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Fompes com a Igreja. A {6 cristt do regente envolveo em dlficuldades com 2 maioris dos seus sidites, que slo pegion Ele vem tentanda escapar desses dificuldades 20 funder e dirigit uma Igreja Nacional Zalu — ums clivagem nova produzida pela clivagem dominants, ape: ‘se de no reconhecer que esté fazendo isto, de acordo com os movi ‘mentos fundamentals. ™ Discuti isso em African Poltical Systems, op. lt p. 50, Study of Culture-Contact, op. cit, p. 84. em African Political Systems © os capitulos inicisis >. Infelizmente néo posso dar nenhuma estatfstica. 1 Vide scima, pp. 46, 48. % Witcherajt, Magic and Oracles among the Azande, op. cit. Vide acimn também pp. 4748, % Vide meu artigo em African Political Systems, op. cit 'métodos variades para coleté-lo. Isto se eplica particularmente A ANALISE SITUACIONAL E 0 METODO | DE ESTUDO DE CASO DETALHADO * J. Van Velsen Q trabalho de campo etnogréfico é orientado, mas cessariamente determinado, pela viséo tedrica do antropélogo. Como regra, © leitor de monogratias etnogrificas nunca pode ter ‘4 certeza sobre que tipo de material foi realmente coletado © regis- trado pelo antropélogo em: seus didrios de campo. Entretanto, as evidéncias existentes indicam que antropélogos com formacéo tedrica contrastante coletam diferentes tipos de materiel e usam f tris escolas sucessivas ds antropologia inglesa, com as quais ‘me preceupsrei aqui, que rotulei de “pré- dem também constituir abstracdes. Este tipo de andlise no faz concessSes para 0 fato de individuos defrontarem-se mmuites vezes diante de uma escolhe entre padrées alternativos. Assim, Evans Pritchard escreve: Nés devemes far que sonrdito gue std no plano absirato das relagées estruturais deve supor que o compertamento soja coatradit6rio. [.. ‘Ae vezer podem surgir valores conflitantes na conscléncia individuo, mas és devemos nos referir & tensSo (1940:265-260). Portanto a perspectiva estruturalista € que cada tem um status definido no sistema de parentesco, bem como tos ¢ deveres também claramente definidos em relagio 20s parentes. Mas particularmente em sociedades tribais de escala, as chances so quo inémerss pessoas, ou até mesmo 348 85 pessoas, possam reivindicar varias maneiras de se relacionarem geneologicamente com qualquer outra pessoa de uma mesma érea Que seja relativamente pequena — por exemplo vilarejos, vi mhancas. ete. — onde as relagées sociais sé0 muito imtensas. Pro. vavelmente, venficaremos gue um indivdue pode fet una es (2) colha com referincia A relagio especifica de parentesco que destja ~~ utilizar, de acordo com os seus objetivos em uma situagao espe- | cif, Alem do mais, contrariamente a que com freqiércia se! afirma, ou se infere, em um sistema de parentesco classficat6rio, © comportamento nio é determinado unicamente pelo parentesco. _~ Os individuos defrontam-se, muitas veres, com escolhas cu até) conflitos, nfo somente dentro do sistema de parentesco (por exem- plo, um grupo de relagées parentais contra outro) come também, Por exemplo, entre relagGes de parcntesco c relagdes baseadas em agrupamentes residenci Bm qualquer sociedade o individuo ter por vezes que optar entre vérias normas contraditorias entre si. Assim, as normas rela- tivas ao siams dé um Komem como filho, marido, pai, primeiro ninistro ou chefe, dificilmente serio compativeis entire si em todos 48 sentidos, Embora etnogratias baseadas em uma perspectiva e>. trutural possum mencionar ou sugerir estas contradigSee inerentes, ‘ais contradigies_nao_sio~analisadas “no mesmo plano que--ou © com referén ros dados observados. Ao conirério, a énfase ¢ dada 4 uniformideds dos dados, possivelmente entremeada por ceg6e8._Porém, em todas as sociedades existem Tncongruéncias € contredigdes entre os varios conjuntos de normas nos diferentes | ~ campos de aso. Um problema que os membros de qualquer t0- siedade devem resolver & 0 de viver com estas incongruéncias | através da manipulacéo de normas, de forma que as pessoas pos. sam continuar a viver juntas nume ordem social. Por esta re 2o, isto constitul um problema que também merece ser estudado Pelo antropélogo. Neste sentido, Turner nos conia como sio irre. aves i dominantes que is & Treqiiente, existindo, além do mais, um alto indice de mobilidade de aldeias © individ instabilidade-deestrutura social secular 6, porém, contrabalancada pelo = ritual a cargo de associagées db culto que stuam em diferen- (es aldeias, vizinbangas c até ecoam nas chelias adjacentes de crigem Lunda [...