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INTRODUCAO AS FUNCOES DE UMA VARIAVEL COMPLEXA CHAIM SAMUEL HONIG 6° COLOQUIO BRASILEIRO DE MATEMATICA POCOS DE CALDAS julho de 1967 -o- PREFACIO As presentes notas reproduzem um curso que demos no 12 ge mestre de 1966 para os estudantes do 32 ano dos cursos de licencia tura em Matemftica da Faculdade de Filosofia, Ciéncias e letras da Universidade de So Paulo. Aste curso é habitualmente seguido por mais de cem estudantes, 95% dos qudis nfo vdo ser matemiticos pro fissionais. 0 curso é desenvolvido levando em conta éste fato. Procuramos dar uma vis&o de conjunto da teoria elementar das fun- goes analfticas de uma varidvel complexa e de suas aplicacées, e- vitando porém certos tépicos (a teoria da homotopia, por exemplo) que néo s6 dificultariam, inicialmente, a compreensdo da teoria das fungées ansliticas, como desviariam a atenc&o para questdes a cessérias (do ponto de vista da teoria das funcdes anal{ticas) e técnicas. Esta em processo de criacdo na Faculdade de Filosofia, Ciéneias e Letras da Universidade de Sio Paulo um curso de Bacha= relado em Matemitica destinado primordialmente a um mimero bem me nor de estudantes, que tenham a intengo de ficar no magistério superior de matemética, Para o curso de Bacharelado de Fungtes Analfticas, e para estudos posteriores, aconselhariamos um dos excelentes livros : : “Complex Analysis” de lars Ahlfors (EditOra Mo Graw-Hill, ork) “Théorie élémentaire des fonctions analytiques d'une ou plusieurs variables complexes” de Henri Cartan (Editéra Hermann, Paris). q, Como texto de consulta, exaustivo e’ completo, indicaria- mos o livro de Behnke e Sommer, “Theorie der. Analytisehen Funktionen einer komplexen Ver&nderlichen” (Editora Springer, Berlim). ~00- Fagamos alguns comentdrios sébre os diferentes cap{tulos destas notas: No capitulo I fazemos a construg&o do corpo dos nimeros complexos. No capf{tulo II comegamos dando a linguagem topoldgica (convergéncia, continuidade, séries etc.) necessdria para o resto do curso e a seguir fazemos a extensdo das chamadas “funcgées ele- mentares”do campo real ao campo complexo. Para fazer esta extensdo n&o se necessita da nogéo de fungdo analftica pois ela pode ser feita a partir da série de Taylor real da func&o; a unicidade do prolongamento, a conservacéo das propriedades algébricas etc, sdo asseguradas simplesmente pelo Teorema de Abel sdbre séries de po- téncias convergentes. No ultimo parégrafo déste cap{tulo introdu- zimos a nog&o de logarftmo de um ninero complexo e por meio déle podermos posteriormente caracterizar as “fungdes elementares” B neste pardgrafo que vao aparecer pela primeira vez fatos essen- eialmente novos (em relag&o A teoria das fungdes de uma varidvel real). Quando procuramos estender as fungdes log x, x7 etc., de~ finidas em R, ou R, ao campo complexo, mantendo ao mesmo tempo as sues propriedades algébricas habituais e sua continuidade cai-~ mos forgosamente em fungdes ou expressdes multivalentes. Sé Euler se apercebeu disto claramente, explicando assim as divergéncias anteriores entre Leibniz e Jean Bernouilli [i 12 argumentando que © logeritmo de um néimero negativo deveria ser um niimero imagindrio Puro e 0 2° “demonstrando” que log(-2) = log a - ver no §6 do Capf{tulo II: 0 paredoxo de Bernouilli]. Para nfo trabalhar com fungSes multivalentes introduz~se a nogéo de ramos on determina- gdes de Ice z © de outras expresses multivalentes; mas esta ng so é artificiosa e 96 a noc&o de Superficie ae Riemann vai res- taurar a harmonia e a naturalidade neste dom{nio. Nos cap{tulos III e Iv 6 que comeca o estudo das fungdes anal{ticas propriamente dites. As fungdes analfticas podem ser caracterizadas por 4 propriedades equivalentes (a derivabilidade complexa, as equagdes de Cauchy-Riemann, a representacgéio local por série de poténcias convergente, a existéncia de ume primitiva -000- local) e @ maioria das suas propriedades elementares s&o uma con- sequéncia trivial de uma destas quatro propriedades (ver o resumo -recapitulacdo no $10 do capftulo IV); o que nao é triviel é a ag monstracio da equivaléncia daquelas quatro propriedades e ¢ isto que fazemos, entre outras, nos capitulos III e IV. A demonstrac&o do Teorema de Cauchy-Goursat que apresenta mos no §6 do capftulo IV é elementar, n&o usando o Teorema de Jordan, nem a possibilidade de decompor um polfizono em triadngulos (fato Este de demonstragao bastante complexa). Naturalmente o ver dadeiro contexto do Teorema de Cauchy-Goursat (excetuada a sua de monstragéo para um triaéngulo) se situa na Topologia Algébrica. Terminemos o Ultimo cap{tulo mostrando como por meio do cdélowlo de resid@uos temos um procedimento muito simples e automé- tico para caleular diferentes tipos de integrais definidas. A maior parte das presentes notas foram redigidas pela Assistente D. Alcilea Augusto Homem de Melo; os exercicios foram elaborados pela Assistente D. Sakuya Aoki Honda em colaboragao coma D. Alcilea. A elas os meus mais sinceros agradecimentos que também estendo A nossa colega D. Blza Gomide que reviu eriticamen te a maior parte do presente texto. Chaim Samuel Hénig S80 Paulo, junho de 1967 InvIcE Capitulo I - Mimeros complexos I.1 - Operagdes com nimeros complexos ... T.2 - Imersdo de ® em © seeseeeeeeeeee - O elemento i; outras definicdes e notacdes...e.60. ~ Representagio geométrica dos nimeros complexos. - Médulo de um numero complexe .... 3 4 5 +6 = Corpo dos niimeros complex0s s.ssseceseeeseeceee 7 - Forma polar de um ntimero cOmplexO vesesesereceerane 8 - Poténcia de um mimero complexo com expoente VACLONAL seseeeeevccceceseevacnccesesseesesesescene Capitulo II - Séries e funcdes no campo complexo II.1 - Distancia e convergéncia ...+++- II.2 - Sequéncias de Cauchy ssssseeeeee TI.3 - Fungées de varidvel complexa e continuidade .....6 TI.4 ~ SErieS ceseseseseecseceee eee ssseeeseeeeeeeseeeee II.5 = Fungées elementares no campo complexo ... II.6 - Definicfo de Log 2; aplicagdes ......- Cap{tulo III - Diferenciabilidede complexa III.1 - Derivada de uma fung&o de varidvel complexa ..... TII.2 - Regras formais para o cdleulo de derivadas....++- III.3 - Condigdes de Cauchy-Riemann TII.4 ~ Funcdes diferencidveis ... TII.5 - Pungdes analiticas siessereeeeeeeeeneeeneeeeeeeee III.6 - FungSes harmonicas soseseeeeecsacccseesorescesees DWauRwH al 15 20 22 23 26 31 41 55 56 59 62 65 70 -ii- Capftulo IV - Integral complexa Tv.1 Iv.2 V.3 IV.4 Iv.5 IV.6 Iv.7 Iv.8 Iv.9 IV.10- Resumo-recapitulacio . Capitulo Wi - V.2- V3 = Vea = V5 = V.6 - Ve7 = - Curves no plano complexo .... ~ Integrais curvilineas reais ssssssseeseenereceens - Integral de fungdes de varidvel complexa ..+....4+ ~ Teorema integral de Cauchy sessesseeeeere - Primitiva de uma fungaéo complexa .. - Teorema de Cauchy-Goursat siseeeseeeeeereere ~ Formula integral de Cauchy ..ssesee ~ Consequéncias da férmula de Cauchy .. - Série de Taylor de wma fungdo analitica V - Céleulo de resfduos Séries de Laurent Ponto singular isolado ReslAwos sssssasesrercccesenscsenee Cdleulo do res{duo num polo simples Cdleulo do resfduo num polo de ordem m... Cdlculo de integrais reais (impréprias) por meio de resfAUos seesessesecscseceeseeeeeseneseeees Integrais envolvendo fungtes trigonométricas ...... 16 80 84 92 99 102 15 129 135 140 4q 152 160 + 163 168 161 Capitulo I N(MEROS COMPIEXOS I.1 - Operacdes com miitieros complexos: Indicamos com # 0 corpo dos niimeros reais e com © 0 con= junto dos nimeros complexos, isto é, 0 conjunto ® x ® dos pares. ordenados de ntmeros reais munido das operagtes de adicio e multi- plicac&o, definidas como segue: se 21; 2, € 6, sendo 2, =~ = (4,554) .€ 2 = (X547p), & adigde faz corrésponder ao par ZZ oO elemento z, +2, €€ definido como 2y + 25 = (14X59 Yyt¥p) © @ multiplicag&ic faz corresponder ao. mesmo par o elemento 2y2p = (XyXp~VyVpr XyVo*%yV) + No pardgrafo 1.6 demonstraremos que em relac&o a essas operacgées os némeros complexos também formam um corpo. As operacées que acabamos de definir gozam das.seguintes propriedades: Al, A adig&o é associativa, isto é, se 2 1Bp 423 © © (ayt29) + 23 = 2, + Cagtay) 5 A2. A adicdo é comutativa, isto é, se 21,25 € 6+ 2 + Bp ot 2° A verificacdo das duas propriedades enunciadas é imediata a partir da definig&o de adic&o e do fato de que a adic&o de nimeros reais goza também destas mesmas propriedades; 43. Existéncia do elemento neutro, isto é, existe um elemento Oe tal que O+%= 2 para qualquer 2 € 6. Basta tomar o par O = (0,0); quando a operagdo de grupo ¢ indicada aditiva- mente, o elemento neutro denomina-se zerc. A4,. Existéncia do simétrico, isto é, dado um elemento qualquer 26, existe em © vm outro elemento que denotamos com -z tal que: z+ (=2) = 0, De fato, se z= (x,y), basta tomar como -z o par (-x,-y). © mimero complexo -z diz-se 0 oposto de z. As propriedades Al - 4 dizem que o conjunto © forma um grupo comutativo em relacdo a adicao. 0 leitor pode verificar que o elemento newtro é unico e que para cada ze® o simétrico. -z tembém é tinico. Este um fato geral da teoria dos grupos. Daqui por diante, se 2,2) € © usaremos 2-2, para indicar 2, + (-2)+ Propriedades da multiplicag&o: D. A multiplicagéo é distributiva em relagio & adig&o, isto é, se By 12542, © © i 21(2) + 23) = 225 + 2423 $ M1. A multiplicag&éo é associativa, isto é, se 21129123 € Ct (44 %5)23 = 24 (4923) $ A verificacdio destas propriedades é feita a partir das definigées 73 das operacdes, levadas em conta as propriedades das operacées com nimeros reais; M2. A multiplicagdo é comutativa, isto é, se 2112p € Gy 242 = 29%) + De fato, a expressio que define o lemento 2,2, é simétrica em re lagéo aos indices le 2. As propriedades Al-4, D, M1-2 jd nos asseguram que © é um anel comutativo. 