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E-mail vendas@puzecers.com br Home Page: wor praetera.com be 2003 Iimpeesa no Bras Pied in Brzif SUMARIO Preficio dae pe eee eee 9 rdugto a : — Da dogmatizagio & desdogmatizacio da ~~ Ciéneia e senso comum Ruptura: @ primeira ruptura @; Reenconizo: a segunda 3 — Metodologia © hermen Introdugiio Discurso metodo! Hermenéutica naturais contexto © argumentactio 75 € dupla ruptura epistemoldgica 121 PREFACIO i pensado ¢ escrito ao longo dos anos em q) Inirodugio ¢ Metodotogit das C: se uussées ep fo de que este lives di conta foi sempre um do Nucleo de Ciéneias Soi Irene Ramalho, gue lew ¢ cot manuscrito, Para além deste grupo (0, muitos outros vezes sem 0 Armando de Ci Rosario Pericho, Terese 9 Ferreira. Que os resultados no desmeregam 0 esforgo daqueles que ja, Carlos Guilherme da Mota, Maria Cecilia Santos © io (maio ¢ junho de 1988) em que tive a to professor visitante da vida cientifica do de So Paulo pre tes intelectuais em agradecimente espe- Santos pelo impecdvel trabsiha de revisio do Ceetl INTRODUCAO Descartes No pequeno livro Um Discurso Sobre as mento, 1987) procure demonstrar que a ci a mergulhada numa profunda crise. A época em que vivemos deve ser considernda a ‘Ao entve o paradigms da ci ma, de cuja emergéncia se vio acumulando os sin ta de melhor designagio, chamo cigncia pésmod ainda que muito sucintame a construgdo do a iclas (Porto, Afton ia moderna se eneon- época de de que, qualquer que seja s opsio epistemok cia faz. a rellexto sobre a ci circulo hermensu compreender q tes de mais, nBo podermos de cesenvolvimento das ci rentes disciplinas cien- gue o dis ieas) sem termos alguma compreensio de como “trabslha” o seu duzem toda, ¢, vice-versa, ndo podermos compreender @ totalidade sem ter gus 0 a compreensio de como “irabalham” as suas partes. Aliés, Sera 52 passa) & vol so aqui, de algum modo, u aa © principio hermendutico € 0 de que 2 parte € to determinada pelo B eliease eesenennic ie todo como o todo pelas suas partes (Gadamer, 1985:162) 150 a0 efeulo hermenéutico para comprzender eriticamen: justificagio especifica. A reflexdo her mengutica visa teansformar o distante em préximo, 0 estranl através de um discurso racionel — fronético, qite 20 apo eles, um objeto que, orientado pelo desejo de diglogo com 0 objeto da reflexto numa ralacko ngua no necessariamente @ nossa vcoise (a fvel, ¢ nessa medida se nos torne relevan ma num pa rofundar a autocompreensao do ‘Compreende sociedade, ou, na expresso cara B her ‘quer dos pri (Lebenswelt). Por isso, Rotty, 30 ado a comentado adiante, suge- © discurso_ nor com 6 em cag & os seus dietico para mas que nos seja comprees te, nos enriquega € cont nosso papel na construc , do mundo d uma atitude epi |. compreensi 10s “trazer™ 9 um discurso nor © que é © compen 1¢80 de Kuhn entre cigacia (Kuhn, 1870), para operar no inte- ico, a verdade ¢ que este tem se tornado, normal e rior do conkec no seu todo, norm magens que 10 forem construidas esses objctos € nio as. A desconstra priticas e rela is os objetos sono diz. Bad ent e a est 0, par exemplo, a0 discurso do tudo aguilo que tem de ignorar a seu respeito para poder da sociedade 0 que esperamos que ela saibi A reflexio roposta tem como eixo privilesiado as ciéncias partir desse eixo que se reflete sabre as ciencias no 2 soviedade em ger i ir de uma © que por rovie das seja 0 de cada uma dessas disciplinas de ume forma 1e aquela mesma ‘rea Tidade’ " (Sedas “Nunes, 1972:20). A fragmentacdo disciplinar, que assim resulta de process0s internos 20 conhecimento ci sobre tes das diferencas (© praticas sociais de con giedo. Deste duplo esque- duplo cabimento iedade ¢ 0 ento cientifice-social € lanto ignorado, do nosso Dase a compreensio herme- reciso, a autocom