} [0 que preserva assim] os valores comuns da sociedade Ndembu constantemente ns frente éos clhos dos inveterados individualstas que a compéem (1957:xxb. Turmer também verificou que pessoas que, no contexto das relagoes internas da aldela, “‘parecem ser excegtes & regra que pres- ‘reve que [quando uma aldeia se divide] irmios uterinos partem juntos”, desempenham ume fungdo essencial no sistema social mais ‘amplo das relagSes entre as aldeias, no sentido de prevenir “a z jalmente fragmentados pela ira”. ‘Neste contexto conclui que “essas aparentes excegdes as_regulari- dades-estatisticas obtidas formagées_genealdgicas sobre_@ fissio-da aldeia provaram 1s mesmas regularidades mum temade rel 1957:232), ~ Este tipo de andlise jclos estruturais olés- sicos pelo tipo de material coletado durante a pesquisa de campo e pelo uso diferenciado desse material, decorrente da propria dife- renga existente em seu enfogue te6rico, Os trabslhos de Evans- Pritchard, Fortes, Firth — para mencionar somente alguns ex- poentes do método estrutural — esto claramente baseados num grande ntimero © numa variedade de fatos observados € ages re- gistradas, assim como, presumivelmente, em declaragdes de infor- mantes sobre normas idczis de comportamento. Entretanto, estes ‘autores aparentemente observaram ¢ registraram as agdes ¢ rela ‘oées interpessoais a partir da perspectiva dos principlos estrutu- rais a serem posteriormente abstraidos dessas informagSes. De oy ualquer forma, seus trabalhos nao contém material que corre ““ facione estudos de casos ilustrando processos socizis. Os eventuais 5 | repistros ecerca do comportamento real des pessoas utilizedos nas ‘suas anélises so, na maioria das vezes, meramente empregados para ilustrar certes aspectos dos modelos abstraidos de material de casos ndo publicado. Té notei que Redcliffe-Brown julgava que as agdes de individuos nao deveriam constar de uma No entanto, evideaciamos claramente nestes relatérios etnogréficos fa existéncia de variaybes das rerularidades abstraidas © que O8 ‘autores estavam conscientes dessas variagtes. Para citar Radcliffe: Brown novamente: “a forma geral ou normal desta relagio [ tura] existente [entre o imo da me e o fitho da irma] ¢ abst 350 da das vatiagbes de casos espectficos, ainda que levan tee eee Incorporar essas variagGes © se estas podem ser incorporades &s formas gerais, Evans-Pritchard escreve de maneira semelhante: ‘AS res ades politicas séo confusas € conflitantes [...] nem sempre esto de acordo com os valores politicos” (1940: 138). — a autores nao indicam a forma em que decidem (9s Scus modelos representam as re i “vari Seo oe ee a ee em ae excegdes que no entram no esquema de suas anélises, O Ieitor tende a questionar: quo gerais” so estas variagSes? etc, Se ‘tomarmos os Lakeside Tonga como exemplo verificaremos que um modelo estrutural ‘Ros apresentaria @ matrilocalidade ¢ a des- cendéncia mairilinear tanto como padrfo de residéncia na aldeia quanto como modo de descendéncia, ¢ que trataria como exceggo ‘03 casos de pessoas que nao vivem matrilocelmente ou que ndo se suvedem nos cargos © fungées matrilinearmente. Certamente. 0s Tonga também salientam que 0 principio mattilinear e a resi. déncia matrilocal constituem dois valores dominantes ‘a sua socie- dade. Entretanto, cheguei 4 conclusio de que no poderia prosse- guir falando significativamente sobre “exeegées” quando descobri gue 4086 de mina emose mattilocelmente, Tive que a Por que oe que néo vivem matrilocalmente néo o fa- sm; tentsi encontrar elguma reguleri irregular Vouba en ige *gularidade nas irregularidades (ver O trabalho de Richards € escrito predominantemente a partir io ee oo rae oe ones rege anilise esté baseada. Estou me referindo & sua descrigao detalhada da alde ia Kasaka (Richards, 1939:154-183). Os habitantes da al- deia emergem da estrutura social como personalidades. Deve-se observar que estes individuos Bemba recebem atengao no por oy, alguma mancira spatter ou “desviamies”. A citagao oe ee See ee eee fo saracicres