1.2 - Imersio de _® em f+ Podemos considerar os mimeros reais como nimeros complexos, pois existe uma aplicagaio biunfvoca natural de ® em © que con- serva as operagves definidas anteriormente. Na realidade esta aplicagdo é um isomorfismo do corpo dos mimeros reais no corpo dos ntimeros complexos, A aplimgao é aquela que faz corresponder ao elemento xe® 0 elemento & = = (x,0) « ©. # imediato verificar que esta aplicac&o: - é biunfyoca, isto é, x,yeR e xA yr 4H - conserva a adic&o e a multiplicagdo, isto é: e y = %7, para quaisquer x,yeR. " 4 & xy Em virtude destas propriedades, usaremos daqui por diante o mesmo sfmbolo x para indicar xe%® ou XS, isto é, estamos i- dentificando o nimero real: x e o nimero complexo %, consideran- do assim ® ‘como parte de €. # oportuno destacar que, gragas a esta notagéo, ji estd definida a multiplicag&o de um nimero com 4 plexo por um nvimero real e, portanto, também a divisdo. Com efei- to, se-2= (x,y) €@ e rem rz. = ap = B(x,y) = (r,0) (x,y) = (2x,ry) e 1 B= 2 AD - 1.3 ~ OQ elemento i, outras definigdes e notacdes: Das definigdes dadas, é simples verificar que- um nimero com- plexo z= (x,y) pode sempre ser escrito como: z= (x,0) + (y,0) (0,1) = % + 7(0,1). Introduzimos, ent&o, o’sf{mbolo i para indicar o nimero complexo (0,1). Assim sendo, pelo que vimos acima e usando a iden tificagdo que elimina o ~ , teremos pare qualquer ze€ : z= (x,y) =x + yi. Como (0,1) (0,1) = (+1,0), temos, com-a notag&o acina = <1. Traduzidas as definigdes de adicdo e multiplicacdo para @ nova notagéo agora introduzida, obtemos: (xq + yt) + (xy + ¥gi) = (zyHey) + Cxytyy)i 5 4 )= 7 ; (q+ yy) (ay + yyi) = (yxy - yy¥Q) + (xy + Xy¥Q)E Observe-se que éste mesmo seria o resultado se desenvolvéssemos distributivamente 0 primeiro membro levando em conta que i® = -1. Se zeC, 2 = (x,y) =x + yi, 0 elemento x diz-se parte real de z e é denotado com Rez ou Re(z) e o elemento y diz-se parte imagindria de z e denota-se com Imz ou Im(z). Entdo, se 2 € Cy z= Rez + ilmz. As propriedades seguintes sio imediatas: 2 © Rez, = Rez, e Imz, = Imz,} 21 2 Re(2, + Zp) = Rez, + Rez, $ 0 Im(z, + 2) Tmz, + Imzy i para quaisquer 2, 2, € C+ Dado um niimero complexo z 0 (x,y) =x + yi, define-se como seu complexo conjugado o numero complexo denotado com @: z (x, -y) =x- yie Fica a cargo do leitor verificar que séo vélidas as propriedades enunciades a seguir: Cl. Gs 23 (2. FF, = By + By} C3. ip = By Boh C4. = 2 eas C5. z- Z = 2ilmz; 06. 2% = x2 + y%, sendo, portanto, um ntimero real positivo. I.4 --RepresentacSo geométrica dos mimeros complexos: Sendo ® x R © conjunto dos ntimeros complexos, éstes po~ derdo ser representados geométricamente pelos pontos do plano ou pelos vetores do plano com origem no ponto 0 0 nimero complexo 2 = (x,y) =x + yi sera representado pelo ponto de coordenadas -6- (x,y) ou pelo vetor de origem O e extremidade (x,y). 0 Dentro desta representag&o, a soma 2, + Z, dos niime~ ros complexos 2, e 2) corresponderd & soma dos vetores Ze Zp de acérdo coma regra do paralelograma, e o complexo conjuga~ 7 2129 ao % de um numero complexo 2 correspon > de ao vetor simétrico a0 vetor 2 em rela~ NG Oeixo dos x é chamado eixo real pois seus pontos corre spondem gBo ao eixo dos x. aos mimeros reais. 0s pontos do eixo dos y correspondem aos ni- meros complexos da forma (0,y) = yi chamados imaginérios puros; isto 44 a0 eixo dos y 0 nome de eixo imagindrio. 1.5 ~ Wédulo de um mimero complexo Modulo de um mimero complexo: Chamamos de médulo do nimero complexo 2 =x + yi e inéica- mos com |z|, a raiz quadrada positive do produto de 2 por seu com plexo conjugado % + Jn] = Vaz = Vx? 4 y2 O médulo é também chamédo de valor absoluto ou norma de %. Geométricamente |z{ é 0 médulo do vetor que representa 2 ova disténcia do ponto z & origen. Est&o satisfeitas as seguintes propriedades: Ni. [2] 2 0, para qualquer ze e@ |2| = 062 = 0; N20 se 245%) € ©, |ay25] = Jey) leol i como ambos os membros s&o reais positivos, verifiquemos que seus quadrados sS0 iguais: leyeg? = 029 29)( 278) = (2, 29)(ByBy) = (2y%)(zpZQ) = ln leg ievande=se em eonte a prepriedade 63 e¢ a eomutatividade e a asseeiatividade da multiplicacie; WB s@ S58) © Oy |e, + sal § fay) + l2al este é a chamada prepriedade triangular pois, geoubtricamente, diz que @ comrimento de um des lades de um triémgule ¢ mener eu igual & sema des conprimentos des euizes dois. Para a demons taste aneif tice, convém lekbrar que: Rez s |Res| s |p| (9 meswe vale para Ime: Ine s |Ima|s|a|) & lz] = |ala de fate, des definig¥es tem=se: lagaq[® = (sy#2q)(BqFeq) = (2y+8q)(Ey+Bg) = + + Byly + 29%, Bas) 2:8, + Bye, = a38, + 218, = 2 Re(a,Z,) s 2 leyeol = 2 |ey| Bol, enter [ayteg? = ley? + 2 Re(a,%,) +lef? s ley? + 2lay lel+ laf? , iste é, |aytag? « ( ley|+ lagl)® e, come e&e mimeres positives: |ay#89] 6 |eq/ + lag] + =8- I.6 ~ Corpo dos nuimeros complexos: Das propriedades Nl e N2 conclufmos que o produto de dois nui meros complexos nao nulos é também ndo nulo, isto é, se indicamos por €* 0 conjunto dos nimeros complexos n&o nulos, entao eer, ys € CF = 2yz, Podemos, ent&o, considerar a operag&o de multiplicagéo no conjunto &* e vamos verificar que com esta operagio 6* Jum grupo comita, tivo. De fato, a miltiplicagdo 6 associativa e comutativa como di~ zom as propriedades Mle M2; vejamos as demais: , M3. Existéncia do elemento unidade (elemento neutro de um grupo com operacio de multiplicagdo): basta considerar 0 1 =.(1,0)€ €6*, pois l.z = 2, para qualquer 2 € C*} M4. Existéncia do inverso (o simétrico num grupo com operac&o de multiplicagao): dado z€C*, consideremos o numero gl. Bist gue jé foi definido, pois 22 é real, e vejamos que 22 = 1. De fato, 22+ = 22-1, 0 elemento 2+ seré também indicado com 2 ou Ve Estd visto, portanto, que o conjunto dos numeros comple- xos forma um grupo comutativo em relagdo & adic&o, os complexos nfo nulos formam um grupo comutativo em relac&o & multiplicagao e que a multiplicagdo é distributiva em relagio & adicdo, isto é, o conjunto © dos mimeros complexos munido destas operagdes é um corpo comutativo. Exerefcios 1. Sendo 2 = 1+i, representar geométricamente os pontos 2z, 2 zi noe 1273, 2. Sendo 2, = 1+i e z, = 2-1, representar geométricamente os PONS 245 Zy5 2 42p5 24255 (Zy/ eq) 3+ Demonstrar que: a) V2 > [2] 2 |x! + [yl b) J2y-29] > [lzq! - leg! 4 Caloular 2,429, 2125) 2,255 Re(z%, + FZ) e tal 29%, + Fz) 1); quando: @) % = cos 302 +i sen 302 e 2, = 5(yg + ive): b) ay ltiie Zp = 1-i. 5. Caloular Re [(2r)?/(3+4rJ] ee Im[(-r + x2 4 3 + r4)/(142r)2] Observac&o: 0 leitor pode reconhecer no processo aqui usado para a construgéo do corpo dos nimeros complexos a partir do corpo dos nimeros reais um caso particular de uma construgdo algé- brica mais geral. De fato, se K é um corpo comutativo e se deK é um elemento que nfo seja o quadrado de elemento algum de. K, isto 6, x° #4, para qualquer xeK, ent&o, a construc&o ao menor corpo (a menos de isomorfismo) que contenha K e no qual d_ sejao qua, dradé de algum elemento é andlogo ao que se acabou de fazer. Com efeito, indiquemos por K(Vd) 0 conjunto Kx K munido das opera- cdes de adic&o e multiplicagio definidas cano segue: se (xy 99q) 4 (Xy1¥5) © K(VE)? (ay59z) + (Xy1¥Q) = (Hy + By, YF IQ) o (x1 4¥q) (Ay 1¥_) = (xp + G91 XYVy + XyV1)3 em relagdo 4s quais valem as propriedades Al-4, De M1-2. A seguir, consideramos a imersio de K em K(Vd), identificando os elementos que se correspondem pela aplicacao xe K —» & = (x,0) € K(Va) 5 =10- esta aplicac&o 6 biunfvoca e conserva as operagdes de adigéo e multiplicacao. Considerando o elemento de K(Va), w = (0,1), verifi- ca-se que w® = 4 e que qualquer elemento (x,y) € K(Va) escre- ve=se como (x,y) =H + fusx+ yw. A seguir, dado a = (x,y) =x + yw, definimos 0 conju- gado (x,-y) = x - yw ea fungdo # imediato que: aaa, @+Pra+6h, GB= ap valen também as propriedades: Ma) =0*a-=0, pois d n&o é quadrado de nenhum elemento em Kj N(aB) = N(a) NCB) » Isto basta para verificar que, se a, B € K(Vd) sao diferentes de zero, ent&o seu produto af também o é. Proceden— do como para C, verifica-se que K(Ya). é um corpo. A proprieda~ de triangular N3 e a representag&o geométrica n&o tém andlogo no caso geval. -11- I.7 - Forma polar de um nimero complexo: Seja- z= x + yi um nimero comlexo n&o nulo. Entéo se tém } ze [al -Vee ey £0. | 2 Consideremos as equacdo em 8 1z x=rcos®, y=rsen®& Ol * Uma solugéo @, destas equa- gées chama-se argumento do ntimero complexo 2 e© escrevemos 8) = = Arg 2. B claro que entéo, para todo inteiro k, 6) + 2kn = Arg 2. Um dos valores de Arg 2 pertence ao intervalo [0,2n[ e éste valor chamaremos de valor principal do argumento de ze 0 indicamos por arg z. Geométricamente, o argumento se interpreta como o angulo que o vetor z forma com o eixo dos x. Observagio: muitas vézes vamos escrever arg z + 2ky para lembrar a “multivaléneia” do argumento. Poderfamos também con- siderar o argumento como uma funcéo definida em C* com valores no grupo quociente R/2nz. Sendo, entéo, r omddulo de z e @ um de éeus argu- mentos, ~podle-se escrever z= x + yi = r(cos@ + i sen®) que.