contempordineo. toda a sue historicidade as determi- sociedsde. Enquanto pré- sformam « sociedade n em mais detalhes e ei , apropriarse dele. do por ume ent se afirmar & forte: lever enquento su sociais de produgdo io de ol tenciag gradacio dos co ov apropriai © produto condigées de Im os processos de potenciacdo € vidade sociel Por outro Jado, enquanio pritica soci subjetivadas pela sociedade nu medida em de emergéncia e fortalecimento, tanto dos su para-osobjetes. Mas porque a 05 est, como disse, cada vez mais ijeitos sociais que uu apropriarse del ponsiveis pela eri stas cujos ol segiiememene, ices esto em consondnc 10 ou degraducdo d ‘como se desenrolam os processos de potenciagiio ¢ de degredacdo de F sobre as condigdes de produ iagio do co- fi dimensio hermentutica visa compreender © idade social que rodeia e se ny sociedade contemp: idade sobre © social vem, du nsparenie, @ nds que de tudo 0 que se diz sobre © mundo. A reflexao te romper ¢ citculo vieioso do objeto-sujed 0, da comensurabilidade e se seg ides de cléncia, com, vis DA DOGMATIZAGAO A DESDOGMATIZAGAO, DA CIENCIA MODERNA Os morals de nfo penssmentos Epicure nas pocas de doxal ge nos m as sues origens pontas altos em fins do panha a emergéncia & A cons period uma conscia sido menos 0 rejlexo da 0 muito, de a superar a A essa luz, a iacia & mais complexa do que a xfirmacdo de Pi rer, Julgo ser necessério distinguir entre dois tipos d de crescimento @ as crises de degenereseéncia. As crises mento, para usar uma expressio de Kuhn (1970:182), tém lugar ao "7 de encontrar “os 3 de refer algm dos quais ndo podemos i sentacdes que niio podem ser ne conheceu que “o problema dos tomade de consciéncia ¢ re silico e que pre- lectuais resultantes ngue @ epistemo- respeito ao conbect- cisamente se rei desse iho” (1973: 7) "8 cigncie “que estuda os conhecimentos ci leis da pro- dugdo e transformacso dos conceitos de cada diseiplinn” (1975: 41; 1976: 42). Para Ferreira de Pinto, 9 epistemor 1 por objeto as con lade dos * (1976: exterior © saber cien Ima vez que a st tad dos quadros cone: andes, depois de negat @ possibilidade de uma a pretensio de “querer det ciontificidade” (1985: ela de tornar con: ‘a norma 1, produaida na propria p (985: 146), Esse reposi ss € vevelador de que a epistemolo- gia & uma disci ‘ow perspectiva de reflexto caja esta 20 we seu luger espectfico nos saberes. No que respeita ia é entre os que pretendem estud vidade pura e os critérios formais da cient preiendem estudar condigies em que ela cimento so, em seu entender, respeito 2 estrutu Madureira Pinto entendem que “as condigdes sociais de produ rica so der res te6ricos, eng) zer dela uma citneia da mo, quer por fidelidade sofia ou, pelo me inda concebem a epistemoto; outros ico & esse pray durante ciéacia, para © 70 de c 15 se dedicar i retlesdo epi 52), Neste contexte, fala de epistemol: epistemologia francesa simbolizam a unido necessdria da Filosofia com cies, mencionando, entre outros, Bachelard e Koyré (1967: 30). Por outto Indo, so epistemologias cientificas as que “se querem ci cou seja, as gi icas © se integrem no siste- ma das cifncias, no pelo seu objeto, mas pelos seus métodos, “del ndo os seus problemas de moneira a poder traté-los segundo os procedimentos dedutivos ou experimentais que condicionam a objet: vidade em geral” (1967: 62). sobre os fundamentos, e validade e os nnhecimento cientifica wansformou-se num dos ramos essenciais da losofia @ partir do séeulo XVII. A época moderna pode ser definide emergéncia de uma nova concepeio de cidncia e de métado, & jem 2 conscigncia filoséfica desta reflexio filosofica* Segundo Gadamer, 03 jmos séculos constituem uma densa sucesso de esforgos para iar a herenga da metafisica com o espi cia moder- na (1983: 6). Reconciliact confrontagfo e