individuais, com todss as suas peculiaridades femperamentais ¢ fisicas © os Incidentes draméticos do dita dia, parecem salienterse fortemente, enguanto os padrées for. 351 Uo mais de parentesco, que acabamnos de descrever, desaparecem de vista, Nés estames observendo um némero de pestoes que ‘geslem ou que detestam ‘er de dividir cue comida, ou de Dreparéla em conjunto, ¢ ao plenejando um esquema de pparantesco. Mas isto, ebviamente, reflete como a cena aparece no contexto da vida cotidiana (1939:160). Richards também explicita um pouco mais o seu método de coletar dados através ce pesquisa de campo: : men aeerie ee ale ee re nee ee Soros fripias obsrvages ds um oo nim de poses poner oa ae | regms tribais de manciras diferentes — seja conformandose Sean ee ae oe oe ae aie tee 5 oe oe Embora eu concorde com as distingées feitas por Richards, gostaria de acrescentar mais uma. As declaragoes de informantes Bederiam ser snda caegrizadas como sendo: exlcabes a terpretagber de_agSes ou evenios espetfens, de um lado, © opi sides dow infermantes_acerea de_normas idels-emrespsta aos NATS282Questionamentos do pesquisador de campo. sobre shale {2 ieas_(comy, por_sxcmplo.“‘sc um cagador_m 1a. prece, como ste = “Gnd ia?"), de outro lado. Alirmagées que pertonzam e qual- S quer um desses tipos nfo passam de pontos de vista mantidos por membros especificos do grupo que o antropélogo esté investi gando, Estes tipos de afirmacies deverlam ser considerades como tum aspecto do comportamento destas pessoas ¢ tratados como tal. Por isso deveriam ser relacionados com a posigdo dos informantes dentro do grupo, bem como ao seu envolvimento nes agdes em ‘questo. Deveriam também ser relacionsdos, quantitativamente e/ou qualitativamente, ao comportamento de outros membros deste grupo em circunstincias similares, As afirmagSes dos informantes ‘ave pertencam a qualquer um desses dois tipos deveriam ser trax 352 tadas como um historiador trata as suas fontes: constituem, por assim dizer, valores de julgamento ¢, por esta razio, deveriam in- tegrar a categoria de informagdes que foram referidas snterior- ‘mente como sendo comportamento observado, Em outras palavras, estas afirmages no deveriam ser usadas_como se fossem obje- 8, observacdes analiticas fei ‘espectadores”. A avaliago sociolégica de ages e outros comporlainentos faz parte do of.clo. do antropélogo € 2 avaliagio socioldgica das mesmas agées, etc., poderé ser bem diferente daquela avaliagao social feite por infor. mantes locais. Acima de tudo, nio se pode esperar que informan- tes destreinados, sejam eles chefes Bemba ou burocrates assalaria- dos em Londres, apresentem a0 antrop6logo andlises sociclégicas sobre comportamento observado em suas respectivas comunidades. Agir desta maneira significaria assumir, como muitos leigos o fa. zem, que ser membro de uma comunidade cquivale a entendé-le sociologicamente. Os aniropélogos freqtientement ie infor gui ost wpSes. Em outrat palavias, po | derse-ia der que deixam de tratar ay declaragien dos informer 7° ‘es com 0 necessério cuidado, considerandoas meramente um tipo de comportamento observado. De qualquer modo, devido & falta de indicaglo, 0 leitor muitas vezes ignora se as generalizagses © afirmagies feites pelo autor sobre regras ¢ valores sio resultado de suas prépriés anélises acerca de todos os tipo de comporta- mento observado (incluindo declaragSes sobre normas ¢ valores feitas pelos informantes) ou sc sio as avaliagGes do priprio povo estudado. Desta maneire, no que se refere aos casamentos enire Primos ciuzados (crusscousin marriage), 0 leitor & muitas vezes levado 2 cier que, onde for permitids, esta seré a modelidade preferida de casamento, devido a0 fato de fortalecer os lacos i ternos de um determinado grupo. Assim Richards (1950:228) air- ma que, em geral, os casamentos entre primos cruzados no grupo Bemba — ie., um homem casendo com a filha da imma de seu Pai (FZD) ou ¢ filha éo imo da mie (MBD) — aumentam a estabilidade de unidade familiar extemsa. Esta sua afirmacdo & baseada no fato de um genro no ser considerado um forasteiro quando se mude para a aldeia de sua esposa, sendo “fortemente identificado através de descendéncia com 03 \Iideres do grupo”. Como jf indiquei, isto néo € muito convincente (Van Velse, 353 “uIP