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Capitulo 5 © pélo ideolégico do campo jornalistico vemos 4 opostanidade de ver que no séeslo XIX how. I ‘ve modangis fundamentals na histria do jernalisano: 1) a industrializagdo da imprensa,« sua enorme expan do, © 0 cazcimenta de um site — 0 mito do “Quarta Pages” — um novo poder a que um comentarista britain da épocs cha ‘toa “ua poder do reine, sais poderace que quaigner wn des oatres podert2” (Henry Reeve, eitada por O'Boyle, 1978123}; 2) 0 surgimento de um novo pasadigma ao jornalismo em que £7 prensa & concebida-deum mo ime ce fn ‘Gerdo agora psineipalmencé fos magio ¢ nao propaganda; 3) emerpéacia de um campo jorna. listico da sombra de uma atvidede dependence do “pélo polit- sronomia relatins” em que um ua vida a az co” pats « conguita de wen" nlatezo ereeente de pessoxs Gahan bulb e deseevolvem séenieas expects, um saber expecta do 0 que E notiie, € uta identidade profssions 4) 3 ini ig-de dois pélos domingates av eampo jornalisico modemoi Ke polo “economies ou “comarca!” — com a comercializagio se sio-s mareadorie de um dda imprensa no reealo XTX, a5 20 nas ‘nda vez mas lucrativo;b) 0 polo “idolsico" on “ine p= com a identiteacio dz lmpreasn como clemsate da tori demactitiea,o jorsalsmo € vista cou ‘bm servign publeo ef que as noviias sno alimenta.de que os, adios precisam pam excteer-os seus dscitos democriticos. TTivemos a oportunidad de ver que este grupo Tstou paca “geshac tm estacuto socal comparado 30 das profissds bers E195 mais ee 150 anos de uta (ainda em continuegio) cone fuse uaa “comunidade intespetaiva” em que at novos “agen- fet especalizados”encociam uma logiinidede sell aum pro cesso circular erte o jormaisas ¢ x sociedade nasa dt teria Gemocrtca. Apeane da sea ineapucidade histica de delimitar sea “teritcio" de wma forma mirimaimente rigoross, poucas profisses tiverum tanto €xito como o jornliam aa elaboragion Ge ura vase cults cea eta valoze,slmbolos ¢eultos que g ‘hnehuma dimensio mitolgiea dent e fra da “tbo” e de tum panspia de ideologies jasteatves em que & elaramente copa wins enidade suofisiona, io 6, ump, waa de- fisglo de uma maneia de como se deve str roa} est {oo jaxalismo). ethos jomalistico (© eminemte socidlogn das protissdies Everett Cherrington. ‘Hoghes (1963) sabliahs que of membros de uma profls desenvolvem como um grupo separsd “cor umm far Aerescenta Hughes (1965:1963:657): “Lio (e ecntiaisie BrHLC separatio com nos ethos pripria) por ua vag fplica ube dé “ene projunta ¢ pera te sida”. _—Ouvimos agora as vores de alguns jornlisens que expe veada om 4 sv mancir, o shee jocnalistico. As seguintes ‘she expressOes de diversos jornalistss quanto 20 wher brientae 6 cabatho joraalistics, [J Sor tn: tacoma no toje mum mao ase a nossa vida profssional. Possivelmente, sem os intitos de “eumparh’ de que aos acusim, numa afiemagzo de mavuidade que nos une ca dignifcasio da lmprensa, wouxemos 20 juizo de pio plies 0 coshecimento de questdes insblitas © smspei que caberi a osteas instinciasjulge, mas que nos coube *divugat, no cumprimento-do deverconstitucional de informa’ ‘Vou Doia: "Mas a Inapreasa aio eleapassa esses limites Jmponemente. Stolhe pediéas responstbildasles em cesmpo, em lugar prépries. Tal como © Goretno aio & impune aos ates € tomissBes qve 08 seus meerbros cometem. Imprensa no julee ss.agies gov — 7 ‘Vor Tits “A pisslo-dos jamais £informar, Se 3 fazem 2 partir de ftos informam. F-se0s fatos sito secrets, ¢ 0s joranis thegam lf, entio ainda informam mais e melhor. E a conseién- tia de miso compra ‘Vox Quaseo: "A gente como (aome de um Minsto)escapa 2 tentagio,de debater « ppinidn alhela, escape & prépria 20ck0 de que cm democracia¢ eteacil que hau ura opinito alli, resmo que ela etteja emia. Nia es interesse convencer, ia- tereesslhes vencet. Desdesham a opiaito piblien¢, por maio- tia de ravio, a impeense, enj Fungo de conttapoder ao encen- dem, acm jvlgam necessivia,E incuil dizer que esta & 2 base ‘londtia de que se fizem os dicadores™ ‘Vor Cinco: “Estes fawos quase coincideates.. colocam, no fondo, a questdo fondemental do pa ens como “contapader. Sobretudo quande-x arogincia dos eleitos rende [perveter 0 equllbrio das eegras democrticas € o sentido ético ox comportamentos, sem o gual nenbuma legitimidade se sus tenta, & nos joraais que tesde a reserva historiea da opinio piiblics, Nao que o jornalista tenka o diteto de pretender ser 0 io, ato potgue os joraais jie de recars0 no sibunal da of m Gofativeis «no estjam sujeltos ao misérias do mundo, unas pore se Dé ora grandezs ave jas esta profis- Geo ela @0 esparo natural, vial, da pop iberdade” or Seis:"® primeira obrgacio da impsensa é de obtes« Inforncio,o mas cla. coin se acontecimentos, € alist, 6 mais dep el, par assim a tansfoumar fem propriedide da nagdo. Para ns, a publicasio e « verdade hoo area luz da existinci, Nao pode haver maior dexgraga do que ceeuar perante a dvalgagio, franca e exats, dos ftos ale Gal sie Somos abrigidos dizer a veedade, al equal #eneon- tramos, sem medo das coaseqiéncias” ‘A primeita afrmagio € da jornslsta Helena Masques, exctub-Diectora do joinal Didris de Notas, publicada 20 dia 6 Ge abil de 1989; 2 segunda afemacto é um edivori,publiade no di 8 de abril do mesmo ano a revista Sabede, a tereira ‘cmacio, publcada em 1992, € de Prelo Portas, enquanto Di- teror do semanisio © Indepradennisa guart afitragio & de Migyel Sousa Tavares, ex-Dicetor da zevista Grande Reportage ou sttigo publicado no difrio A Capital ao dia 4 de abil de 1988; ‘guintaafiemag, pabliada ro dia 1 de abil de 1989, & doe Diretor do joraal O Pablo, Vicente Jorge Sie; a sexs i tha aflemagio ¢ do edivrialsia do dio betinico Tie Times, publicads vo dia 6 de fevereto de 1852 (citado em Elion, 1976:182-183). ‘Num processo circular ente ot membros de “comenidade interpretaiva” ea sociedide democritica, ojomalismo foi def sc psetesizem_ no cumprinenco de paptit socials hem precios ‘A teorin democraiea aponta claramente pata os mios de ‘comunieacio o papel de ‘mercado de idias” numa democraci “em que as diverse opinidvs da socedale podem ser owas € 8 BE eeocrtia ergurnenta qos jaan, init ator deniindo spends com a mpenss, deve serum ves de infoasdo par egupar os cialis com 34 ferme i- CAG crersisn doe sew drone vor au expreslo das maz etbeupacies ~ deignado como a Thewiade posva fo jms. Aso (Cristiana, Ferre e Full, 1993). Seguedoo hisworiador Boyce, «impress sents omo um elo inespenvel ene 4 opinito pcblica «at instisigs governantes Boyee, 18782), ‘A eotia democrca, a seqatnes a ie “o poe pe em cheque o poder", sponse pas a afemagio também de ura bere aegitva do jornalitno —o onal coms guacito dos cidadfos ~ cm que os meios de comuniagao tor pote ire ida haber de pode por pare de goveanes, ca tadigio ato inca do selo SIX fide te pressio« aia. No papel de “guano” do poder as rlager {sseneam, segundo oes teiicos de democracs, ma post 12 de desconFanga ema eutua claramente adversarial entre Jomatismo e podes police No "tipo icel”esbogao, o& mem bros desta comunidade interpretativa sito pessoas comprometi- {as com os valores da proisio em que agem de form desing rsrsada,fornecerd informagio, a0 servis da opi public, fo conte wigan dees Ter pe [io ¢ ex « octito de desenvalver coma, por divecios ‘cio, incluindo 0 cinema, or oralisico tm sido divulge do até se tcnarum eto peroeo que consegue ati todos ot Comunicgio © em jrnilira, Mas, a tule de exempla nf tne O Hamem que Maton Liberty Vln, de John Ford, de 1962, 2p uta pes cows sidan ome ds eatoogia oraltia, Ese me projet bem as las tc 8 de evens Pe esse ane» pongo Duron Peabody, 0 eet do jornal lea, Sbinbore Star, apre- genta wn jornalista que, apesae de alguns defitos (bebe muito ¢ fama eigartos)& wma pestos independence que serve & comuni- ihe