Você está na página 1de 16
dJuizos Civeis de Coimbra 1 Juizo Civel Rus Jogo de Rudo, Eafcio Arado - 3000-228 Coimbra Telef: 239854970. Fax; 239821560 Mal coimbrajov@tibunais.org pt Proc.N® 3508/08.9TJCBR 2496951 CONCLUSAO - 02-12-2010 (Terme electrinico elaborado por Escrivio Auxiliar Paula Cristina Marques) =CLS= Sentenca LRelatorio José dos Santos Machado e mulher Silvina Rita Antunes, NIF 131047345 e 140739866 respectivamente, residentes na Rua da Catraia, n° 4. em Anaguéis - 3040-462 Almalagués; José de Jesus Coelho, viivo, NIF 160301955, residente na Quinta do Colago, Rua de Santo Antonio, 24 - Ribeira de Carpinteiros 3040 Almalagués; Victor Miguel dos Santos Rodrigues, solteiro, maior NIF 203659333, residente na Rua do Jardim, 15 Anaguéis 3040-462 Almalagués; Antonio Simées Jegundo e mulher Isabel Cidalia Matos dos Santos Jegundo, NIF 171057341 e 146267591, residentes na Rua do Valongo, 1, Anaguéis 3040-462 Almalagués; Nair Rodrigues Patricio e marido José dos Santos Rosado, NIF 146946472 e 174019831, residentes na Travessa da Lomba, 5, Anaguéis - 3040-462 Almalagués; Maria Mabilde Nunes dos Santes-c-maride-Jesé-Manuel- Dias; NIF-102038436-6-437743122,— residentes na Rua Canto das Rosas, 7 Anaguéis, 3040-462 Almalagués; Maria Estrela Jegundo Machado, viliva, NIF 151816662, residente na Rua Principal, n° 50 - Sobral de Ceira 3030-894 Ceira; Odete Sofia dos Santos Pereira Anastacio e marido Artur Jorge Costa Anastécio NIF 206374550 e 208 590 650, residentes na Rua da Quinteira, n° 16 Cestas 3040-469 Almalagués; Maria Eulalia Rita Antunes Cunha e marido Joaquim Tavares Cunha, NIF 161047882 e 161047858, residentes na Rua do Meio, 4, Portela do Gato - 3040476 Almalagués; Joaquim Maria Carvalho, divorciado, NIF 146227433, residente na Rua do Jardim, 20 Anaguéis - 3040-462 Almalagués; Rosa Maria da Fonseca Machado e marido Luciano Generoso Machado, NIF 112518770 e 112518769, residentes da Rua da Catraia, 14, Anaguéis 3040-462 Almalagués; Juizos Civeis de Coimbra 1 Juizo Civel Fu Jodo de Rudo, Eco Arado - 3000-229 Coimbra “Telt 259654970 Fox: 239877560 Mall coimbrajev@irbunais.org.pt Proc.N? 3508/09,STICBR Maria de Oliveira Nunes e marido Joao Correia Marujo, NIF 132615916 e 132615649, residentes na Rua da Lomba, 10 -Anaguéis 3040-462 Almalagués; Fernanda Simées Santos e marido Luis Lapa Fachada, NIF 155447548 e 152127038, residentes na Rua Principal - Abelheira 3040-421 Almalagués; Isabel Simdes dos Santos, viva, NIF 151078726, residente na Rua do Jardim, 8, Anaguéis 3040-462 Almalagués; Anibal SimGes dos Santos e mulher Maria da Anunciagéo Sousa Santos, NIF 129261939 e 151042527, residentes na Rua do Jardim, 2 Anaguéis, 3040-462 Almalagués; José Carlos Rodrigues Cunha e mulher Maria Esmeraldina Rosado de Oliveira Cunha, NIF 111303028 e 111303036, residentes na Rua do Jardim, 32 Anaguéis 3040-462 Almalagués; Silvino Patricio dos Santos, casado NIF 101622710, residente na Rua do Jardim, n® 23 Anaguéis 3040-462 Almalagués; e Fernando Machado dos Santos e mulher Maria da Piedade SimGes Fernandes dos Santos, NIF 142972690 e 109045572, residentes na Rua da Capela, n° 106, Sobral de Ceira - 3030-887 Ceira, intentaram a presente acgdo declarativa, sob a forma de processo sumério, contra os réus Adérito Anastaécio Santos e mulher Maria da Graca Pereira Bernardino, residentes na Rua da Catraia, 7, Anaguéis -3040-462 Almalagués. Alegam para tanto, em sintese, que na localidade de Anaguéis, freguesia de Almalagués, do concelho de Coimbra, existe um caminho a pé e de carro (tractor), que, atravessa todo o lugar, numa extensdo de cerca de 3.000/4.000 metros. O referido caminho é utilizado desde tempos imemoriais, pelos residentes de toda a freguesia, ligando varios lugares e principalmente pelos inumeros proprietérios dos prédios Tusticos, que 6xisteM ao longo desse caminho. Os autores sao aiguns desses proprietarios, que desde tempos imemoriais, por si e seus antepassados passam no referido caminho para chegar aos seus prédios, onde cultivam culturas varias. Por ali passam e sempre passaram os proprietarios e seus antecessores, com tractores, moto cultivadores e anteriormente carros de traccao animal, transportando as suas colheitas, assim, como ao longo do ano, para sulfatar as vinhas, podar videiras ¢ oliveiras, semear e colher cereais (milho, feijéo) etc. Alias, todos os seus prédios risticos (v.g. artigos 7951,7954, 7955, 7956, 7957 