S 1965:185-184). Considerando que os Bemba se casam urorilocal- mente, poderiase supor que este caso 6 se aplica 20s homens que s casem com a sua MBD, Se assim for, os homens que casarem com suas FZD nio terdo vinculos matrilineares com seus sogros. De fato, Richards meaciona que os casamentos entre pri- mos cruzados do tipo MBD séo os mais comuns, Isto pareceria indicar que toda 8 questi dz influéncia estabilizadora dos casa- mentos entre primos cruzedos € mais complicada do que suas afir- ‘mages fazem supor. Em todo caso, pode ser inclusive verdadeira a afirmagio de que © marido, que € também um primo cruzado, iio seja consideredo um “forssteiro” © que esteja fortemente iden- tificado com a aldeia de sua espose, mas isto nao exclui a possi- bilidade de que ele possa se sentir ainda mais identificsdo com uma outra aldeia cuja atragdo posse prevalecer. Poderseria querer alizacbes feitas por Richards so baseadas_em lise de comporiamento observado ous refletem os pontos ‘proprios dos Beniba. De acordo com minha propria expe- entre os Lakeside Tanga, pude observer que, cada vez que feu fazia perguntas generalizadas sobre casamento entre primos ccruzados, reczbia em resposta pareceres bastante semelhentes 208 registrados por Richards. De qualquer mancira, estas opinides nfo correspondiam acs dados que eu havia coletado, Contrariamente 2 concepso Tonga, fui forgado a concluir que, de fato, somente © casamento entre primos do tipo MBD poderia possivelmente surtir 0 efeito desejado de impedir os filhos do marido de muds- rem para a aldeia de sua mie, Mas, mesmo nesse tipo de case mento, 0 efeito desejado poderia ser contrabalancedo por um sfeito potoncialmente dectrutivo, inerente a este tipo de cazamento, no plano politico (Von Velsen, 1964:128 seq). ‘A anélise estrutural nos proporcionou esboges que eram pre viamento inexistentes, trazendo & tona novos campos de interesse. Para mencionar pelo’ menos um exemplo: os trabalhos de Fortes © Evans-Pritchard, respectivamente sobre os Tallensi ¢ os Nuer, apresentaram morfologies de sistemas politicos vidveis que opers- vam apesar da auséncia de instituigdes governamentais especial zadas. Antes da publicagio desses trabalhos, os sistemas politicos eam invariavelmente concebidos com base em algum tipo de hierarquia dos portadores da autoridade do Estado. Assim, Malt nowski, em estudos anteriores a esses desenvolvimentos, impOe 354 uma hierarquia de chefes ao seu material sobre as ilhas Trobriand Em 1962, Uberoi. reavaliando as informacSes etnogrifiess de Ma- linowski sob a luz de teorias mais recentes, demonstrou que a cstrutura da hierarquia politica que Malinowski sugere pera 0 caso Trobriend nfo correspond: as suas préprias informagoes cinogeéticas (cf. Powell: 1960). O desenvolvimento da teoria ax {ropoldgica, assim como as mudancas significativas que ocorteram «m intimeras sociedades do tipo que os antropélogos convencional- mente estudavam, levaram, por outro lado, a um questionamento cada vez maior de alguns pressupostos bisicos da posigio estru- turalista, at Variagdo, mudanga e 0 conflito de normas Como vimos, andlise_estrutural da_morflogia social: conseaiientement 6 dada & uniformidade, de forme tas abstrages da ondlise cotrutural. Nes palavsas de Fories, estas Tinhas gerais esto reduzides a “um niimero limitado de principios | ( de ampla validade” dos quais foram eliminados os contornos ins- cabados € os pontos supérfluos. Por outro lado, Shapera (1938:29) salientou que ‘ume nlase significative» = ® cultura nio € meramente um sistema de convicgses © pri icas formais. £ essencislmente formada por reagdes indivi tradicionalmente deterninads par varia o> 330% ‘goss deste padrio: ¢, realmente, nenhuma cultura jamais po deré ser entendida se atengé0 especial nio for cesta variaglo de manifestacdes individuas, Em outras palavras, normas € erais de traduzidas_em_pratica; estas so, em iltima andlise, manipuladas Por individuos em situacdes especifices para servirem a fins espe- cificos. Isto dé margem a variagdes que deixam de ser levadas €m consideracdo no modelo abstrato formulado pelo antropélogo estruturalista. Este pode inclusive julgar que essas variagSes nfo so particularmente relevantes ¢ por esia ra2io as ignora, ou, pelo menos. deixa de explicar como tais