cea a0 lado dessa mesma comunidade na sua uta contra, f guia de Liberty Valance, um pstaleiro que impoe a sua le de tums forma impune com a forga da arma, eando um ino de {ettor aa vila pacata petdida no Oeste norteameticana. © jor- tl €descrito como “honesto eo melhor manual da democra- Ga, © jounalista €clazamente dfinido como o guarizo da de- Imocracia em emeigéncis. Num momento do filme, Dutton Peabody exclams: "Son um jernattal Nac 00 wm paiva, Os polices 120 6 men almonte Conse; drrto-s. Mas tance ‘ria am. Nae podria ser wet ~ iio ditrirmeta, Son a tasra ovis, Sow uma peoucia 105 gut ata ma mit, Sou 0 3 ode garda que tua ans Iba. Son vaio padre confi FPecinteo vill, Liberty Valane,é claro onde sth o jomalis: 2 lado da opto piblica conta o poder repressvo, Assim, este fle, como cm muitos outeos, tems wma elogiente af tacio da teoria democrtic: 9 iingula. Poder Jornatismo Opinito Palin Uma constelagao de valores ‘eum conjunto de normas profissionais Como aeabarmos por ver, sec jormalista implies « pactilia A teorla da agdo pessoal ou a teoria do “gatekeeper” [Nallitesatura académies sobre ojoznalismo, a primeira teoria _que sungia fo + teoria da gatakagheravsagada nos anos 1980 por David Manning White, White fio primeiro.a aplicar 0 concsito 20 jornalismo, originando ass uma-das-tradigtes sais pers Cents ¢ proiferas na pesquie-sebte as aatician, “9 DU tn ee eo Paxpes or Gisio soma seienca de decitdes, fol introduido pelo psigae Fi rad Kear Lento orig, publicada.em 1947, sobre decides doméstics rlaivas i aquisigdo de alimentos para a Nesta tcoria,o process de produgi ds informagio &con bid coino una séie de etcola onde faxo de noticias cm. de pasar por divesos gate, ito, “pores” que nfo sko mais do qc dress de decisio em rlasao is quae o jomalcy, eto € 0 _getesper, res de decir se val excolhe ess aofela 000, Se 4 deciso for posite, «noticia scabs por pasta plo “porso’ 4c afo for, sua progress € imedia, a que na pric sgai fa sua “morte” porque significa que notca n8o serk pobi- sada, pelo menos neste dxpéo de infoomacio, Publica em 1950, oj clissco extudo de David Manning White basea-se nama pesgusa sobre a atvidade de um jomna lined mei xi Jornal médlo nocte-americano Mr. Gates, gue anotoa durante uma semana o& motos que o leearam 4 tejeliar as novia que afo usoe ‘A conclusto de White € tive arbi; as decides do jonas eram altamentesubje- tivas¢ dependents de jalzos de valor baseados n0 “conjunto de expergncias,atiudes © expecativas do gateper”. Assim, ‘numa cori que Schudson (1989) designa de “agi pessoal”, x noticias si explicadas como um produto das pessas e das sons Inengies ycreve White (1950/1995:45) | Reames as reper aprsetade: por ‘Mr, Gate” para a reise de rae neve dcino das ats (na ona procera dine para 0 tel tom ipso) que suman a compreender con a emai iat aoe ipenet deues d a expert, altdes + expittivar do ‘atekeper’ 1 © processo de selego & subj omente quando ana kb 150 Neste sso partienlar, 0: 56 enencados aprerntedac podem ser di Sididas em divas ctegriar prinipsi: 1) rosin de incdentedesido 4 sua ponen importinci, ¢ 2) seegie partir de muitorrilates do Acrescents White (p. 147) qnanta taistorde no dia chegarae 2 nalicias, maior ea a proper (le ala anoles ‘sem aspape’ ou ‘ternrig™, Sq A teorin do_guekeeper anaisn as-noricias apenas a passe 4e quem a8 produz: jornalistal Assim, é ume teoria que pr legia apenas uma abordagem micro-sociolégica, a0 aivel do individuo, ignorando por completo qusisquer fatores macto- socioldgicos, ou mesmo, micro-soeialigicos como a onganiza- fo jomnalistice. &, assim, uma teoria que se situa ao nivel da Pessoa joroalista, individualizando uma fungio que-tem ama sdimensio burocritia inserida numa organizagio. No afvel ind vidual, a teoria avanga wena explicagio quase exclusivamente psiealdgies. ‘A teatia do gulheeperavanga igualmente uma concepcio ‘bem limitada do trabelho joenalistieo, sendo wma teoria que se baseia no conccito de “sles”, minimizando outras dimensées iso interessante obvervar que importantes do procesto we produgio das notleias, uma limitada do processo de pradugio dts nouicias ros estudas pbem em causa as concludes de- White s esiudos de McCombs ¢ Shaw (1976) € Hifsch (1977) reana- lisaram os dados de White © aponsieant a semelhanga das pro- pporedes de notices dis diversas extegorias utllzadss pelo ser igo das agéncins e as noticias telecionacas por “Me, Gates” Hirsch concluiu que 0 jornlist exerceu a sua liberdade dentro de uma lainade limitade que x grander sentadas por “Mi: Gres” refleti @ peso de normas profissio- inals e nto ra2Bes subjetivas,— ‘Num estudo sobre dezesseis jornslistss com as mesmas esponsabilidades que “Me. Gates", Gicber (1956) refuta as con- jocia das res apee~ 181 Hobe esha main sutras ta Ga ongunlzagio e slo as avalagbes pessoais do jornalists-que,— epee Grater "aamonts” crew bo proesa de slg Hessie ge Sider (960 vere Gur nolan 06 podem Ee corapeerian oc bouver una compres das “Togas s0- ie taiacesam asm pepduria, © Ateoria organizacional Foi precisamente numa revisa com 0 nome “Forcas Soc ai" que Warren Breed publicou o primeize estudo que avangout uma nova teotit = « Feria engenizaionel ‘sta tworia alaga a perspectiva teria ~ do Ambito indi- dual a um nivel mais vast, 2 osmanizasio joralistiea. No sew Noutra exprossio deste versio da teoris, of aetores Rotham¢ Lichter (1986) snlitram “composigio socal” © os valores dor jovnalitas norteamedicanos e chegasam i conelv+ so de que os jornaistas tm valores mai &esquerda que a po- poligio norte americana ¢ eonstitem uma “nova clase” que soti-capitalst, 18 a tcora atibui aos jonnalistes um papel a ‘vo, sendo aqui o bode expatério dos males do produto jor ‘alstico. Numa anise destessotore, Robert Hacket sublinha “que algons dos pressupostos desta versio da teoria so: a) 0s jomalstas dem o contole pessoal sobre o produto jrnalisicj B) 08 jornalisss eso dispostos« injetar at suas peeFerncias polticas no conteido noticioso; e os jrnalsts enquanto indi vidos ttm valores politicos coerences ¢, a longo penzo, est eis, Nesta versio da teoria os valores coletivos dos jornaisas so considerados substancialmeate diferentes dos da populagdo em ger. Na versfo de onquerds da tori de agio polite des not cas, © papel dos joralista € pouco relevance, mesmo quase Invisvel,eedunidos 4fungio de executantes a servigo do esp tulismo, quando aio coniventes com a elites. Inserila clara smeate nua tadicfo mansstaoxtodoxa onde o fator coaémico determinant, esta versio & macro-rocioldgica ov, melhor dit, ‘Noma das formulagdes mais completa da perspectva de esquenta, Herman ¢ Chorasky (1989) argumentam no se iva ‘que 0 conteido das noricias nio é dereminado ao nivel interior (isto, z0 nivel dos valores epreconceitos dos jornaists), nema 420 nivel interno (sto 6, x0 nivel da onganinagi jornalistica) mas 40 nivel extern, 20 ave! macroccondmico, Nesta versio da teo- fi, uma relagio zeta éestabeecidaenite resultado do pro- e860 noicioso ea estruturaecondmica da empresa jotnlistica. Assim, segundo esta versio da tori, existe um directo dirk ‘gee da classe capitalise que dts aos dicetoces« jornlistas 0 {ue St nos jornas [No seu essudo sobre o* mals none-americanos, Herman © Chomsky derendem 2 posigio de que o= mee reforgm os pon- +05 de vista do erlabment (0 poder instiuido) devide ao poder 164 dos donos dos grandes meios de comunicagio social e dos anvn- (Os autores sublinham os seguintes pontos: a) o papel Adeterminante dos proprietisios dos mediae aligasao estreita entre 1 classe capitalist, as elites disigentes e os produtores mediét- cos; b) a existéncia de um acordo entre personalidades da classe dominance e produtotes mediaticos; €) a otal eoncordineia en- tue o produto joenalistco e os interesses dos proprietitis e das lites