que, pera ‘apenas casos ex ia. favor da metefisica em He- ea favor da cigncia no Circulo de no representa jaz do movimento de reconstrugio racion: ‘éncia a pert reflexdo filosGfica que se pretende atividade quer fixar, wma cigncia d. € 0 dinico sentido legitimo da esta $6 se jt to justificegdo das ciéneias post: no iégico representa, 0 apogeu da dogmatiza- 10 é, de uma concepglio de cigncia que vé nesta o Ja represe! m outros funds: ‘as proposicées bésicas sobre coincidéncin entre a ia ou observagio imedie- m do estigio do desen: do que nunca lo XIX. Das das escolas nen, Natorp, Cassiter) dedicouse sob 0) Sadoe dogmatizacio da ciéncia ¢ confirmada a contrario, «i so de Husserl em fundar ui le decleracdo da curiosemente, 0 epogeu de dogt ém 0 inicio do seu declinio e, portanto, mento de desdogmatizario gue nto cessou de @ aprofundar até os nossos mento. Limitermeei a ref tos mais importantes, Di ra vertente porte do prvi ssim, um dos deb: Iguns dos scus momen- principais. Ui \damento absoluto do conhecimer ia do projeio digo Idgica das proposigdes cient fidade, como antes era pre= folsificabilidade, © nfo v1 lo pelo Circulo de Vi A segunda vai cia reside na reflexdo sobre losofia das ciéncias foi sempre u por Descartes © Locke, clas préprivs cientistas. A. m, & que a rellexio fitosdi i fos € por estes estarei f0 certo e objetivo, distinto da mera opi istncia em relagdo As vieissitudes do labor ci dessa di yentou a dogmatizacao d xo sobre ica de que agora falo tem mente di para a sua emergéncia cor cipsis. Em primeiro lugar, a frus im sucessivas vas para encontrar os primeiros principios fundadores das cién- cias: em segundo lugar, a necessidade pritiea de dar vesposta iis ques: razbes prin- 5. Pera uma et agen, ice devastadora da login de Musser! ef. Adoruo 25 tes de concept progresso fico, as erises por que 0 que Ihe & concedide © pois, de este passa, o recon! as conseqiiéncias © porp tuem ie cientifica al hipostasiada. © precursor desse Stalvez Emst Mach, cujo papel foi recentement dG 196), mas sta dos. iclui_ os nomes mais i berg, Gédel, Bol janffy, V. Weizicker, W conjunto pela crise deste, uma de degenerescéncia. Mas a incfui ainda nomes de b ira vista, © racionslismo jpodas do anerquisma metodolé- mal com 0 convencionalismo essas diferencas, hi de comum fo de dotar a ciéncia de “filosofia que mere 167: 26) quando diz que « reflexto ido 0 desenvolvimento das ciénciss 1955: 1960; 1961) ¢ de Dewey nem no no), nem indefectivel da democra fundamenios pretende is conde: ida em que ma ticas que press 1982), Gadamer (1965; 1985) ¢ Ro ty (1980). A concepgio dé um no movimento de desdogm nentagio da eiénciae as frustvagSes « que invarievelmente cheperam fazem-nos pensar sobre 0 significado global de todo este projeto te6- rico, Em que pese a su por oscilar entre uma filosofi damento do conhec! Husserl (Adorno, 1984), ¢ uma tinguindo nesta entre 0 contingente ¢ 0 necessério e fazendo essen. neste da verdade do conhecimenta cientifico, im das antinomias iniernas, encerrou 0 pro- isa de regres fixes ¢ maximalistas, imposst- istanciado de qualquer destas posigses, o reotrendo a desig,» scligbes a hoe € a expednes maginegnes para resolver a3 dificuldades com que se foi deparando no seu tra batho e, de tal forma, que Einstein chegou iado pelos via de um “oportunista sem eseripules”. Nao espanta, pois, que, & medida que o avango de cincia a foi impondo socialmente, a refle. xilo epistemolégica tenha infletido no sentido de se debrugar sobre a pritica conereia dos investigadores mo provesso de produzir conheci- mento cientifico. Trata-se de uma inflexo que, nZo sé tem acompa- nhado © desenvolvimento da cigncia, como pretende Piaget (1967: 26), coma também tem sido sensivel & evolugio da imagem de um mundo progressivamente conformado