variagées se encaixam 355 isa apresentar linhas gerais co 4> eas _variagdes so ignoradaty.y.n06| no quadro dos seus principios gerais de ampla validade, Como alternativa, pode inchisive mencionar que tais variagSes ocorrem, mas as considera meramente acidentais ou excepcionais, Desta maneira, as varingées tampouco se ajustam ao quadro de referén- a estruturalista, Além do mais, nfo far sentido rotular de “excep- cionais” ou “acidentais” tais eategorias de dados obsYVGVEIS, J que ‘oeorrem ¢ fazem parte da mesma ordem social que 0. etnégralo. se propts Investiger © descrever. intorMe agora em condigdes de retornar a uma questo men- la anteriormente. As afirmagées de Fortes e Evans-Pritcherd, das, indicam que a andlise estrutural pressupde a existEncia de homogeneidade e de relativa estabilidade na sociedade ou co- munidede estudads. Hé também uma tendéncia de procurar por estas condiges de homogeneidade e de relativa estabilidade em uma época que precede as observagées pessoais do etndgrafo acerca do povo estudado, i.c., antes que a influéncia européia ou de qual- quer outra cultura estrangzira tivesse sido supostamente sentida. Esta tendéncia nao era metamente o resultado de um romantismo rousseauniano”, uma procura nostélgiea de culturas “nao adulte- radas”. O enfoque estrutural de referéncia nao € adequado & and lise de conflito das normas ¢ da resultante escolha da acdo dispo- nivel 40s individuos. Essas normas mutuamente conflitantes sf. particularmente aparentes em socTedades que estao sendo. expostas [ uma pena Enea de outras culluras, como, por exem- eS plo, pe ogee os weet yr igifo, de ne merciais ou de_uma buroctacia governamental, Tanto as andlises Cosyrowsestruturais mais antigas quanto algumas bem mais recentes tendem '2 ignorar os problemas de mudanga, considerandd, 20 invés, as escolhas individuais de a¢io origindrias de noves situagdes como ‘excegdes ou distingdes das normas apropriadas, ou seja, tradicio- | nais. Este enfoque nos leva & “hist6ria” conjectural ou & “recons- | trugo” do sistema de normas tradicional (ver, p. ex., Hammond- Took, 1962, e também Van Velsen, 1965). ‘Tais consideragdes provocaram uma reagio entre alguns an- tropélogos contra a énfase acentusda dade pelos estruturalistas & uniformidade ¢ & norma formal e ideal. Na realidade, houve um ‘aumento de interesse em relacéo #0 problema das normas confli- tantes. incluindo normas conflitantes resultantes de influéncias culturais alienigenss. Além do mais, os antropélogos também come- 356 garam a realizar pesquisas de campo em comunidades urbanas, estudando sindicatos e outros aspectos referentes & vida urbana ¢ industrial, tanto em paises com uma economia industrial hé muito estabele digges entre as_realidades obser anies_a0 trabalho. assale- eo taans: io de mao-de-obra, etc. & as antigas suposigdes acered >< de Uhiformidade, homogencidade € relativa estabilidade. Além do ‘ais, 0 isolamento das unidades de estudo, para fins analiticos, esté ficando gradativamente mais complicado (veja Gluckman, ed. 1964, esp. cap. 2-6). Para citar um exemplo, Barnes (1962) che- gou 3 conchusfio que, até no estudo de pequenas comunidades rela tivamente isoladss da regiao montanhose da Nova Guiné austra- liana, nfo se poderiam empregar de forma proveitosa os modelos cstruturais de parentcsco e de sistemas politicos, como primeira- mente formulades no campo africano. Como resultado da teagio & abordagem estruturalista, exage- rouse a importincia dads ao comportamento real observado: even- tos e relacGes especificas séo tratados como impares, existindo ‘uma relutdncia em relacioné-los a um quadro geral de referéncis. Por exemplo, Bohannan (1957) descreve o sistema legal dot Tiv come se © mesmo fosse tinico, ¢, conseqiientemente inapto para ser comparado com sistemas Iegeis de outros povos, incluindo 0 sistema inglés ¢ o norte-americano. Conseqientemente poder-se-ia dizer que, por implicagao, a sua descrigao nega que 0s Tiv pos 1am um sistema legal, pois cada disputa é enalisada como sendo ‘inica, ou seja, ndo é fundamentada com referéncia a um conjunto geral de normas. Bohannan escreve A decisfo [da Justiga] raramente se ocuparé publicamente de um detalhe da lel. (...] © propésito da maioria dos Jir interrogatsrios judiciais) ¢, porianto, 0 de determina: um ‘modus vivendi, nio de splicer leis, mas decidir 0 que € cor elo num caso especifico. Eles normalmente o fazem sem referéncia aberta aos regulamentos de lei (1957519) Observe que Bohannan usa o termo geral “decisio”, sem deixar claro se esté se referindo ao veredito dado pela Corte de Justica ou as sanpSes impostas como um resultado desse veredito. 