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TEORIA DA ELETRICIDADE Aparéncia e realidade nos fenémenos eletrostaticos © artigo a seguir apresenta consideragées critices sobre a formulae coutor! fendmenos eletrostiticos — segundo um enfogue ditado polo estado atual do conheci A eletrostatica 4, sem divida, mals antigo ramo da Eletricidade. AS primeiras experléncias sistemiticas e 88 medidas das forgas foram realizadas, ha 200 anos, quando fol descoberta a “lel de Coulomb” (1785). Ao contrério da Eletrodinamica, a Eletrostatica nao en- controu, posteriormente, aplicagdes praticas e nao pro- vocou estudos mals profundos. As experiénelas com a Eletrostatica nunca tiveram a pretensdo de mostrar no- vas teorlas ou buscar novos caminhos, mas se resttin- glam ao aspect puramente didético, © as explicagooa a respalts dos fendmenoe clotrostéticos compre se ba. seavam na formulagdo coulombiana Qusndo Coulomb apresentou sua famosa formula: a. b= € explicou que as cargas 4, € q se atraem quando S80 do polaridades opostes, e se repelem, quando da mea- ma polaridade — ele nao tinha nogao nem da natureza eletrOnica cestas cargas, nem da existénote dos cam- pos elétricos produzides por elas. Anélisando 0s mesmos fenémencs do ponto do vista da Fisica moderna, oporano com nodes totalmente deesonhecldas pelos fisicos do século XVIll, pode-se chogar & conclusses novas, que nfo combinam satis. fateriamente com as eonclusdes de Coulomb. Do ponto de vista da Fisice moderna, o processo de carregemen. to elétrico de corpas fislcos 6 nada mais que uma trans- feréncia dos elétrone de um corpo para outro (1). Com este processo fica rompico 0 equilibrio elétrico Intora (que € natural) de ambos 0s corpos. O corpo doador dos elétrons fica carregado “positivamente” e 0 corpo receptor dos mesmos fica carregado “negativemente”, Simultaneamente, surge um campo eléirico entre estes, dois corpos, onde, sob forma potoncial, fica armezena 0 autor é formado peta Escola Técnica Superior de Moscou, em 1930. Alividates profisiionais: Cheje do Laboratdvig de pesguisas da Walla, 1939/63; Gerente Técnico da Arbame, 1961/68; de 1964 o18 a presente data, Profescor na Escola de Engenharia da Universidade Mockenzie. 52 jana — base das explicagdes dos vento no campo da Fistea. Roman Albrandt da a energla gasta para fazer esta transferencia dos elétrons. A explicagao do fendmeno do carregamento elétrico dos corpos fisicos na forma acima mencionada, tem a seguinte sequéncla légica: 1, Para carregar eletricamente um corpo fisico € indis- pensivel a existéncia de outro corpo fisico. Sendo um deles doador de elétrons, deve existir um outro, receptor dos mesmos. Ambos apresentam um par de “corpos-componentes”, ©, como partes de um dipolo elétrico, 80 tio inseparéveis como os polos Norte © Sul de um ima, Entéo, um tnico corpo ole- tricamente carregade (carga isolada"), froquente- monte monoionado nos livros sobro a Fletrostatice, ‘no pode existir e, na realidade, nao existe. 2. Como @ quantidade dos eléttons determina o valor de carga, 0s valores absolutes das cargas |--q)| © |=4), recebidas pelos corpos-componentes no final do processo de carregamento, devem ser, obrigato rlamente, iguais. Entéo, no caso de existirem somen- te dois corpos carregados € nade maia, 6 fieleemento impossivel que |+-qlze/—9), © a fdrmula coulom biana deve cor, obrigatoriamente: 2. € impossivel, fisicamente, a existéncia de dois cor- pos com as cargas de mesma polaridade, no caso de existiram somente estes dols corpos e nada mais, Neste caso, devia existir (2, na realldade, sem- pre existe), um terceiro corpo carregado, um corpo- componente, que fornece ou recebe os elétrons dos dats primeiros. Quando na mesa do laboratério se carrega eletricamen te uma esfera metdlica isolada, por exempio, positive- mento, tira-se dela uma quantidade de seus elétrons @ transfere-se-os para seu corpo-componente, “terra*. Assim, a mencionada esfera metilica torns-se carrega- da positivamente e 0 ambiente (a mesa, as paredes, 0 SETEMBRO, 1910 MUNDO ELETRICO toto © todas s coisas 20 redor) tornamse carregados negativamente (2). Simultaneamente surge, também, um campo eléirico entre a esfera metélica e todos os ob- ietos do ambiente ao seu redor. Aparentemente, foi carregada eletricamente somente a esfera metélica, mas, na realidade, fol crlado um dipolo eletrico. Como f superticie do ambiente € muito mator que a super- ficie da estera metalica, a densidade das cergas elé- tricas distribuidas sobre esta superficie 6, naturalmen- te, muito menor que na superficie da esfera, © esta carga, além de existir, dificilmente pode ser pereebid Mesmo quando todos oa objets do ambiente estdo longe da esfora carregeda — © campo elétrico entre fa