credenciamento”. Adilson Dallari, em interessantissimo estudo, recolhe variado exemplaria de “credenciamentos”. E 0 que sucede, por exemplo, na fiscalizacéo do cumprimento de normas de transit mediante equipamentos fotossensores, pertencentes operados por empresas privadas contratadas pelo Poder Publico, que acusam a velocidade do veiculo ao ultrapassar determinado ponto e Ihe captam eletronicamente a imagem, registrando dia e momento da ocorréncia" (Celso Anténio Bandeira de Mello, in "Curso de Direito Administrativo, Matheiros, 15? edic&o, pag. 726): 3. E descabido exigir-se a presenca do agente para lavrar 0 auto de infracao no local e momento em que ocorreu a infracdo, pois © § 2° do CTB admite como meio para comprovar a ocorréncia “aparelho eletrénico ou por equipamento audiovisual (...)previamente regulamentado pelo CONTRAN." 4. Néo se discutiv sobre a impossibilidade da administracdo valer-se de cldusula que estabelece excegéo para notificagéo pessoal da infracéo para instituir controle eletrénico. 5. Recurso especial improvido (RECURSO ESPECIAL 712312/DF. RECORRIDO: DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGEM DO DISTRITO FEDERAL - DER/DF. RELATOR : MINISTRO CASTRO MEIRA) © caiu na prova! (CESPE/Defensor Publico - DPE SE/2012) Consoante a doutrina majoritdria, 2 atribuicao do poder de policia nao pode ser delegada a particulares, sendo esse poder exclusivo do Estado e expressao do proprio ius imperii, ou seja, do poder de império, que é proprio ¢ privativo do poder publico. Assertiva considerada correta pela banca examinadora. 7.5. Atributos www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. 36 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one A doutrina majoritaria aponta trés atributos ou qualidades inerentes ao poder de policia: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. 7.5.1. Discricionariedade Este atributo garante 4 Administrag3o uma razodvel margem de autonomia no exercicio do poder de policia, pois, nos termos da lei, tem a prerrogativa de estabelecer o objeto a ser fiscalizado, dentro de determinada area de atividade, bem como as respectivas sangdes a serem aplicadas, desde que previamente estabelecidas em lei. A discricionariedade é a regra geral em relagio ao poder de policia, mas é vélido esclarecer que a lei pode regular, em circunstancias especificas, todos os aspectos do exercicio do poder de policia e, portanto, a atividade também poderé caracterizar-se como vinculada. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em algumas hipéteses, a lei jé estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administragéo teré que adotar solugdo previamente estabelecida, sem qualquer possibilidade de opcdo. Nesse caso, 0 poder de policia sera vinculado. O exemplo mais comum do ato de policia vinculado € o da licenga. Para o exercicio de atividades ou para a pratica de atos sujeitos ao poder de policia do Estado, a lei exige alvara de licenca ou de autorizac&o. No primeiro caso, 0 ato é vinculado, porque a lei prevé os requisites diante dos quais a Administragéo € obrigada a conceder o alvara; € 0 que ocorre na licenga para dirigir veiculos automotores, para exercer determinadas profissées, para construir. No segundo caso, 0 ato é discricionario, porque a lei consente que a Administragdo aprecie a situago concreta e decida se deve ou no conceder a autorizagéo, diante do interesse publico em jogo; é 0 que ocorre com a autorizac&o para porte de arma, com a autorizag&o para circulagao de veiculos com peso ou altura excessivos, com a autorizagéo para produc ou distribuig&o de material bélico. 7.5.2. Autoexecutoriedade A autoexecutoriedade caracteriza-se pela possibilidade assegurada a Administrac&o de utilizar os préprios meios de que dispée para colocar em pratica as suas decisdes, independentemente de autorizacdo do Poder Judiciério, podendo valer-se, inclusive, de forca policial. A autoexecutoriedade ndo esté presente em todos os atos praticados no exercicio do poder de policia, sendo possivel citar como exemplo a aplicagao de uma multa. E licito 4 Administrac&o efetuar o langamento da multa e notificar o particular para proceder ao seu pagamento. Todavia, caso o particular nao www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira a7 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! efetue o pagamento devido, n&o poderé a Administrag&o iniciar uma execugéo na via administrativa, sendo obrigada a recorrer ao Poder Judiciério, caso tenha interesse em receber o valor correspondente. AtencSo: é importante destacar que tal atributo se subdivide em executoriedade e exigibilidade. A executoriedade assegura & Administragio a prerrogativa de implementar diretamente as suas decisdes, independentemente de autorizagao do Poder Judicidrio. Assim, com fundamento na executoriedade, a Administrag&o pode determinar a demoligdo de um imével que esta prestes a desabar e que coloca em risco a vida de varias pessoas. Se o particular néo providenciar a demolig&o, a propria Administracéo poderé executéd-la. Trata-se de um meio direto de coercao. Por outro lado, a exigibilidade assegura & Administrag&o a prerrogativa de valer-se de meios indiretos de coergéo para obrigar o particular a cumprir uma determinada obrigacéo, a exemplo do que ocorre na aplicagéo de uma multa. Perceba que com a possibilidade de aplicaggo de multa pelo nao cumprimento de uma obrigac&o o particular iré “pensar duas vezes” antes de descumpri-la. Por isso trata-se de um meio indireto de coercéo. 7.5.3. Coercibilidade © terceiro atributo do poder de policia é a coercibilidade, que garante & Administracéo a possibilidade de impor coativamente ao particular as suas decisées, independentemente de concordancia deste. A coercibilidade faz-se imprescindivel no exercicio do poder de policia, pois, se a Administracdio fosse obrigada a obter a autorizac&o ou anuéncia do particular antes de aplicar uma sangao, ficaria praticamente invidvel_ punir algum infrator de normas administrativas. Tal atributo é indissocidvel da autoexecutoriedade. O ato de policia sé é autoexecutério porque dotado de forga coercitiva. 7.6, Prescricgéo da pretensdo punitiva O art. 1° da Lei 9.873/1999 € expresso ao afirmar que “prescreve em cinco anos a acao punitiva da Administracao Publica Federal, direta e indireta, no exercicio do poder de policia, objetivando apurar infrac&o a legislaggo em vigor, contados da data da pratica do ato ou, no caso de infrag&o permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado”. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 38 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one Por outro lado, quando 0 fato objeto da acéio punitiva da Administragdo também constituir crime, a prescrigSo reger-se-4 pelo prazo previsto na lei penal. 7.7. Ciclo de policia Nos Ultimos concursos pulblicos realizados pela ESAF, foram vérias as questdes de Direito Administrative abordando o tépico “ciclo de policia”. Por se tratar de um tema bastante peculiar, so poucos os doutrinadores que abordam © assunto em seus livros, portanto, ainda ndo encontrei questées especificas sobre © tema em provas do CESPE. Ao que parece, a maioria das questées tem sido retiradas do livro do professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto, que afirma que a fungdo de policia é exercida em quatro fases - 0 ciclo de policia — correspondendo a seus quatro modos de atuacdo: a ordem de policia, 0 consentimento de policia, a fiscalizagao de policia e a sangao de policia. A ordem de policia corresponde ao dispositive legal basico que dé inicio a todo 0 ciclo de atuag&o do poder de policia. Pode se apresentar como um preceito negativo absoluto, que simplesmente proibe o exercicio de determinadas atividades individuais e de uso da propriedade privada, ou, ainda, como um preceito negativo com reserva de consentimento, que, somente em principio, proibe a pratica de determinadas atividades ou a utilizagéo da propriedade particular, que poderao ser eventualmente consentidas mediante prévia avaliagdo da AdministracSo. © consentimento de policia nada mais é do que o ato administrativo pelo qual a Administracéo concede a sua anuéncia em relacdo ao exercicio de determinadas atividades e direitos pelo particular, materializando-se através de um alvara, que possui como respectivas espécies a licenga e a autorizacgao. Essa fase pode ou néo estar presente na atuagio da_policia administrativa. Se o particular desejar construir um edificio, por exemplo, seré necessério requerer um alvara (consentimento de policia) perante 0 érgae competente. Por outro lado, existem casos em que nao seré cabivel o consentimento de policia, a exemplo do que ocorre quando a ordem de policia (dispositivo legal) impée uma proibic&o absoluta (vedacio a construcdo de novos edificios em determinada area do municipio, por exemplo). Ora, se existe proibic&o absoluta de construg&o de novos edificios em determinada regio, no hé que se falar em consentimento de policia. