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Minha cabea j no comporta tantos antigamentes

Por Ana Paula de Oliveira e Brenda Santanna

Minha cabea j no comporta tantos antigamentes, publicado


em 2014, o segundo livro da jovem universitria do curso de
Letras da UFBA, Ludmila Rodrigues. Com ar de poesia
confessional, o livro composto por lindssimos poemas que falam
dos mais variados sentimentos, sensaes e momentos de vida que
habitam o nosso passado mais ntimo e so retratados pela autora a
cada verso, sua maneira e experincia.
So poemas que falam de amores, angstias, saudades,
tristezas, no nos deixando com o corao pesado, mas com uma
sensao leve e nostlgica, alm de olhar fixo e brando a cada
leitura. Ao ler um poema, queremos sempre ler o prximo,
percebendo que todos, de alguma maneira, nos representam
enquanto ser que sofre, que saudoso, que sonha, que sorri e que
tem medos.
Minha cabea j no comporta tantos antigamentes no um
livro extenso, mas intenso. E, quando chegamos ao ltimo poema,
a sim, neste momento o corao pesa, pois se chegou ao fim do
livro. Entretanto, juntamente com esse trmino, surge a necessidade
de retornar s pginas iniciais na tentativa de se reviver a delcia dos
apaixonantes poemas.

Ludmila Rodrigues como todos os nossos grandes poetas j


foram uma escritora em fase inicial, mas com muito talento e
simplicidade em seus escritos. Por essa razo, importante que se
valorize os jovens escritores do sculo XXI, visto que eles podem
vir a ser os futuros Machados ou Clarices do amanh.

Chove dentro de mim


quando voc partiu
fez-se noite: escurido

H ventania

silncio oco em mim

ainda tem a sua chave

choveu dias a fio

no meu chaveiro gasto

e me alagou toda

ainda tem seu gosto

por dentro

na minha estante densa

a solido canta pra mim

ainda tem seu tdio

eu poderia te dizer tanta coisa

no meu instante parco

mas o silncio me cortou a


alma

h ventania

flor j seca na gaveta


a vida viva - e grita
(Ludmila Rodrigues)

em minhas cortinas leves


h tanto, ainda
de voc em mim
(Ludmila Rodrigues)

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