357 Oe Podemes questionar como uma Corte de Justiga, qualquer que sei, poderd “determinar um modus vivendi” (ou um “acordo”, como Bohannan 0 denomins em outra passagem) considerado certo por todas as partes, sem ter como referincia um corpo de normas aceito por todos; se esta roferéncia € oficial ou implicita de pouca importincia. De qualquer forma, os casos citados por Bohannan no apdiam sua propria afirmagzo. Por exemplo, 0 caso ne 8 referese & cust6dia legal de uma menina que fora crieda por sua avé meterna. O pai da menina queria sua filha de volta. Logo no inicio da sesso, um membro da Corte de Justica “ou- vyindo nada mais que isto sobre a questo. observou que nfo pa- recia-haver nenhum problema [...] [a av6 receberia uma re- compensa pela educagio da meninal, a filiagio néio estava em dGvida”. Betas afirmagdes parccem indicar que as Cortes de Justiga seguem ¢ eplicam certas normas cm relagio 20s seus verediios. ‘Além do mais, fica claro com referencia ao resto do caso (e, na realidade, em muitos outros casos citados por Bohannan) que as cortes Tiv mantém cettas normas € no esto dispostas a com- prometé-las em prol de um entendimento amigével entre as varias partes. Esses casos parecem também indicer que « afirmarfo de Bohannan, sobre as Cortes de Justica visando a um certo modus vivendi ou um acordo, pode ser mais pertinente as sangSex da Corte do que 20s seus vereditos, Quando discut: a metodologia bésica do seu livro, Bohannan distingue entre 0 “sistema popular de interpreiagao” dos Tiv € 0 “sistema analitico” dos antropsiogos. Contudo, suas consideragoes sobre 0 sistema legal dos Tiv parecem estar bascadas predominan- temente em apenas um tipo de informacéo, i.e, das, excluindo as normas ideais com a5 quais os Tiv concordam ou dizem concordar. Porém, dessa forma, ignora-se simplesmeate © fato de que o antropélogo social est interessado em estudar Pessoas que vivem € etuam dentro de uma certa ordem social, ccujas acces devem ter, portanto, alguma referéacia as normas de conduta jé aceitas ¢ estabelecidas. Normas idesis de conduta € 0 comportamento real esto sempre intimamente correlacionados. Nesse sentido, Devons (1956) argumenta que, embora a regra for- mal de conduta — séja num assunto de negécios, numa organi- zacio voluntéria ou no campo politico — posta ser ignorada na pritica e ter se transformado em mito, a regra ainda € teorica- 358 mente vélida ¢ faz parte da realidade, Devons escreve em resposta ‘a um artigo de Finer (1956), que tratava do papel dos grupos de interesse na politica, Devons se opde a idéia de que o comporta- mento politico possa ser “‘explicado e entendido exclusivamente em termos da interacéo [...] entre os grupos [de interesse]”, e nega ‘que 2 “nocdo de governo como um objeto de um interesse priblica mais amplo seja somente um mito, uma simulagdo”. Ao invée disso, Devons postula que © ideal do tnteresce piblico e a pritica de grupos de interese ‘fo ambos parte da vida poltica, e qualquer ponto de vista razodvel sobre « poltice deve compreender ambos, por mais contradit6ree que’ sciaim. Cheparenios « uma visto erOnce. se fentarmos explicar a realidade do comportanento politico, ex: slesivamente em termos de um ou de oui. A realidale € ‘uma interasio complexa, nada fécil de explcar ou destrinchar. Devons ainda observa que “a tendéncia de se construfrem expll- ‘cages tedricas beseadas exclusivemente em termos de um destes, principios ou préticas” ¢ comum, néo somente em relagao as discusses sobre © comportamento politico mas, também, naquelas referentes a negécios ¢ outras organizacdes. Esta surgindo um crescente desejo entre os antro i almente entender como a8 “psseons. 