rusticos da freguesia de Almalagués), confrontam pelo lado sul com o aludido caminho. E desde sempre, jamais tal caminho, suas dimensées e utilizagdes, foi posta em causa, por quem quer, todos sabendo da sua existéncia e forma de utilizagéo. Podendo afirmar-se Juizos Civeis de Coimbra 12 Juizo Civel Rus Jodo de Ruo, Edificio Arado - 8000-228 Coimbra Tolet: 239854070 Fax: 239821860 Nat cmbrajov@tounais.org.pt Proc.N® 3508/08, 9TJCBR que, a generalidade das pessoas tem o mesmo como um caminho publico, sendo, nessa qualidade utilizado nos termos supra apontados, desde tempos imemoriais. Os réus sao proprietarios de um prédio ristico, composto de vinha e oliveiras, que confronta também pelo lado sul com 0 predito caminho, sendo o primeiro prédio junto a estrada (Rua da Catraia), onde o caminho se reinicia e que se encontra inscrito na matriz rustica de Almalagués sob o artigo 7952. Apesar de os réus terem adquirido 0 referido prédio hé cerca de 20/25 anos, sempre souberam da existéncia do caminho a sul, da sua utilizacdo pelos proprietarios confinantes e demais, e também por todos os fregueses de Almalagués que o utilizam em deslocagées entre anexas da freguesia, muito em especial os residentes em Anaguéis. Alids, o prédio dos réus encontrava-se demarcado, a nascente com um muro junto 4 Rua da Catraia, que terminava com um pilar em cimento, pelo sul e, ao longo do caminho publico, com um cémoro (desnivel) com cerca de 50/60 cm, e a poente pelo mesmo cémoro, que faz a estrema com o prédio de Diamantino Rodrigues. Estremas estas que existem no local desde tempos imemoriais, sobretudo dos lados sul e poente, sendo que, desde ha pelo menos 25 anos, quando os réus construiram o muro de vedagao a nascente, junto da estrada principal (Rua da Catraia), o fizerem em alinhamento com o referido cémoro, deixando o referido pilar, como remate final do muro, alinhado perpendicularmente, com 0 cémoro que se estende para poente, ladeando o caminho que aqui se discute. Os réus sabem, como sempre souberam, que os autores e outros proprietarios, para além da populagdo em geral, passam no referido caminho a pé, mas também com as maquinas agricolas actuais, como TaClOres”“e MOIS Citivadores, sem” qualquer diticuldade ou Obstaculo: Maquinas essas, cuja carrogaria tem entre 2 a 3 metros de largura e pelo menos um 1,50 de eixo entre as rodas principais. Sucede porém que, no dia 14 de Julho de 2009, os réus comegaram a abrir uma vala, com uma maquina retroescavadora, ao meio do dito caminho, com vista a construir um muro de vedacdio do seu prédio, Nos dias seguintes entre o dia 16 e 21 do mesmo més, os réus conclufram a edificagéo de um muro com pilares em cimento e ferro e blocos de cimento, com 32 metros de cumprimento e 1,20 de altura, implantado a uma distancia de cerca de 1,20 metros, da estrema do seu prédio (0 referido cémoro). Ou seja, 0 muro referido foi implantado precisamente num dos rodados, que desde tempos remotos existia visivel e demarcado no local, alids, a semelhanca do outro rodado_ perfeitamente _perceptivel. Juizos Civeis de Coimbra 48 Juizo Civel Fua Jodo de Ruio, Ecfiio Ado - 3000-228 Coimbra ‘elet: 239654970 Fox: 239821560 Molt combs jev@rbunas.or.pt Proc.N? 3508/09.9TUCBR Consequentemente, o caminho, que tinha uma largura de cerca de 2,50 m, passou a ter uma largura irregular, inferior em quase todo o comprimento do muro, a 1,50m, impedindo em absoluto a passagem de tractores e outras mAquinas agricolas. Com esta atitude, os réus apropriaram-se de terreno que sabem nao Ihe pertencer, pois sabem que a sua estrema se confina ao predito pilar que rematava o muro de vedagao a nascente e, ao cémoro com cerca de 50/60 cm a sul, néo tendo qualquer direito sobre a area do caminho que ocuparam com a edificacdo do muro (1,20m, numa extensdo de 32 m). Ora esta atitude ofende e ofendeu j4 de forma grave o direito dos autores e demais proprietarios, que estéo impedidos de passar no local para chegar aos seus prédios como até aqui vinham fazendo, isto é, estao impedidos de chegar aos seus prédios de carro. Alias, na presente data, alguns dos autores sofreram ja prejuizos graves e irreparaveis, atendendo ao facto de terem vindimado as suas vinhas, sem possibilidade de acarretarem as uvas, de carro, vendo-se obrigados a recorrer a uma propriedade particular, sita a poente, solicitando serventia para transportar cargas maiores, Em alguns