Lerman ¢ Chomsky contestam categoricamente 0 peau de diversidide das noticias Escreve Herman (1985/1993:214): Upenas sm conjunto de asruntos om fatas & posto & dispasiq te popaasa eam geal, quer par cesar tite ox oficial, a condisio de diversidade sgnificativa nie & satsfete, Ow se ob tema, fans 1 perspctvas que se dest da perspectise geral esto confinades os limites dor media « nis chgaoe an greso da pepalesie, ede 60 que pods tr chamae de divertidade tem rentide on ‘marg- dd A ese deste autores é que acontecimentos similares tive ‘ram uma coberturadivessa na imprenss norte-americans devido 4 naturesn propagandiitica das noticias no sew pape! ideolégica fem defesa dos interesses do capitalismo norte-ameticano, No seu modelo “propagandistica”,os autores consideram que 0 con- teido noticioso é determiaad por certas peopriedades exteuta- ris dos mediz, em particular por si ligagio com os nepécios € com o governa. Assim, as noticias servem of interesses do po- val. sali der estabelecida, Para Herman ¢ Chomsky, cinco fatores explicam a sub- missio do jornalismo aos interesses do sistema capitalista, Os cinco fatores sio: 1) a estrarua de propriedade dos med; 2) a sua natureza capitalist, isto &, a procura do lucro e a importén= (cia da publicidade; 3) dependéncia dos jornalistas nas fontes 16s sig-e das fortes de mundo empresatial; 4) as apies Dpoitivas dos povderosos; ¢ 5) 2 ideologia anti-comunisa domi Pan entte x comunidad jrnallstic rocte-amecicara Segundo Hernan e Chomsky, as Egngdes entre os me © {etmundo dos nogicios © 0 govemo ti influéncias idologiss fobtin Segundo os arores, os me norte-americanos exo ak famente concentrador, com cera de wie disia de erkdades Potiitando o foro des nics para o pablicae capenes dees Riiserer 0 vilocdesas por decita ppl. dp Herman. Chomsky, as empresas si fortemente dependences da pablisidace no gus dx epeito asendimenios © Cgadss a owt gandes Seat por Igoe coma © pesos “Todos sio membros diretos ou sucurais de membros imporan- Be x comics xporstirs ‘A eoda de Herman ¢ Chomsky avanca uma chamada pr agenda framework: (“modelo de propiganda”), Pare os autores, Ea « cacti ce colar: doar icbemcisnnparicnar oat isios cos de comunicaio social é tad como wana camp Pi de pid racic, Segundo ot autores em pimcio lugar, ointreste¢ eri Eeitemenm um rare ou acomacimenes expend er 4s elagbes pblicas ou exigeaias Keolgicas de um grupo de Bee Foves temea:on acoorecimenton ia paso. yoton come Beet cette «podem sjudr a mobile «cpinito pabicn pa depo expscfa, 5 mds on a publicidad? salen e matileao apoio pilin para ages da poicaineracional ou nacional ears lgassentaleceew epston tins neste ‘ios coment campanina publica para poles epect es ju eps ani downer Nason ¢ ig overs pidament pace além das “lice das ft args de opel pcre tvalidade. n todos estes casos a cobestura dos 166 Apropaginda famevork” supere a sopinte hipSrese: que do surgem situagdes em que podem ser‘mmareados pontos conta pplsesinimigos’ ow idéias ameagadocas, ot sede sexo Feeqjien- remente ativos em ‘campanbas publics’ de grande inteasi- dade € paisio, Pelo contesio, quando acontecimentos muito semelhantes ocorrem em paises amigos, os anda mostrasie in teresse pelss eircunstineias especiais envolvidas © prossegni- ‘io ums pola de nepligéacia benigna “Aconelusio de Herman e Chomsky & que o campo joma:_ Ustice €uma arena fechada, Sublisham a readéncia pats o ences ‘amento viral do sistema mediftieo norre-amerieano, em que © campo joraalistco ¢ apeesentada como-um campo- fecha Flaborada antes da queda do muto de Berlim © bazezda em esmidos de ctt0 limitados exelusivamente a quesises de po- liica internacional, levintam-te questies quanto a sua cepci- cle expliestiva no que diz reepeito a assaneos domésticos onde a “elite econémica” pode estar mais suscetivel a diviases. Igual mene hi questies metodolégicas quanto i expacidade da metodologia uilizada ~ a anlise de conteido ~ para explicar as fntengdes dos produrores ou avalige 08 processos de produso ‘Mas o problema centsl com o modelo proposto pox Herman ¢ Chomsky ¢ 2 sua visio altamente determinista do funcionamen: $2 campo onal en ge os Jomalin clube _utlizagdo instcamentalista dos sedi noticiosos.ou sia totalmen- se MaTaLGh Sh ops des Gos proprisiios. A= lila de que: se sens no const de tdainsracto dla suigdes part que Wabalha;¢ 3) que os joaalstas imam ges de duonsiia-¢ sfirmam freqlentemente-+ su peSpeia iniciatin na definigio do que & nosis, nomealamente-n03tabalhos de slismo de investigasio, «is vezes, incomo- (1994), © modelo de propaganda de Herman e Chomsky é esti fico € unidimensional, seduaindo por completo o papel da ideo- logis profissional dos membros da comunidade joraalistics a uma ‘mera questio de fabe canciones. ‘As toorias construcionistas [Na riquera da investigagia académica sobre o jornatiamo ‘que surge nos anos 70, emerge um novo paradigms: as noticias como consieugia (Halloran et al,, 1970; Berger e Luckman, 1971; Cohen e Young, 1973; Hall eta, 1973; Mlorehe Lester, 1974/1993, 1975; Roscho, 1975; Schlesinger, 1978; Hallet. al, 1978; Tuchman, 1978). ‘Assim, x pesquisa dos anos 70 constitu um momento de veada, com a emergincia ds um paridigma que € totalmente posto & petspectva dis noticias como “cistargio” « que tam: ‘dém poe em causa ditetamente a pr6priaideologiajoroalistica a sue teoria das noticias como expelbe da realdade. O ponto cisencal de discordincia entre estas duas petspecivas reside precisamente nn posigio tomada por parte de cada perspeciva pertnte a ideologi joraalistca. Nos estados da parcalidade das noticins,«teoia das noticias como espelho no & posta em cai- 8; nos estudos que utlzam a perspectiva das noticias como coasteusio, a teoria do espelho & caramente recited filio de iavestigagio que coneche ss noticia camo cons ‘glo resi as noticias como expelho por divers razdes Ean primeico lugar, rgumenta que é impossivel estabelecer uma Alistingao radical entre realidade © os medi noticionos que de- “Yom “reflec” essa realidad, porque as noticias sjudam a cons: ‘ie a prépea relidade. Em segundo lugae,defende a posigio 8 de que a propia linguagem ao pode funcionae gome transmis sora direta do signficedo incrente aos acontecimentos, porgue A linguagem acute & impossivel. Em tereuiro lugar, € da opi- aio de que of medis noticiosos estrucuram inevitavelmente & sua representacio dos seomtecimentos, devido a diversos fato= res, incluindo os aspectes organizativas do trabalho jornalistico (Altheide, 1976), as liminagdes oramenas (Epstein, 1973), « propria manciza como a rede aoticiosa € colocada para tespon- ‘der & imprevisibilidade dos acontecimentos (Tuchman, 1978). Assim, no é de estranhar que © paradigma das notieias ‘como construgio no 98 considere 0 coneeito de distorsto como, inadequada e pouco frurifer, como sobretudo discorde radieal- mente da perspectiva das teorias que defendem que as tirudes politcus dos jornalistas slo um fator dererminance no processo de produgdo das noticias, (© paradigms das noticias como eonstrugio nio implica {que as noticias near fiegio. Schudson (1982/1993:280) eseee- vve que as noticias nio slo ficcionais, mas sim convencionas, Bied e Datdenne deferdem que “considerar ax oticis como narra fines a0 nga 6 solo deat cousiderar come corespondentes da ral dads exterior” e aceescentam que “ae metviar enquants abordagent rarratia nao megam que a2 watcas informa: ears que as hitores aprenden com as noticias” (1988/1993: 265). Gaye Tuchman (1976/1993: 262) eublinha 0 mesmo pont quando esceeve que: “gr gue uaa noticia & uma estiria ue & de mode alga rebaixar 4 nolcta, nem acasiels de er fei. Melber, alertarsos para 0 fato tea notice, como todos or docansenss plilay, ser nea reaidede constuida pareidora da rua pripria validede interna” No entanto, 08 