pela cigncia e pela técnica, A destes parimetios, & possivel detectar uma seqiigneia légica entre ‘© construtivismo de Bachelard, © convencionalismo de Kuhn eo anar- quismo metodolégico de Feyerabend A riqueza da reflexio acumilad neste século, 0 contexto movens te em que teve lugar € as vicissitudes por que passou tornam hoje possivel pensar que tal contexto e tals vicissitudes no se Ii a afetar do exterior essa reflexio e antes a const que, assim sendo, » posigdo mais correta, numa fase de crises de dege- incia moderna, & a de refletir sobre de proceder a uma hermenéutiea critica it posisdo distingue-se claramente do “behavio- a reflexdo epistemal da epistemologia, 26 " de Rorty. Para Ror nei, foi um episédio 390). Um episédio encerrado que abre o camia ica do problema do conhecimemto, us mologia, enquan- curopéia (1980: a uma solucao ‘or dendo-se por tal “o juzido segundo de ccnvencdes consensuais sobre o que conta como contribuigio rele- vante, © que conta como resposta a uma pergunta, ¢ ainda 0 que con- te como bom argumento nessa resposta ou como boa contrario, devemos “ser hermentuticos” perante um © discurse incomensurdvel de alguém que se integra no discurso nor: mal mas desconhece as convencdes acima referidas ou decide recusi- Jes (1980; 520)? A verdade & que, de um ponto de vista sociolégico, © discurso cientifico hoje, em face do cidadio comum, um discur- 80 anormal no sew todo , por i880, como jd se deixou dito acima, 86 serd socislmente compreensivel se, peranie ele, adotarmos uma tude hermenéutica, Contudo, acrescenta-se agora, ess tificaré se abranger. nao 36 0 discurso cientifico prapriamenie dito, como 0 diseurso epistemolégico que sobre cle € dentro dele tem sido feito. Submeter @ epistemologia a uma reflexo hermeni airibuirthe o valor de um sinal que se analisa segu sua prag: mética © no segundo a sua siniaxe ou a sua semintica (como seria © caso da reflexdo epistemoldgica sobre 2 epistemologia). Ao cont rio do que pensa Rorty, derando que se trata \de igo que 4 epistemologia, mesmo no consi- episédio da cultura ocidental, esta longe da exaustio, Parec que 2 sua vertente filosofiea — no sen- tido gadameriano de filosofia, como busca da unidade da razio, num provesso nfo sistemético e infindivel de conversagéio conosco e com 65 outros € 0 mundo (1985: 19 ¢ segs.) — se aprofundard para avom- panher. como contrapeso, a progressiva reducio da pr que caracterize a atual crise do paradigma da ciéne Por que essa persisténcia? Parafrascando Hegel ¢ Adomo, penso que 2 epistemologia € uma falsidade, mas que € verdadeira na sua falsidade, Nao pode cumprir as exigéncias te6ricas que se propde, sejam elas as que ela propria impOe & ciéncia ou as que aceita serem- 4 posicio de Rony aisenta na distingSo Kulu cincia normal © cignela: revoluctondria, 27 Ihe impostas pele cifneia, Neg \egav-se ¢ 20 manifestar a sua inviel a verdade pos- sivel e precsivia, mas legitima, de uma ciéncia sem fundamentos, Por outras palavras, s epistemologia, sendo necessaviamente ume ilusio, uma ilusfio necesséria. Mas a sua necessidade no pode ser hiposta- ois que tem evoluido com o evoluir da propria «i a citncia moderna, , @ rellexde epistemoldgica repre- genuinamente frustrada de investigar as causas da certeza € da objetividede do conhecimento cie ducie a justilicagio do privilégio teérico ¢ social desta forma de co: nhecimento. Tratouse de uma tentetiva gensinamente feustrada por- que se frustrou enquanto realizado do que efetivamente se propu- tha: a investigagio des causas como base de justificagio. A neces: sidade da ep'stemologia nesta fase foi a de crier ume consciéncia cientifica, a consolidagio, no interior da emergenie comunidade cien- tifiea, da idéia de um saber privilegiado a que se submetia @ propria Filosofia quando