casos, viram-se obrigados a transportar os sacos &s costas até 4 Rua da Catraia, num percurso de cerca de 800 metros em terreno sinuoso. Enquanto interessados e utilizadores do referido caminho, pretendem os autores ver salvaguardado 0 seu direito de utilizar 0 caminho nas condigdes existentes até Julho de 2009, data em que, abusivamente os réus thes retiraram essa possibilidade. Razéo pela qual, ainda que o caminho em causa seja publico e do dominio publico municipal, tém interesse em agir, recorrendo 4 presente acgado para proteccdo dos seus direitos. Alids, previamente a presente ac¢ao, Tor instaurado procedimento cautelar de ratiticagao de embargo de obra, pendente no 5° Juizo Civel com o n® 2776/09.0TJCBR, onde foi ratificado 0 embargo e ordenada a demoligéo dos trabalhos até ao estado em que se encontravam no dia 14 de Julho de 2009. Assim pedem que se declare: a) que o prédio propriedade dos réus tem como estrema sul o cémoro (ou desnivel) com cerca de 50/60 cm do solo, e que actualmente dista cerca de 1,20m do muro edificado; b) que a estrema nascente do prédio dos réus é feita por um muro de vedagdo que terminava num pilar em cimento e ferro, edificado ha mais de 20 anos; c) que o caminho situado a sul do prédio dos réus, numa extensdo de 600 m, partindo da Rua da Catraia, em direccao a poente tem pelo menos a largura de 2,50m; d) que o muro edificado pelos réus ocupa parte desse caminho, retirando-lhe pelo menos a largura de 1,20m, 4 Juizos Civeis de Coimbra 12 Juizo Civel Rus Jodo de Ruso, Edificio Amado - 9000-228 Coimbra ‘olef 239654970 Fax: 239821500 Malt: coembrajov@rbunsis.org.pt Proc.N® 3508i08,3TJCBR numa extensdo de 32 metros. E consequentemente: e) condenarem-se os réus a reconhecer a existéncia do referido caminho com as preditas dimens6es de 2,50 m de largura, numa extensao de pelo menos 600 metros; f) condenarem-se os réus a respeitarem tal caminho, bem como © direito dos autores e demais fregueses de Anaguéis e Almalagués de ali passarem a pé e de carro; g) condenarem-se os réus a repor o caminho tal como se encontrava até 14 de Julho de 2009, demolindo o muro ai edificado com 32 metros de comprimento e 1,20m de altura; h) condenarem-se os réus nas custas, procuradoria e tudo o mais que de lei for. Os réus, citados para os termos da accdo, apresentaram contestacao, alegando, em sintese, que o tribunal era incompetente em taz3o da matéria e os autores parte ilegitima e impugnando parte dos factos alegados pelos autores. Dizem que o dito caminho pUblico teve sempre uma largura média de 1 metro de largura em todo o seu comprimento, que em meados de 2003 o Sr. Vitor Rodrigues teve necessidade de enterrar um cavalo, que o dono tinha por habito deixar o cavalo a pastar num terreno, confinante com o terreno dos réus e cujo acesso era feito pelo caminho publico; para a abertura da vala onde o animal pudesse ser enterrado, houve necessidade de recurso a uma maquina tipo caterpillar contratada 4 sociedade Gira Rectro, sediada no lugar de Bragais e que como a largura do caminho no permitia a passagem da maquina o condutor, sob responsabilidade do dono do cavalo, teve necessidade de alarga-lo, fazendo-o a custa do terreno dos reus 6 Tor entac a br dey ‘Sola que existia for destruidos e 0 caminho alargado. Ainda nesse mesmo ano de 2003 José dos Santos Rosado, residente em Anaguéis, contratou uma maquina retroescavadora com lagartas 4 mesma sociedade, mandou derrubar o que restava do muro e da broeira e mais tarde encheu o caminho com cascalho e entulho, por forma a nivela-lo com os terrenos confinantes - e foi assim, que o caminho ficou com 2,50 m de largura. Os autores ofereceram articulado de resposta. Foi proferido despacho saneador, tendo sido apreciadas as excepgdes invocadas pelos réus e procedeu-se a selecgéio da matéria de facto assente e controvertida. Juizos Civeis de Coimbra 0 Cival ua Jodo de Rudo, Ediicto Amado» 3000-228 Coimbra Tole 239854370 Fax 259821860 Malt coimbra jev@uibunas.o.pt Proc.N? 3508/09.STICBR Realizou-se a audiéncia de discusséo e julgamento, com observancia do pertinente formalismo legal, tendo a matéria de facto controvertida sido decidida. Mantém-se a validade e a regularidade da instancia. ll. Fundamentacéo 1. Factualidade assente Encontra-se assente a seguinte factualidade: - Na localidade de Anaguéis, freguesia de Almalagués, do concelho de Coimbra, existe um caminho publico municipal