profissiontis do campo jomalistico res tem 20 paradigana das noticias como construgio, spesar do fa, ji sublinhado, de fazerem freqientemente refertaca As noteias, ‘na ua giria praissional, como eta 169 “Goma, esa resistencia a0 conceita de construgio & mas compreendida sab o bilho dos principios fundamenrais da eologa profissionl dos jornalistas Sobre este ponto, Swart ‘Hall (1084:4) cscceve: “Os jornalistes diem: “Hd wav aconte mente; quer dir lgarcia. Que qner gue id exeja peracerd @ (gus € gu the tinificn, Viramailoe fooyrafas. servers um rear {a tirs le Tranomtimele 12s ontentcamonts gant pcs! afr is dos mein, andica rod perceberd 0 gue aontcn’. E Gqaende era que ae pesane ti tnsericse ene series difeceee tase acontecimena, que qualgncr acontecinete pode ser costae tas mais dvtrens mancvar¢ gue se pade facto signifier as cizar ie nar mndo diferente, ect afrmaydo de algae made etaca ou ming tncide de lgitinidede profisional des jarnlitas, «estes res- fem barton nngio de gue e-ntieia onuragie (gblishalo 20 cegial ‘Aaversio dos arnalstas to conceito da novcia como conse teueio & resumida de forms elogiente por Ttchak Roeh. Roch (0989:162) excrere: “O fordmete mais tnprsionane ne foaa tu cidesta, tanto ma prvi como na teria 6 «ft metafscn ob tate « cnzrvadora dh gue a lngragem ¢ antpartte. Ou, de teu formas 4 ero azote na ented joreabses, mas tam dor latadents de joreations, om citar a profits onde esta parece Isto & wo contexte de expressio humana de atividade expresina. era sm Lider som szsita as entitias bor anita sé na in nts = conta etre” (ebinbado no origin. Continua Rock: “Apesar de devusinador, ets € wm degme de SM unicrcals prfanicmente enraizate na commnidede prfissonal Pergintese a um jornalite¢ le dirsasd resoltanente: ate prof so ta.$ wonar ‘sbras" (sublishad 90 ogi). A-canceitvazagio das notcis como estiss di rlevo & fimporsincia de comprecndes a dimensio cultusal das noticias. Pass 0 sosidlogo nort-americano Michael Schudeon, ss noti- las si produaidas por “pura que peram, incenscientoment, E ave relate mas tue 0 sem sistema ealtural, am depsivo de sigeifladoe elturas armaze edes ¢ de padhies de dzensss" (1995:14). Sehudson. acrescenta As motte como nace forme decal inerporanewuosizar ace ca ds que inarta, do que fox, sentido, em gue topo e em gue lager temas, qual a exienran de concderases que davemas tomar ceran mente on considerapia” (bidem: 14) ‘A importineia da dimensBa cultural das noticias tem sido previamente eublinhada por outtos autores. Colby (1975) utiliza f termo gramitice cultural pare refere as cegras da constzucto naesativa, Fazendo referincia & producio social das noticias, Hall ct al, (1978/1993:226) sublinham a imporrincia dos mapas de significado: “Ar coisas sia netciai porgue der representam a ‘nlnbilidads, a inprovisibldade « a metereza confimesa de man de. Mas wee dave permitr gue tis conteimentes permesesaer mi limbo do ‘seatiris" devom ser train aoe borizentes do “ga ative’, Este trazer de aconteceatas an campo dos riguifiades quer dizer, na s2stnee, reporter aaniecimenis ineulgares « insperadss pera ox ‘mapas de significado’ que ja constituem a bast do nose conbecimente enltural, no qual 0 mando stcol jf ott ‘tapade’. A idensicopi socal, cauifiasio e contextvalizayae de aceatecivor- os woticices eon tors deter qmatat de refertsia de fundo can- ‘ui procicso fundamental strasés do qual os media tormarm ¢ mun lew gue fazem referéciaintelgoel a kitores + expstadorc (ub- ‘hada no original). (© avango notivel do estudo do jomalismo aa década de 70 esti relcionado dizetamente com as inovaciies metodolégicas aque eontribuitam de forms decsiva para riquezs da investiga- Glo. Os académicos, seindo o exemplo dos antsopélogos em teeras distantes com una sbordagem einometodolégica, foram 0s lactis de produto, permaneceram durante longos peefodos de tempo, observasnm os membros da comanidade jorualistica ‘com o intuito de “eateae a pele” das pessoas observadas & com= a atitude do “nstivo" (Schlesinger, 1978; Tuchman, x8, 1980; Guceviteh e Bluunler, 1982/1993), “Segundo Schlesinger, a sbordagem etmomerodoldgiea, 20 jnio de outs abordayens que foram o produta jorualistico, | fpeemite wine obseevacio teosicamente mais informada sobre a8 ideologies © as priticss profissionais dos peodutores das nox- ci, pane pede tornar possivel a observagdo de minmenios de rise, 08a? mewent aa terrainologia do antroplogo Claude Evie Sumnuss (1968), que podem corriger qualquer visio meciaice do procesto de prodeso ‘A conttibuicio dos estudos etnogrificos & compreensia do jornalismo é crip Em primeiso huge, devigo abozdagem ctnomerodolégic 0 estude de jornalistno permitin ver a impartincia de dimensio ftans-organizacional ao processo de produsio das notices, ou sei, todo 0 networking infortsal entze os jornalistas e a conesio ‘cultural que provém de ser membto de uni comunidade profs sional [Bim sepundo lugar, permisin reconkecee que a rotines de produge das constiwem ur elemento erucisl nos proc ‘aovicies: A impostincia das roxinas e das pritieas na produgio jornslistics & um elemento chave do novo parsdigma cons- ‘nutivist, que emerge nos anos 70, Bscreve Schlesinger (198: 3673): “As ratines de produce englobam ee constitutions de ide agi’. [Bun rercico lapat, serve como encretivo is teorins instru meatalistas que sungem com uma aovs forea nas décadas dos anos 70 ¢.80 e que coatsibultsm de forma signifcativa pate « ‘reseeart onda de crtce dos mite © de jarnalisino que cont- tum boje de vento em pope. Nas ceacias instrumensilistes ha uns suposigoes 1) 0 proccsso de produgio dat noticia envolve Sonspiracto entre agentes sociais « 2) a inteagio coascien Mlsoreto é rucal na elahoragio das aoticns. Ao subli m shar 1 importinci das rodsasprofissionals que on jomaitas han com 0 objetivo de apenas lone a atl a Bai Spadina tempo e bom es toca constructors db or iallamo queronam as teodss dc ogo polls © today area fe ex opt pon lpn itencucl dr 1A ptr das anos 0 © 0, marcados po nove ontoga- 81 ¢ por inovagdesetodogias, crmcigm dns (ones oe Daclham o cove prada ces notces como nse ill Pe are acute ¢intereiein, S80 aber comple montares mis diverge salgass pons importants "Ambat ts ton scam a asa da.epelno «eleanor “empiscnma igi dovdoenaltas Para tbs os txven notice slo o reaulado de proceson cmpleson de imeragho focal ene ageates coc ob jrnane «0 foaes de int. tagioonjrnalistase a socedade, os membros da emmniade prifinal, deat «foe dao organ "hots eu torino tkeso voila eis cotta. gicas, Ambas situam o jornalistas no seu local de tabalho, eeco— herendo. lmpalHiat Sov Pometrnghicnne Sganieacoias ineyzanoatsin ux perspec Tori por Waster Bead ¢ ‘autores identificados. coma Wada ifjanitarional, Mas 20 conten doy eics da nia ongatiztoal, baka ns defendem 2 perpesin de ue-a “aca” ab ung por va proceso de oxmose ni sé mma omanizagla maa sums coma nidade proftsionl senda asim icons ‘rartergoraroeal Ambas at tosis sublisham 1 importaels ay ran pou, Genbcaticnt 4 exewiba dat praca Zak Jwala, idesogi dos Rees da camusidade,¢ a tows e procedimento que os profil uicam pata lsat 2 cabo a teu tabalbo: Astin, arabes ram expatica ‘wea vio instrument des noice clasifeada cna aa teoriaconaptatia (Fall et 1978) porque recone ue. tx membros da coounidedejornalsien suas Gs RAB Se. 1s Fe a crite tegieoojoate Fe os panes dames pvc de go PP aie rkcpis arene omc a finde. — I ni se inrataceere Fe cee, cece aga Oe opetton ce anicnaeorcate net (Gees ea 187, oe romps apezeger lr aes a ae {Pape 197/199) co tomino dew um amr ee fre ial, 88) oon . ak ee Bais doa seca agian Tin Users ifeseriva vinta pea eoanier esata ED Ee vein «late dds cqeas dn poo ace) Be sesruen ceca? Gi? nde mueniat osm ok Bo arcu icm acraerrps pane tomemasines} i cen sono do cage atten a Fs erengec de