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 39 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 201. one A fiscalizagao de policia é atividade exclusiva das entidades regidas pelo Direito Publico, podendo ser exercida ex officio ou mediante provocagéo de terceiros que desejam garantir o cumprimento da ordem de policia, estando sempre presente no ciclo de policia. A sango de policia situa-se na fase final do ciclo de policia, impondo- se aqueles que violarem as ordens de policia (estabelecidas mediante dispositivos legais) e as condicbes de consentimento impostas pela Administragao. A principio, a sango de policia somente ocorreré quando houver violacéo as ordens de policia ou as condigées estabelecidas na concessao de um alvara, por exemplo. Se néo houver qualquer infrag&o, nao ha que se falar em aplicagaio de sancéo. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 40 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one ESUMO DE VESPERA DE PROVA - RVP 1. O abuso de poder configura-se por uma conduta praticada pelo agente ptiblico em desconformidade com a lei e pode se apresentar sob trés formas diferentes: a) quando o agente publico ultrapassa os limites da competéncia que Ihe foi outorgada pela lei (excesso de poder); b) quando o agente puiblico exerce a competéncia nos estritos limites legais, mas para atingir finalidade diferente daquela prevista em lei (desvio de poder ou desvio de finalidade); c) pela omisséo; 2. Para que um ato administrativo seja editado validamente, em conformidade com a lei, é necessério que atenda a cinco reauisitos bésicos: competéncia, forma, finalidade, motivo e objeto. Quando os cinco requisites forem apresentados e detalhados na prépria lei, ter-se-4 um ato vinculado, pois o agente ptiblico restringir-se-4 ao prenchimento do ato nos termos que foram definidos legalmente; 3. Poder discricionario é aquele que a propria lei concede ao agente puiblico, de modo explicito ou implicito, para a pratica de atos administrativos, autorizando-Ihe a escolher, entre varias alternatives possiveis, aquela que melhor atende ao interesse coletivo; 4. Cuidado para n&o confundir discricionariedade e¢ arbitrariedade. A primeira consiste numa autonomia de escolha exercitada sob a égide da Lei e nos limites do Direito. Isso significa que a discricionariedade no pode traduzir um exercicio prepotente de competéncias e, portanto, ndo autoriza escolhas ao bel-prazer, por liberalidade ou para satisfacéo de interesses secundérios ou reprovaveis, pois isso caracterizaria arbitrariedade. A arbitrariedade esté presente nos atos que atentam contra a lei, inclusive naqueles que extrapolam 0s limites da discricionariedade outorgada legalmente ao agente ptiblico; 5. © Poder Judiciério jamais poderd revogar um ato editado pela Administracéo, mas somente anulé-lo, quando for ilegal ou contrariar principios gerais do Direito. Somente a propria Administracéo pode revogar os seus atos, pois essa possibilidade esta relacionada diretamente a conveniéncia e a oportunidade; 6. O poder hierarquico é exercide de forma continua e permanente dentro de uma mesma pessoa politica ou administrativa organizada verticalmente. Sendo assim, é possivel afirmar que, no interior da Unido, Estados, Municipios ¢ Distrito Federal, ocorrerdo vérias relagdes de hierarquia, todas elas fruto da desconcentracao; www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira a. Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one 7. No exercicio do poder hierarquico, varias prerrogativas seréio asseguradas aos érgdos e agentes superiores, a exemplo dos poderes de ordenar, fiscalizar, delegar e avocar competéncias e de dirimir controvérsias de competéncia; 8. O poder disciplinar consiste na prerrogativa assegurada a Administracéo Publica de apurar infragées funcionais dos servidores ptblicos e demais pessoas submetidas 4 disciplina administrativa, bem como aplicar penalidades apés 0 respectivo processo administrative, caso seja cabivel e necessério; 9. E valido destacar que os particulares que nao possuem vinculo com a Administragéo néo podem ser punidos com respaldo no poder disciplinar, pois no esto submetidos a sua disciplina punitiva. Sendo assim, caso o particular tenha sido alvo de penalidade aplicada pela Administracdo, sem possuir qualquer vinculo juridico com a mesma, nao se trata de exercicio do poder disciplinar, mas, provavelmente, do poder de policia; 10. Cuidado para nao confundir as medidas punitivas decorrentes do poder disciplinar com as medidas decorrentes do poder punitive do Estado. O poder punitivo do Estado objetiva a represséio de crimes e contravengdes definidas nas leis penais, sendo realizado pelo Poder Judiciério. Por outro lado, © poder disciplinar visa resguardar a hierarquia e a eficiéncia administrativa, combatendo os ilicitos administrativos; 11. 0 poder regulamentar consiste “na atribuicao privativa do chefe do Poder Executivo para, mediante decreto, expedir atos normativos, chamados regulamentos, compativeis com a lei e visando desenvolvé-la". O poder regulamentar é exercido exelusivamente pelo Chefe do Executivo, sendo indelegavel. Portanto, muito cuidado com as afirmativas de provas que informam que, em cardter excepcional, esse poder pode ser delegado; 12. O decreto regulamentar é um ato administrativo e, portanto, encontra-se subordinado aos limites da lei. Jamais podera o decreto regulamentar inovar na ordem juridica, criando direitos e obrigagdes para os particulares, pois, nos termos do inciso II do artigo 5° da CF/88, essa é uma prerrogativa reservada & lei; 13. Para responder as questées de prova, lembre-se de que o decreto auténomo é um ato normativo primario, que tem por objetivo disciplinar matérias com forga de lei, estando apto, portant, a inovar na ordem juridica; 14, Nao confunda as expressées “policia administrativa” e “policia judicidria”. A primeira incide sobre bens, direitos ou atividades (propriedade e liberdade), sendo vinculada mais precisamente a prevencdo de ilicitos administrativos e difundindo-se por todos os érgdos administrativos, de todos os Poderes e www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira aa 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! entidades publicas que tenham atribuigdes de fiscalizagao (IBAMA, por exemplo). A segunda incide sobre pessoas, atuando de forma conexa e acesséria ao Poder Judiciério na apuracdo e prevengio de infragées penais, sendo regida, portanto, pelas normas de Direito Processual Penal (Policia Civil € Policia Federal); 15. O poder de policia fundamenta-se no principio da supremacia do interesse publico sobre o interesse privado, objetivando impedir que particulares pratiquem atos nocivos ao interesse publico nas dreas de higiene, satide, meio ambiente, seguranga publica, profissées, transito, entre outras. 16. A fungo de policia é exercida em quatro fases - 0 ciclo de policia - correspondendo a seus quatro modos de atuagdo: a ordem de policia, 0 consentimento de policia, a fiscalizacao de policia e a sango de policia. 17. 0 art. 1° da Lei 9.873/1999 € expresso ao afirmar que “prescreve em cinco anos a acao punitiva da Administrag&o Publica Federal, direta e indireta, no exercicio do poder de policia, objetivando apurar infrag&o a legislagéo em vigor, contados da data da pratica do ato ou, no caso de infragéo permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado”. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira a3 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! QUESTOES COMENTADAS (CESPE/Téc! jario — TJ SE/2014) No tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os proximos itens. 01. No exercicio do poder administrativo disciplinar, a administragao pode aplicar punicgdes aos particulares que cometam infracdes, independentemente de estes se sujeitarem as regras do regime administrativo. Os particulares que ndo possuem vinculo com a Administragéo nado podem ser punidos com respaldo no poder disciplinar, pois no esto submetidos & sua disciplina punitiva. Caso o particular tenha sido alvo de penalidade aplicada pela Administracéo, sem possuir qualquer vinculo juridico com a mesma, nao estaremos diante do exercicio do poder disciplinar, mas, provavelmente, do poder de policia. Assertiva incorreta. (CESPE/Analista Judiciério - TJ CE/2014 - adaptada) Em relacao aos poderes administrativos, julgue os itens seguintes. 02. As prerrogativas do Poder Legisiativo incluem a sustag&o dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar. Caso o Presidente da Republica, ao regulamentar dispositivo legal, contrarie o seu texto ou trate de matéria que sé poderia ser tratada pela prépria lei, o Poder Legislative poder exercer 0 respectivo controle, suspendendo os efeitos do ato normativo editado pelo Poder Executivo, E 0 que dispde o art. 49, V, da CF/1988, ao afirmar que “é da competéncia exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegacao legislativa”. Nesses termos, Assertiva correta. 03. © poder discricionario nao é passivel de controle pelo Poder Judi Os atos administrativos editados com amparo no poder discriciondrio também so passiveis de controle pelo Poder Judiciario. Todavia, a apreciacao judicial restringe-se aos aspectos de legalidade, n&o abrangendo o mérito do ato administrativo em si. Assertiva incorreta. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira a4 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 04. O desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos limites de sua competéncia administrativa. O abuso de poder configura-se por uma conduta praticada pelo agente puiblico em desconformidade com a lei e pode se apresentar sob duas formas diferentes: 12) quando o agente puiblico ultrapassa os limites da competéncia que the foi outorgada pela lei (excesso de poder); 2¢) quando o agente publico exerce a competéncia nos estritos limites legais, mas para atingir finalidade diferente daquela prevista em lei (desvio de poder ou desvio de finalidade). Analisando-se 0 enunciado da assertiva, ndo restam duvidas de que esté configurado 0 excesso de poder, j4 que o agente atuou fora dos limites de sua competéncia. Assertiva incorreta 05. Nenhum ato inerente ao poder de policia pode ser delegado, dado ser expressdo do poder de império do Estado. Vigora no émbito do Superior Tribunal de Justica o entendimento de que as atividades pertinentes ao consentimento e a fiscalizagéo podem ser delegadas a particulares (a instalag&o de radares, por exemplo). O que nao se admite é a delegacdo da atividade legislativa e de aplicagSo de sancées aos respectivos infratores. Assertiva incorreta. 06. O poder hierarquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que nao hé hierarquia nas funcées desempenhadas no 4mbito dos Poderes Legislativo e Judiciario. O poder hierérquico também se manifesta no 4mbito interno das entidades integrantes da Administracéo Indireta (que podem estruturar-se através da criagéo de érg&os publicos) e, ainda, nas funcées administrativas desempenhadas pelo Poder Legislativo, Judiciério, Ministério Publico e Tribunais de Contas. Assertiva incorreta 07. (CESPE/Técnico Judiciario —- TJ CE/2014) Considere que a prefeitura de determinado municipio tenha concedido licenca para reforma de estabelecimento comercial. Nessa situacdo hipotética, assinale a opcdo em que se explicita o poder da administracao correspondente ao ato administrative praticado, além das classificagdes que podem caracteriza-lo. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 45 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! a) poder disciplinar, ato bilateral e discricionario b) poder de policia, ato bilateral e discricionario c) poder disciplinar, ato unilateral e discricionario d) poder de policia, ato unilateral e vinculado e) poder hierarquico, ato unilateral e vinculado Comentarios A licenga é ato administrative unilateral, vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder de policia, pelo qual a Administragao Publica reconhece que o particular detentor de um direito subjetivo preenche as condigdes para seu gozo. A construgao em terreno do préprio administrado, por exemplo, somente pode ocorrer mediante a obteng&o de licenga perante o érgéo municipal competente, Caso contrario, a obra seré considerada ilegal, sujeitando-se, inclusive, ao embargo administrativo até posterior regularizacéo (sem prejuizo de outras penalidades previstas em lei) Gabarito: Letra d. (CESPE/Analista. - TC DF/2014) Considere que, durante uma fiscalizagio, fiscais do DF tenham encontrado alimentos com prazo de validade expirado na geladeira de um restaurante. Diante da ocorréncia, lavraram auto de infracdo, aplicaram multa e apreenderam esses alimentos. Com base na situacdo hipotética apresentada, julgue os itens subsecutivos. 08. A aplicagéo de multa ao estabelecimento comercial decorre do poder disciplinar da administracao publica. Perceba que o enunciado da questo n&o apresenta qualquer informacéo que nos leve a concluir que exista vinculo juridico entre o restaurante (pessoa juridica) e a Administracéo Publica. Assim, néo restam duvidas de que as penalidades foram aplicadas com fundamento no poder de policia. Assertiva incorreta 09. Diante do risco & satide da populagao, as mercadorias com prazo de validade expirado poder’o ser imediatamente apreendidas, mesmo antes da abertura de processo administrative e sem prévio contraditério do proprietario do estabelecimento. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 46 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Para responder as questdes de prova, lembre-se sempre de que um dos atributos do poder de policia é a autoexecutoriedade, que assegura & Administrag&o Publica a possibilidade de tomar decis6es, bem como executa- las, sem que precise de autorizagio do Poder Judicidrio. Portanto, as mercadorias poderao ser apreendidas imediatamente, independentemente da abertura de processo administrative em face do particular (que podera ocorrer posteriormente, se for o caso). Assertiva correta (CESPE/Titular de Servigo de Notas - TJ DF/2014 - adaptada) A respeito dos poderes administrativos, julgue o item seguinte. 10. Desde que haja previsdo legal, é possivel o exercicio do poder de ia, em especial a realizacSo de atos coercitivos, por pessoa juridica jativa privada ndo integrante da administracdo publica. A doutrina majoritaria entende que o poder de policia, em sua plenitude, nao pode ser exercido por particulares (concessionarios ou permissionarios de servigos ptiblicos) ou entidades piiblicas regidas pelo direito privade, mesmo quando integrantes da Administracéo indireta, a exemplo das empresas puiblicas e sociedades de economia mista. Todavia, admite-se excepcionalmente a delegacao de atividades pertinentes ao consentimento e & fiscalizacao (atos materiais auxiliares, a exemplo da instalagdo de radares), mas nao a realizacéo de atos coercitivos, que se restringe as pessoas juridicas de direito puiblico. Assertiva incorreta. (CESPE/Técnico Administrative - ANS/2013) A respeito dos poderes administrativos, julgue os itens seguintes. 11. Para que a administracdo ptiblica execute a demoligéo de uma construco irregular, é necessdria autorizacao judicial prévia. Um dos atributos do poder de policia é a autoexecutoriedade, que assegura a Administraco Publica a prerrogativa de executar as suas préprias decisdes (de demoligéo, por exemplo) sem a necessidade de prévia autorizagéo do Poder Judicidrio, Assim, caso seja necessdrio demolir uma construgéo irregular, que estd colocando em risco a seguranga da coletividade, a prépria Administracéio Publica poderé faz6-lo. Assertiva incorreta. 12. O ato de aplicagao de penalidade devera ser sempre motivado. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira a7 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! A Lei 8,112/1990, em seu art. 128, pardgrafo Unico, dispde que “o ato de imposic&o da penalidade mencionaré sempre o fundamento legal e a causa da sangéo disciplinar”. De outro lado, o art. 50, II, da Lei 9.784/1999, preceitua que os atos administrativos dever&o ser motivados, com indicac&o dos fatos e dos fundamentos juridicos, quando “imponham ou agravem deveres, encargos ou sangées”. Assertiva correta. 13. A inércia da autoridade administrativa, que é configurada como a inexecugaéo de determinada prestacao de servico obrigatéria em lei, constitui abuso de poder. Caracterizada a omissio especifica, isto é, a inércia diante de uma determinagdo legal de fazer algo, poderd o agente publico ser responsabilizado civil, penal e administrativamente, dependendo do tipo de inércia que Ihe é imputada. Ademais, existe ainda a possibilidade, diante da andlise do caso em concreto, de ficar configurado abuso de poder por omissao especifica. Assertiva correta. (CESPE/Analista Administrative - ANS/2013) Acerca do direito administrative relacionado & ANS, julgue os itens a seg 14, Configura exercicio de poder disciplinar a edigéo pela ANS de ato normativo que discipline um aspecto da relacdo entre operadoras setoriais e consumidores. Se a ANS (agéncia reguladora) editou ato normativo para disciplinar o setor que esta sob a sua fiscalizagdo, ndo restam duvidas de que foi exercido o poder normativo (que é mais amplo que o poder regulamentar). O poder disciplinar se restringe @ apurag&o de infragdes administrativas e aplicacdo das respectivas penalidades. Assertiva incorreta. (CESPE/Técnico Judiciério - TJ DF/2013) Com relagdo aos atos administrativos, julgue os itens subsecutivos. 15. Considere que determinado agente ptblico detentor de competéncia para aplicar a penalidade de suspensdo resolva impor, sem ter atribuicéo para tanto, a penalidade de demissdo, por entender que o fato praticado se encaixaria em uma das hipéteses de demissdo. Nesse caso, a conduta do agente caracterizaré abuso de poder, na modalidade denominada excesso de poder. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 48 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Analisando-se o enunciado da quest&o, constata-se que o agente pubblico somente detinha poder (competéncia) para aplicacio da penalidade de suspensdo. Todavia, decidiu impor a penalidade de demisso, extrapolando, assim, o poder (competéncia) que Ihe fora outorgada por lei. Nesse caso, no restam dlividas de que o agente ptiblico cometeu um excesso de poder. Assertiva correta. (CESPE/Inspetor de Policia Civil CE/2012) Com relacéo aos poderes e atos administrativos, julgue os itens subsequentes. 