que atravessa todo o lugar, numa extensao de cerca de 3.000/4.000 metros. - O referido caminho é utilizado desde tempos imemoriais, pelos residentes de toda a freguesia, ligando varios lugares (Anaguéis a Torre de Bera, Bera, Carpinteiros, Quinta do Colago, etc) e principalmente pelos intimeros proprietarios dos prédios risticos, que existem ao longo desse caminho. - Ainda hoje é visivel um trogo desse caminho, com a largura de 0,80 m localizado ao cimo da rua Principal (hoje alcatroada), chamada Rua da Catraia, no lugar de Anaguéis. - Trogo esse que é a continuagao do caminho, que a rua cortou. - Os réus so proprietdrios de um prédio rustico, composto de vinha oliveiras, que confronta pelo lado sul com o dito caminho, sendo o primeiro prédio junto 4 estrada (Rua da Catraia), onde o caminho se reinicia € qué sé enconitra Inscrito na matnz rustica de Almalagues sob o artigo 7952. - Por contrato de compra e venda, titulado por escritura publica lavrada em 22 de Dezembro de 1982, no 1° Cartério Notarial de Coimbra, os réus adquiriram a Antonio Domingos Pereira e mulher Maria Duarte Domingos uma terra de vinha e oliveiras, sita no lugar de Anaguéis, a confrontar do norte com Adelino Rodrigues (actualmente com prédio urbano dos réus), do sul com o referido caminho, do nascente com estrada (actual rua da Catraia) e do poente com herdeiros de Diamantino Rodrigues. - Tal prédio riistico tinha 1,200 m2 de area real e efectiva. - A qual correspondia a area inscrita na respectiva matriz predial rustica e descrita na Conservatéria do Registo Predial de Coimbra. duizos Civeis de Coimbra 12 Juizo Civel Fu Joo de Ruo, Edicio Arnatlo-3000-229 Coimbra Tole 230854070. Fax: 259821560 Mai: coimbra,jev@bunalsog.pt Proc.N® 3508/08.STJCBR - Os réus, no ano de 1988, construiram um muro de vedagao apenas na parte confinante com a rua da Catraia. - Mas no avancaram com o muro até a estrema sul do seu prédio, ou seja, até ao caminho publico municipal. - Nessa altura os réus amanhavam o terreno, anexo & sua casa de habitacdo, cultivando-o de vinha, drvores de fruto e hortalica. - Na altura da aquisi¢ao do prédio ristico pelos réus, no ano de 1982, a configuragdo do caminho publico municipal era a seguinte: vindo do interior da povoagao de Anaguéis, onde tem uma largura média de 0,80 metros, 0 caminho era interceptado pela rua da Catraia (rua principal da povoagéo e com piso betuminoso) para prosseguir justamente junto & estrema sul/nascente do prédio ristico dos réus, rumo a poente até cruzar com outro caminho de ligacdo a Ribeira dos Carpinteiros, num comprimento de cerca de 350 metros. - O leito do caminho estava devidamente delimitado pelo sul e pelo norte, ou seja, pelas margens, através da existéncia de broeiras (camadas naturais de terra dura, desniveladas em relacao ao leito) sobre que assentavam, por sua vez, e em parte do trajecto, muros de pedra solta. - Na altura das vindimas, era sobre tais muros que os trabalhadores descarregavam os poceiros, permitindo-Ihes descansar um pouco. - Tal caminho, na parte em que se inicia na Rua da Catraia e se profonga para poente tinha largura superior a 2 metros - antes da construgo do muro por parte dos réus. - Passando depois a largura de 1,80 metros, numa extensdo de cerca de 2 km. = Os autores S40 “aiguris “dos , que desde tempos imemoriais, por si e seus antepassados passam no referido caminho Para chegar aos seus prédios, onde cultivam culturas varias. - Por ali passam e sempre passaram os proprietérios e seus antecessores, com tractores, motocultivadores e anteriormente carros de tracgao animal, transportando as suas colheitas, assim, como ao longo do ano, para sulfatar as vinhas, podar videiras e oliveiras, semear e colher cereais (milho, feijéo, etc) - isto antes da construgao do muro por parte dos réus. - Alids, todos os seus prédios risticos (artigos 7951, 7954, 7955, 7956, 7957 risticos da freguesia de Almalagués) confrontam pelo lado sul com 0 aludido caminho. Juizos Civeis de Coimbra 19 Juizo Civel Fue Jodo de Ro, EafficioArnaca - 3000-229 Coirtra Tole: 238654970 Fax: 239821560 Mall cointxa jev@ubunas 01 pt Proc N® 3508/09,¢TJCBR - Depois que deixaram de ser utilizados animais e carros de bois (ha alguns anos largos), os agricultores passaram a servir-se de trotinetes para transporte de alfaias e produtos agricolas. - E desde sempre, jamais tal caminho, suas dimensées e utilizagées, foi posta