rn asses pose fxconl awsome ecole raked Gey, 189 Como meres Kober Ke Maso (980, scab art (spol joc a amen lie Es cha’ tsa pela apardncia que a “reslidade” 1 pelas coavensées que sua pereepsio Tomecem 9 tepertéeio formal para a apreseitagio dos aconteci- ‘mentos, pelas insttaigdes e zocinas. Segundo Wolfsfeld (1991: 48), 08 avontecimentos propeiaments ditos ofezecem frequen temente um ponto de partida pars a cons:rucko de enquadea- -mentos mediitiens,apesar das discondincias aceeea do que “teal ‘meote” aconieces Enquamo a eorie omonigacional ignora os processos de aterapio social que ocorrem pats slém da empresa, ambas 2s es teovias nko sé sublinham a importincin da identidade das fontes de informagao, mas refletzm sobte as eonsegiéneins socials que resuleam das processns e procedimentos vfilizados pelos jotna- lists, Para as suas toorias, 4 conexio.eatsejoraslistts e foates. faz das noticias uma feeramenta importante do govero e das suoridades esubelecidas Sehudson, 1989) e a8 nodcias ten= ddem a apoiar as intexpretagiesoficosas dos acontecimentos. o- bee este ponto ceucial, no estanco, bi uma divergéncia faleeal aque seré apreseatada mas adiance. Ateoria estruturalista A tworia exteutulita & outea teoria maezossociolégica — tal como a tevin de apio politic, versio de esquerda apresee: tada por Herman ¢ Chomsky ~ que subliaha enfaticamente, fem grande parte devido a beranga marsista que as duas teotias prtiham, 0 papel dos media na reprodugio da “idsologia do Mas so conterio de teoria de agi politica, «teoriaestr rwelisea teconhece a “autonome tslarica” dos jornalisses em sehgio a um controle ccandmico diteto, No entanto, Stuart Hall (0 ets co-aurores sa bem eleros, Eserever Hall et.al, (1973/ 1993): “Nivte momento, or media ~ earbore intoluntarianrents, ¢ lateavis der cone préprine “saminbor antinonne' ~ thrte transfor. sci eftivamcnte ram aparelie de priprie proceso de canrale — a ‘chart ideigion de Estade’ (qi citando Althusser)(1971)" Estes qutores também defendem gue as aoteiss s40 ors Froduto social esultante de varios fitores, nomeadamente: A) a ompanizacio burocriica dos medi 1B) a extruturm dos valores-notiia 6 idéis do “ors do nor. imal’, do aegativo, 44s pessoas de elits) que coastituem “ele- mento fundamental da socializagio” © a pritiea ¢ « ideologia protiesional dos jornal 1s (Go proprin momento de “construgio” da noticia que en- ‘wolue um processo de “identificagio e contextualizagio” em que Sapas”eulturais do mundo social sio utlizados na oxganiza- do. Esta éniase no pape! da culrara sublinha 0 fato de que @ tworia eserutuelisca valorize uma perspectiva eulatalista, Ali fs, nfo € por acaso que os seus principsis proponentes, acadé smicos como Stuart Hall, sto conhecidos pelo nome — a escola cltuelista brtinies, (© primeieo fator & a organizagio burocritica dos medi, Escrevem os autores (p. 224): "Um aspect da ectetura de seein ‘pode ser slate ma rganigopie de rotive de jornais reapeitante @ tipos reglares de éreasnaticisas. Visto os jornais estarea emp ubados wa produsis rgolor de notvian, ete ftares de organizasio aftaria, por sen tarno, © que for whconads, Por exemple, oj alstas flow pricdivecionados para antvos tier de acontecinento pices cm termes da erganizpe da tua pripria fort de trabalbo « dhe cctratnra dos prépri joresi (segundo éa estat: de valotet-norieia «a ideologa pro- fissional dos joralists que apontam claramente para © que cons iui "boas noticias’. Segundo estes autores, 0 sentido de ‘alor-n0: ‘ea’ do jornalsia comera a estruturar o processo, Em nivel mais Berl, sto envolve uma ovientagio pars iens que s8o ‘fora do co- ‘mam’, o que de certo modo vai conta as nossa expectatvas ‘aor ‘mals! acerca ula vida socal, Escrevem os auoes: “Bait der que 5 vabresnaricia forseem otis wos pritcar de retina do jorealiwe ue pit as ornaitas, drtres 0 aintes mtn: dei eine ee «guaran scbe quai a teat gu riick gas il i gaia ‘tries ue marco dstague equa a i 0 Patines cate insite, gnats at ge sit para publiar ¢ guages para ne ie pba gir as gues pr Oteresito fator € 0 momento da conztrayio da pedptia no- tela, € fondamental, mas, segundo os autores, menos dbvio. Isto 176 cemvolve a apresensagio do item a0 seu piiblico, em rermos que tasto quanto 0s apresentadores di jem possam avaliar © 10% rem comproensivl a esse publica [Eserevem Hall et. al, (1973/1993:226): “Ee presse ~ a idetifinjao « 4 contesteoliqopi ¢ am des mais importantes, trae és do qnal os acenteimenta: cdo ‘tornados siuifcatios' pelos mex ie, Um acontecimvnta sé ag sentido" re pdr clecar mum dncbito Ae eonbuides deters scias enlurai Acreseentam 08 autores: “Ett proceso de ‘tornar am ase ecimeateintlgivel”& mn procese cecal ~ conetitlde por ua wie rv de priticasjovnalntcar expecta, que somprocadem (free tamente de moda implica) supesianseruias sobre o qe & a saci dade com cla fancions”. ‘Assim, para os defensores desta teori, 0 processo de pro- dugio das noticias nko s6 pressupbe 2 naraceza consensual da sociedade como sublicna 0 papel das noticias n0reforgo da cons- tragio da sociedade como consensual. Os “mapas de signifies ddo” incorporam e reletem os valores comuns, formam a base dos conhecimentos culturtis.e sia mobilizados-ao processo de tomnar wa acoatecimento istligivel. Assim, para Hall et.al, 0 papel dos media € crucial. Rscievem os aueoces(p.228): “Or me dia definem pare a meaionia da papalagio guais 08 aconteciaenos significatives que ecorree sas, teu, aforecem poderotas inter Lpritgiee de como competence tx aconecimento”. Na texminolo~ tt da escola culsucalista britiniea, ecorrendo a Gramsci, as no- ties, como parte da prodogie da-indistsia cultural, contibu- fem paca a “hegenouia idealigie” Para justiiear esta porigio sobre 0 papel ideoldgico dos notin, Hal eal. apontam como crucial a relagao estrutural entre ‘os media e 08 chamados “defsidores primis” (primary deiner). Devido a seu marsismo, Hall et.al. precisar explicar a continn- asio do siscema capitalist, isto é, 1 forma como 0x mudie s586- a nine tate ge Ba ett cis ove dornercs es Heal Bas os (sty xeon enacts “ie wl odes saptna Tilda sore wins vs oon bores do prs part ~ te ete gue a mein sn em sone mie, png de cpio Dane (oboe ssa eater de propria sj ern), es esi geer “tive eeania” te tnt de frm eae vcs ate nt rp. ttle cate rat Emo di, quem cham «ae para st mat fue ease Prdrie deste, pun obra oma ge 1 media im fl om alin nti, end a def Me sea vm aon, mtd pti ts fm Descent age inlur noe ditingse endl mire diane Primers wernt” (thinhado no orginal, Segundo Hal eta, a presses pets detrbalho cons Ieper cont o eligi em et dade «objevidde ~ combinimse prs produ exgere do scetan sistemascocat etaro ae and por pate dot ape dem pois iitscionlndnspeviegadns © result do dena prterncsextrutorda dada polos medi s opines dex podeross te peli de Eecrvem Hall ta (1973/1953230)“O inperone de relgae ectrateral entre at modi « 0 dfinideres primiri intonionis qs orm et eine insets ober 6 tein ou ntpricierimdric de pte tm quon. tea inno ‘omen nom eso trata sbsegen Ie iupae on trmor de rfertaia que torre iat ofr ‘ohraras om deat Pasa os efesores dnt tet, mui, nto, no se Htsm aia smo, nem elit a nm eo. cas profissionais de imparcia. & que estes “ports-vozes" re tansformam no que kb logis da ‘latse disigente’ num fgurina conspiratétio, Na vera de, segundo Hall cc al, 08 meate nfo sto frequentemente 0s iprinary defines de acontecimentos noticlosos mas a sim relagko ‘estrurural com 0 poder tem 0 efeto de os fazer representar nao ‘am papel crucial mas secundivo, 20 eprodurir as definigoes, dequeles que tém acesso privilegado, eomo que de discta, aos medic como “Fontes acceditadas”, Escrevem os autores (p. 230): Narte perpectioa, nv momento da priduiae jornlitca, ox media colcom-re meme positza de zabordinagdo etraturadu ee