é a forma polar de 2. A forma polar nos permite dar uma interpretag&o geométri- ca para o produto de dois mimeros complexos. Com efeito, sejam Zs 2p € CM, 2 = 7, (cos®, +4 sen®)), 2 (cos®, + i sen@,) ~12- e 2 = 2% = r(cos® + i sen®). Efetuando 0 produto, obtém-se: 212 = r,(cos®, + i sen@) r,(cos®@, + i sm8,) = Tyr, [c08(8,+8,) +iser(6,+,)] e, por comparacéo, tiremos: r= ryry (jd visto em N2) e Arg(2,%) = Arg 2, + Arg Zor esta ultima igualdade devendo ser entendida no seguinte sentido: dado @, argumento de 2, e @, argumento de 2), um valor 6 do argumento de 2,2, difere de ©, + 8, por um miltiplo intei- ro de 2m. Geométricamente, ent&o, multi- 2172 plicar z, por 2) significa tom mar na circunferéncia de raio Le l24/ leo| © ponto cujo argumento seja Ly @ soma dos argumentos dos fatores. Por exemplo, a multiplicaga&o de um nimero complexo por x i corresponée & rotagio de 1/2 do vetor 2, pois jiJ=1 e Arg i= 1/2 + 2k. A férmla do argumento do produto de dois mimeros esten- de-se para o produto de m mimeros complexos quaisquer (nio nulos) assim é que, se 25 = 1j(c0s®; +isem.), J=1,2,++.,m entao isto é: ly = 2 a7 fatter Forma polar da poténcia m-ésima de um mimero complexo: na expres- 8&0 acima, considerando-se = 2, obtém-se a forma de a™: 2™ = y™ (cos mo + i sen m6), (1.2), isto é, Arg 2" = mArg z, para m inteiro positivo. Tomando-se ainda izl= 1, obtém-se a f6rmula de Moivre: (cos® + i sen®)™ = cosmé + i senm6 (1.2) que pode ser desdobrada em duas, tomadas as partes real e imagi- néria do desenvolvimento do primeiro membro. Forma polar do inverso e do quociente: vamos provar que se 2 4 0, z = r(cos® + i sen®), entao lou : a2 i 3 = 3 [eos(-@) +isen(-9)] = = (cos® -isen®). Isto é verdade pois 2 4 [cos(-@) + 4 sen(-@)] = 1. Ent&o, Arg 3 “Arg 2. Daguf"segue imediatamente que: 2 1 Arg >> = Arg 2, - Arg 2 2p Tt 2 isto é, se 2, = ry (cos@ +isend)) e 2, =r, (cos®, + isen®,), 2 Fy % Zp [cos(®,-8,) +4 sen(@,-0,)] . ~14- Mostremos que a expressdo (I.1), vdlida para m intei~ ro positivo valerd também se m for inteiro negativo. De fato, se m= -n, 2 Gy" a [cos(-n@) +isen (-n®)] . Assim, a férmula de Moivre (1.2) é vélida para m intei ro qualquer. Forma polar da raiz n-ésima de um nimero complexo: se z 6 um nu~ mero complexo n&o nulo, raiz n-ésima de z serd um numero Z tal que 2) = 2. Ora, se 2 = r(cosd+ iser) e 2, = r,(cos®,+ isend,), ne Z de 25 = 2, témse 7 n r=ro e, portanto, ry =Vr e cos® =.cos n 8, , sex® =senn 0, ou sejar @ = nO, = 2kn, kez 0 que equivale a: _e@,k @, = 3 + Fens kez. # claro, porém, que se k assumir um dos valores 0,1,...,n-1, os valores correspondentes para ©, diferirao entre si de menos que 2n dando, portanto, valores diferentes de 2, ¢ que, a qualquer outro valor de k corresponderd um valor para ©, que diferird de um @éstes de um miltiplo de 2n, (basta dividir k por n e tomar o resto que esté entre 0 e n-1), resultando, entéo, para Z, wm ntimero jd obtido. Concluindo, haverd exatamente n valores distintos para a raiz n-ésima de 2, a saber: ved ; e,k m= Vr (cos0, + isen@), onde = 4 + Fem, k-O,1,...,n-1 -15- Geométricamente, os pontos 2p pertencem todos & circunferéncia n de centro na origem e raio V/r e dividem esta circunferéncia em n partes iguais. Indicaremos com Ye ou 2/® qualquer um destas raizes, Rafzes n-ésimas da unidede: Como 1 = cos@ +i send, arg WI = =e 2B keOylyseaynele Em geral, costuma-se escrevert w = cos 2% +igen 2", ent&o, as rafzes n-ésimas de 1 serdo 1 = 0°, ©, w2,...,0577, Exemplos: Vi = cos k 87+ i sen 2, k = 0,1, isto é, VI = #1; Wi = cos Bhs a sen, k= 0,1,2, ov seja: 3-21, -2+4%i,-2-4% Wi 1, 3 + 2 i, 57-3 ie 1.8 - Poténcia de um mimero complexo com expoente racional: Se m,n,p sdo inteiros, p, n#0,e x 6 um nimero real estritamente positivo, ent&o n a Ve = Va)" = . Esta propriedade, com tal generalidade, nao se estende aos mimeros complexos, o que se pode verificar com o simples exem- plo: V2 = iz. Veremos, no entanto, que se m e n forem in- m)l/n Y/ny® (aR) Y™ 2 (1D) teiros primos entre si, entao num sentido -16- ‘n evidente: os elementos representados por (2%) coincidem com sm os elementos representados por (2/3) e mis, se definirmos gn como: (1.3) 27D o 2/2 [ogg Boson eiver( Or2kn)] ¢ kO vb) x+y ct ce) O [2-3] a) le2l> be h) a=2,+re%? onde O 0 um mimero real positivo, definimos como bola de centro z, e raic a, B, (45), 0 emjunto dos mimeros complexos 2 cuja distancia a Zo seja menor. que a, isto é, BA(29) {zee | a(z,z,) Geométricamente, os pontos de B,(%_) s&o os pontos in~ J 0, existir um {ndice un, tal que: para n2n, ° A(2,125) = = |a-z< €, ou seja, a partir de n, € B.(z,)+ Neste caso, nol 1 eh Zo ‘of @ sequéncia 2, Giz-se convergente. A definigdo de convergéncia de sequéncia de mimeros com- plexos relaciona~se com a de nimeros reais pela propriedade enun~ ciada a seguir: %_ t+ Vpi © 29 = Xp + Voi, entdo Proposig&o IT.1 - Se 0 = Xo mt 2_ Se, @ somente se, XX, & YyVo- A verificacio é imediata a partir do seguinte fato: se z=xstyi, Ixl, lylsl2{ = [xl + yl Exerefcio: Provar que zz, se; e somente se, |z,|—>|z,| Arg 2,—=Arg 25. Dar um significado para Arg 2.Arg 2 n at 0 © que acontece quando 2, = 0? ~22— II.2 - Sequéncias de Cauchy: _Num espago métrico qualquer, uma sequéncia Z, dizese sequéncia de Cauchy se dado «£ > 0, existir um indice a, tal que para n, m2 n, Q(2,1%,) < & Se num espago métrico tédia ‘oF sequéncia de Cauchy for convergente, éste espago diz-se um espago métrico completo. Como téda sequéncia convergente é¢ também uma sequéncia de Cauchy, num espaco métrico completo s&io equivalentes as condicgdes de uma sequencia ser convergente ou de Cauchy. Neste pardgrafo nés nos propomos demonstrar que o espaco métrico dos nl- meros complexos é completo. Isto é consequéncia do fato de que os nimeros reais formam um espago métrico completo. Diz-se, portanto, que uma sequéncia de mimeros complexos zi, & uma sequéncia de Cauchy se, dado um mimero real « > 0, exis tir um indice n, tal quey para. n, m2 nj, se tenha: Qa r%_) = lay-%_l< &- Cabe aqui uma proposigéo andloga A do pardgrafo anterior: Proposicéo Il.2- Se 2, =x, + Ypi, 2, & uma sequencia de Cauchy se e somente se, as sequéncias de. nimeros reais %, © Yn forem sequéncias de Cauchy. Deixamos ao léitor a verificagéo do fato gerel para espa- gos métricos de que téda-sequéncia convergente é uma. sequéncia de Cauchy e passamos a provar que a recfproca é verdadeira para sequén cias de mimeros complexos e que, portanto, os mimeros complexos for- mam um espago métrico completo: com efeito, se 2, x, +y,i é uma sequéncia de Cauchy, pela proposic&o II.2 x, e y, também o ~23- 940, mas os nimeros reais formam um espago métrico completo, por- tanto existem’ x, e y, reais tais que x,—»x, € Y,—>Vo- A proposigao I1.1 garante, ent&o que ZymXo + Vole II.3 - Pungées de varidvel complexa e continuidade: Consideraremos um subconjunto 2¢ © e uma funcao £:2-=© definida em © e com valores complexos. Do mesmo modo € 9, a fungdo que num espago métrico qualquer, dado um ponto 2 £ diz-se continua em Z_ se para qualquer sequéneia 2, de pon- Zz, €2 e 2-—z , se tém tos de que converge para 25, 2, Zo (2)—= (2)+ O leitor pode demonstrar, analogamente.ao que é feito no caso real, awe esta condicio 6 equivalente & seguinte: dado um ni- mero real € > 0, existe um 6>0 tal que se zeQ e 4(z,z,) = lz-2zJ< 6 entao é [t(2), €29)] = |H2) - Hz) <€ - Analogamente, consideremos dois subconjuntos 945%) S © e uma fungéo gi, x Qj-> 6, definida para os pares (z',2") € €9, x, e com valores complexos. A fungio g , a duas varidveis complexas, diz-se continua no ponto (2§128) © 9) XO, se, cada vez que tivermos sequéncias 2, z,", de pontos de 9; © Mp, res~ pectivamente, tais que z,—>z, e 2)! entao in 0 e(2}.211) —= g( 25,29) « Uma fung&o diz-se continua num conjunto se fér continua em todos os pontos de tal conjunto. =24- As propriedades enunciadas a seguir permitir&o a cons- trugtes de funcdes continuas a partir de outras: 1. A composta de funcdes continuas é uma fung&o continua, isto é, dados subconjuntos 9),9,¢ 6 © fungdes continuas £,:2,;—~-6, 10> a of 6 fp:Q5-- © de modo que £,(24) 0}, £5195 03, gins, x Q3>6, a(t) 12) entaéo, é continua a fungio &(f,,2) definidas como: se (2y 425) © XM 4 BC fs £,)(2y 4%) = BC L,( ay) sf, (40)) Exemplos: 1) A fung&o identidade: zz, definida em © 6 continua; 2) As funcées definidas em © x © que wm par de complexos fazem corresponder a ‘sua soma e a sua diferenca: -25= (24125) —> 21425 (245%) —> 2y s80 fungdes cont{inuas.. 3) A fungio que ao par (2,42) © © x © fads corresponder seu pro~ : ’ : auto 2,2, é continua. S A verificacSo déstes exemplos fica. A.cargo ‘do leitor. 4) A fungo qe a cada 2 # 0. faz corresponder' sen inver'so 3 ¢ continua. Esta func&o esté definida em,.O*, Consideremos um mi- mero 2, #0 e vejamos que esta funcdo é continua ‘em 25+ Ora, dado © > 0, temos 1 by leeds ent&o, se tomamos \z-z,|< 5, com 5> 0 satisfazendo simultanes- mente as condigdes: oy e lz? e 8<— zo teremos: lZoh lz|= + Logo 2 iz * zg 1 e consequentemente 5) Dos exemplos e propriedades acima mencionados, van que: se f,,f,:9—e sao fungées continuas definidas em um subconjunto Qe 6, entio as funcdes’ f) +f,, f,-f, ¢ fyf, so funcdes contimas. Se £:2-*€ é uma funcSo continua, entdo 3 sergé con- tinua em todo ponto’ ze tal que f(z) A 0. 6) O exemplo anterior garante, ent&o, que’ todo polinémio m A P(z) sa, tayet ee tape =26- de varidvel e coeficientes complexos, é uma fungéo continua e que se P e Q sao polinémios, a fungdo racional a é continua em todos os pontos 2€ © tais que Az) #0 II.4 - Séries Dig-se que uma série de ntimeros complexos » é conver~ > gente e tem soma z se a sequéncia de suas reduzidas © sez converge para 2, isto é, gz in Se 2, =X, + Ygi, ent&o x, + Vp > temse portanto, levendo em conta a proposicéo 11,1 0 seguinte resultado, andlogo &quele: Proposic&o II.3 - Se X, + Yyi e 2=x 4 yi, entdoa série n é convergente com soma z se, e sdmente => @, se, as séries de numeros reais > yr > Vn férem convergentes ro = com somas x e y, respectivamente. # imediato verificar que se as séries y 150 sSo convergentes com somas z e wy, respectivamente, entdo a série 5 (2,+w,) serd convergente com soma z+w e que se ae € é um az, é convergente com soma numero complexo qualquer, a série n az. Uma série De de mimeros complexos diz-se absoluta~ mente convergente see série de seus méaulos, Ded for uma sé= rie convergente: -27- # imediata a verificagéo de um resultado andlogo & Pro- posigé0 II.3 para a convergéncia absoluta: Proposic&o II.4 - Se 2, = xy+iy, , a série 2, 2, é absolutemen te convergente quando, e sé quando, as séries reais en yn forem absolutamente convergentes. res A proposic&o Il.4 permite-nos transportar para as séries de niimeros complexos propriedades jdé conhecidas para séries de ni- meros reais, como: 1. Se uma série x quer série obtida desta por mudanca de ardem é ainda absolute- é absolutamente convergente, ent&o qual- nm mente convergente e terd a mesma soma que a série original; . Se as séries Saas Ya) sic absolutamente convergentes, a entéo a série ) 2,21 é absolutamente convergente e mais: fh tnt = ( Zen oy Como no caso real, hd interésse em considerar séries de funcdes de varidvel complexa, com valores complexos, e, entre