em causa, por quem quer que fosse. - Encontrando-se perfeitamente assinalado nas cartas militares do concelho de Coimbra e visivel na vista area da localidade in www.google earth. - Os réus sempre souberam da existéncia do caminho a sul, da sua utilizago pelos proprietérios confinantes e demais e também por todos os fregueses de Almalagués que o utilizam em deslocagdes entre anexas da freguesia, muito em especial os residentes em Anaguéis. - O prédio dos réus encontrava-se demarcado, a nascente com um muro junto 4 Rua da Catraia, que terminava com um pilar em cimento, pelo sul e, ao longo do caminho ptiblico, com um cémoro (desnivel) com cerca de 50/60 cm, e a poente pelo mesmo cémoro, que faz a estrema com 0 prédio de Diamantino Rodrigues. ~ Estremas estas que existem no local desde tempos imemoriais, sobretudo dos lados sul e poente. ~ Ha pelo menos 25 anos, quando os réus construiram o muro de vedagdo a nascente, junto da estrada principal (Rua da Catraia), fizeram-no em alinhamento com o referido cémoro, deixando o referido pilar, como remate final do muro, alinhado perpendicularmente, com o cémoro que se estende para poente, ladeando o caminho referido. - Os réus sabem e sempre souberam, que os autores e outros proprietdrios, para além da populago em geral, passam no referido caminho ape @ também com as maquinas “agricolas actuais, como tractores e moto-cultivadores, sem qualquer dificuldade ou obstaculo. - Algumas dessas maquinas tinham carrogaria com cerca de 2 metros de largura e pelo menos 1,50 metros de eixo entre as rodas principais. ~ No dia 14 de Julho de 2009 os réus comegaram a abrir uma vala, com uma maquina retroescavadora, ao meio do dito caminho, com vista a construir um muro de vedagao do seu prédio. - Tendo previamente demarcado a vala com tinta branca. - Nos dias seguintes, entre o dia 16 e 21 do mesmo més, os réus concluiram a edificagéo de um muro com pilares em cimento e ferro e blocos de cimento, com 32 metros de cumprimento e 1,20 m de altura, Juizos Civeis de Coimbra 12 Juizo Civel Russ Jot de Rus, Eaficio Amado ~ 3000-229 Coimbra Tele: 239854070 Fax. 250821860 Mall coimbrajev@uibunas.org.pt Proc.N? 3508/09,9TJCBR implantado a uma distancia de cerca de 1,20 metros da estrema do seu prédio (0 referido cémoro), - O muro referido foi implantado precisamente num dos rodados, que desde tempos remotos existia visivel e demarcado no local, a semelhanga do outro rodado perfeitamente perceptivel. - Em consequéncia, 0 caminho, que tinha uma largura superior a 2 metros, passou a ter uma largura irregular, nalguns trogos inferior a 1,50 metros. - Impedindo em absoluto a passagem de tractores e outras maquinas agricolas, atendendo a que o muro foi implantado num dos rodados visiveis desse caminho. - Com esta atitude, os réus apropriaram-se de terreno que sabem n&o Ihe pertencer. - Pois sabem que a sua estrema se confina ao predito pilar que rematava o muro de vedacao a nascente e ao cémoro com cerca de 50/60 cm a sul, ndo tendo qualquer direito sobre a drea do caminho que ocuparam com a edificagao do muro (1,20m, numa extensdo de 32 m). - Os autores e demais proprietarios estao impedidos de passar no local para chegar aos seus prédios de carro. - Na presente data, alguns dos autores sofreram ja prejuizos pois vindimaram as suas vinhas sem possibilidade de acarretarem as uvas de carro. - Vendo-se obrigados a recorrer a uma propriedade particular, sita a poente, solicitando serventia para transportar cargas maiores. - E em alguns casos, viram-se obrigados a transportar os sacos as costas até 4 Rua da Catraia, num percurso de cerca de 800 metros em verreno sinuoso. = SPH PERE EERerE Cie eer - Antes de introduzirem, junto dos competentes servicos técnicos da Camara Municipal de Coimbra, 0 pedido de licenciamento de construgao do muro, quiseram assegurar-se por onde o poderiam levantar, requerendo para o efeito uma certidéo comprovativa da largura do caminho ptiblico em questao. - Com data de 22 de Junho de 2004, a CMC certificou que o caminho a que os autos se reportam - ou seja, 0 caminho que liga a Estrada de Anaguéis (rua da Catraia) ao caminho da Ribeira dos Carpinteiros - tem a largura de um metro e 6 do dominio publico municipal. - A referida certidao baseou-se numa informagao (com o n® 317) da 0 de Informacgéo Geografica e Solos, da CMC. Di oS Juizos Civeis de Coimbra 12 Juizo Civel us Joso de Ru, Edificio Armada - 3000-208 Caimbra “elo 239854970 Fax: 235821560 Malt coimbra ovina. 