dele nio se defen So de frequeza, De meados do século XIX sié hoje a cigncia adquiriu total he gemonia no pensamento ocidental e passou a ser socialmente reconhe- cida pels viriwalidades instrumentais da sua racionalidade, ou seja, pelo desenvolvimento tecnolégico que tomou possivel. A partir desse Momento, o conhecimento cientfico pode dispensar 2 investigagao das suas causas como meio de justificacdo. Socialmenie pessou a jus icarse, ndo pelas sues causas, mas pelas suas consequiéncias. Neste periodo, a reflexio epistemolégice, apesar de continuar a yer-se como tum pensamento de causas, passov a ser de fato, e sem que disso se desse conta, um pensamento de conseqiiéncias, deduzindo as causes das conseqiiéncias, ot, quando muito, pondo limite & justificagao pe- las conseqiiéneias. Transformousse, assim, numa tentativa sé parcial mente falha, pois que, se falhou enguanto realizagfo do que se pro- Punha (a relacdo causa/justificacio), revelou nessa falha 2 yerdadei- Fa matureza do problema epistemolég'co dos nossos. dias (a relago conseqiitneia /justificacéo). A nece neste petiodo &, pois, a de most: Ticatéria, que, num processo historico de hegemonia seqiiéncias so as Gnicas causes da ciéncia e que, se é nelas que se deve procurar a justificagdo desta, é nelas também que se devem pro- curar 03 limites da justificago. A agudizacdo da crise do paradigms , como fundamento, 28 da cigneie mode: epistemolégico tar sem mi 1a acabari por uansformar sm registro causal num regis! jeagdes a avaliagso das o fo que the per- jeqiléncias so- cies) do 0. E dado que as conseqiiéucias deixam de Ser © que esté para além da ciéncia para passarem a ser © que csté para aguém ‘ers0 dos utilizadores é const - {a aumentar a competén: pos de utilizadores e, portanto, a comu desconhecer as diferencas estruturais (mas tenden que os seperam, Assim concebida, a reflexfo converte-se. m a ov, tlvez melhor, légica. E neste sentido que ela & ecothide no circu! ce como pedagogia da consirugio de ui icago entre eles, sem ter de 2 9 semtido da evolucdo do p a reflendo ermenéutica de recuperaggo e ume herme cando ambas tanto! ao conhecimento cic que dele pretende dar conta. © prinetpio ger amos eventualmente hoje no sew co mente anormal no dominio das estas o discurso clentifico dé sentido a un propria crindora de sentido e de discurso, 29 sém. pel la repereussio dos tra- ie sejam as dife- Bourdiev, Veron, a, € qué 2 epis- ma q dos pressupostos io. Se € verdade que nun enos verdade que nada se _deixou antever que, es so eo-extensivas das condigdes © apostam nesse sentido, por mais que © icdes de racion; 10 epi lar dela redunda em pouco mais do que mi Passo agora a referir os moment tica critica da epistemol 30 CIENCIA E SENSO COMUM remete pars a descrigio da 1968: 20) que pensa o que i # todo custo. E, pois, um pensamento neces- 0 de novos de novos itas” (1872: 30) a ruptura apistemol6gien obede- \cipio de nio-conseiéncia e @ pri Opr obtiga no plano Chamboredor ve procurar superar a ismo, uma vez que “e tum pensamenio de " (1982a: 22). Do a quem mon igualdade de oportunidades de desenvolvimento de iGrios pressupostos ideoldgicos — ) para a resolucdo € 0 de disci 972: 108 © segs.) Reencontro: ¢ segunda ruptura episiemolégica le que todo ¢ ¢as0, muito mais fx stas que durante dgico, Mas, se imer nbém s6 & compreensi epistemoldgica bachelardiana <6 € radigma que ¢ constitui contra 0 senso as otientayiies para a vida pritica que dele decor. forma de conhecimeno procede pela trans- fobjeto, uma relagio hamento niituo ¢ de subordinagdo total do jade nem responsabilidade). 