es- tas as que apresentam mior interésse sio as séries de poténcias: Yo ay(sa)™ , anaes fo Um tal série diz-se convergente ou absolutamente con- yergente num subconjunto 2c € se para cada z€ 0, a série numérica 2d a,(2-a)" f6r convergente ou absolutamente convergente, respectivamente. ~28- Isto 6, esta série se diz convergente em 9 se, para cada 2€9, dado e > 0, existir um indice no(z) - éste indice pode variar con 2 - e um nimero complexo f(z) tais que, para m2n(z) se terha 7 12, ay(aa)®- e(z)l 0 exista um ny tal que para p>m2n,. tenhamos 2 f,(z) < & para todo Z2e0, A respeito de regides em que uma série de poténcias con~ verge vejamos 0 seguinte resultado, enunciado aqui para a = 0 mas vélido no caso geral: n for convergente num ponto Zo» ent&o serd absolutamente convergente para qualquer z tal que |z| < |z @ Mis, esta série serd uniforme Teorema de Abél - Se_a série de ane ol ~29- e absolutamente convergente em qualgver cireulo de raio estrita- mente menor que lz| < |zJ~ € . Binalmente se f(z) 7 n ‘ : . Tee : = 2, a,z , a fungdo #(z) é continua no interior ao cfroulo de vaio lz Demons tracao: Se a série ay25 ¢ convergente, ent&o existe L> 0 tal que para todo n, |a,23| < 1, mas a la,eol [Efe isto 6, a série dada é absolutamente convergente para lzl < lzf- Se 6 dado € > 0, para os pontos do cfrculo de raio lz|- © € possfyvel determinar o mimero qg <1 tal que |Z] q independentemente do ponto z, ent&o, neste efrculo, a série é uniforme e absolutamente convergente. Para provar a terceira par~ te, lembramos que, lim s,(z), onde s,(2) = De fz) =), ag2®, entio #(z) co sGo polindmios e, portanto, funcdes continuas e, para lzl , eq(zea)” ay -30- podemos considerar o elemento p, extremo superior dos ntimeros reais r tais que (*) seja cmvergente para todo z que satis- faz |z-a|< r. Podemos ter p= 0 (exe: Dnt 2) ov p=e (ex.: L2P). Dizemos que e ¢ 0 raio de convergéncia de série (*) no ponto a e que B(a) € 0 seu efreulo de convergéncia. Exercfcios 1. A férmula de Cauchy-Hadamard: demonstrar que 2. 3 = lim sup Ve, , [Sugest&o: lembrar que dade uma sequéncia x, na 7 . de mimeros reais definimos lim sup r, = lim (sup r,) e que para _ ae u=° nm uma sequéncia p,, de mimeros positives tems lim sup Vp, <1 = Yen< n 1am sup Vp, > 1 2 Dipy = tee Gr Tomar entéo p, = la,| |24 | 2. Demonstrar que a série (*) e a série “derivada” >» n a,(z-a)™+ n=l tem o mesmo raio de convergéncia. 3. Demonstrar que dado Be C tal que |f-al< 9, a série de potén- cias em uf obtida a partir de (*) desenvolvendo (z-a)™ = =(2-68+6- a)" tém vaio de copvergéncia =p - |f-a| no ponto Ba 4. Determinar o raio de convergéncia das seguintes séries de po- téncias: a) § 4,28 (p>0). ») dane. n=l n=l =31- II.5 = Fungées elementares no campo complexo: Vamos agora estender ao campo complexo algumas fungoes ele mentares jd conhecidas no campo real. O que devenos esperar de uma tal extensdo? 12) Certamente exigiremos que a funcao prolongada f(z) coincide com a funcdo f(x) dada no campo real quando 2 fér real; 22) esperamos que f(z) conserve o maior nimero possfvel de pro- priedades de f(x), como propriedades algébricas, propriedades de diferenciacdo, propriedades de ordem e majoragées (observemos que, em geral, néo serd possfvel conservar estas Ultimas proprie- dades) 5 32) seria desejdvel que o prolongamento nas condigdes acima fésse nico. Por exemplo, a fungdo exponencial que tem as proprieda- xXx, XE : 7 aes et 22e te 2, (e%)’ = e* terd estas mesmas propriedades no campo complexos A propriedade e* > 0, porém, no serdé vélida no campo complexo, Para estender fungdes com e*, cos x, sen x vamos lan- car m&o de suas séries de poténcias. Lembramos, entédo, que se xeR 2 x 2 x et slex+ dy (11.1) 2 senx=x-35 (51.2) 2 cosx=1-5, (12.3) 32- ObservacSo: Lembremos ainda que, apesar das fungdes e*, sen x, cos x serem infinitamente derivdveis e que as séries dos 22 membros sio seus respectivos desenvolvimentos de Taylor, em térno da origem, isto néo é ainda suficiente para que o 22 mem bro convirja para o 12. De fato, a fungdo f(x) =e x é infinitamente derivdvel, seu desenvolvimento em série de Taylor em térno da origen é convergente pois, como £(")(0) = 0, tem tom dos os coeficientes nulos, mas se x #0, f(x) # 0, logo f(x) nfo 6 a soma de sua série de Taylor. Isto nfo se dé em (II.1), (II.2) ow (11.3) como se pode verificar aplicando os resultados que enumeramos a seguir: 12) Seja [a,8] c® um intervaloe f:[a,f[--® uma funcSo defi- nide e com n+l derivadas em [a,f]. Se a € [a,6], entao 2 f(x) = f(a) + Reva) + EDM" gma) 4 e+ + Gaza)” 9a) + ax) ntl onde 8, (x) = Gray al) 3) + % compreendido entre a e x. Este € o desenvolyimento de Taylor de £(x) em tdrno do ponto a, com resto R, de lagrange. 22) Se f:[a,f|\-® for infinitamente derivével em [a,(] © exis- tir K talave le) (x) < EY, para todo n=1,2,.0. © todo x € [a,p], ent&o a série de Taylor (infinita) converge uniforme~ mente para a fungdo. Demonstrag&o: vejamos que, de fato, dentro de tais condicdes o ~334 resto de Lagrange tende a 0: quando ‘n+e= + pondo L = x( f-a), temos tomemos m tal que =q< 1, entéo, se n>m mm LP ontlen IRC s gy ogy ts) = Como estas séries convergem para qualquer z real, em consequéncia do teorema de Abel convergem também para z € © qualquer e as fungdes definidas como dws somas séo contfnuas em todo plano complexo. Ainda mais, as séries s&o absolutamente con- vergentes e uniforme e absolutamente convergentes em qualquer cfr culo. -34- Por substituicéo em (II.4) e separando as poténcias pa- ves e {upares, tem-se a férmula de Euler: e!? = cos 2 +i sen a. As fungdes acima definidas so prolongamentos das fun- gées reais, pela propria definigdo; ve jamos se séo conservadas Xx, X, X, propriedades algébricas cao: e+: 2=e +.e 2, sen®x + cos@x = Sly Vamos, primeiramente, demonstrar que, s@ 21)2 € 6, entéio : 3 (12.6) ib By 2 como as séries que definem e ~ e e * sio absolutamente con- vergentes, pode se fazer o produto e somd-lo em qualquer ordem, sendo assim, fazemos: Estd demonstrada a férmula (11.6). A partir das definigdes (II.4) e (11.5) e da formula de Euler, o leitor poderd deduzir as seguintes férmulas: cos a= 5 [et + ef4] | sen a = 4, [e3# - e-#] (11.7) De (11.6) e da férmula ‘de Euler, segue que se 2 = x+tyi, =35— eX ot = e* (cos y + i sen y) (11.8) Daqui segue também que |e”| = e Como aplicacéo da férmula (11.6), o leitor pode verifi- car que ainda wlem no campo complexo as seguintes relagdes: gen (2425) = sen 24 cos %, + sen 2, cos m eos (2,425) = €08 24 COs 2» ~ sen m, se Zp Estendemos ao campo complexo as fungdes hiperbélidas, definindo semh 4 = 3 (e%e%), cosh 2 = 3 (e%4e7*) (11.9 Partindo desta definicdo, tém-se as séries de poténcias de 2 para senh z e cosh zt s gektt * Sy (2ke1ys 2k ~& (yt cosh 2= 1+ De (II.7) e (II.9) se coneluem, cem dificuldade, as relagées: senh iz =isenz, sen iz = i senh z W " cosh iz cosh 2 0 cos 2, cos iz Destas relagées vem ainda, se z= x + yi, sen 2 sen x cosh y + i cos x senh y eos z = cos x cosh y - i sen x senh y Outras relagdes que se estendem sao: 36- cosh(z +25) = cosh 2, cosh 2) + senh 2 senh ap, 2) senh(z)42,) = senh 2 cosh 2, + cosh 2 senh zp. Uma propriedade da funcéo e* que n&o possui andloga no campo real é a seguinte: a fungéo e” 6 periddicae 2ni é um dos seus perfodos, de fato, 22rd 2 9% gent =e” (cos 2n + i sen 21) = Mais ainda, se keZ é um inteiro qualquer, 2kni é também um perfodo de e”* e éstes s&o os tmicos, isto é, e742 = e% 6 gq =2kmi, Kk inteiro (exerefcio). Beste fato aliado 4s férmulas (II.7) e (11.9) garante que as fungdes sen z e cos % s40 periddicas com perfodo an eas fungdes senh z e cosh z s&0 periddicas com perfodo dani. O leitor pode, ainda, verificar que sfio vdlidas as se~ guintes relacdes: 2 Jserh 2[2 = senh? x + sen? y ; leosh zl? = senh? x + cox? y . Vamos agora demonstrar um teorema que, num certo senti- do, “prolonga” as propriedades das funcdes do campo real ao campo complexo, quando estas forem dadas por série de poténcias, evitan- do 0 cdleulo direto como aquéle que fizemos para demonstrar (II.6). © teorema que vamos mostrar agora, embora jd nos seja suficiente no momento, ndo 6 o mais forte que existe neste sentido. @eorema Il.1 - Consideremos duag séries de poténcias: f(z) = y az” e g(z) = a b,2" 37- convergentes para |z|

0, existe 6 > 0 tal que, se lz|< 6, entao leya® + Oyo? t eee |< fegl isto é, ac tM t veef > O para o que é absurdo porque existem infinitos pontos @, tais que la,J< 6 e n(a,) = 0 e h(z) seria o produto de 2 por um niq mero nfo nulo, logo nh(z) sé se anularia na origen. =38= Este teorema seria vélido se toméssemos 2 - Z_ a0 ine vés de 2 Com éste resultado, demonstra-se também a férmla (II.6 2442, el 72 _ em dois passos: Byte 12) fixando x, € ®, os dois membros da expresso e “s&o. expressdes em séries de poténcias de Zp) que coincidem sem pre que 2, 6 real, ent&o coincidem para qualquer complexo Zys pelo teorema agora visto. | . 