09 pt Proc.N® 3508/09.9TJCBR - Uma vez munidos de tal certiddo, os réus apresentaram na CMC, em Junho de 2005, o pedido de licenciamento de construg&o do muro, confinante com 0 caminho publico, numa extensSo de 32 me uma altura de 1,20 m. - Porque 0 pedido de apreciagaio do projecto pela CMC demorasse mais que 0 razoavel, teve lugar no préprio local da questao, em 17.06.2008, da parte da manha, uma reuniao, onde participaram representantes do executivo municipal (a chefe de Divisdio, Eng® Graca Pinto e o Eng* Jodo Pedro dos Reis Santos), da Junta de Freguesia de Almalagués (Sr. Vitor Costa), a autora do projecto (Eng* Maria da Conceigao Baptista Santos), um representante do Provedor de Justica e oréu. - Assim instruido, foi o processo de licenciamento aprovado por despacho do Sr. Vereador Eng? Joao Rebelo, com data de 04-12-2008. ~ Do que resultou a emissao do alvard de construgao n® 317/209, com data de 10 de Junho de 2009, - Os trabalhos de construgdo foram iniciados em 14/07/2009 e terminaram em 27/07/2009, segundo os dizeres do chamado "livro de obra", cujas folhas foram devidamente autenticadas pela CMC, no acto de levantamento da licenga. - Em meados do ano de 2003, o Sr. Vitor Rodrigues, do lugar de Anaguéis, teve necessidade de enterrar um cavalo. - O dono tinha por habito deixd-lo a pastar num terreno, confinante com 0 terreno dos réus e cujo acesso era feito pelo caminho publico. ~ Para a abertura da vala onde o animal pudesse ser enterrado, houve necessidade de recurso a uma maquina tipo caterni & sociedade Gira Rectro, sediada no lugar de Bragais. - Ainda nesse mesmo ano de 2003 José dos Santos Rosado, residente em Anaguéis, contratou uma maquina retroescavadora com lagartas 4 mesma sociedade. 2. Da anélise dos factos e da aplicagao do Direito Fixada a matéria de facto provada, cabe decidir da procedéncia das pretensdes formuladas pelas partes. © direito de propriedade € 0 direito real de gozo maximo na medida em que atribui ao seu titular 0 poder de gozo pleno e exclusivo dos direitos de uso, fruigéo e disposicéo sobre as coisas que Ihe pertencem (art? 1305° do Cédigo Civil). O seu contetido compreende tudo 0 que for necessario ao aproveitamento pleno das utilidades da to "oe Juizos Civeis de Coimbra 12 Juizo Civel Rua Joio de Rui, Edificio Amado - 9000-228 Coins Tolef: 239654970. Fave 230821560 Hla caimbrejev@tiounais. crypt Proe.NP 3508/08.9TJCBR coisa, com as limitagGes e restrigdes estabelecidas na lei. “O aireito é exclusiva porque o proprietério pode exigir que os terceiros se abstenham de invadir a sua esfera juridica, quer usando ou fruindo a coisa, quer praticando actos que afectem o seu exercicio’ (P. Lima e A. Varela, Codigo Civil Anotado, Vol \\l, 2? ed., pag. 93). Dos prédios de que é proprietario, pode o autor fruir, usar e dispor de forma plena e exclusiva dentro dos limites da lei e com observancia das restrigGes por ela impostas (art? 1305° do Codigo Civil). O proprietario de bens iméveis goza da faculdade de proceder 4 sua tapagem ou vedacdo - nos termos do disposto no art? 13562 do Cédigo Civil, «a todo o tempo o proprietério pode murar, valar, rodear de sebes o seu prédio, ou tapd-lo de qualquer modo» - e, por outro lado, «do pode estorvar o uso da servidao» sobre eles constituida (cfr. art? 15682, n° 1 do Cédigo Civil). Debrucemo-nos agora mais de perto sobre 0 caso em apreco, e subsumindo as consideragées tedricas atras expendidas os factos que foram dados como assentes Os réus, com a construgéo do muro em Julho de 2009, extravasaram os limites do seu prédio, construindo o muro no caminho... O muro referido foi implantado precisamente num dos rodados, que desde tempos remotos existia visivel e demarcado no local, a semelhanga do outro rodado perfeitamente perceptivel e em consequéncia, 0 caminho, que tinha uma largura superior a 2 metros, passou a ter uma largura irregular, nalguns trocos inferior a 1,50 metros. Ora, um caminho 6 uma faixa de terreno por onde se transita - e a expressdo publico significa que a populacgdo ou os habitantes que o pretendam realizem esse transito. O uso directo e imediato do caminho pelo publ VOI ti utidade publ a sua afectagao a utilidade publica, isto 6, que a sua utilizag&o tenha por objectivo a satisfagdo de interesses colectivos. O publico em geral utilizava 0 mencionado