34 expressividede do face a face das pessoas © ou no édio, se conqui éncia col iber © poder \dos de compertncias cogr na que se a1 '@ campo do respostas podem variar sem ives sem ete ‘corre, tais limites © campo cog! fi porsm, ue 0 processo histérice de «1 as discusses pal prio entrar em crise. Eng mo duplo efeito de orga definem para dentra e de decors dese No moma 10, As epintemologies que sucedem a de Ba jnacdo da cidnc rise da episte e vaivém, © 0 mesmo sucede S que permitam recuperar todo 0 pensamento que ndo se deixou pensar pelo paradigma e que foi sobrevivendo em dis- lumpendiscursos como fat que & primeira condigio 1987), Julgo também que @ renova- das suas ades para comega a estar presente ( gio da refles congress Assim senda, o processo fi smologia que bacheletdiena, Na ndo se recomenda que essa epistemologia seja pura conta do paradigma: a epi fase de crise go cientifica. As aqui- ‘um progresso notivel no sen nas tém de ser relativizedas no idacle envolvente. neebe o reencontro da cigncia com 0 for do seguinte modo: rita @ rupture ej iportante & a ruiptura cos pois, de um senso que sb pre- so que é burgués que, por em senso médio € em senso uni- a do senso com 974: 18 6 se4s) surpreende que, uma vez ganho 0 pode senso comum tenha sido corresponde que as nasce is, que sempre recu sobre a nawreza, us cigncias soci muito complesa e tes (e6ricas propdem ou ach fou dese) 9 senso comum (assim racionismo simbélico) inde que poder parse a uma reoria sociolégica ergui da pela t2o1 ior como nda que elaborado. Fes de Gouldner a Parsons, Se 0 senso comum € 0m povo cole a € transe coma & em geral a sociedade confor worag#o ndo pode deixar de assu ceitueso, que reco desigualdades ica © desejo de wans por essas razées, 8 ciéncia como quem opé hoje sentido por muitas outrss razdes. Em odo 2 acomod podem de exempla ma qu las do Rio de © senso comum juridica dos habitamtes das Fave- ro (1974: 1977; 1980). r, mesmo no considerando que 2 funcko prin consciéneia social com o que lor tem sido assinalado em muites teo- nada pelo pa superior. A 1201 m (e ainda ser. constituiram-se jer os individuos com o que cipal do senso comu ste, 0 mesmo vigs conse existe Ei quer que seja) u ficial ow preconceituoso pode sociais cuja com desigualdades sociais pouco vo generalizado e orientado por idariedade, por certo “produzixé” iferemte do de uma sociedad mais de. s preconceitos adiante, lo, propria ola: se preconceitas 2 que, por mente, Para os efeitos da argum to de preconceito 0 mais amplo possi © vigs, 9 pr pré-concepcio, o | a ilustio, 0 erro, a distorcéo, o wishful ibjez ww paradigme da m todos estes fenémenos n nalidade v de os co colha racional, comes: que opera esse modelo & demasiado “racional”. Una anélise mais dete: dos nossos processos , da sua génese ¢ das suas conse- fas reveln que a vazio nos prega muitas pecos (e nés a ela) @ Perguniase, poi Em que medida sio a mar subjacente? Em que medida conduzem plo. defende a positividade dos erros qi disciplinas “sto fi was que «Gm um popel mui 33). Com a do século XIX por 1985: 160). F We dos agentes dificuldades de nés 1983b: 158). E proponho de modo s bre o empre ios do que seria 0 (1976). No mesmo coniexto. kowski sobre os “erros fa forca do movimento revo! a revolucio (Kolakowski A luz dessus consideragdes, forgaso € caminhames uma relagio algo de novo. tico para superar esse etnocen- acterizaco a que se chege pode ser bem outre E desse esforgo que resulta ume caracterizacdo que desenvolvi em outro huger: “O senso comum faz coin Jhe uma visto do mundo essente na © das responsabilidades indivi- ma de confianga © dé seguranga. O senso co- € evidente; desconfia da opacidade dos objetos scurso, 3 competéncia cogn © senso comum ive © & com: ficial porque desdeoha mas, por isso mes+ mo, & eximio em das relagdes «1 ientes entre pessoas ¢ entre pessoas coisas. O senso comum & de uma pritica especificamente orien nie no suceder quot 10, 0 senso comum & ret6rico & metalérico; (Santos, 1987: 36 © segs.) vida, Por alt censina. persua 40 Essa caracterizagao alver procura salen tar a positividade do senso comum, 0 seu contribulo possivel pa um projeta de emancipagéo cultural e social, Em que condigbes? Nao eabe aqui falar sendo das condigdes te6ticas, A cor € que 0 senso comum s6 poder desenvolver idade no interior de ut tanto ele como a cifncia moderne se a outra forma de conheci 4 epistemoligies: wma ven fei ‘a epistemolégica.!