22) fixado Zp € ©, faz-se 0 mesmo para provar que pois ambos os membros sio expressos em séries de poténcias de 1 COineidentes quando 2, é real. Um outro exemlo da aplicac&o déste teorema seria o de provar que: sen® z+ cos? z= 1, De fato, o primeiro membro pode ser desenvolvido numa série de po- téncias de 2 que coincide com a do segundo membro, 1, sempre que z. for real. An&logamente, prova-se que cosh? z - senh® z= 1. Verifica-se, sem dificuldade, a partir de (II.7) ou das expressées que dio sen 2 e cos z emfungdo de x e y, que as fungdes sen z e cos z anulam-se sdmente nos pontos em que ~39- sen x e cos x sio nulos, respectivamente, isto é, os zeros da fungdo sen z sao tmicamente aquéles da funcdo sen x : z=kr, k eZ, © os zeros da funcdo cos 2: 2 = (k + 3)n x eZ, Sendo assim, se definirmos as demis fungdes trigonométri- cas pelas relacdes: gos 2 -_1 -—1 senz2’ S°C 2 "Gogg cosee z= Fae cotg z= elas estaréo definidas no campo complexo menos os valores reais pa- \ = a va os quais tg x, cotg x, sec x, cosec x no estavam definidas. Sio, portanto, prolongamentos continuos das respectivas fungtes reais e continvam vdlidas, no campo cauplexo, relagées que as en~ volvem com 2 tg 2, + te 2 i 2, 14 te22 = seo2z tals) + %) = ag 2 48 2, AnBlogamente, se definem as fungdes hiperbélicas = Senh 2 = cosh 2 *eh2= Goong + cotgh 2 = oot que est&o definidas e so continms nos pontos em que o denomina- dor nfo se anule, Como senh z = -i sen iz e cosh z = cos iz, senhz=0 # g=kmi, keZ ° e cosh 2 = eg (e+ Dri, vez © leitor pode verificar que sic vélidas relactes como: tg iz =i the 2 eotg iz = -i cotgh 2 tghizg=i te z cotgh iz = -i tg 2 -40- Bxerefeios 1, Mostrar que, para todo zee, le%1)s el -1< Ia e 2. Mostrar que, para todo nz 1 e todo 2 complexo vale (2+2)" 2.424 7 2spsn e portanto, para todo ze, © 3. Mostrar que: a) exp b) exp ec) exp 4. Mostrar que exp (z + wi) = ~exp 2 5. Se z= x exp (48) ento & = -r exp (-i€) exp 2) 1 6. Mostrar que: exp a > exp (2-2), gypg = exP (-2) Mostrar que (exp z)” exp (nz) LD 8. Mostrar que (exp z)™ = exp a (s42rki)] onde k = 0,1,2,...,n-1 9. Mostrar que exp 2% = exp 2 10, Simplificar [Re (exp (4))| 11, Mostrar que |senh y| < |sen 2] < cosh y, |senh y| <= |cos z| * cosh y 12. Mostrar qu |sen z| = |sen x] e [cos z| = |cos x 13. Mostrar qu a) cos (1%) = cos (iz) 41+ b) sen (iz) #-sen (iz), tonmi, n= 0,1,2,006 a menos que 2 14. Determinar tédas as raizes das seguintes equacdes: a) cosa =2 b) sen 2 = cosh 4 1 ec) cosh a = 5 doe z= 5 a) senhz=4 e) cosh 2 = -2 15. Mostrar que os zeros das fungdes cos 2 e@ sen Zz sao sd- mente os seus zeros reais; mostrar que os zeros da fungio senh z s&0 os nimeros kri e os da funcgéo- cosh z s&o os nk- meros (k + 3m , onde kez. 16. Mostrar que: senh (2 + Ti) = = senh 2 cosh (2 + Wi) = - cosh z. II.6 ~ A definic&o de Log 2; APLICAGOES Vamos definir a expressdo logarfimo da varidével complexa z, Logz, do seguinte modo: w=log 2 @ 2 =e Podemos verificar j4 algumas propriedades: 12) log z nao esté definida para 2 = 0, pois Je"| = e%" > 0, para todo nimero complexo w. 22) Log z é uma expressio multivalente, o que é consequéncia da ~42- periocidade da funcdo exponencial. De fato, verifica-se que aki, keZ e a=okni, keZ (exercfeio do pardégrafo anterior) ou, que =1 © a@=2ekmi, keZ, Demonstraremos esta Ultima afirmagdo: sendo a =a + ib, : 2, 7 et = 1 © eM PL = 6 (cos D4 i send) =1 @ 1°08 P21 By = e“sen b = 0 =2kr e a=Q, keZe qg=o2ki, keZ, Daqui, j& se conclui que, sendo w um valor de Log a, w+ 2kri também serd. Vejamos que se k é um inteiro qualquer e w, = log|z| + 4 (arg z + 2kr), onde log é a fungiio real logarit- mo de um nimero real positivo e onde se considera o valor principal de Arg z, entéo wy, é um logarftmo de z. De fato, pois KL ele lel + Uarg 2 + 2km) _ clog |z| ,4 arg 2 _ iargz_ e 2] e 0 l2| (cos arg z + i-sen arg 2) = 2 Donde se conclui que todos os valores de Log % sao dessa forma, isto é, Log 2 = logizl+ i (arg z+ 2k), keZ. Exemplos: Se aeR é um ntmero real, a> 0, entdo Log a = loga+2kmi, keZ; se be é um ntmero real, b< 0: Log b = log|bl + (2k+1)ni , k €Z3 “4 Log i = (2k + dni » keZ; se a © @ 6 um niimero complexo qualquer: Log e* =a + 2kmi, keZ. DOB 4 — a, mas, ao contré- interessante observar que e rio do que acontece no caso real e, como acabamos de ver, nao é verdade que Log e* = a. Outros fatos assim aparecerao, devido & multiplicidade de. valores no estudo das propriedades do Log z e@ de outras ex- pressdes que definiremos a partir desta. Por exemplo, a propriedade Log 242 = Log 2, + Log 25 (11.10) é verdadeira para quaisquer atimeros com lexos 24125 € © nBo nu- los, desde que seja entendida da seguinte menéira: dado um valor de Log 21%, existem valores de log 2, e log z, cuja soma seja o valor dado, e, reciprocamente, a soma de dois valores quaig quer de Log z, € log 2, é sempre um valor de log 2,25. Demong tramos esta propriedade verificando que todos os valores do 19 mem bro de (11,10) s&o da forma: Log 2485 = Log |2 251 +i (arg 225 + 2kn) = = Log |z,| + log lag} + 4 (arg 2) + arg 2 + oktm) , kt eZ, e os valores do 2° membro +ém a forma: Log 2, + log zp = Log |z| + 4 (arg 2) + 2mm) + Log 25] +i (arg Zig + 2nn) = u Log Izy| + log|z,| + i(arg 2, + arg zy + a(min)t), mneZ, ~44— Finalmente, como todo numero inteiro k pode ser pésto sob a forma de soma de dois inteiros mm e vice-versa, a proprig dade (II.10), com o sentido que lhe foi dado, estd demonstrads. Do mesmo modo, demonstra-se que, sendo 2, © 25 nao nulos, z. Log Gt = Log 2, - log 25 (31.21) 2 ese a€ ©, a Log m2) =a log 2, +a Log ps De (II.10) tira-se que, se 2 # 0, Log 2" = Log 2 + «+. + Log z (nparcelas) (II.12) Néo é verdade, porém, que Log 2 = n Log a, pois Log z + e+. + log z (n parcelas) An log z ! Ilustraremos éste fato mostrando o que acontece no caso particular em que n=2, isto 6, vejamos que Log z + log 2 # 2 Log z: realmente, pois Log 2 + Log 2 = log |z|+ i (arg 2 + 2mm) + log|z|+ i(arg z + 2nn 2 log |zj+ 2 i arg 2+ 2(men)riy mneZ e a 2 log z= 2 log|zj+2iargz+4kni, keZ, e, embora todo ni- mero da forma 4k seja da forma 2(m+n), n&io é verdade que todo mimero da forma 2(min) seja um miltiplo de 4. N&o levando isto em conta, dd-se uma “demonstracg&o”. natu ral, porém falsa, da relagSo, igualmente falsa log(-z) = Log z. fiste é o paradoxo de Bernoulli, que se demonstra assim: 2 (-2)? = 2? = Log (=2)? = Log 2 = Log (=z) + Log (-z) = = Log 2 + log 2 4° 2 Log (=z) = 2 log 2 * Log(-z) = Log (z) (a implicacio 4° n&o é verdadeira). -43- Seen 14 Z; Log i = (2k + 3) ma > ked; se a€ 6 6 um nimero complexo qualquer: Log et =a + 2kvi, keZ, bog tg, mas, ao contré= EB interessante observar que e rio do que acontece no caso real e, como acabamos de ver, no é verdade que Log e% = a. Outros fatos assim aparecerfo, devido & multiplicidade de valores no estudo das propriedades do Log 2 e de outras ex- pressdes que definiremos a partir desta. Por exemplo, a propriedade Log 212, = Log 21 + Log uy (12.10) é verdadeira para quaisquer mimeros comp'lexos 241% € © nBo nu los, desde que seja entendida da seguinte maneira: dado um valor de Log 2,25, existem valores de Log 2, e log 2, cuja soma seja o valor dado, e, reciprocamente, a soma de dois yalores quaigs quer de Log 2, © Log 2, é sempre um valor de Log 21 %y+ Demong tramos esta propriedade vyerificando que todos os valores do 12 mem bro de (11,10) s&o da forma: Log 24% = log|zy%| + i (arg 242) + 2k) = = log |z3| + logiz.)+ i (arg 2, + arg z+ 2k'm), kki eZ, e os valores do 22 membro tém a forma: Log 21 + Tog ap = log |z4| + i (arg 2, + 2mm) + loglz[ + 4 (arg z + 20m) = 0 Log lay] + Log lz, + Sarg 2, + arg 25 + 2(min)n), mneZ. =44- Finalmente, como todo numero inteiro k pode ser pdsto sob a forma de soma de dois inteiros mm e vice-versa, a proprig dade (II,10), com o sentido que lhe foi dado, estd demonstrada. Do mesmo modo, demonstra-se que, sendo 2, ¢ Z5 nao nulos, 2 Log es = Log 2 - Log 25 (11.12) 2 ese a€ ©, a Log 242) =a bog 2 +a Log zps De (II.10) tira-se que, se 2 # 0, Log 2" = Log z +... + Log 2 (nparcelas) (II.12) Nao 6 verdade, porém, que Log z” =n Log 2, pois Log 2+... + log z (n parcelas) An Log z ! Tlustraremos éste fato mostrando 0 que acontece no caso particular em que n=2, isto é, vejamos que Log z + Log z # 2 Log 2 : realmente, pois log lz} + i (arg 2 + 2mm) + log |zj+ i(arg z + 2nn)= Log 2 + log z " 2 log |2i+ 2 i arg 2+ 2(min)ni, mneZ e 2 bog 2 = 2 log|z|+ 2 i arg z+ 4kni, keZ , e, embora todo ni- mero da forma 4k seja da forma 2(m+n), n&o é verdade que todo mimero da forma 2(min) seja um miltiplo de 4. N&o levando isto em conta, dé-se uma “demonstracdo”. naty ral, porém falsa, da relacdo, igualmente falsa Log(-z) = log 2. Bste é o paradoxo de Bernoulli, que se demonstra assim: (-2)? = 2° = Log (-2)? = Log 2? = Log (=z) + Log (-z) = = Tog 2 + log 2 3 2 Log (=z) = 2 Log 2 = Log(=z) = Log (2) (a implicagdo 4° nao é verdadeira). -45- Poténeia com expoente complexo: Estamos, agora, em condigdes de de definir, como foi prometido no capitulo anterior, o que seja a® , onde a, ® s&o mimeros com- plexes, a # 0, de modo a englovar o caso jé& visto: aquéle em que g é um nimero racional. Pomos, por definig&o: | (11.13) Ora, no caso enque § é o racional r =f @ fraghio irredutivel), tinnamos, no pardgrafo 1.8: Jal? [cos v (arga + 2k) + 4 sen vr (erga + eun)], k eZ, vr _ ev logial ir (erga + 2kr) , keZ = et Mog ial + i (arg a + 2kn)] . gr Loga , Como af é definido a partir de loga pode assumir mites valores, de fato, se 6 f6r um inteiro a? adamite um Unico valor, se § fdr um racional representado pela fracdéo irre- autivel p/a, a® admite aq valores e se § fr um outro comple xo qualquer a® samite infinitos valores. Algumas regras de cdlculo, vélidas para poténcias de nie meros reais continuam vélidas, quando entendidas convenientemente, @ada a existéncia de muitos valores, cao por exemplo: se a, By yeG, ae B nado nulos: (ap)Y = ate’, isto é, qualquer valor de (a$)’ é 0 produto de um valor de a por um valor de BY e vice-versa. ~46- Facgamos a demons tracao: (ap)Y = eYbosaB _ gyhoga + ylogs _ ,yboga ,yLoge _ a's’ . Outras jd ndo se estendem ao campo coppyexo, como por B1*By By Bp 5 Be exemp. a fava (vasta considerar 2’ 7 7Fe 2a L 2? = 22), a9)" 4 ah (eacta tomr (a®)™P que assume np valores e 2” que assume n valores) e Log a® ¢ p Log* (como j& se viu no caso em que B= 2). n ei bei. 2 kT yp eZ, Exemplos: se a=a+ib: 1% = e2K"b (605 pean + 4 sen 2kam); se b= 0, a =a: 1° = cos 2kan + i sen 2Qkan} 0, se a= 0, a= ib: 14> = 22knb Tendo definido a°; para cada a e B fixos podenos considerar as expressées a” e 2° que podem ser miltivalentes (a® sempre oée 2° oé para @ nfo inteiro) e vamos procurar associar fungdes (univalentes) ou “ramos” a estas expressées. Vejamos 0 que acontece com a” , definida, como em (I1+13), por: a® = 9% Loga _ 2 [log Iel + i (arga + 2kn)) , kez, (11.14) Sendo a #0, a* estd definido em todo o plano comple- x0, podendo assumir diversos valores para um mesmo 2. Fizado, no entanto, um valor de lLoga, oqe corresponde a fixar um valor de. k em (11.14), tem-se, automaticamente, distinguido um dnico valor de a” para cada 2 em todo o plano. Esta