caminho, que estava afectado a satisfacéo de interesses colectivos relevantes, designadamente os de circulagdo e de acesso aos prédios riisticos envolventes, ou seja, em prol da utilidade publica. Até 4 construgdo do muro, o aludido caminho era usado desde tempo imemorial. Os réus s6 poderiam murar dentro dos limites do seu prédio (cfr. art? 13562 do Cédigo Civil)... Ao edificarem o muro, além do mais, prejudicaram o direito de propriedade dos autores - e doutros -, j que desta forma, impediram a passagem de tractores e outras maquinas agricolas - e os réus bem sabiam disso pois sempre souberam que os autores © outros proprietarios, para além da populacéo em geral, " Juizos Civeis de Coimbra 42 Julzo Civel Fun Jodo de Rule, Edfelo Amado - 3000-229 Coimbra Tele 239858970 Fax. 2198271560 Ital commbrajev@irbunas 09 pt Proc.N? 3508/09.97JCBR Passavam no referido caminho a pé e também com as maquinas agricolas actuais, como tractores e moto-cultivadores, sem qualquer dificuldade ou obstdéculo. Os autores e demais proprietarios estéo agora impedidos de passar no local para chegar aos seus prédios de carro. Alguns dos autores sofreram j4 prejuizos, pois vindimaram as suas vinhas sem possibilidade de acarretarem as uvas de carro, vendo-se obrigados a recorrer a uma propriedade particular, sita a poente, solicitando serventia para transportar cargas maiores e, em alguns casos, viram-se obrigados a transportar os sacos as costas até 8 Rua da Catraia, num percurso de cerca de 800 metros em terreno sinuoso. A obstrugdo do caminho publico impediente do acesso dos autores aos seus prédios afecta o respectivo direito de propriedade. Ou seja, com a construgéo do muro, os réus violaram ilicitamente o direito de propriedade dos autores (e de outros proprietarios) e um interesse legalmente protegido - cfr. art? 483° do Céddigo Civil. Logo, estado obrigados a indemnizar os ofendidos. Nos termos do artigo 483° seguintes do Cédigo Civil decorre que o instituto da responsabilidade civil extra-contratual por factos ilicitos exige o preenchimento de certos requisitos, Sao eles (cfr. Almeida Costa - “Direito das Obrigagdes", 5? ed., pag. 446): a) a existéncia de um facto voluntario do agente - “um facto dominavel ou controlavel pela vontade, um comportamento ou uma forma de conduta humana’, se bem que, como lucidamente fez notar ainda aquele autor, “os fins do Direito néo se compadecem com uma nogéo rigida de vontade como pura fungao ou faculdade psicoldgica, traduzida num acto carregado sempre de reflexdo e motivacdo; 6 numa veste mais funcional, embora naéo de todo negativa do fenémeno PSIGOISgICO basilar, qué Ela surge no térreno juridico”, assim, acrescenta, “as figuras da vontade presumida e da vontade ficta ou mesmo da vontade que se esconde por dentro da negligéncia consciente ou inconsciente mais nao sao do que formas de reajustamento da vontade normativa, ao sentido do dever ser’; b) que esse facto seja ilicito - isto é, que se traduza na violagdo de um direito alheio ou de uma disposicao legal destinada a proteger interesses alheios; c) que exista um nexo de imputacdo do facto ao lesante ou, por outras palavras, que exista “dolo ou mera culpa”; d) que da violagdo do direito subjectivo ou da lei sobrevenha um dano, pois que a responsabilidade é “obrigagdo nascida de um prejuizo e tem por objecto @ reparagao deste”, e ainda e) que haja um nexo de causalidade entre esse dano e o facto praticado pelo agente, de modo a que possa ee “= Juizas Civeis de Coimbra 48 Juizo Civel Rus Jose de Ruso, Edificio Amado - 9000-229 Coimbra Tele: 239654070 Fax: 259821560 Ital colmbrajev@eibunos.o0.9t Proc.N? 3508/08.9TJCBR afirmar-se, luz do direito, que o dano/prejuizo é resultante da violagdo (cf. também art? 563° do Cédigo Civil, 0 qual, ao colocar a solugéo do problema do nexo de causalidade na probabilidade de nao ter havido prejuizo se nao fosse a lesdo, mostra que se aceitou a doutrina mais generalizada entre os autores: a doutrina da causalidade adequada). N que concerne a obrigagao de indemnizagao, rege o principio geral da reconstituigéo ou restauracéo natural vertido no art? 562° do Cédigo Civil, nos termos do qual “quem estiver obrigado a reparar um dano deve reconstituir a situagao que existiria, se nao se tivesse verificado o evento que obriga a reparacao", decorrendo ainda, 2 contrario, no n° 1 do artigo 5662, que determina que “a indemnizagao 6 fixada