2._muitas vezes, ‘ui dos aspectos da reag8o ao estruturalismo formulado por Rad- cliffeBrown © desenvolvido por alguns dos seus estudantes. J4 citei uma nota de rodapé de Evans-Pritchard acerca das “realide- des politicas [que so] confusas e conflitantes”. Mas Gluckman sugeria (1955:1-26), usando a vasta informacdo fomecida pelo proprio EvansPritchard, que em suas anélises da sociedade Nuer estava faltando uma parte vital. especificamente como os Nuer reconciliam ou utilizam 0s conflitos existentes entre as erigéncies da descendéncia patrilinear © 05 lacos afetivos do parentesco ma- trilinear. Neste sentido, tem por hipétese que podese adquirir uma compreensio mais profunda do conflito Nur, tomando-se em consideracdo a importincia politica do parentesco matrilinear. Todo © trabalho de Gluckman £ ne reslidade permeado pela nogdo-de que normas conflitantes — ie., as diversas lealdades. dot indivi- diios a diferentes grupos, baseados em diferentes principics de or » contribuir pera a coesio pélitica e social. Colson (1953), dé maneira similar, nos descreve 339 Glos Vee detalhadamente uma situasio na qual es lealdades conflitantes dos individuos — de linhagem. marital ¢ de residéncia — ajuda- ram finalmente a resolver uma disputa oriunda de um caso de homic{dio. Este enfoque demanda néo somente o registro ¢ @ apresen- taglo dos “imponderéveis da vide real” (Malinowski, 1922:18), mes também um relato coordenado das agdes de individuos expe- fficos. Bares (1958) observou uma “mudanca de énfase da co- leta de declaragdes sobre os costumes © os detalhes do comporta- mento cerimonial para o estudo das relagdes sociais complexas [...] [sendo como conseaiiéncia] uma Enfase maior dada ac atores do que aos informantes”. Assim, registros de situades re © de comportamentos especificos tm sido transportados dos rics de campo do pesquisador para a: suas doscrig6es analiticas, 1ndo como ilustragSes aptas (Gluckman, 1961:7) das formulagSes abstratas do aittor, mas como parte constituinie da anélise. Denominei esta maneira de apresentar ¢ lidar com as infor mages etnogréficas de “andlise situacional”. Ao usar este métedo, © etnégrafo néo somente apresenta ao leitor abstracdes ¢ conclu- sées do seu material de campo, mas também Ihe fornece parte considerfvel desse material. Isto proporciona so leitor melhores condigses para aveliar a anilise etnogrifics, néo apenss do ponto de vista de coeréncia interna da argumentaséo mas, também, atra- vyés da comparagéo dos dados ctnogréficos vom as conclusies que foram extraldas desses dados, & principalmente quando a maioria ddos atores, que fazem parte do material de caso do autor, com freqiiéncia aparece em situagies diferentes, que a incluséo de tais dados pode reduzir as chances destes casos serem transfor- huni |mados em meras ilustragdes aptas, Néo estou deduzindo que os sweaciudetnégrafos que trabalham com um ponto de referéncia estrutural néo tenham nenhum telato de sitvacdes reais em seus diérios de campo ou que néo os publiquem. A diferenca, como jé indiquel. pareceria estar. antes. no fato de que as descrisées estruturais nfo nos fornecem ume série de eventos interrelecionados que mos- tram como, numa estrutura especifica, individucs Tidam diante das escolhas com es quais so confrontados. ‘Observando a relacio entre o comportamento existente 2 a descrigio generalizada, defendi o ponto de vista de que a andlise situacional oferece melhores oportunidades do que a anilise es 360 trutural para a integracdo do acidental e 0 excepcional com 0 geral. Se este enfoque puder esclarecer melhor ¢ aprofundar mais 9 nosso conhecimento sobre o processo total da vida social em sociedades que parecem ter estruturas formeis claramente defini das, eu afirmaria que, no caso de termes os mesmos objetivos em vista, o mesmo poderia ser aplicével a fortiori naquclas sociedades, como, digamos, os Tonga de Malawi ou da Zambia, ou algumas das tribos das regides montanhosas da Nova Guiné, que ndo apre- fentam estas caracteristicas. Nao se pode falar significetivamente em_excepdes quando os agentes*do sistema nao so grupos dura- douros claramente estruturados, mas_sim_individuos interligados, através de sliangas confinuamente em mudansa, em grupos pe- ‘quenos € multas vezes efmeros.