funcéio univalente, assim construfda, diz-se um ramo a”. Qualquer ramo satisfaz a se : -47= guinte propriedade: fixemos um ponto 2, € © e consideremoe uma circunferéneia passando por 29. Fazendo 2 percorrer esta cir— cunferéncia a partir de z, e retornando a 2), 0 valor que o © vamo @e a”* atribui a cada s varia continuamente. Finda uma ‘7 volta, isto é, aproximando-se z de 2, novamente, os valores do ramo de a” “aproximam-se” também do valor de partids de Z, a ° (do mesmo remo). Repitamos esta operaco com af 28 = ef loge _ QBllogizi+ i (are z+ 2k) xy eZ (11,25) que estd definida no plano complexo, menos a origem. apenas para fixar idéias, facamos p= % e tonemos, como %), um ponto x, > 0 no eixo real. Consideremos a cir cunferéncia C com centro na origem e raio Xq- Tentemos construir ° um rego de 2 = 4, (argz + 2kr = Vig "6 sk=0,1 de modo a obtermos conti nuidade sdbre a circunfe réneia C, como no caso -48- acima descrito. No ponto inicial z, = x,, é fécil distinguir um 0 = Xo dos valores de x,¥2 . Consideremos, por exemplo, a raiz positi-+ va Vx, (que corresponde a tomar arg x,= 0 e k= 0) eujo argumento é 0. Fagamos z percorrer C no sentido anti-horgrio e,enquanto, z, estd no 12 quadrante, tomemos para a definic&o déste ramo o valor de 2/2 mais préximo de VX, seré portanto um ponto da cireunferéncia ©, de raio Vx,, localizado no 18 octante. Passando adiante, enquanto 2) percorre o 22 quadrante Ve de ©, tomemos como Vey © valor de a; que esteja mais pro- ximo do valor escolhido para Vz,, isto 6, aquéle que estd no 22 7 cétante de Cy. Prosseguindo, passames ao 32 quadrante de 0, com 23 @ eseolhendo para Vz, 0 valor de ave que este ja no 32 octante de C, e assim, se 2, estd no 42 quadrante de ©, o 4 valor distinguido V2, é um-ponto do 42 octante de 0). Assim sendo, quando 2, completando a volta, aproximar-se de x, por 4 pontos do 42 quadrante, os valores escolhidos, dentro do critério da continuidade, estardo préximos de ~- Vx 9 © ndo do valor de par tida VeQ! Realmente, para atingir o valor de partida seria neces- sdrio que o ponto x percorresse mis uma vez a circunferéncia C. Néo é aiffeil ver que éste fato se repete para outro valor qualquer de 6, sendo que se § fbr racional representado pela fragao irre- dutivel p/q serdo necessdrias q voltas sébre C para que o va~ lor de 2/4 atinja o valor de partida e, se 6 n&o fér racio- nal, qualquer que seja o ntimero de voltas nunca se retorna ao valor inicial. Bste fato se repete para outro z #0 qualquer desde que a cireunferéncia © envolva a origem, Isto nos mostra a impossibi- 8 lidade de construir ramos para z” em cardter global como se féz ~49- para a”, Localmente, no entanto, isto é possfyel, ou seja: para cada ponto z, #0 existe uma bola B,(z)) na qual se possa dis- tinguir um remo de 2°, Em outros térmos, tomado a suficientemen te pequeno (basta O U,—= 1 ent&o a composta f(g(z)) ¢ derivdvel e: {2(e(2) J!" = £'(e(2)) g(2) 5 pontualmente, dirfamos que se g fér derivével em 2, © f £6r derivdvel no ponto &(2,), ent&o a composta seré derivével em Zoi a6. Teorema da derivacao da func¢do inversa (cuja demonstragdo é andloga & do caso real): sejam U, VC 6 conjuntos abertos de nimeros complexos e f:U--V uma func&o biunfvoca definida em U_ assumindo os valores de V, e seja g:V--U é a func&o inversa de f. Se f 6 derivdvel em 2,€U e £'(2,) #0, entBo, g é Gerivévelem wy = #(2,) 1) = Fray Ver também o exerefeio do fim do préximo pardgrafo. Exemplo: Vamos demonstrar que dada uma série de poténcias oe mos por f(z) a sua soma, definida para |zi< p, entao # é uma fungéo derivdvel mste aberto. Mais ainda: a série un a, at rr n : 4 a2" de raio de convergéncia p > 0, se representar tém o mesmo raio de convergéncia (ver II.4, exerc.2) e converge -59- portanto para uma funcgéo g(z) e vamos demonstrar que em todo ponto z, com lagi< @ temos £'(z4) = glZ)+ De fato: consideremos a identidade £(2)=£( 29) 8,(2) = Sql%9) - ale.) =[2 ae en(a,)|+ [2429 - 6le9)] + R,(2) = Ral Zo) 2-Zo nel onde tomamos 242, @ [ly [Bgl< Po < e+ (8n(4) = 2, a,2™ + e Rls) = ds agit). Basta denonstrar que cada un dos trés soma dos se torna arbitrariamente pequeno para lz-z,| suficientemente pequeno. Para o 12 somando isto é evidente pois 8, & um poliné- mio cuja derivada é s}3 para 0 segundo somando temos 8y(2) 82) 0, por exemplo). fiste fato se dé porque, para mais de uma varidvel, a con aico de derivabilidade é mito fraca. # preciso lancar mao de al- go um pouco mais forte que é a diferenciabilidade. Usaremos 0 pa~ régrafo seguinte para recordar éste conceito, comparando-o com 0 de derivabilidade e enunciando resultados que utilizaremos adiante. Bxerefcio Seja f:U+€ derivdvel, Demonstrar que para todo ponto 2, ¢U tal que £'(2,) #0, éxiste uma vizinhanga aberta U, de 2, tal que a restrigéo de f a U, leva U, piunivocamente e bicon— ¢inuamente sdbre um aberto V oC &. A fungdo inversa w€ Vo->2 = =#l(n) © U, 6 derivével. [Sugestdio: Demonstrar que em tede pore to z€U o jaccbiano da transformagao (x,y) f(z) = = (ulx,y), vey) € [e(2)P]- III.4 - Funcdes diferencidveis: Neste parégrafo consideraremos fungdes de duas varidveis reais. Sejam portanto U um aberto do plano, (xorF QE U oum pon- to déste abertoe f:U0--C uma fungdo definida em U com valores reais ou complexes. Diz-se que f é diferent vel no ponto (Xgs¥Q) se existem constantes a e b, ©, uma fungio (X,Y) tais que: £(x_ + %5Fg + ¥) - £(xor¥Q) = aX + BY + e(x,x) Vx@ + ¥* (IL.5) e lim €(Z,¥) =O. (X,Y) (0, 9) -63- B, ent&o, facil verificar que se f 6 diferencidvel em (xo1¥Q) £ serd continua, derivdvel e mais: £ at SS lzgy.) = 8 & 3h (Korg) = b+ # interessante notar que o conceito de funcdo diferen- cidvel coincide com o de fung&o derivdvel quando lidamos com fun~ gdes de uma tinica varidvel real, mas para duas ou mais varidveis © conceito de fungdo diferencidvel é realmente mais forte do que o de fung&o derivdvel, como se pode ver pela fungdo 3 f(x,y) =z se (x7) 4 (0,0), £(0,0) = 0 way que 6 derivével na origem, mas n&o diferencidvel. Aliés, a exis- téncia de derivadas parciais nem garante a continuidade da fung&o como se vé pela fungéio f(x,y) = iy ee (x,y) # (0,0), £(0,0) = 0, na origem, vy Lembramos, agora, um teorema que compara estas duas no- gdes. Daremos sdmente seu enunciado: Teorena - Sea fungéo f:U+6 tiver derivadas parciais 32 82 continues num visinhangs do ponto (x5,F4) € Uy entSo f é diferencidvel no ponto (X5+¥4)+ A seguir, demonetraremos o teorems que estabelece a relag&éo entre os conceitos de derivabilidade complexa e diferen~ ciabilidade real, Teorema III,1 - A fungio f:U-+G, considerada como func&o da va- ridvel complexe =x + iy, é derivdvel, em re- ~66- que ado fungdes continuas em todo o plano e satisfazem as omdie= gtes de Cauchy-Riemann, A fung&o exponencial é, portante, analfe tioa em tedo o planc. Para o edloulo de sua derivada, langamos m@o de uma das férmulas em (III.3!) © obtemoss (8)! = Pea Mais tarde, veremos que o odloulo da derivada pode ser e* (cos y +4 nen y) =e", enquadrado num teoreme uais geral; se uma fungdo derivdvel de va- vidvel real f(x) pode ser estendide ao campo complexe de modo que f(z) seja derivavel, ent&o £'(z) serd o prolongamento de £'(x). Usando as regras 41-5, concluimos que sdo analfticas, em todo o seu campo de definig&o, as fungées construidas a par- tir da exponencial, pela composigao de fungdes e pelas quatro operagées de mimeros complexos. Est&o neste caso, por exemplo. as funcdes sen z, cos 2, senh z, cosh 2, tg 2, «++. Fagamos, a titulo de exemplo, o edlculo de derivada de sen z como sen z =4:(e ~ OE ia gots) (sen 2)! = Zr (i e*? + 1 078) = cos a, © que era esperado depois da observacio acima e jd que (sen x)' = cos x. O leitor poderd, como exercfeio, verificar as férmulas seguintes, fazendo o edleulo diretamente pelas componentes reais de cada um das funcées ¢ usando (1TI,3!) ou pelas definicdes dag fungies, aplicande as vegrag 41-5: ~67- a 7 & - sen 23 aL i ; a 7 a . 4 7 7 a ; 45 serh = = cosh 2 + S cosh a= senhz 5 a 1 4 1 tgh 2 = 7 cotgh z= - : a cosh@2, i senh>2, Fagamos agora algumas consideragdes sébre os ramos (fun cdes) associados a Tog z e a outras expressdes multivalentes - afim de ver o que significa dizer que uma, expresso multivalente é analitica, Dizemos que uma expressao tultivalente é analftica “um ponto quando cada um de seus ramos - considerados numa vizi- mhanga déste ponto - é uma funcdo analitica neste ponto”. Por exemplo, como s = log w#w=e" e como a funcdo 2 e” 6 periddica com perfodo 2ni, se considerarmos como aberto U a faixa dos pontos z tais que: a indepen iv Ovserva-se aqui que a derivada de Llogw é dentemente do ramo que se considere. Isto ja néo se dé com 2” , em que a€& 6 6 constante. -69- De ato, formalmente, conserva~se a analogia com os reais: (2%) = g ott, mas esta igualdade devendo ser entendida como igualdade entre ex- pressées multivalentes, isto é, dado um remo de z* sua derivada é um ramo de az’! e, vice-versa, dado vm ramo de a 2% + éle é a derivada de algum ramo de 2%, O leitor pode recorrer As definigées de 2% , a7, are sen z, arc tg 2, para verificar a férmula acima e as seguin- tes: & a” Log a 3 1 & (are sen 2) = EGR a 1 & (are tg 2) =: = Aas?’ ¢0das elas andlogas ao caso real, mas devendo ser convenientemente interpretadas como relagdes que envolvem expressées multivalentes. Exercicios 1) Mostrar que f'(z) nao existe em nenhum ponto do plano se: 1 a) f(z) = b) f(a) e) f(z) = 2x + xyA 4) 2(2) 2-3 e* (cos y - i sen y) 2) Mostrar que f'(z) e sua derivada f"(z) existem em todo o plano e caleular f'(z) e f%(z) quando: a) £(2z) = iz +2 b) £(z) = e™ (cos y = i sen y) a) f(z) = cos x cosh y - ~ i senh x senh y. ~70- 3) Verificar quando existe e caleular f'(z) quando existir se: a) £(2) = ax + ixy® e) f(z) = x? + iy? b) £(2) = xy + ty £) f(z) = 2 Im (2) ce) f(z) = 2% g) f(z) = (cos x + i sen x) a) 22) =2. 