em dinheiro, sempre que a reconstituic¢ao natural néo seja possivel, nao repare integralmente 0S danos ou seja excessivamente onerosa para 0 devedor” Parece, pois, evidente, que o legislador impde que, prioritariamente, a reparagao se faca por restauracdo natural ou, segundo alguns’ autores, indemnizagao especifica, que consiste na reparagdéo ou remogdo do dano concreto sofrido pelo lesado, procedendo sua reconstituigao in natura, @ custa do responsavel. Nos casos em que a indemnizagao se n&o faga por reconstituigado in natura, far-se-4 por equivalente, ou seja, por meio da entrega de uma quantia pecunidria que ressarciré o lesado dos prejuizos sofridos. Uma coisa é a indemnizacéo mediante a reconstituico natural, outra é a feita através do pagamento de dinheiro, sendo a esta que se aplica a teoria da diferenca. O n® 3 do art® 566% determina que o tribunal recorra a critérios de equidade se nao Ihe for possivel apurar o correcto valor dos danos. Disp6e esta norma: “se ndo puder ser averiguado o valor exacto dos danos, o tribunal julgaré BGUITATIVAMIENIS GENO GOs Tin equidade surge, assim, como critério de regulagdo ou decisdo do caso, pois permite que este seja resolvido por via jurisdicional ou mediante julzo de equidade ou arbitral (ex aequo et bono), sem recurso a uma norma legal preestabelecida. O fim precipuo da lei nesta matéria é, por conseguinte, o de prover a directa remocSo do dano real @ custa do responsavel, visto ser esse o meio mais eficaz de garantir o interesse capital da integridade das pessoas, dos bens, ou dos direitos sobres estes. Tendo em conta o acima referido, entendemos que tem que ser procedente, no essencial, a pretensdo dos autores: tera que ser declarado que o referido prédio dos réus tem como estrema sul o cémoro (ou desnivel) com cerca de 50/60 cm do solo, e que actualmente a Juizos Civeis de Coimbra 12 Juizo Civel Rua Jodo de Rudo, Elfcio Amado - 3000-228 Coimbra Tolef: 239654970 Fox. 239821560 Mail commbrajev@uounals. ong. pt Proc.N® 3508/08.8TJCBR dista cerca de 1,20 m do muro edificado pelos réus; e que a estrema nascente do prédio dos réus é feita por um muro de vedagdo que terminava num pilar em cimento e ferro, edificado ha mais de 20 anos; e que o caminho situado a sul do prédio dos réus, numa extensdo de 600 m, partindo da Rua da Catraia, em direccdéo a poente tem largura superior a 2 metros e que o muro edificado pelos réus ocupa parte desse caminho, retirando-lhe a largura cerca de 1,20m, numa extensdo de 32 metros. Assim, também teraéo os réus que ser condenados a reconhecer a existéncia do referido caminho com as referidas dimensGes e a respeitarem tal caminho, bem como o direito dos autores e demais fregueses de ali passarem a pé e de carro, bem como a repor co caminho tal como se encontrava até 14 de Julho de 2009, demolindo o muro que ai construiram. {l.Deciséo. Pelo exposto, julgando provada e procedente a presente accao: A) Declara-se que o prédio dos réus - prédio ristico, que confronta pelo lado sul com o dito caminho, sendo o primeiro prédio junto & estrada (Rua da Catraia), onde o caminho se reinicia e que se encontra inscrito na matriz rastica de Almalagués sob 0 artigo 7952 - tem como estrema sul 0 cémoro (ou desnivel) com cerca de 50/60 cm do solo, que actualmente dista cerca de 1,20 m do muro edificado pelos réus; que a estrema nascente do prédio dos réus é feita por um muro de vedacdo que terminava num pilar em cimento e ferro, edificado ha mais de 20 anos; que o CaMINNO sitUado a SUI do prédio dos réus, numa extensao de 600 m, partindo da Rua da Catraia, em direccdo a poente tem largura superior a 2 metros; que o muro edificado pelos réus ocupa parte desse caminho, retirando-Ihe a largura cerca de 1,20 m, numa extensdo de 32 metros; B) Em consequéncia, condenam-se os réus a reconhecer a existéncia do referido caminho com as ditas dimensées e a respeitarem tal caminho, bem como o direito dos autores e demais fregueses de ali passarem a pé e de carro; C)Condenam-se os réus a repor o caminho tal como se encontrava até 14 de Julho de 2009, demolindo o muro que af construiram. Custas pelos réus. se Juizos Civels de Coimbra 1 Juizo Civel Fu Jodo de Rudo, Edie Amado 3000-229 Celmbea Tele: 239854970 Fax: 239821869 Mai: ccimara ev@tunais org pt Proc.N? 3508/09, 9TJCBR Notifique. Registe. Coimbra, 11/01/2011 A Juz de Dirito Dr! Pauia Cristina Pereira

Você também pode gostar