osfera © 0 wmbiente, @ a energia potencial desta campo, nao desaparecem. E, mais do que isso, néo ficam muito enfraquecidos, como se pade comprover matematicamente, © papel do ambiente, que serve como corpo-componel te para as cérgas aparentemente inicas, Isoladas, néo fol notado nem por Coulomb, nem por Cavendish, nem por outros fisicos do século XVIII. A nogao dos cam- pos eléiricos surglu somente meio século mais tarde (Gauss), Medindo as “forces de repulsao” cam a balan- Ga de torgéo de Coulomb, eles supunham ester ope- rando com somente cuas cargas da mesma polaridade, ‘quando, ne redlidade, operavam com tres. Quando todos cs objets do ambiente séo afestados para bem longe, pode-se imaginar 0 ambiente como luma grande esfera vazia que envolve a supra mencio- nada esfera metatica concentricamente (fig. 1). Neste aso, © campo elétrico entre dois corpos-componentes (a esfera meidlica a ¢ a esfera vazia b, gue simbolieam © ambiente) ¢ formado pelas lintas de forga que ssem radialmento da cuperlicio da esfora ae terminam na superficie interna da esfera b. Ceda parcela de superficie da esfora a sofro a “foroa de atracao” pelzs partes correspondentes da superficie da esfera b de ambiente. Mas, a esfera a, em qeral Bo sofre nenhuma forca, porque a soma vetorlal de todas as forcas elementares é iqual a zero. & impor tante notar que o valor da capacitancia elétrica “C’ ‘SETEMBRO, 1980 MUNDO ELETRICO APARENCIA E REALIDADE NOS. FENOMENOS ELETROSTATICOS entre as esferas tem, neste caso, seu valor minimo. ‘Quando a esfera a nao esta mals no centro da esfera b, a soma vetorial das forgas elementares nao é mats zero € a esfera sofrera uma forga F no sontido cor- tespondente ao sentido do votor da soma votorial. So a esfora a tom a possibilidade do ear doslocada neste sentido por um caminko dl, sera executado 9 trabalho: dwar. dl Com 0 deslocemento dl aumenta em de @ capacitancia milua entre os corpos-componentes ¢ diminui a ener- gia armazenada dentro do campo elétrico no valor de W, valor do trabalho mecsnico executado Gomo 6 conhecido, a energia potencial do campo ele trico produzide pete carga q, 6: @ i Wee 2G” Arr, Diminuir esta energia, tirando do seu valor uma quan: tidade dW, 6 possivel somente por um aumento da capacitancia "G” entre 0s corpos-componentes Fste aumento da capacttancia "G" entre os corpos por tadores das cargas com as polaridades opostes, & in- ispensavel para o surgimento das forgas coulombianas, € acontece sempre quando stuam forges efotrostaticas. A liberagio de uma parte do encrgia do campo elé co dove ser entendida como a verdadeira e tinica ca- sa do surgimento das forcas eletrostéticas coulombia- Como uma aproximagio dos corpos.componentes sem- pre proveca um aumento da capacitancia *C* entre as mesmes — pode'se, condicionalmente, falar de "forcas de atragéo” entre as cargas com polaridades opostas. Mas, 0 eumento da capecitincia “C” pode acontecer, também, sem uma diminuiedo da distancia entre os cor- pos; como, por exemplo, dentro de um capacitor rote- tivo de um radioreceptor ou dentro de um eletrometro escolar, usado frequentemente em aulas de Fisica. As forgas ‘coulombianas surgem, nestes casos, também, agindo sempre em sentido do aumento de eapecitancio, ‘C* entre 0s corpos-componentes. Golocende perto da esfera metélica # mais uma, a, igual & primeira, com @ mesma carga © mesma polaridade — ‘2 superficie intoma de esfora de ambiente b divide-se cm duas partes (fig. 2). Cada uma das partes serve co- mo um corpo-componente para a esfera coresponden- te. Agora, cada esfere, eparentemonte, & atraida pelo sour corpo-componente e hd um afastamento mutuo das esferas, se isto fosse mecanicamente possivel. Na rea- lidade, @ causa do afastamento métuo ¢ outra: com um (© valor de capacit8ncia entre ums esfera com 0 volo ¢ ¢ una fsfera cue simbolza o ambiente, com o ralo A = se, pode ser taleuiads conforma s formula: ge A 4 onde 1 a distdncia entre 08 centras das duas esleras 53 MITSUBISHI + Chaves ce Partiva e Contactores {0 10'a 6008 em CA ou CC) + Holes de Protegao ce Moteres [ea aefo tarmea ou aol state") + Foles Autres Iara tances ce ie 600V AC ou 2av DC, nas Geren ca a5, 6, Be 10 concactos) + Ralée do Ferpo Irae versbes do ‘oparaeae ‘ola state") reicalGe Duman, Canacrere Comper TSUBA GHRVIEO BF INFORWACOES Ne 278 Contadores Digital de Impulsos Tipo LCI Tipos LCIP e LCIR fa este Contactores Magnéticos ‘aumento da distancia “I” entre as esferas, aumenta-se © valor da capacitancia entre elas e 0 seu corpo-com- ponente — 0 ambiente *. E assim, como |é mencionado, fica libertada uma parte da energia potencial do cam- po elétrico, que se transforma em trabalho mecanico do

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