® Para compteender 0 devesse ter em mente a idéia de Ba: mol6gicos se apresentam sempre sigaifiea que # segunda neutr m, Se Fegresse 20 siatcis quo © trabalho epis a procede a um trabalho de como da cignei dela, @ segunda rupture transfor cia. Com essa dupla transform: recido ¢ uma ciéncia prudente, ou me do saber que se aproxima da phronesis aristotsi pritico que dé sentide e orientagio a exi ou seja, u cia ¢ ceria 0 Rabi 19 saber di ingue-se ver gue € um saber que so vite precisemene roniper 60 em que ele assenta 4 imentos que, sendo pr esclarecida e, sendo sibia, ndo deixe de tribuida, Isto, que se hoje gracas ao desenvolvi produ: ude ea diversidade das icagio que € hoje possivel estabslever deixam no ar a expectativa de um aumento generalizado da competéneta comunice tiva, Sucede, contudo, que, entregue 2 suv prépria hegemonis, 2 cine cia que ria a expectativa é também a que neces sidade da dup 2 hege- sere, eo dese. 8 ua para smento da competéncia cognitiva e comunicativa e, assim, se transforme num saber pedtico ¢ nos ajude a dar sentido e auta cidade a existéncia, Eo desejo de So: -molégica Desconst ptr ‘© modo operatério da herme- ‘iéncie, inserindo-a mun ue no é ingénua nem emancipacSo ¢ a valores que s6 2 cién- ia, A des. episiema- a ne dupla ruptur lguns fopoi de ori se deve progre: ro Lopes & que te atenuar 0 que 8. Diz ele que se mento entre os dis 1a dos dias © das tro. mciados: © os discur- néimero de atos novos de pale: doles, em suna, dis- Formulacio, sco di- tos, perm * (1971: 24). Os pre meiros discursos ulgures, sem eira nem Beira, os Giscursos do senso comum:; os segundos sdo os discursos anormais 42 agesalhi de muita roups, 05 discursos eruditos. A dupla ruptura epistemoldgica, sem querer abarear a totalidade destes diseursos, pre- Tende que eles se falem, que se tomnem comensuriveis e nessa medi- de atenvem o desnivelamento que os se Os s tomiz contempl desde entdo, 2 expresso no patadigma da ci que as contradigées d Por um ledo. os eritér riores a0 proceso cientifieo, ¢ a tnica 2 acio da investigagio e da experiment: de agi, nomeadamente 0 ac cconstirui 0-36 0 campo da or outro lado. 0 fosso que a da cigncia (a ciéncia em si) Jogia) € um fosso false: verdades peri cionalidade, & sabido, desde Bacon ¢ Descaries, na pretends conhecer o mundo, no pare o conten dominar & transfor social, & vas do processo de prod $0, a8 pretensées de verdade ci hoje sentido disting: questio que serd da ciéncia, Mas a separagio ideotégies das duas fica. Porque a par al da cigncia nfo € epi: a fazer valer a seu favor. Esta aus ciedade de classes — que, alids, se reproduz esse auséncia — ¢ responsivel pela reducdo caracteriza a crise de degenerescéncia do paredigme da cifncia mo- deri uma incansével Ja em que @ de pensar na “Todas as questioner um conceito de verdade ciei cado pela sue otganizacdo metédica e pela sua ct nada sensivel i desorganizacio e 2 incerieze por E com esse olher qui citneias soci 10 topos que orienta a dupla rupwra epistemo- encontrar um novo equilibrio entre adapta- We. Hoje no € surpresa para ninguém que o conforto gue 9 soviedade de consumo nos proporcionou (a todos os que tém a procura solvente, pois s6 esta ct igdes pare ensinar (da psicologia e da so- ricos @ do ago das preferéncias adep-

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