4) Provar que as seguintes fungdes sio analfticas em todo o plano: a) £(2) = 3x4+y + iG3y - x)5 b) #(z) = sen x cosh y + i cos x cosh y ; e) £(2) =e (cos x + i sen x)5 a) £(2) = (22-2) e* (cos y - i sen y) 5) Mostrar que se as funcdes f(z) =u+iv e g@(z) = F(z) séo simultaéneamente enaliticas num aberto U ser&o constentes em U. TII.6 ~ Fungdes harménicas. Seja D uma regido do plano, isto é, um aberto conexo. Uma fungéo real ou complexa u:D>m ou © , definida e derivével (até 2a. orden, pelo menos) em D, diz-se uma funcHio harménica se, e 86 se, satisfizer & equacdo: 2 2 3 au 2$+2y= 0, ax’ ey’ ou 4u= 0 se definimos o laplaciano de u, du, como: 2, 2. au = Sy sbe x ay’ ~li- Proposicao ~ Sea funcdo f:De¢ ¢ analftica em D, entdo sua parte real e parte imagindria sao functes harménicas, Demonstragéo: Se f=u+ iv é uma funco analftica, entéo, ela é uma fung&o infinitamente derivdvel, (ver IV.8) 1lo-~ go também o serio as funcgdes reais ue v. Além disso, as fun- pgdes ue v satisfazem as condigdes de Cauchy-Riemann (III.4): gulav , gw__ av ax ~ dy y ax derivando a la, delas em relagio a x e¢ a segunde em relacio a y e somando teremos: au atm _ a’v _ a@v_ ig gue ay? dx 3y dy Ox 7 3& que as derivadas no 2° membro sao continuas sendo, portanto, iguais. An&logamente, obtémese, para v, Av = 0 se derivarmos a la. das equacdes (III.4) em relagéo a y, @ 2a. em relacéo a x e subtrairmos a 2a. da le. Na realidade, a relagdo entre fungées analiticas e fun gdes harmonicas é mais forte ainda, como se vé no seguinte teorema. Peorema ~ Seja D uma regido simplesmente conexa (ver IV.4). Se u:D—>8 ¢ uma fungdo harménica em D, ent&o existe uma fungo harménica v:D—>m tal_que a fungdo f:D—-6€ definida como f=u+iv 6 wma funcSo analitica, B mais: a fungio v est& uni- yocamente determinada a menos de uma constante aditiva. Demonstrac&o: Bm primeiro lugar, consideremos o caso emque D é um eirculo. Se existir a fungio v, ela deve. ser tal que jy. , ay _ ae ay ox ax ay? isto é, se existir v e se (xg0¥,) & um ponto do cfreulo D ent&o, certamente, v serd tal que: y y (x,y) = V(x5Fq) “f B(x, t)ae = V(%5FQ) +[ ou x,t)at ° Yo e pela segunda equacao: x x v(2,¥9) = v(%517Q) +f $X(s,yy)ds = v(xo17Q) -f SPlsiy)ae Xo ° Assim, terfamos pare v a expressdo: v(x,9) = v(x5¥0) -f BYs.yg)ax + f Xx, t)at (111.8) Xo Yo Isto jd nos mostra que, se existir, a funcZo v estd de finida univocamente a menos da constante aditiva v(x),¥o)+ Mostre- mos agora que se u é¢ harménica, a fungéo v definida em (III.8) é tal que ue v_ satisfazem as equactes de Cauchy-Riemann: de fato, a 2 T 32 au, T 32y Ux,y)=—24uv,) +f Hx tat = - (uy,) - [ (x, tat = axt*? By *1To ie axe ay Fo yg aye? 3 3 3 = - Boyy,) ~ Hay) + Bows.) = - Fay) e ainda: SYx,y) y = 33(x,y) . ~Ta~ Esté demonstrado o teorema. para o caso do cfreuld. No caso de D qualquer, considera-se para definigao de v , nid mais o caminho (9179) > (417,) (4,7) que pode nico estar contido em D, mas substitui-se éste por ou- tro camino liso por partes que va de (xs¥9) 2 (x,y) e tomam-se integrais curvilineas (ver IV.1 e IV.2 para a defini- c&o de “caminho” e “integral curvilinea”), Um exemplo nos mostrardé que a hipétese de que D seja simplesmente conexo é seencial neste teorema: tomemos como u a fungéo real (univalente), definida e harménica plano menos a ori- gen: u(x,y) = Re (Log(x + iy)) = 3 hog (x® + y®) sabemos que a fungdo v tal que u+ iv seja analitica, v = Im (Log(x + iy)) ndo é univalente. Se as fungdes harménicas ue v satisfazem, nesta or dem, as equagdes de Cauchy-Riemann (III.4), elas se dizem fungdes harménicas conjugada Exerefcios 1) Verificar que cada um das fungdes abaixo é harménica e caleular a funcdo harménica conjugada: a) u=x+y3 b) u=x%-y¥ ; ce) u=xy. -T5- 2) Demonstrar o teorema precedente usando o teorema de Green (ver IV.4). 3) Mostrar que, se u(x,y) e v(x,y) s&o fungdes harménicas con~ jugadas, entdo v(x,y) e -u(x,y) também s&io harménicas con— jugadas. 4) Mostrar que, a funcdo u(x,y) é harménica em algum dominio e achar uma herménice conjugade v, quando: - x? + 2y) a) u= 2x(l - y) Resp: (v = 3 b) us ax -x> + 3xy? é) ou 0 senh x seny Resp: (v = ~cosh x cos y) -1 a) wa yx? ey?) . : -76- Capftulo IV INTEGRAL COMPIEKA IV.1 - Curvas no plano complex Para fungdes complezas, vamos definir integrais curvilineas [t(z)ax. Fecames, para isto, uma introdugdo a fim de eatabelecer y algumas notagées a respeito de curvas. Definic&o ~ Chamaremos de curva do plano complexo a uma fungado continua y:[a,b]—-e@ definida num intervalo fa,0) da reta e com valores no plano comlexo. Se + [a,b], 0 ponto y(t) € © serd indicado de uma das seguintes maneiras: v(t) = 2(t) = (x(t),y(t)) = x(t) +4 y(t). As fungdes reais x(t) e y(t), componentes da curva Y, 8&0 funcdes contfnuas. Uma tal curva diz-se uma curva lisa se as fungdes x(t) e y(t) so derivéveis em [a,b] e se suas derivadas sSo continuas e nao se anulam simultdneamente no mesmo ponto, Isto é, existem e -77- so continuas as derivadas de x‘(t) e y'(t) e, pera cada +, acts, [x'(t)P + [y'(t)P 4 0. Neste caso, a curva y admite tangente em cada ponto, de fato, em cada ponto y(t) = a(t), o vetor (x(t), y'(t)) ¢ tangente & curva y: _ (2"(4) ,¥'(t)) 7 | “aN Assim, y é uma curva lisa quando, e 86 quando, existe e é continua a derivade y'(t) .(= 2'(t)) e esta munce se anula: 2t(t) #0, Vte [a,d]. Uma curva diz-se uma curva lisa por partes se for possi- vel subdividir o intervalo [a,b] em um nimero finito de intervalos, em cada um dos quais a fungéo y seja uma curva lisa. Nos pontos c,, existem as derivadas & esquerda e & di- reite, 2'(e,_) e 2'(c,,), no entanto 2!(c,_) £ 2!(ey,)+ -78- Lembremos que, se y 6 wma curva lisa ou lisa por par- tes - 2'(t) 6 continua em todo o [a,b] ou continua em [a,b] com excecSo de um nimero finito de pontos - o gomprimento de y, que se indica com |y|, é dado por b po i i =f ter(ejas = fo fxr(ey? + yt(ey2[2 at (1v.2) a fa Dagéas duas curvas ¥y fad—e e Yo: [bse] +6 defini~ das em dois intervalos camsecutivos e tais que y,(b) = ¥p(d)s Po demos definir uma curva y: [@,c]—~© que vamos indicar com Yq, + Yor Pondos frq(e) » quando + €[e,¥ y(t) = Yolt) » quando + € [bsg yy) =¥9(b) v Y rap a. eo e Ya Ubviamente, y 6 uma fungdo continua. Sempre que es- crevermos 7, + Y, fica subentendido que estéo satisfeitas as condigdes que possibilitam a construgo de curva soma. Esta, por- tanto, definida e soma y, +-..+ Y, de n curvas tais que [oy y Pd © (a2, ---ym) @ ¥4 (4). = Vy yy (by) (4=2,-+-,n-1) Dadas duas curvas yi [a,tl~6, 71! (ay, -€ ae modo -TT- a0 continuas as derivadas de x'(t) e y'(t) e, para cada +t, ast, [x(t]? + fy'(t]P./ 0. Neste caso, a curva y admite tangente em cada ponto, de fato, em cada ponto y(t) = a(t), o vetor (x‘(t), y'(t)) é tangente & curva y: (x'(4) ,¥'(4)) 7 ae) N Assim, y é uma curva lisa quando, e sé quando, existe e é continua a derivada y'(%) «(= z'(+)) e esta nunca se anula: z(t) #0, Vte [a,b]. Uma curva diz-se uma curva lisa por partes se for possi{- vel subdividir o intervalo [a,b] em um numero finito de intervalos, em cada um dos quais a funcdo y seja ume curva lisa. 2(b) a ee,) #23) za) 2(e,) Nos pontos cj, existem as derivadas & esquerda e & di- reite, 2'(c,) © 2'(e,,), no entanto 2'(c_) # 2'(e,,)- ~78= Lembremos que, se y 6 uma curva lisa ou lisa por par- tes - 2'(t) & contfnua em todo o [a,b] ou continue em [a,b] com excec&o de um niimero finito de pontos ~ 0 comprimento de y, que se indica com |y|, é dado por » > 2 it =f terceyas = fh pera? + yeey212 ae (av.2) & 2 Dadas duas curvas 1: [e,t}—-€ e y,:[b,d—-6 defini- das em dois intervalos comsecutivos e tais que 14 (>) = Yo(b), Pg demos definir uma curva y: [a,c] que vamos indicar com Y + Yor pondo: fryce) » quando + ¢{a,¥) YO = 15) , quando + eed yz (0) =¥9(b) a 7 a bd ce YQ Dbviamente, y é uma funcdo continua. Sempre que es- crevermos ¥; + Yp fica subentendido que est&o satisfeitas as condigées que possibilitam a construgdo da curva soma. Esté, por- tanto, definida a soma y, +...+ y, de n curvas tais que Jyeeeyne2) [oyyrbd © (a=2ye.eym) 0 yy (bg) = r¥gy (04) ( Dadas duas curvas y: [a,t]—-©, y,: [2y,b] ~6 de modo -79- que exista uma aplicacdo +: [a,b ]-~[a,¥] piunivoca, continua e crescente e que se tenha para todo 1 € [ay,byl: y(t(t)) = ¥,(7)s y(t)=74(7) ‘4 =A 7 + tet(n) ¥ i ( ay vy a » | ese y(t) = 24(7) = Cay(t),¥q(4)) © y(t) = (4) = (a(t) ¥(4))y diz-se que 24(T) e 2(%) s&o parametrizacées diferentes da mes~ ma curva (y ow y,) e que @ fungéo +(r) é a madencga de paré- metro. Costuma-se também chamar uma curva de arco ou caminho. Os pontos y(a) e y(b) dizem-se, respectivamente, ponto inieial e final de y ou, simplesmente, extremidades de y, IV.2 ~ Integrais curvilineas reais embremos a definic&o de integral curvilinea de fungtes reais para facilitar a comparacio com o que faremos no caso com plexo. Citaremos também resultados que nos serdo iteis nos proxi- mos paragrafos. Sejam y wma curva do plano, f e g fungdes defini- das sébre os pontos da imagem de y. ~81- dj Vamos definir a integral curvilinea [elxy)aalx,y)« Partimos tomando subdivisdo +, =a < ty < ty (p53) 4 £3455) Ses e A ded J Se existir o limite das somas déste tipo quando se con- sideram tédas as subdivisées possiveis tomados os %; de todos os modos, limite éste para 6 tendendo a zero, o valor déste li- mite é a integral curvilinea, ao longo de y, de fag. Exemplos: Como exemplos, lembramos os seguintes resultados: 12) Se a fungéo +-—£(x(t),y(t)) € continua em [a,b] e a funcdo t—e(x(t),y(t)) é derivdvel em [2,0], entao existe a inte- gral curvilines que pode’ ser calewlada por meio de uma integral ~82- comum segundo a férmula: ‘bD fecxsy)aelx9) -| (x(t) y(t) )E e(x(s) y(t) at (1v.2) + bs 22) Se as fungdes Pe Q s&o definidas e continuas na imgem da curva y e esta é lise por partes, entéo existe a integral curvilinea, sébre y, de Pax + Qdy, cujo cdleulo pode também ser feito por meio de integral comum: > Jotx,y)ax + Ox,y)ay -| {P x(t) ,y(+)] x(t) + Y a + Q[x(t),¥(4)] y'(+)} at (1V.3) Pomos, por definigao: a f P(x,y)ax + Ax,y)ay = [ {P (+) y(t] x'(4) + Q[x(t)] y(t)} at “y e entao: [ Pax + Qay = - [ Pax + Qay (Iv.4) J ¥ Observagées: 1) Se nés interpretarmos y como um “caminho orien~ tado”, percorrido de y(a) a y(b) entao -y serd egonsiderado como percorrido de y(b) a y(a). Naturalmente como nés 86 vamos usar caminhos para considerar integrais curvilineas sdbre éles, entdo basta a definic&o (IV.4) e podemos prescindir de. discutir caminhos orientados. 