primery defnsre" Seguado os autores, € eats relagao estrunu sedi © a8 suas Tores ‘poderosis ~ qo questio negligenciada do pape ideoldgico dos ae Hallet. al tém o euidado de admitie que este processa nia esti coulmentefechado quando reeonbecem que: 1) 08 medie so instieucionalmcote dstiaos das ‘outrs agéncis do Bste- e's 2) 05 maa possuem of seus proprios motvos« ligieas que os podem lvae «entrar em confto com os “definidores prim ‘ios; 3) as insiewizdas que compdem a estruturs do poder po- dem ents fregieatemente cm disputes Mas estes fates, que qualificam como ‘ieservat, aio iminimizadose no pem em caus 9 posto-chave desta tei 4 reprodusio da ‘deologia dominant’ pos pare dos media Facce- em 08 autores: “efinaaente, nia, as Prins dfnigies (dot ‘primary dain) stele os lms ara de dscsibn ree heniesaravis do enquadramens da natueza de prolee” Como jé fo seferido exitem muitos pootos seret entte 4 teoria estruturlisen e 4 teoiaineracionist, a comet com o fato de qulam construgigl Mas ae fondamentl sobre o ponto cle Es Feces entee fonts cjrnasas~ central na tose defer- didn pelos autores bitnicos ~ merece ser realy € descovol- vida se comeca a csclarecera ae eancSitaliaam as nove com wea 19 TN ceoris estrutucaista as fontes offcisis sio eacaradas ‘como um bloco sido e uniforme; a existéncia de disputas entre ‘os membros das footes oficisis € minimizada; a estruturaisa, 2 estrutara dos chamados “definidores primérios", é encarada de fama forma “atemporal” € “imutivel”; a relagio entre 0s chamoa- dos “definidores primitios” ¢os profssionais do campo jornalis- fico € encirada como uma relacfo unidirecional. os chamados defiaidores primirios” comandam a acio. Neste ponto-chave, Tivoria estrutuesita €critieada por um det “v0, Nio hi forma de concebor wm espaga de manobea por parte dos jornalistas; os jornalistas quaca womam a iniciativa, nunca dssalam 0s “definidores primarios”, por exemplo, através ee ini- arivas coms a reporugem, o jornalismo de investigagio, 08 08“ frros, Segundo a teoria estroturalista, nunca hé um processo de regociagto ances da defiigao pricipal. Encarado com wm es- paco de reprodugio da ideolagia dominante, o campo jornalis- tico perde 0 seu potencial como objeto de eyjor, como recurso potencial para todos os diversos agentes socisis, A tooria interacionista AS noticias sfo 6 resultado de um processo de producto, efinido como 2 percepeto, selecio e transformasio de ume atériaepriea (0s acontecimentos) num produto (as noticias). Os acontecimentos constitwer um imenso universo de materia Prima; a estraficaclo deste recurso consiste na selego do que isd ser tratado, ou teja, na escolha do que se julga see maséra prima digna de aduire« existéneia pibliea de notici, aur pax Javra ~ ter nowciabilidade (neanvorthinen). Alés, a questio cen: teal do carmpo jormilisico é precissmente esta: 0 que é noticia? 08 sein, quais os extétios cos farores que determinam » noticia Bilidade dos acontecimentos (Wolf, 1987). O deseavolvimento \ precisam impor otdem-ao espace de um campo jomalistica autdaomo tem como fit erst profissionalizagio das pessoas envolvidas na atividade joroal tica em que é reivindicads a autoridade ea legitimidle de exer cer um monopélio sobre o poder de decidir a netictbildade dem arontecimentos ¢ das probleméticas. Perdes este monopélio & pr em causa a independéscia do jomalismo ¢ a comperéncia dos seus profissionais Para a lorie intraionzte, os jocnalistas vivem. sab a tra: ria do fator tempo, © seu desafio quotidiana € ter de elaborse tum produto final (noticia, joral,celejoenal ete). Todos os fu todas 25 semanas, é impensivel a hipétese do apeesentadoe do telejornal, por exemplo, dizer “hoje nfo hi noveias mos hoje um programs mals curto porque aio havia nozcias suficientes”. © trabalho jornslisticn € uma atividade pritien ‘quotidians, orieada para cumpricas horas de fechameato. ‘Pressionadas pela trania da “hore de Fechamento", 2s em- presas do campo jornalistico so ainda mais obsigadae 4 elabo- ‘at estracgios para fazer face ap desafio colocado pela dupla ‘nquteza da sus matéris~prina® jl) og agontecimentos (& mask ‘ia.ptima peepondesaute do trabalho josnalistco) em guatguer pare, 2) 0s aconteeimentos podem sargit a gnalgaer ‘mancents; 3) face podem susgir imprevisibilidade, a5 empresas jornlisticas no tempo ~-Ordem no espago ~ Segoado Gaye Tuchman (1973, 1978), as empress ornalisteas tntam impor onde no expago ceseendendo ura rede nodieiona (sear mf) pata “eaprat” 08 aconteeimentos. A consegiacia€ gue aconteimentos noticé ves ocorcem em certas locildades © lo em outras, Como i por ordem no espago? Pars cabceo epago, Tuchman aprescec teésextatigias que as organizagdes jornalisticas atlizamD-A ‘eriorlidade geogrifca~ as empresa jotnalisies dvidem 0, snondo em iveas de responsabilidad rezsora 2) epecialne- 181 4 ranizationa| ~as empresas jocaalsticas estabelocem “sen- js” em ceras orgicizasies que, do ponto de visa dos valo- ‘ees-noticin, produzem acontecimentos julgados com “potilabilidade; 3) « cxpecializagio em rermos de temas — as, empresas jornalistices auro-cividem-se por seegdes que encher, certss “rabricas” do joral. (Pera Tuchman, uma das comsegancias deste impezativo {que 0% memilizos di Comunidade jorasitiea unlizam pata levae ‘cabo 0 seu trabalho € de fazer com que acontecimentos julga- dos noticis rerio assim tendéncia s ovorrer em certas loeaida ides eno em outrs, No caro portugués,¢ incgivel a existéneia de grandes “be 4ccs” na “rede noticioss”. A rao principal & a extrema con- centracto dos rceursos das empresss jornalisticas, em termos de tervtorilidade geogeitica, em Lisboa. Com a exeegio do taba- ‘Iho meritisio de algumas empresas joralisticas, o “resto do pais” norfca, al como os pases do chamade “terceivo mundo”, quas- do ha desoadem: desordem natura (por exemplo, eseias) desor idem tecaolégica (por esemplo, acidentes); desoriem social (por exemplo, distisbios ou {por exemplo, exime) (Gans, 1979) (© “resto do pals” também € noticia quando serve de paleo ppraas deslocapses cs autoridades insttuciomais, nomeadsmen: te Presidente da Repiblics, o Primeiro-Ministro, o8 ministros, 9s lderes dow parsicos politiens (aqui o eritéria de notoriedade do ator do acontecirsestn jogo como fator essencial de noticia Dildkde). Assim, € de sallentar a invengio astuta de um pseudo- acontecimento ~ as Presidéncias nber'as ogo no primeiro men- dato do cou Presidente Soares, pritics cantingada 0 x00 = ‘gundo mandato ¢ pelo seu sucessor no cargo Jorge Sampaio, gue ‘AZo 56 deu visibilidade a sus propria pessoa mas também a vie tins vegies do pais que entraram nos notititios devide a0 des- oeamento do Presidente por clas. he we cortes de estrada); € desordem moral Dados sobre « disttibuiyio geogréfies da comunidude jornai nna eoncenttigio dos jornilistas em Lisboa e ao Porta mas, como, salieneam Garcia e Castro (1994:21), 0 “concetraceniome geotric fie” €0 dado mais salicnte com 50,7% dos jocaalistas portugue- 'e6 na rea metropolicana de Lisboa e 13,9 % na dea metropali= taea do No que dl respeite & espectalizacio organizacional, pou cas mesceem uma coberturs sstemitiea, com a exeegio,talvez, 4a policis ea Assembléia da Repsblies¢, no estrangeito, a sede de Comunidade Eurapéia, O caso da assembldia da Republica € prticularmente interessante: rem sido utlizada eamo um paleo pivlegiado para o langamento da cetrsisa noticiosa de alguns ssunios que, de outa fore, diicikmente conseguem ser eons- fea portuguesa apontam elaramente para uma redugio tituidos em noticia Quanto 4 especializagto temética, existe uma grande hhomogeneidueentrs os diferences produtas joraalisticos: sacio- ral, internacional, socidade,informacio gera, cultural, desporto slo as scepdes habituss dos jornais portugueses. No entaato, sssinale-se slgoma