16. O abuso do poder pela autoridade competente invalida o ato por ela praticado, devendo a invalidade ser reconhecida somente por controle judicial. Ao praticar ato que tipifique abuso de poder, o agente piiblico esta extrapolando os limites de sua competéncia (excesso de poder) ou atuando em desconformidade com a finalidade prevista legalmente (desvio de poder ou finalidade). Em ambos os casos, 0 ato pode ser invalidado pela prépria Administragao Publica, no exercicio do poder de autotutela, ou pelo Poder Judiciério, nos termos do art. 5°, XXXV, da Constituicéo Federal, o que torna a assertiva incorreta 17. O ato de aplicacéo de penalidade administrativa deve ser sempre motivado. Em regra, todos os atos administrativos devem ser motivados, inclusive aqueles que imponham sangées, conforme preceitua o art. 50, II, da Lei 9.784/1999 Entretanto, é importante esclarecer que existem excegées, a exemplo das nomeagées e exoneragdes de cargos em comissao (também chamados de cargos de confianga) Nesse caso, a autoridade competente n&o esté obrigada a apresentar, por escrito, as razées de fato e de direito que justificaram a nomeacéo ou exoneragao do servidor. Todavia, caso opte por motivar o ato, a motivacéo deve ser verdadeira, pois, caso contrdrio, 0 ato poderé ser anulado com fundamento na teoria dos motivos determinantes. Assertiva correta. 18. (CESPE/Procurador - BACEN/2013) A respeito dos principios, poderes e competéncias da administracdo publica, assinale a opcdo correta. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 49 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! a) Em razéo do principio da publicidade, que rege a administracdo publica, todos tém direito de obter dos érgéos publicos, desde que mediante o pagamento de taxa, certidées para a defesa e esclarecimento de situagées de interesse pessoal. b) Como o poder de policia da administragéo se funda no poder de império do Estado, o seu exercicio ndo é passivel de delegacéo a particulares, regra que, todavia, néo se estende as denominadas atividades de apoio, para as quais é admitida a delegacao. ¢) As decisées adotadas por delegacdo de competéncia consideram-se praticadas pela autoridade delegante, e nao pelo delegado. d) Fundamentado no exercicio do poder regulamentar, o chefe do Poder Executivo tem competéncia para inovar a ordem juridica, criando, por meio de decreto, obrigacées de fazer ou de ndo fazer aos particulares. e) Considere que a administracdo publica tenha indeferido pedido formulado por servidor ptiblico de recebimento de determinada parcela remuneratéria, que o servidor tenha obtido liminar determinando o pagamento e que, apés o julgamento do mérito, a deciséo precaria tenha sido cassada e a administracdo piiblica postulado a restituicéo do valor até ent&o pago. Nessa situacdo, de acordo com entendimento do TJ, 0 servidor nao sera obrigado a restituir 0 montante recebido, dada a incidéncia do principio da boa-fé, que tem cardter absoluto. Comentarios a) A CF/1988, em seu art. 5°, XXXIV, dispde que séo a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, “a obtengao de certidées em reparticées publicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situagdes de interesse pessoal”. Assertiva incorreta. b) No julgamento do recurso especial n° 712.312/DF, 0 Superior Tribunal de Justiga decidiu que apesar do exercicio do poder de policia ser restrito as entidades regidas pelo direito pablico, particulares podem auxiliar ou apoiar o Estado em seu exercicio. E 0 que ocorre, por exemplo, quando empresas privadas s&o contratadas para realizar a manutengo e instalacdo de radares méveis que fiscalizam a velocidade desenvolvida pelos veiculos. Nesse caso, deve ficar claro que so delegadas apenas as atividades de apoio e nao © exercicio do poder de policia em si, a exemplo da aplicagdo de multas. Assertiva correta. c) A Lei n° 9.784/1999, em seu art. 14, § 3°, dispde expressamente que “as decisées adotadas por delegacdo devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ao editadas pelo delegado”. Assertiva incorreta. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 50 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! d) O decreto regulamentar jamais poderd inovar na ordem juridica, criando direitos e obrigacées para os particulares, pois, nos termos do inciso II, artigo 5°, da CF/88, essa é uma prerrogativa reservada a lei. Assertiva incorreta. e) No julgamento do recurso em mandado de seguranga n° 32.673, de relatoria do Ministro Humberto Martins, 0 Superior Tribunal de Justiga firmou entendimento de que “sdo legais os descontos efetuados na folha de pagamento de servidores piblicos a titulo de restituig&o ao erério, dos valores percebidos em decorréncia de deciséio proferida em mandado de seguranca, posteriormente cassada e substituida por decisdo definitiva proferida pelo STF. A aplicac&o do principio da boa fé, para embasar a impossibilidade de ressarcimento ao erério publico, somente se justifica quando verificada a interpretag&o errénea ou a mé aplicag&o da lei pela Administrag&o". Assertiva incorreta. Gabarito: Letra b. (CESPE/Técnico - MPU/2013) No que se refere ao direito administrativo, julgue os itens a seguir. 19. Considere que Daniel, funciondrio publico, tenha sido suspenso por decisio da autoridade competente apés regular processo administrative disciplinar que apurou denuncia de que ele havia praticado irregularidades no exer: do cargo. Nessa situagéo, a autoridade competente agiu no exercicio do poder de policia da administragéo, a qual pode impor sangées a seus servidores, independentemente de decisao judicial. E 0 poder disciplinar que assegura a Administracao Publica a prerrogativa de investigar e punir as eventuais infragées administrativas praticadas pelos seus servidores publicos. O poder de policia, em regra, aplica-se apenas aqueles que no possuem vinculo juridico com a Administracéio Publica, a exemplo de um motorista qualquer que avanca um sinal vermelho ou de um comerciante qualquer que comercializa produtos impréprios para o consumo etc. Assertiva incorreta. (CESPE/Analista Judiciario - TRT 82 Regido/2013 - adaptada) Com base na jurisprudéncia do Superior Tribunal de Justica (STJ), julgue os itens seguintes. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 51 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 20. E vedada, em carater absoluto, a edigio, pelo chefe do Poder Executivo, de ato normativo que detalhe sancées administrativas, por se tratar de matéria inserida no 4mbito da reserva legal. José dos Santos Carvalho Filho afirma que “se a sanc&o resulta do exercicio do poder de policia, qualificar-se-4 como sangdo de policia. O primeiro aspecto aser considerado no tocante as sancées de policia consiste na necessaria observancia do principio da legalidade. Significa dizer que somente a lei pode instituir tais sangdes com a indicag&o das condutas que possam constituir infragdes administrativas. Atos administrativos server apenas como meio de possibilitar a execugdo da norma legal sancionatéria, mas nao podem, por si mesmos, dar origem a apenagées”. Assertiva incorreta. 21. Na remocio ex officio de servidor piblico para localidade diversa da por ele postulada, exige-se a correspondente motivacao por parte da administracao publica. No julgamento do agravo regimental no recurso em mandado de seguranga n° 40.427/DF, cujo acérdao foi publicado no DJE de 10/09/2013, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiga decidiu que o ato de remogiio ex officio de servidor para localidade diversa da por ele postulada deve ser motivada, sendo legitima a sua apresentacao a posteriori (em carter excepcional), desde que a Administragéo Publica demonstre e comprove que o motivo realmente jé existia no momento da edig&o do ato. Assertiva correta. 22. O poder de policia é exercido pela administracao publica em carater individual, e no geral, j4 que seu exercicio restringe unicamente o direito de determinada pessoa, nao podendo alcangar a generalidade dos individuos. © poder de policia pode ser exercido através de atos normativos gerais, 2 exemplo da edigéo de portarias ou decretos regulamentares aplicaveis a um numero indeterminado de situagées e/ou pessoas, como também através de atos individuais, a exemplo da aplicacéo de multas ou apreenso de medicamentos vencidos e que estavam sendo comercializados por determinada Farmécia. Assertiva incorreta. 23. A divulgagdo de ato da administragio publica pela imprensa particular em programa de televiséo ou de radio em horario oficial atende ao pri lade, podendo produzir efeitos juridicos. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 52 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! No julgamento do recurso especial n° 1.293.378/RN, de relatoria do Ministro Arnaldo Esteves Lima, o Superior Tribunal de Justica ratificou o entendimento de que “a publicacéo que produz efeitos juridicos é a do érgao oficial da Administragéo, e n&o a divulgagao pela imprensa particular, pela televisdo ou pelo radio, ainda que em hordrio oficial”. Assertiva incorreta 24. No exercicio do poder de autotutela, a administracao publica pode anular seus préprios atos, independentemente da instauraciio de prévio processo administrativo, ainda que tais atos gerem efeitos no ambito dos direitos individuais. No julgamento do agravo regimental no recurso especial n° 1.253.044, cujo acérdao foi publicado no DJE de 26/03/2012, o Superior Tribunal de Justica firmou entendimento de que “a Administrac&o, a luz do principio da autotutela, tem o poder de rever e anular seus préprios atos, quando detectada a sua ilegalidade. Todavia, quando os referidos atos implicarem invaséo da esfera juridica dos interesses individuais de seus administrados, é obrigatéria a instaurag&o de prévio processo administrativo, no qual seja observado o devido processo legal e os corolarios da ampla defesa e do contraditério”. Assertiva incorreta (CESPE/Analista Judicidrio - TRT 8? Regido/2013) A respeito dos principios que norteiam a atuacéo administrativa e dos poderes da administrag4o publica, julgue os itens seguintes: 25. O sigilo quanto ao resultado do exame de capacidade fisica do candidato, em sede de concurso ptiblico, no afronta o principio da impessoalidade. No julgamento do recurso em mandado de seguranca n° 26.927/RO, cujo acérdao foi publicado no DJE de 17/08/2011, o Superior Tribunal de Justica decidiu que “o ato de reprovacio de candidato em concurso piiblico, no exame de capacidade fisica, deve necessariamente ser motivado, sendo vedada sua realizagéo segundo critérios subjetivos do avaliador, bem como a ocorréncia de sigilo no resultado do exame e de irrecorribilidade, sob pena de violacéo dos principios da ampla defesa e da impessoalidade”. Assertiva incorreta, 26. No 4mbito da administraco piiblica federal direta ou in aco punitiva decorrente do exercicio do poder de policia é imprescritivel. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 53 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one O art, 1° da Lei 9.873/1999 é expresso ao afirmar que “prescreve em cinco anos a acao punitiva da Administracéo Publica Federal, direta e indireta, no exercicio do poder de policia, objetivando apurar infrac&o a legislago em vigor, contados da data da pratica do ato ou, no caso de infracdo permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado”. Assertiva incorreta 27. Considere que determinado candidato aprovado em concurso publico tenha sido nomeado, mediante a exclusiva publicagao no diario oficial, apés trés anos da data de homologacao do certame. Nesse caso, segundo entendimento do STJ, independentemente do lapso temporal transcorrido entre a data da homologacéo e a da nomeac&o, é presumida a ciéncia do candidato, visto que a comunicagao por meio de diario oficial é suficiente para atender as exigéncias do principio da publicidade. No julgamento do recurso em mandado de seguranga n° 27.495/AP, de relatoria do Ministro Napoleéo Nunes Maia Filho, o Superior Tribunal de Justica decidiu que “com o desenvolvimento social cada vez mais marcado pela crescente quantidade de informagdes oferecidas e cobradas habitualmente, seria de todo irrazodvel exigir que um candidato, uma vez aprovado em concurso piiblico, adquirisse o habito de ler o Diério Oficial do Estado diariamente, por mais de 3 anos, na expectativa de se deparar com a sua convocag&o; a convocagio pela via do DOE, quando prevista no Edital, seria aceitdvel se operada logo na sequéncia da conclusdo do certame, mas nao um triénio depois”. Assertiva incorreta. 28. O exercicio do poder regulamentar pela administracao publica nao se restringe a atuagéo do chefe do Poder Executivo, por meio de decreto regulamentar, visto que outras autoridades podem expedir atos normativos, com fundamento no exercicio do mesmo poder. Alguns doutrinadores afirmam que as expressdes “poder regulamentar” e “poder normativo” possuem 0 mesmo significado. De outro lado, ha autores que afirmam que a expressio poder normativo é mais abrangente que a expressio poder regulamentar. Em provas do CESPE, percebe-se que a banca ora adota © primeiro posicionamento, ora adota 0 segundo. Nao ha uniformidade de cobranga em suas proves. Na presente questdo, por exemplo, as expressées foram utilizadas como sinénimas. Assertiva correta. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 54 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 29. © denominado poder hierérquico é inerente a atividade administrativa, razéo por que nao se admite a distribuicgo de competéncias na organizacéo administrativa sem que a_relacdo hierdrquica esteja presente no desempenho das atividades. Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que “pode haver distribuicéio de competéncias dentro da organizag3o administrativa, excluindo-se a relagao hierarquica com relagéo a determinadas atividades. E 0 que acontece, por exemplo, nos érgaos consultivos que, embora incluidos na hierarquia administrativa para fins disciplinares, por exemplo, fogem a relagao hierdrquica no que diz respeito ao exercicio de suas fungées. Trata-se de determinadas atividades que, por sua propria natureza, sdo incompativeis com uma determinagao de comportamento por parte do superior hierérquico". Incorreta. (CESPE/Pol regime jul 30. A administrago nao pode estabelecer, unilateralmente, obrigagées aos particulares, mas apenas aos seus servidores e aos concessiondrios, permissiondrios e delegatdrios de servicos publicos. ial Rodovidrio Federal - PRF/2013) No que se refere ao co administrativo, julgue os itens subsecutivos. A Administrag&o Publica, com fundamento no poder de policia, pode impor obrigagdes a todos os particulares através de condicionamentos, restrigdes € limitagées do uso e gozo de bens, direitos ou atividades individuais que possam afetar a coletividade ou pér em risco a seguranca nacional. Assertiva incorreta. (CESPE/EPP - MPOG/2013) Julgue o item abaixo, referente aos regimes juridicos dos agentes administrativos. 31. A administracao publica exerceré o poder regulamentar ao multar determinado contratado que esteja construindo um imével piblico em rea urbana e que atrase sucessivamente etapas da obra. © poder regulamentar, de titularidade dos chefes do Poder Executivo, restringe- se a explicar e detalhar o texto legal para facilitar a sua fiel execucéo, portanto, n&o pode fundamentar a aplicacéo de multas. Se a Administragdo Publica aplicou multa a determinado contratado (que, portanto, possui vinculo juridico com 0 Poder Piiblico) por atrasos sucessivos em etapas da obra, nao restam duividas de que tal conduta esta amparada no poder disciplinar. De outro lado, se a multa tivesse sido aplicada a um particular qualquer (sem qualquer vinculo juridico com a Administrag&o Publica), por desrespeito a legislacéo vigente, seu fundamento seria o poder de policia. Assertiva incorreta www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 55 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! (Analista Administrativo/MPU 2013/CESPE) Com relacdo aos poderes, atos e contratos administrativos, julgue o item a seguir. 32. As prerrogativas do regime juridico administrativo conferem poderes a administracao, colocada em posicéo de supremacia sobre o particular; j4 as sujeigées servem de limites 4 atuagéo administrativa, como garantia do respeito as finalidades piiblicas e também dos direitos do cidadao. © texto da assertiva esta em conformidade com o entendimento da doutrina majoritaria, portanto, deve ser considerado correto. ‘Ao responder as questdes de prova, lembre-se sempre de que o regime juridico-administrativo possui fundamento basico em dois _principios administrativos: 0 da supremacia do interesse pliblico sobre o interesse privado € 0 da indisponibilidade do interesse ptiblico Enquanto o primeiro coloca a Administracao Publica em posigéo de superioridade em relacéo aos particulares (relacéo vertical), assegurando-Ihe varias prerrogativas (a exemplo da possibilidade de alteracéo unilateral dos contratos administrativos), 0 segundo cria diversas restrices (sujeigdes) aos agentes publicos, a exemplo da obrigatoriedade de realizacéo de concursos publicos para a contratagao de pessoal (Analista/MPU 2013/CESPE) A administracao publica, regulamentada no texto constitucional, possui principios e caracteristicas que Ihe conferem organizacéo e funcionamento peculiares. A respeito desse assunto, julgue o préximo item. 33. A administracéo publica exerce seu poder disciplinar quando exige do particular a entrega de estudo de impacto ambiental para a liberagao de determinado empreendimento. © poder disciplinar assegura & Administracéo Publica a prerrogativa de investigar e punir seus servidores, bem como demais pessoas sujeitas @ sua disciplina administrativa, que cometam atos tipificados como infracdes administrativas. Ao exigir a entrega de estudo de impacto ambiental para a liberagdo de determinado empreendimento, a Administragéo nao esta investigando ou punindo o particular, mas apenas adotando providéncias com o intuito de verificar se as normas condicionantes para o exercicio de determinada atividade foram respeitadas. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 56 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one Em outras palavras, estd exercendo o poder de policia, o que torna incorreta a assertiva. (Analista Processual/MPU 2013/CESPE) Acerca do poder de policia, do poder hier4rquico e do abuso de poder, julgue os préximos itens. 34, A invalidacdo da conduta abusiva de um agente piiblico pode ocorrer tanto na esfera administrativa quanto por meio de agao judicial, e, em certas circunstancias, 0 abuso de poder constitui ilicito penal. Ao praticar uma conduta abusiva (excesso de poder, por exemplo), o agente publico pode ser responsabilizado nas trés esferas: administrativa, civil e penal. Ademais, 0 particular prejudicado pode ainda levar tal fato ao conhecimento da Administragéo Publica ou do Poder Judicidrio exigindo a sua invalidagdo. Assertiva correta. 35. O poder de policia, vinculado a pratica de ato particular, tem natureza sancionatéria, devendo ser exercido apenas de maneira repressiva. Para garantir que o particular iré abster-se de acdes contrarias ao interesse geral da sociedade, o poder de policia poderd ser exercido na forma preventiva ou repressiva. Na forma repressiva, 0 poder de policia é exercide por meio da imposicéo de sangdes aos particulares que praticarem condutas nocivas ao interesse coletivo, constatadas através da atividade fiscalizatéria. Por outro lado, na forma preventiva & exercido através da edicfo de normas condicionadoras do gozo de bens ou do exercicio de direitos e atividades individuais, a exemplo da outorga de alvaras (Jicengas e autorizacées) aos particulares que cumpram as condigdes e requisites para o uso da propriedade e exercicio das atividades que devem ser policiadas. Diante do exposto, constata-se que o texto da assertiva deve ser considerado incorreto. 36. O ordenamento juridico pode determinar que a competéncia de certo 6rgao ou de agente inferior na escala hierérquica seja exclusiva e, portanto, nao possa ser avocada. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 57 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! © art. 15 da Lei 9.784/1999 dispde que “seré permitida, em cardter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocacéio temporaria de competéncia atribuida a érgao_hierarquicamente inferior”. Todavia, deve ficar claro que as competéncias exclusivas nao podem ser avocadas, 0 que torna correta a assertiva. 37. (CESPE/Defensor Publico - DPE RR/2013) Assinale a opcdo correta a respeito dos poderes administrativos. a) Os entes descentralizados estéo submetidos ao controle hierarquico exercido pela ad tracdo direta, jé que o vinculo existente nessa relagSo juridica 6 0 de subordinacao. b) O controle jurisdicional do poder disciplinar da administragao publica é amplo, podendo o juiz, inclusive, determinar concretamente a sancéo disciplinar aplicavel ao caso. c) A organizacéo administrativa baseia-se nos pressupostos da distribuigéo de competéncias e da hierarquia, razéo por que o titular de uma secretaria estadual, desde que nao haja impedimento legal, pode delegar parte da sua competéncia a outro érgio quando for conveniente em razio de determinadas circunstancias, como a de indole econémica, por exemplo. d) No ambito do poder disciplinar, a administragéo publica possui discricionariedade para decidir se apurara, ou ndo, infracdo funcional cometida por servidor. e) Com o objetivo de melhorar a eficié administrativa, os estados- membros podem delegar o poder de pol administrativa a sociedades de economia mista, especialmente a competéncia para a aplicagdo de multas. Comentarios a) O vinculo existente entre as entidades da Administragao Publica Direta e Administrac’o Publica Indireta é apenas de vinculagéo e néo de subordinagao. Assim, aquelas no poder&o exercer controle hierérquico sobre estas, mas apenas 0 denominado controle finalistico. Assertiva incorreta b) No julgamento do Mandado de Seguranga n° 12.927/DF, de relatoria do Ministro Felix Fischer, 0 Superior Tribunal de Justiga decidiu que “tendo em vista o regime juridico disciplinar, especialmente os principios da dignidade da pessoa humana, culpabilidade e proporcionalidade, inexiste_aspecto discriciondrio (juizo de conveniéncia e oportunidade) no ato administrativo que impée sangao disciplinar. Inexistindo discricionariedade no ato disciplinar, 0 controle jurisdicional é amplo e ndo se limita a aspectos formals”. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 58 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Todavia, destaca-se que o Poder Judiciério nfo pode substituir o administrador, determinando, no caso em concreto, @ sanc&o disciplinar aplicavel & situag&o em andlise. Assertiva incorreta. ¢) © texto da assertiva esté em conformidade com o teor do art. 12 da Lei 9.784/1999, que é expresso ao afirmar que “um érgao administrativo e seu titular poderao, se ndo houver impedimento legal, delegar parte da sua competéncia @ outros érgdos ou titulares, ainda que estes nao the sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razéo de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial”. Assertiva correta. d) A apurac&o de eventual infrag&o praticada por servidor publico, assim como a respectiva aplicagdéo de pena disciplinar tem, para o superior hierérquico, o caréter de um poder-dever, uma vez que a condescendéncia na punigéo & considerada crime contra a administracéo publica. Assertiva incorreta. @) No julgamento do Recurso Especial n° 817.534/MG, cujo acérdao foi publicado em 10/12/2009, a 24 Turma do Superior Tribunal de Justica decidiu pela inviabilidade de delegac&o do poder de coercéo (aplicagéo de multa) 8 BHTRANS (sociedade de economia mista regida pelo direito privado), em face das previs6es contidas no Cédigo de Transito Brasileiro, a0 entendimento de se tratar de atividade incompativel com a finalidade de lucro almejada pelo particular. Assertiva incorreta. Gabarito: Letra c. 38. (CESPE/Analista Executivo - SEGER ES/2013) Acerca dos poderes da administracao publica, assinale a opcao correta. a) O poder de policia é prerrogativa conferida a administragao, que pode condicionar e restringir 0 uso e 0 gozo de bens, atividades e direitos individuais, em beneficio do interesse piblico, sendo exercido pela policia civil no 4mbito estadual e pela Policia Federal no Ambito da Unido. b) O poder hierarquico é o poder de que dispée a administragao para organizar e distribuir as fungdes de seus érgdos, estabelecendo a relagdo de subordinacio entre os servidores do seu quadro de pessoal. ¢) O poder discricionario somente podera ser exercido, em respeito ao principio do direito adquirido, no momento em que o ato for praticado. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 59 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one 4) O poder disciplinar, necessario 4 manuteng&o e a organizagio da estrutura interna da administragdo, é exercido por meio de atos normativos que regulam o funcionamento dos érgaos. e) O poder regulamentar confere & administracdo a prerrogativa de editar atos gerais para complementar ou alterar as leis. Comentarios a) Para responder 4s questées do CESPE, lembre-se sempre de que o poder de policia é exercido pela Administrac&o Publica, através de seus érgaos e entidades administrativas incumbidos da prerrogativa de fiscalizacéo, a exemplo do IBAMA, ANVISA, ANATEL, Ministério da Satide, entre outros. Em regra, a Policia Civil e Policia Federal ndo exercem atividades administrativas de fiscalizacéo, mas sim atribuicdes inerentes & seguranca publica. Assertive incorreta, b) O vinculo de hierarquia é essencial a fim de que se possa garantir um efetivo controle necessério ao cumprimento do principio da eficiéncia, mandamento obrigatério assegurado expressamente no texto constitucional. Assertiva correta. c) Além de ser exercida no momento da edigio do ato, a discricionariedade também estar presente posteriormente, caso a Administrag&o Publica decida revogar o respectivo ato. E 0 que ocorre, por exemplo, quando a Administracéo Publica decide revogar autorizagao para fechamento de determinada rua, anteriormente concedida para realizacéo de festa junina. Assertiva incorreta. d) Em regra, a organizagéo e o funcionamento interno dos érgéos administrativos esto pautados no poder normativo e nao do poder disciplinar. Assertiva incorreta, e) O poder regulamentar encontra amparo no inciso IV, artigo 84, da CF/1988, que disp3e ser da competéncia do Presidente da Republica “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execucao". Todavia, deve ficar bem claro que no exercicio do poder regulamentar nfo pode o Chefe do Executivo alterar ou contrariar o texto legal, sob pena de invalidagao do ato administrativo editado. Assertiva incorreta. Gabarito: Letra b. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 60 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 39. (CESPE/Técnico Judiciario - TRE MS/2013) Um agente de transito, ao realizar fiscalizagéo em uma rua, verificou que determinado individuo estaria conduzindo um veiculo em mau estado de conservacao, comprometendo, assim, a seguranca do transito e, consequentemente, a da populacao. Diante dessa situag4o, o agente de transito resolveu reter o veiculo e multar o proprietario. Considerando essa situagao hipotética, assinale a opcdo que explicita, correta e respectivamente, o poder da administracdo correspondente aos atos praticados pelo agente, e os atributos verificados nos atos administrativos que caracterizam a retengdo do veiculo e a aplicagao de multa. a) poder disci b) poder de poli c) poder hierarq d) poder disciplinar — autoexecutoriedade e exigibilidade e) poder de policia — exigibilidade e discricionariedade Comentarios De inicio, perceba que a questdo nao informou se existe algum vinculo juridico entre a Administragéo Publica e © particular que foi penalizado, portanto, estd descartada a possibilidade de a retencéo do vefculo e a multa terem sido aplicadas com fundamento no poder disciplinar. Nesse caso, nao hé duvidas de que foi exercido 0 poder de policia. Tendo sido aplicadas com fundamento no poder de policia, as penalidades esto amparadas pelo atributo da autoexecutoriedade, j4 que a Administragéo Publica n&o precisou de autorizacéo do Poder Judicidrio para implementé-las. De outro lado, por se tratar de instrumentos indiretos de coercao na tentativa de obrigar o particular a cumprir as obrigagdes legais, estaré presente apenas a exigibilidade (que é um desmembramento da autoexecutoriedade). Gabarito: Letra b. 40. (CESPE/Analista Judicidrio - CNJ/2013) Em relagdo a direito administrativo, julgue o item subsequente. I. © objeto do poder de policia administrativa é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pér em risco a seguranga nacional. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 1 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! one As informagdes apresentadas na assertiva foram extraidas diretamente do conceito legal de poder de policia, previsto expressamente no art. 78 do Cédigo Tributario Nacional, que assim dispde: “Considera-se poder de policia atividade da administracdo publica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a pratica de ato ou abstengao de fato, em razéo de interesse ptiblico concernente 4 seguranca, a higiene, 4 ordem, aos costumes, 4 disciplina da produgéo e do mercado, ao exercicio de atividades econémicas dependentes de concesséio ou autorizagéo do Poder Piiblico, & tranquilidade publica ou ao respeito 4 propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”. Assertiva correta. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 62 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! RELACAO DE QUESTOES COM GABARIT( (CESPE/Técnico Judiciario - TJ SE/2014) No tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os préximos itens. 01. No exercicio do poder administrativo disciplinar, a administracao pode aplicar punigdes aos particulares que cometam_ infracées, independentemente de estes se sujeitarem as regras do regime administrativo. (CESPE/Analista Judiciario - TJ CE/2014 - adaptada) Em relacao aos poderes administrativos, julgue os itens seguintes. 02. As prerrogativas do Poder Legislativo incluem a sustagao dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar. 03. © poder discricionério nio é passivel de controle pelo Poder Judiciario. 04. 0 desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos imites de sua competéncia administrativa. 05. Nenhum ato inerente ao poder de policia pode ser delegado, dado ser expressdo do poder de império do Estado. 06. O poder hierarquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que nao ha hierarquia nas fungées desempenhadas no 4mbito dos Poderes Legislativo e Judi 07. (CESPE/Técnico Judiciario —- TJ CE/2014) Considere que a prefeitura de determinado municipio tenha concedido licenca para reforma de estabelecimento comercial. Nessa situacdo hipotética, assinale a opcdo em que se explicita o poder da administracéo correspondente ao ato administrative praticado, além das classificagdes que podem a) poder disciplinar, ato bilateral e discriciondrio b) poder de policia, ato bilateral e discriciondrio c) poder disciplinar, ato unilateral e discricionario d) poder de policia, ato unilateral e vinculado e) poder hierarquico, ato unilateral e vinculado www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 63 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ©) (CESPE/Analista. - TC DF/2014) Considere que, durante uma fiscalizacao, fiscais do DF tenham encontrado alimentos com prazo de validade expirado na geladeira de um restaurante. Diante da ocorréncia, lavraram auto de infracdo, aplicaram multa e apreenderam esses alimentos. Com base na situacao hipotética apresentada, julgue os itens subsecutivos. 08. A aplicacgéo de multa ao estabelecimento comercial decorre do poder disciplinar da administracao publica. 09. Diante do risco & satide da populagao, as mercadorias com prazo de validade expirado poderaéo ser imediatamente apreendidas, mesmo antes da abertura de processo administrative e sem prévio contraditério do proprietario do estabelecimento. (CESPE/Titular de Servico de Notas - TJ DF/2014 - adaptada) A respeito dos poderes administrativos, julgue o item seguinte. 10. Desde que haja previsao legal, é possivel o exercicio do poder de ia, em especial a realizacao de atos coercitivos, por pessoa juri iciativa privada nao integrante da administragao publica. (CESPE/Técnico Administrative - ANS/2013) A respeito dos poderes administrativos, julgue os itens seguintes. 11. Para que a administracéo ptiblica execute a demoligéo de uma construco irregular, é necessdria autorizagao judicial prévia. 12. O ato de aplicacao de penalidade devera ser sempre motivado. 13. A inércia da autoridade administrativa, que é configurada como a inexecugéo de determinada prestacdo de servico obrigatéria em lei, constitui abuso de poder. (CESPE/Analista Administrative - ANS/2013) Acerca do direito administrativo relacionado 4 ANS, julgue os itens a seguir. 14. Configura exercicio de poder disciplinar a edigéo pela ANS de ato normativo que discipline um aspecto da relacéo entre operadoras setoriais e consumidores. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 64 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ©) (CESPE/Técnico Judiciario - TJ DF/2013) Com relagéo aos atos administrativos, julgue os itens subsecutivos. 15. Considere que determinado agente ptblico detentor de competéncia para aplicar a penalidade de suspensdo resolva impor, sem ter atribuigéo para tanto, a penalidade de demissdo, por entender que o fato praticado se encaixaria em uma das hipéteses de demissdo. Nesse caso, a conduta do agente caracterizaré abuso de poder, na modalidade denominada excesso de poder. (CESPE/Inspetor de Policia Civil CE/2012) Com relagao aos poderes e atos administrativos, julgue os itens subsequentes. 16. O abuso do poder pela autoridade competente invalida o ato por ela praticado, devendo a invalidade ser reconhecida somente por controle judicial. 17. O ato de aplicagéo de penalidade administrativa deve ser sempre motivado. 18. (CESPE/Procurador - BACEN/2013) A respeito dos principios, poderes e competéncias da administrago publica, assinale a opcao correta. a) Em razdo do principio da publicidade, que rege a administracdo publica, todos tém direito de obter dos érgaos piiblicos, desde que mediante o pagamento de taxa, certiddes para a defesa e esclarecimento de situagées de interesse pessoal. b) Como o poder de policia da administracéo se funda no poder de império do Estado, o seu exercicio néo é passivel de delegacéo a particulares, regra que, todavia, ndo se estende as denominadas atividades de apoio, para as quais é admitida a delegacdo. c) As decisées adotadas por delegacdo de competéncia consideram-se praticadas pela autoridade delegante, e nao pelo delegado. d) Fundamentado no exercicio do poder regulamentar, o chefe do Poder Executivo tem competéncia para inovar a ordem juridica, criando, por meio de decreto, obrigagées de fazer ou de ndo fazer aos particulares. e) Considere que a administracdo publica tenha indeferido pedido formulado por servidor piiblico de recebimento de determinada parcela remuneratéria, que o servidor tenha obtido liminar determinando o pagamento e que, apés o julgamento do mérito, a deciséo precaria tenha sido cassada e a administracdo publica postulado a restituicao do www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 65 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ©) valor até ent&o pago. Nessa situacio, de acordo com entendimento do STJ, 0 servidor nao sera obrigado a restituir 0 montante recebido, dada a incidéncia do principio da boa-fé, que tem carter absoluto. (CESPE/Técnico - MPU/2013) No que se refere ao direito administrativo, julgue os itens a seguir. 