2) Recordemos também que a existéncia e o valor da integral cur- vilinea fran dg(x,y) é invariante por mudancas de pardme- tro do tipo descrito no pardgrafo anterior, isto 6, conservando -83- agquela notacio, onde y(t(t)) = (7), f ty) dg(x,y) = [ tay) ag(x,y) - Y Yy 3) Daf segue em particular que quando a imagem de y fdr um segmento, f (x,y) ag(x,y) 86 depende do sentido em que y é percorrido tae da representagdo paramétrica do segmento. O mesmo, portanto, também vale para uma linha poligonal ou uma reunido de linhas poligonais: a integral 36 depende dos segmen- tos e do mimero de vézes que éles so percorridos em cada senti- dos Exercicio Demonstrar que dado um aberto ¢ R*, entdo fotx,y)ax + + Q(x,y)dy (onde y 6 uma curva lisa por partes em 9) sé depende dos pontos inicial e final de y se e sdmente se exis— tir uma funcdo U definida em 2 e tal que ae =P e x =Q. Diz-se entaéo que P dx +Q ay ¢ um diferencial exato em QQ. ~84~ IV.3 - Integral de fungdes de varigvel comlexa Para definir fecx)az, onde y é uma curva no plano com Y plexo e f uma func&o definida na imagem de y, procedemos de mo andlogo ao que se féz com funcdes de varidveis resis: se y:{a,t]~e é uma curve em questdo, considera-se uma subdivi- séo do intervalo [a,b], a= ty < ty eee Sty < ty = d © to man-se pontos #, € fest] > G51,2,e00)n. Sejam 6 = sup [5 -t J=l,eeeyn - asp) - vey) F By = 2(%5) = (tj) © 0 25 2, £(25) 025 de todos os modos possfveis e se existir seu limite para 6—+0 - 23.+ Tomadas as somatérias afungSo f diz-se integrdvel sébre y e n fecras = lim >. £(25) a2; - (4v.5) y 60 £ a jal Com esta definig&o, poderfamos elaborar condigdes sdbre fe y para a existéncia do limite em (IV.5) e, por conseguinte, da integral de f sdbre y. Deixaremos de fazé-lo preferindo re- duzir a situacdo para o caso real, tomando es componentes de f e de y. Com efeito, se f(z) = u(x,y) + 4 v(x,y), By; = (RyFj) 4xj; +i dy, , tem-se, para cada divisio e cada escclha dos 2, ; £(25)025 = y [ale 55x, - v(%; F474] + gai Foxy + wlEssF5)4y4] e,como o 12 membro terd limite se, e sdmente se, a parte real e a parte imagindria do 22 membro tiverem limites e ainda éstes limites s&o, respectivamente, as integrais curvilineas, sdbre y, de udx - vay e vdx + udy, conclui~se que a fungdo f é integrdvel sébre a curva y se, e somente se, férem integrdveis, sébre y, as formas udx - vdy e vax + udy e, entao fevaaz = facxyax - v(x,y)ay +4 utxyy)ax + u(x,y)dy (1V.6) Y ¥ Y Assim sendo, no caso em que a curva y for uma curva li- sa por partes e as fungdes ue v forem cont{nuas sébre y (0 que equivale a dizer que f 6 uma fungdo continua sébre y) exis- te a integral e pode ser calculada por meio de integrais comuns, de (IV.6) e (IV.3): ‘b Jecayae = [°fatece) y6e)] x°() = via) y(t] y(4)} ae + Y a o + [vlad Ca] ta) + ufo) xO] ya} at, b ou seja, como y(t) = a(t) = x(t) +a y(t) , [saz = feeeyer(eyas . (iv.7) Y : -86- Bxemplos: 1) Seja y um caminho liso ‘por partes com ponto inicial 2, ¢€ extremidade 2, calculemos [o. Como y 6 lisa por partes e -f(z)z1 é cont{nw, a ine tegral existe. Para o célculo de seu valor recorramos, a titulo de exeuplo, & definic&o da integral, n n 2 = yy - 23) == =1 donde fax = 2 = %, @, como o seu valor depende t&o somente dos ¥ pontos extremos 2, e 2, pode-se escrever 2) SBbré 0 mesmo arco y,, caleulemos fzdz. De acérao com a notagao, 7 Y 7 até agora utilizada, tomemos um subdivisdo do intervalo [a,¥] e, como %, consideremos primeiranente +, 1 © depois +, obten- = x B5.(25 - 25-3) do assim, duas somas: -87~ 2yl%y ~ 2502) Ora, a fungdéo f(z) = % ¢€ continua em todo o plano, ent&e exicte a integral, logo $, e S, ‘tém limites - e o mesmo limite - para 60, logo Sy +S,) tombém tenderd e Sste Limi te que é o valor da integral em quest&o, mas n 1 1 2 1 d(x, +8,)=2 2, (05 - ey) = Fe? 28), entdo, J 2az = 5 [? - 22], Mais uma vez, a integral independe do ¥ particular caminho liso por partes que une os pontos 2, @ 23 podemos entéio escrever z e142. 22 f zaz = 5 {z 2] 0 3) Sendo ae& e p> 0, indicamos com Ypja © Seguinte ca~ ’ minho: + + € [oan] —-> 2(t) =a +0 e* at) L Yo Sona a= a a+p oT —$ a imgem de yo. é a circunferéncia de centro & e raio p, o sentido de percurso - para % crescendo - é o sentido anti- [ Yo,a horério. Calculemos az Z- 8 Como a(t) -~a-=pet* © 21(t) = 4 pe**, usando a fér- mula (IV.7), soptt [ Se ae Y, per® P48 As integrais que estamos considerando sao invariantes por mudanga de parémetros, podemos portanto deixar de especificar qual a parametrizagio da circunferéncia em questéo, bastando indi- car 0 sentido do pereurso. No que segue, salvo citac&o em contré- rio, estaremos tomando como sentido positivo de percurso de uma circunferéncia o sentido anti-hordrio e com esta convenc&o, escre- vemos sempre St f(z)dz para indicar f E(z)dz. ae Yo, Exerefeios 1 f 7 1 se n= -1 1) Mostrar que 52> eco (z-e)7az = 15 ge nf “a, mez 2) Para cade n=1,2,3,.., consideremos o arco ve P,l]—e a(t) = (Ht) = beat, celular f Zaz, f can Yn n f 2 (Resp. f Zaz =14+125,; hy zdz = (AH) ) =89- 3) Idem, idem, sendo Y,, 0 caminho definido como: Yqt t € (0,—> a,(4) = (t,t-t™) = t + a(t-t%), a 7 2 . AS ae ° yr S10, meLy2yaee 4) Sendo y(r) 0 arco de circunferéncia |z|= r contido no semi- plano ImzzO e pereorrido no sentido anti-hordrio, calevlar Rr) = [ (Bae y(x) 5) Sendo y oarco de eclipse x°/4 + y* = 1 contido no 12 qua~ drante, do ponto 2 ao ponto i, caleular [ Z dz. ¥ Enunedamos a seguir propriedades formais da integral com- plexe: il. Se £ é integrdvel ao longo de y e ec € © é uma constante, afungao ef serd integrdvel sdbre y e [ extniae = o [ sex ; 42. Se f£ e g sio funcgtes integrdveis sébre a curva y, entéo saa forma f+g também o serd e [e( z) (2)]az = | f(z)az + (ada $ [tee) + ote]ae [ #2 [ asae 43. Se f § integrével ao longo de y, ent&o pela definic&o dada em IV.2 ae integral sébre -y e, levando em conta (IV.6) e (IV.4), tem-sez 14. Se y, ¥ @ Yo 8&0 curvas tais que y = EB, +Y¥p ese £ é uma fungSo integrdvel eo longo de ¥z 2 a0 longo de Ypy entéo f serd integrdvel sébre y 0: [ tae = [ taae + J steven y Vy Yo i5. Se y é& uma curva liss por partes e f£ & uma fungdo cont{- nua nos pontos de (isto 6, continua na imagem de y), ent&o | [s(2)e s ly! suplf(z)|. Y Y Note-se que as hipéteses feitas garantém a existéncia da integral do 1 membro como foi visto acima, esté também defini do o comprimento de y, |yj, e o sup|f(z)| ¢ finite pois £ é uma fungdo continua sébre a imagem be y e esta imagen é um con- junto fechado e limitadc, Para demonstrar a relag&o acima, lembre- mos que a integral foi definids como um limite de somatérias do B £(85) (zy - 254) 5 bastanto, portanto, verificar que estas somas séo, em médulo, ma- tipo joradas pela expressio do 2° membro da referida relagao. Com efei tor £2 - | 2 (alas - 53.4)] « ~91- Ora, se chamarmos de Yj ° arco de curva compreendido entre 25.) © 2; (isto é, a restricéio de y ao inter- valo Its ast) teremos, pa racada j: n, ; lag ~ 25.1 s lvyl e+ como y Igl=ly|, tem-se, Finalmente: Jet | Reece, ~ 2j.2)|¢ [vl sup le(a)l, valendo, portanto, o mesmo resultado para o limite das somas; 46. Se sdbre um arco y est&o definidas e so continuas as fun- goes f e ff) (n=1,2,.0.) e se £,(4)—£(2) unif ormemen- te na imagem de y, entao a sequéncia das integrais [ tph2)ez ¥ é convergente e J snes =f e(2ae . Y Y Observe-se que o fatodas #, serem continuas e conver girem uniformemente para f jd garante a continuidade de f e lembremos que f£,,(z)—=f(z) uniformemente equivale a dizer que, dado € > 0, existe wn indice n, tal que para ne no? l2,(2(#)) - £(2(t))|<@, para todo + em [a,b] e onde 2(t) = = y(t) como anteriormente. Em vista disso, para nn, sup |f,(z) - f(2)| 0 . 3 a) f(z) = y 60 arco da curva y=x" que 1 quando y< 0 vaide -l-i a Iti. (Resp. 243i) 2) Se y € 0 contérno do guadrado com vértices nos pontos 0, 1, lie i, caleular f (3z+1)az, [ nexp(ni) az. Y Y 7 (Resp. 0, 4(e"=1) 3) Mostrar que f f(z)az = 0 quando: 2 a) #(2) = Zz») f(s) = ech 2 ec) #2) = te 2 4).Tomando um caminho conveniente, calcular: -99- Wen m42i a) f az >) f cos 2 az i ° 3 e) f (a= 2) az 7 Let 1 (Resp. 54 e+ 5 0) 5) Caleular as seguintes integrais: Lei TTL a) f 2 eM az b) { z cos 2 dz ° n/2 —Ssemh 2 gaz. (a-2ni) Iv.5 - Primitive de uma fungao complexa Dada uma funcio f definida num aberto U de ©, f:U--@, diz-se que a funcdo F é uma primitive de f se PF é anal{tica e F' =f. Neste pardgrafo vamos construir primitivas de wma fungdo analitica. De fato, pelo coroldrio 3 do teorema de Cauchy (1V.4), se f£ é uma fungdo analftica numa regifio simplesmente conexa D (com derivada continua - exigéncia removivel em pardgrafo poste- vior), a f f(z)dz onde y é 0 caminho liso por partes contido em ‘D con’ ponto inicial 2, e ponto final 2, nao varia se con- siderarmos outros caminhos com estas mesmas propriedades, Esta in tegral depende, portanto, sdmente de Zy € %, logo, podemos es~ ~100- crevert Zz [ scaae ou [swan . Zo oO Ora, se De f satisfazem &s condicées acima enunciadas e se fixamos o ponto 25 € D, a integral acima define uma nova funcdo em Ds z F(a) = [ f(w)dw . 20 Vamos mostrar que, andlogamente ao que se a4 com fun- gées continuas num intervalo fechado, esta ¢ uma primitive de f. Para tanto, mostremos que F é derivdvel em cada ponto 2€D e que sua derivada esse ponto é f(z), isto é, mostremos que existe ° dim F(zth a F(z) . h+0O a e que éste limite é f(z). Se, no cdleulo de F(z) = f aan % usarmos um conveniente caminho al ye no edloulo de 2th F(ath) = [ tee 20 usarmos 0 caminko y+y, (onde nN é o segmento retilineo de 2 a zth - para |h| suficientemente pequeno o arco yy, estd todo contido em D), enta&o tem-se: 2 irc (oe cal = BLL eeeraw - [er 2 [store - YY - af” "skew = EL sada + af [e(w) - £(2)Jaw ,

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