diversidade nos anos recesves, em particular ‘com a politiea dos suplementos, Orclem no tempo ~ As empresas jornalfticas tentam igualmeate impor uina estrutuse sobre © tempo, estrutura ess8 aque thes permite levar a cabo 0 seu trabalho didi, Primeieo,é preciso eompreender que a empresa jotnalistca tem o seu priprio “biozctmo" A re netisona também tem lapsos temporai, Tal como se espera que acontecimentos julyados com valor-noticia ecosram rnalgoas locais institucionais, mae nfo nomtros locas, também se expert que ax acontccimenios com valor-neticla se concen ‘rem durante as horss anrmais de trabalho, Durante estas hors, 8 organizagoes jornalisticas sém o grosso dos seus repérteres € us disponiveis para cobrir ‘stiri’. A ocorréneia de umn Jmento antes oa depols destas horas tem que apresensar ‘uma evidéncia clara de caracterizagio como acontecimento com “yalor-noticis em ordem, a justificar a deslocagio de um repsrter pam o cobsi. Segundo, canpeesajornalisticatenta planejaro fururo aea- ‘xés do seu servigo de agenda que elabora a lista de aconteci- Imontos previstos, permitindo assim a organiracio do seu ped prio trabalho com uma certs antecedéncia ‘Teteciro,0 ritmo do trabali jornalistico, o valor do imedi- tikmo, a definicio do joraalismo como relatos atuais sobre acon consequéncix uma énfase nos acon: tecimentos e nfo nas problemiticas, Os acontecimenton estdo eonerctamente enters nati de ftsdade (Tuchesan, 1978), ‘on sea, o tradicional quem, 0 qx, quando, onde, como e por ut do Aad iaicional Os aconiecinentos so mai facilmeate bservéves porque eatio definidas no expago e no tempo. Antes de refletie sobre us conseqjitneius que a reoria fxnoconsircionistaretra deste esforgo de estender in rede atsaca pars impor oxdem n0 espago € no tempo, & cris Inbar que esa tort encara o processo de produgto das not Glas como um process inerativo onde divers agentes sola Exereem um papel atv no processo de wigan constant © auc sugesido por Moloch e Lester (1974/1993) aja das pocencilizar toda 4 dinimica ¢ complenidude do xed Jaragiiica. Os atores idenifcam ves eategorias de pessoas, Posicionadas de foun diferente pesante a onsanizagio do tra Bao jornslistico: a} os promaires de noticia (news promotor), Sefinidos como ages individuos eo seus asvociad que iden ‘cam (¢ waa assim obseevivel) asa ocorséacia como expe al: 8) 09-02 astmbiers, deinidos come todos os protisionals ve “txoaformans un peiceptivelconjunt fico evs aay 184 do’ de ocorséncias pramovidas em aconescimentos pibliens atea- vés de pablicagio ou radiodifusio” (p38); © ©) 08 consamideres de noticia (ners onsnaes, definidos como aqueles que assistem 4 “determinadas aeorrincias disponibilizadas como recursos pelos mcios de comunicagio social” (p38), Entre 08 promotores das noticias, Molotch © Lester fazem a distingio encie 0 “esecter” © 0 “informader”, O “executar” & fesse que faz 0 acontceimento, participa do acoatecimento; o ( “informador” € esse cue oko paticipau do aconcecimenio nin, assume o papel de informar os media sobre a existéncin acon Dado que paritham © pasadigina conscrutivista, Molotel « Lester parcem de ums base tedrien que eeeusa ena 26 noti- as (0 produto principal ceaizade pelos uo (os jomnalistss) como tum “espelho” da realidade eas oeorréncias aoticiadés como sen= ‘Uo.as partes necessaramente mais importantes dle unit reali. de objetiva Para os autores, néim todas 48 ocorténciae sia sconteci ‘mentos, definidos como “oeorréneias que sio cracivamente uli- Tizadas ma demarcaeio do tempo” (p.35). A distingio € vital porque sublinka © papel estratigice do campo jotnalistico no Funcionamenta das sociedades modeinas © na eomunicacio po: Iniea, A constitigie de um acomtecimento, ou de wma questio (a tradugio utilizada neste actigo pasa o teria inglés ‘sae, em |questio, de eoastitu-los como rseusso de diseyssio, Rscrevem Molotch © Lester: “Tide a gene precisa de eotciee. Na vida quati- ana, as matcis contam-nos aguil a gue nis uio acistinas dire. oweste ¢ ie case shurrveit¢ siuifictiver happenings gue te iam semetos de ontra forma” 3), noticia significa dar existeneia plea a Para Molotch ¢ Lester, os individuas on ay coledividades ‘em peopeisitos diferentes,“ ursigeas em dertax ngraas, es ica forina, wma questo (in) surge quando hi pelo menos thos usages opostas, envolvendo pelo menos duas parts ue tena acess no campo omalisco. Assim, existe wtil- dacdes diferentes pars as ocorttncias, ou se, existem diferen- tes weiter de evsteinentoo™ (vent mad) pox parte dos d- ers agentes soca Defiida a promogto como a ago deur stor quey 20 pre senciar uma ocorrécia sjuda a tornlapiblica para ovteas pes~ fons, Moloch e Leer sublisham primero exsténcin de inte- esses ma promogio de cores ocorréncas ou na prevengio de certs ocorséncis ce torarem acontecimentos piblicoy © & Intenconaldade que est por ris de una pate signifieatvs de acantecimentos (aomesdamente os chamados “acontecimenios de rota”). F precision era inteconalidade que Boorstin. (A961) jf seconheceu quando apontou a erescente presenga de *pecudo-acontecimens ‘Mas os autores também salentam, como dimensiio fulerl da Ints simibolica nas sociedades eontemporiineas, a concoriéa- cia hibil que existe entre promotores na mobillzagio das ocor ‘éncins ow das questies como recurso a eonstrucao da expen- éncia. Deatro do quadro tericn de Moloteh ¢ Lester, concor- ‘cin entre mens promnirs, envolve: 1)\a definigio das ocorcén- cias ¢/ou a8 questles que merecem ser constituldas em novicia, ‘eganham assim o direito de existir enquanto recurso do discur {5 nos assunios publicos e também o dteito de fgurar na ggenda Jornalltica, © 2) 2 definisio das ocorséncias e/ow as quesidies de ‘uma outta forma, someadamente 4 definigio de sev enquae ramen, ist Forma como seri apresentada ¢ possivelmen- te inteapretada pela opinido pablica. Assim, nas socicdades mass-meditizadas, 0 campo jor talitieo constitu ema alvo peoritiio de arto estratigica dos ie 186 diversos agentes socials; em particular, dos profissionais do cam- po politica, Um objeivo primordial da luta politica consiste em fiver concordac as sias aeciidades de aconecimentor com a5 d0s profssionais do campo joralisticn. ‘Assim, & teconhecido que os jomalistay s€m as suas pri- vias aeesidades de avonteimentns, Bate fato tem implicages t6- Fieas importantes que aponsam pars © papel decisivo dos jorna liseas no processo de produgio dis noticias. Molocch e Lester flo deisam de subliahar como 0 grau de autonomia desse mes- ‘30 campo jornilltico representa uma varie! nevrigica para compreender 4 consttuigio da agenda jomalistica. Molotch ¢ ‘0 punta em que os ergenizasies jrnaliticas garam nocessidades de acontecimentos onirs ot jornalistas (nex ‘etembler), mocesidades czas que diferem dos promatores de ocor onan, € 0 ponte eon gue et media tin wm papel incitacionalnente padronizads ¢ indypendente na prodapio de noticias” (pO). Lester exereeet ‘Oacesso ao campo jornalistico Molotch ¢ Lester nfo piem apenas em destaque a nature sz concorrencial entre promotores sobre a detinigio dos aconte- CGmentos ¢ a sua construgio como noticia. Também sublickm a questio do acesso 29 campo jornalstico como uma questo central do jornalismo. Destacam ttés tipos de acesto: 1) © acesso habitual, 2) 0 Weesso diseuptivo e 3) 0 acesso direto. (© acesso habitual existe quando um individuo ow grupo ides de acontecimento hormalmente edinsidem cor as atvidades de produefo jorna- Istiea do pessoal dos aicios de comunicacio socal, Recomamos assim o conccito chave da rede neticlosa proposto por Tuehman (1978). Assim, por exomplo, pert se sempre do principio de ove f Presidente dos Bitados Unidos diz eoisas “importantes”. Esta esti to Tocalizado que at suas neces a is segundo 0 pressuposto coatcrio petderd provavelmente o seu emprepe (© acesso