Você está na página 1de 1

No me perturbes.

Quero reclinar o meu peito no regao da terra


descer num casulo de luz pairar como a bruma
na urze calada e perfumada da serra.
E no perturbes o meu silncio
que dorme nas folhas das minhas mos.
Na criana adormecida em mim
ficam as pegadas na presena dos silncios,
nos dilogos e gestos escritos na areia polida
das minhas palavras.
E no perturbes o meu silncio
que dorme nas folhas das minhas mos.
No perturbes estas folhas que rodeiam o meu corpo
povoando esta alma de msica que ningum ouve.
No quero miscelneas no meu poente.
Quero nascer os olhos em bocas de alegria.
Deixa ser-me criana, vestir de novo esta fantasia.
E no per tur bes o meu son ho.
Quero adormecer a noite enganar a lua
morrer o passado nesta inquietao
desta
chama
nua

Manuela Barroso

Você também pode gostar