Visto que o tema desta edio dO Visconde a arte e a
ocupao criativa do espao urbano, talvez seja vlido tratar, aqui, dos espaos de convvio em nossa faculdade. No h a inteno nem a pretenso de se fazer uma anlise pormenorizada ou qualquer coisa do tipo; trata-se apenas de observaes, impresses que esse primeiro ano de FEA me deixou. Ocupamos mal os espaos de nossa faculdade; no nos apropriamos, enquanto estudantes, de reas prprias a nosso convvio. Onde podem reunir-se os alunos, entre as aulas ou ao trmino destas, seno nos poucos bancos da meia-lua? Os espaos do FEA-1, apesar da presena de assentos, parecem mais corredores: so pontos de passagem, e no de encontro. Faltam lugares para construo coletiva: qualquer tipo de atividade conjunta que se proponha discusso ou realizao de assuntos. Nem mesmo as salas de aulas tm suas portas mantidas abertas aps serem usadas. E no por falta de espao. H dois vos vazios e sem uso: por que no colocar cadeiras e mesas l? Mas isso sintoma, dirlhes-o alguns, de uma faculdade vista como isso mesmo um corredor, um ponto de passagem. Outros apontaro a expresso de uma diretoria para a qual os alunos e, mais genericamente, a graduao no so a essncia da FEA. Pode at ser, mas no devemos nos prender a certo imobilismo das causas irremediveis. Precisamos nos apoderar vigorosamente do espao de nossa faculdade, torn-lo um lugar no qual os alunos possam integrar-se e realizar suas atividades e projetos (inclusive artsticos, pois no nos esquecemos do tema desta edio!): um ponto de encontro, em oposio ao corredor. Espero que a inaugurao da nova vivncia possa melhorar esse quadro, oferecendo aos alunos um espao no s para integrao, mas tambm para a criao e divulgao de suas ideias. A entrada de calouros e o incio das atividades de uma nova gesto do CAVC trazem novos ares que tambm podem ajudar nesse processo. Afinal, diferentemente de sua antpoda privada, a apropriao coletiva do espao pblico um primeiro passo na direo contrria atomizao que na opinio de alguns paira sobre nossas cabeas; , tambm, esforo na direo da construo de um senso de coletividade que ser essencial caso queiramos uma universidade verdadeiramente pblica e aberta.