disruptiva: squeles que aceessitam de acesso & produsfo de acontecimentose que querem coatsibuie para a ex pesizoca piblicacontam gezalmente coma disropeto (Myethof 1972), Escrevem Molotch e Lester (1974/1993:45): "Biles téar ‘de sacar noticias’, entrando em conto, de gualgser modo, sa 0 itleme de jrodusao jrnalitce, gerando a sarpresa, » chaque om sma qualgue forma latent de “gitagie’. Assy, os pence podare es percerbaa 0 ritdesectel para pertarbar os formas babitais de prodagio de acontecmentot, Em casos extremes, reinem-se malic dria de oxo thes num locelinapropriade pare intersr no Pla éicas 6 acontcimentor, Excas atinidadesesnsiiuem, de certa Jor avantocimento ‘aeli-otina’ (© acesso diteto € reservado 06 préprios jornalistas que exercem um poder nt eapacidde de determinar que reports- ‘gens ou trabelhos de invesigacio jornalistica pretendem desee- volver, Seri. ours ro que aponta para 0 poder dos jomnalistas: Na linguagem de Molotch e Lester, algumas noticias 0 igemdos por jomalistas que vio “desenterrar” 3s noticias. Por xemplo, 08 profissionais do campo joraalistico, x0 examinsrem f registro polcial, podem detectar que “o crime esti a aumen- tar” e colocar na agenda polities « questio do crime, cornando- se assim partcipantes ativos na construsio da reslidade. Para fs autores, este trabalho jotnalistico €rotina, no seatido em que ‘riar 4 ocorréneia pode see um atividade intencional promoxi- «da como acontecimento pulico pelo préprio joralista. Ng No entante, Molosch e Lester (1974/1993:44) sublinbam (que © aceaso habitual & uma das “importantes fonter« sustesdea- Ts dar ralagins extsonter de pode” | Como iremos wer, os esos na linha dt cent interacio~ sists reconhecem a predomingacia dos “deBinidores primivios” hee we mas, a0 contricio da teovia estroturaice, admitem « possibilix liade de outros agentes socinis conseguieem mobilzse 0 campo Joroalistico para os seus abjetivas comunicacionais, © eceanhe- teem, sia 0 seu acesso dleto, 0 poder dos jornalists na defini- flo do que é aoticin e como ser consteuida. Para utilizar a mex Tifora de um jogo de futebol, enquanto a teoris estraturalist vé fo resultado entre uma das chamadas “equipes grandes” da pi tncta divisio e-uma da terceia divisio como “pré-determinado, pata teora interacionines & preciso jogaro jogo porque 8s ve Zea “os grandes” perdem. Ne campo jornalistico, em volta de tum “campo de noticia” (Santos, 1997), aqui definide como # fora em torno da construgio de um acontecimento, inserido ou ‘fo numa problemities, um agente sovial com menos recursos, fou em termos de um capital econdmico ou um capital sécio- ‘cultuell, podert ganhar uma batalha aura polmics. No eatao- to, a teoria intercionista reconhecs que © campo do jogo esté inclioado a favor dos mai poderosos. E aqui, fator do acesso ao eampo jornalistico € vital, bem come a rede noticioss que as “organizagées jornalstcas sio obrigadas a estender pata respon der ao desafio constante de dat eoata da avalanche de aconteci- mentos, sobretado 08 inesperados. Arede noticiosa [Em rota sinton tessica, mas formulada de forma diver sa, Gaye Tuchenan defende a posigio de que “a formestn da rede sovsina e a forma come ae jornalists mule eto distribnides ti importincie tebicy dado que sta a chave da eanirasia da wot” ‘Para Tuchman, a fixisio da sede aoticiosa no tempo € m0 cespago impede algumas ocorréncias de serem noticindas. Tendo feseapudo i gretha usada para prever 0 fluxo de trabalho, 0 comaeguem tornar se noticia ‘A tclevincia da distibuicie da rede notciosa é wma ques- to central no processo de produgio da noticia, Por ui Jado, a 9 ude da rede erculase com as guests de “asic asim, at Fonts sfo quem so porgue esto diccramen- eligadas anectoves decitivos de sivdeds poltica, econdmica, fia os cull Por onto ldo, conheceado-se x dstbuiso ab rele nodciows de um min de comonicagio social, sabe-se Gust slo os crits de noticia por que se rege ‘A cxtosio ta rede notcoss leva 4 conesatragio dot te- isos du empers jrnaiicn num aimere rel quero de agente, cus porisio em cers orgaci tugs particulars valerian ao mimo a informasio que eee bem (Roscho, 1975) ‘Mino Wlf (198719) detaca que rede de fontes que on Gagios de informacto estabelecem coma isteumen essen Gil poet 0 seu fancionnmento reflete, por vn lado, exteuraca foci ede poder existene e, por outro, onguinese «pari das tnigéacas dos procedimentor prodvon ‘Alogi ports da coloezao da ede oviciosa pressopde tama compeeersto 1) da seredale que exite na rlagio entre jornalisas« Fontes, 2} do inventmenta que € feito no culvo dae fonter, 3) dot citroe de avaliagio que or membros da tho joraisica liza a ua ineragio com ox divers agen [Na cults jonas, 4 relgio ene fone e oral & gral c manifests na imporsnia que» comaniéade joralistica Bice vig protntoal © jruninn nit dove revelat A ideosdade da foniee gvebra clo sgt profssional poe pace do oral & um so grave _ Para.osjotnlisis, goal pessoa pie see uma fante de informasio, Um fonve wma pessoa que o jocnalist observa nuentevisiae uc foraceinfarmaes Pe ser potenialmente ple pesto envlvds, coahecedor ou teteminha de deter minado aeontecimenco ov rune. Um ds apectosfondamen- ais do bath jvnliicoéclevaraefotes 0 devenvlvimen 19, to da relagdo com a fonte & um pracesso habilacnte ovieatedo com paciéneia, comproensio ¢ capscidade de convessagie #0 bre ineezesses comuns, até formar um elima de coafiangs, As vyeres, 0 jornalista pode cultivar a foate invertendo o prnces- 20 normal, isto é, dando informagio a fonte, Este aspecto do trabalho jornalistico & sublinhado pelo socidlogo britinico Phillip Elliort. Bsereve Elliote (1978:187): "O jornelizmo € dle mites mancitas wats parccide com a agricaliura sedentéria (qne cow a cage @ bncea”, Continua Elliot: “As noticias ro pro ngidas por jornalictar que entivam roadas regular, fortes dein formasio recanbacides gus thn 0 so priprio inersse em tormar a “nformacio dicpoxivel..Tal come na agriatare, wade & iteiamen- 1 prevsin” ‘Um jornalista competente sabe que as fontes slo, geril mente, pestoas interessadas. Pasa avalize »fiilidade da infor aslo, os jornalistas utilizar diversos extérios na avaliagfo das fontes, aomeadamente 1) a autoridede; 2) a produtividade; © 3) 1 evedibilidade. ‘A avtoridade da fonte € um eritézo fundamental para os 1s da comunidade jornalistiea. O fat de vespeitabilida- de refeze-se 20 procedimentos dos jornalistas que preferem fa- aer referdncia 4 fontes oficiais ou que ocupam posigdes lnstivucionais de autosdade. Segundo Gans (1979130): "Prec sme-se que eas fonts sgim wait erdiveit, qnento mais nia ja ‘pong we podem penmitirse mente abertomense« forgas so ta ‘him conideradas mais pereuetioas em sirtnde de as swat aqies 6 opiniserserem ofa?" (© joraalista pode wiizata fore mais pelo que é do que pelo que sabe. A muiorin das pessoas acredita aa autoridade da pposigio, Quante mais prestigioso for 0 tiuln ou a posisie do. individvo, maior ser4 a conflanga das pessous na sua autora Chame-se a isso a bierargaie da crediildade Durante 0 “C380 1 (Bie oie so wane Posen Bate, | pemjunts acs joraastas Woodvard e Bernstein nto 0 nome da ome de ums informagdo mas a 02 posigio: “Digume sre ed fae nieel de Assistants de Pricidnte™ (Woodward e Bernstein, 1974:35-34). Quando a resposta € no, Brae relegn 4 noticia para ua pagina ivarior como sepuinve eomantvi: "Na prt fea vg, abtin informa mais sie” 'A produtividade é out etitiio de walagio des Fontes ‘A preltvidade diz respizo As rades peas quale, normalmen- te, prevalecem as fonts insttuionas: € que elas Fornecem of ters svicients para fer a nove, permitindo que 08 jor nalts aio tcnham de eecorrer a demaiadas fontcs para obte- sem 08 dados ot os elementos necessirio. A produtividade associa

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