19. Considere que Daniel, funciondrio publico, tenha sido suspenso por decisio da autoridade competente apés regular proceso administrative disciplinar que apurou denuncia de que ele havia praticado irregularidades no exer: do cargo. Nessa situacdo, a autoridade competente agiu no exercicio do poder de policia da administragéo, a qual pode impor sangdes a seus servidores, independentemente de decisdo judicial. (CESPE/Analista Judiciério - TRT 8? Regiio/2013 - adaptada) Com base na jurisprudéncia do Superior Tribunal de Justica (STJ), julgue os itens seguintes. 20. E vedada, em cardter absoluto, a edigéo, pelo chefe do Poder Executivo, de ato normativo que detalhe sangées administrativas, por se tratar de matéria inserida no ambito da reserva legal. 21. Na remocio ex officio de servidor pablico para localidade diversa da por ele postulada, exige-se a correspondente motivacao por parte da administrago publica. 22. O poder de policia é exercido pela administraco publica em cardter individual, e nao geral, j4 que seu exercicio restringe unicamente o direito de determinada pessoa, nado podendo alcancar a generalidade dos individuos. 23. A divulgacdo de ato da administracdo publica pela imprensa particular em programa de televiséo ou de radio em horari oficial icos. atende ao principio da publicidade, podendo produzi efeitos ju 24. No exercicio do poder de autotutela, a administracdo publica pode anular seus préprios atos, independentemente da instauracao de prévio processo administrativo, ainda que tais atos gerem efeitos no ambito dos direitos individuais. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 66 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! a, julgue os itens seguintes: 25. O sigilo quanto ao resultado do exame de capacidade candidato, em sede de concurso ptiblico, no afronta o principio da impessoalidade. 26. No Ambito da administracéo piblica federal direta ou indireta, a acdéo punitiva decorrente do exercicio do poder de policia é imprescritivel. 27. Considere que determinado candidato aprovado em concurso puiblico tenha sido nomeado, mediante a exclusiva publicagao no diario oficial, apés trés anos da data de homologacao do certame. Nesse caso, segundo entendimento do STJ, independentemente do lapso temporal transcorrido entre a data da homologacéo e a da nomeacao, é presumida a ciéncia do candidato, visto que a comunicagao por meio de diario oficial é suficiente para atender as exigéncias do principio da publicidade. 28. O exercicio do poder regulamentar pela administracdo publica nao se restringe & atuacdo do chefe do Poder Executivo, por meio de decreto regulamentar, visto que outras autoridades podem expedir atos normativos, com fundamento no exercicio do mesmo poder. 29. © denominado poder hierarquico é inerente 4 atividade administrativa, razio por que néo se admite a distribuicéo de competéncias na organizacéo administrativa sem que a relacao hierarquica esteja presente no desempenho das atividades. (CESPE/Policial Rodovidrio Federal - PRF/2013) No que se refere ao regime juridico administrativo, julgue os itens subsecutivos. 30. A administracéo nao pode estabelecer, unilateralmente, obrigacgées aos particulares, mas apenas aos seus servidores e aos concessiondrios, permissiondrios e delegatdrios de servicos publicos. (CESPE/EPP - MPOG/2013) Julgue o item abaixo, referente aos regimes juridicos dos agentes administrativos. 31. A administragao pUblica exerceré o poder regulamentar ao multar determinado contratado que esteja construindo um imével piiblico em drea urbana e que atrase sucessivamente etapas da obra. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira o7 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ©) (Analista Administrativo/MPU 2013/CESPE) Com relacdo aos poderes, atos e contratos administrativos, julgue 0 item a seguir. 32. As prerrogativas do regime juridico administrativo conferem poderes a administracao, colocada em posicéo de supremacia sobre o particular; j4 as sujeigées servem de limites 4 atuagéo administrativa, como garantia do respeito as finalidades piiblicas e também dos direitos do cidadao. (Analista/MPU 2013/CESPE) A administracao publica, reguiamentada no texto constitucional, possui principios e caracteristicas que Ihe conferem organizacéo e funcionamento peculiares. A respeito desse assunto, julgue o préximo item. 33. A administracao publica exerce seu poder disciplinar quando exige do particular a entrega de estudo de impacto ambiental para a liberagao de determinado empreendimento. (Analista Processual/MPU 2013/CESPE) Acerca do poder de policia, do poder hierarquico e do abuso de poder, julgue os préximos itens. 34. A invalidacdo da conduta abusiva de um agente piblico pode ocorrer tanto na esfera administrativa quanto por meio de acao judicial, e, em certas circunstancias, o abuso de poder constitui ilicito penal. 35. O poder de policia, vinculado a pratica de ato ilicito de um particular, tem natureza sancionatéria, devendo ser exercido apenas de maneira repressiva. 36. O ordenamento juridico pode determinar que a competéncia de certo 6rgao ou de agente inferior na escala hierarquica seja exclusiva e, portanto, nao possa ser avocada. 37. (CESPE/Defensor Ptiblico - DPE RR/2013) Assinale a opcao correta a respeito dos poderes administrativos. a) Os entes descentralizados estéo submetidos ao controle hierérquico exercido pela administracao direta, j4 que o vinculo existente nessa relacdo juridica é o de subordinacao. b) O controle jurisdicional do poder disciplinar da administracaéo publica é amplo, podendo o juiz, inclusive, determinar concretamente a sancdo disciplinar aplicdvel ao caso. www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 68 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ©) ¢) A organizagéo administrativa baseia-se nos pressupostos da distribuigéo de competéncias e da hierarquia, raz4o por que o titular de uma secretaria estadual, desde que nao haja impedimento legal, pode delegar parte da sua competéncia a outro érgio quando for conveniente em razio de determinadas circunstancias, como a de indole econémica, por exemplo. d) No Ambito do poder disciplinar, a administragéo publica possui discricionariedade para decidir se apuraré, ou nao, infracdo funcional cometida por servidor. e) Com o objetivo de melhorar a efi administrativa, os estados- membros podem delegar o poder de policia administrativa a sociedades de economia mista, especialmente a competéncia para a aplicagdo de multas. 38. (CESPE/Analista Executivo - SEGER ES/2013) Acerca dos poderes da administracdo publica, assinale a opcao correta. a) O poder de policia é prerrogativa conferida a administragdo, que Pode condicionar e restringir 0 uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em beneficio do interesse piblico, sendo exercido pela policia civil no 4mbito estadual e pela Policia Federal no ambito da Unido. b) O poder hierarquico é 0 poder de que dispée a administracado para organizar e distribuir as fungdes de seus érgdos, estabelecendo a relagao de subordinacao entre os servidores do seu quadro de pessoal. ¢) O poder discricionario somente podera ser exercido, em respeito ao principio do direito adquirido, no momento em que o ato for praticado. d) O poder disciplinar, necessério & manutencSo e a organizacdo da estrutura interna da administragdo, é exercido por meio de atos normativos que regulam o funcionamento dos érgaos. e) O poder regulamentar confere & administracdo a prerrogativa de editar atos gerais para complementar ou alterar as leis. 39. (CESPE/Técnico Judiciario - TRE MS/2013) Um agente de transito, ao realizar fiscalizagio em uma rua, verificou que determinado individuo estaria conduzindo um veiculo em mau estado de conservagao, comprometendo, assim, a seguranca do transito e, consequentemente, a da populacao. Diante dessa situacao, o agente de transito resolveu reter o veiculo e multar o proprietario. Considerando essa situacao hipotética, assinale a opgdo que explicita, correta e respectivamente, o poder da administracéo correspondente www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 69 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! aos atos praticados pelo agente, e os atributos verificados nos atos administrativos que caracterizam a retencgdo do veiculo e a aplicacao de multa. a) poder disciplinar — exigibilidade e discricionariedade b) poder de policia — autoexecutoriedade e exigibilidade c) poder hierarquico — exigibilidade e autoexecutoriedade d) poder disciplinar — autoexecutoriedade e exigibilidade e) poder de policia — exigibilidade e discricionariedade 40. (CESPE/Analista Judiciario - CNJ/2013) Em relagéo a direito administrativo, julgue o item subsequente. I. © objeto do poder de policia administrativa é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pér em risco a seguranga nacional. GABARITO - QUESTOES DO CESPE 01.E | 02.c | 03.E | 04.£ | 05.£ | 06.E | 07.D | 08.E 09.C 10.E 11.E 12.€ 13.C 14.E 15.C 16.E 17.C | 18.B | 19. | 20£ | 21.c | 22.£ | 23. | 24.6 25.£ | 26.£ | 27.6 | 28.c [| 29. | 30.£ | 31.€ | 32.¢ 33.E 34.0 35.E 36.C 37.C | 38.B | 39.B 40.C www.pentodosconcurses.com.br | Prof. Fabiano Pereira 70

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