—————— ~‘Comaparei 0s objetivos © méiodos de antroptlogos que seguem uma tradiggo estruturalista, com os tipos de problema que desper- taram © interesse de inimeros antropologos de uma “geracdo” mais jovem, pérestruturalista. Ao fazer esta comparacdo, quis demonstrar que a nossa critica 2 tradigio estruturalista rel mais_uma_amplificag fo e ume diferensa_de énfase do_que uma da mesma forma em que as gp btoionsnaloe ae tdralistas. O quadro de referéncia estrutural ainda € um ree sito para a enélisc antropolégica. Mes nés agora queremos adicio- nar algo mais: a estética da estrutura, “o edificio permanente no qual as relagdes e atividades sociais esto congeladas”, como For- tes exprime (1945:252), deve ser suplementada e revigorada por tum estudo das agGes “normais” e “excepcionais” dos individuos que operam a estrutura, i,¢., 08 processos que ocorrem no interior da estrutura, Nés estamos procurando relacionar os desvios des regularidades estruturais as regularidades de outra ordem, espe- icamente a interpretacdo de um sistema social em termos de nor mas conflitantes. Esta nova énfase nio sé exige um tipo diferente de material de campo, como também levanta a questio de se, € de que forma, este material deve ser apresentado ao leitor. En- quanto uma andlise estrutural visa integrar as generalizagies e ebstragdes num ‘inico relatério coerente, nenhum esforco é feito no sentido de integrar as vérias paries do material de caso entre si, ou de incorpord-las & anélis quando isto é feito o resul- 361 Ser ma fee tado pode ser, como Sommerfelt (1958) demonstrou, que um caso escolhido para ilustrar uma generalizacio especifica, na realidade, invalida. A andlise situacional dé, 20 contrério, maior importin- 3 (cia & integrago do material de caso a fim de facilitar « deserigio > ' dos processos sociais. Anélise situacional e pesquisa de campo Lozo ce infcio, sugeri que os métodos da pesquisa de campo do etnégrafo séo orientados por um enfoque tedrico, mas no s80 necessariamente determinados por esse enfoque. Por exemplo, a visio te6riea de Firth 6 em alguns pontos somolhante Aquolas que eu coloco com referéneia & enélise situacional. Surpreendente- mente, entretanto, existsm poucos sinais de que Firth tenha apli- ccado estas teorias na andlise de seu préprio material etnogrético, mesmo em seus trebalhos mais recentes, Firth escreveu: “Se as estruturas sociais sio modelos, entio podemos chamar a organi- zagio social de realidade. Mas mesmo se no forem meramente modelos, entéo, como conjunto das formas primérias da sociedade, necessitardo ser suplementadas através dos estudos do processo” “poderiase entio deccrever 2 organiza- 0 social como os arranjos funcionais da sociedade. E 0 processo de ordenagao das agdes © relagées com referencia « determinados fins sociais, em termos de ajustamentos, que resultam do exerof- cio das escothas feitas pelos membros da sociedade” (1964:45). Entretanto, estas ¢ outras teorias interessantes e dinimicas pare- cem néo tet sido eficientes como guias, sendo deixadas de lado como determinantes, no trabalho de Firth, Assim, em seu reestudo sobre 0s Tikopia (1959), ele menciona a crescente influéncia dos professores ¢ missionérios cristdos como também da administragéo britinica. © livro nos fornece clara evidéncia de que estas condi- es ampliaram a escolha, para os individuos de Tikopia, entre as normas alternativas de comportamento. Mas Firth nfo des- creve “o exercicio de escolhas pelos membros da sociedade”. O livro esté mais preocupado com o exerefcio de escolhss pela so- ciedade. Na reslidade, parece que estamos lidando com dois sig- nificades diferentes do termo “escolha”. Nas suas afirmagSes te6- ricas acimacitadas, Firth parece usar 0 termo no sentido da sele- 362 slo por parte dos individuos de normas alternatives de compor- tamento dentro de uma estrutura social persistente. Eu empreguel este termo no sentido de uma “deciséo” coletiva, cultural, Este sentido do termo “escolha” tem uma conotacio histGrica: € s6 pos triormente que o investigador pode afirmar que “as coisas muda- ram”. Referese 20 resultado final de um proceso de mudanca onde, durante um perfodo de tempo, os membros da sociedade fazem suas escolhas individuais em situacdes especificas: alguns escolhendo a norma tradicional, outros a nova norma rival, ou, ainds, as mesmas pessoas agora escolhendo ora uma, ora a cutra, ‘com uma tendéncia geral a favor da nova norma. E coments quando esta Sltima tornase universalmente aceita que o investigador pode afirmar que uma “‘aldcie optou pelo progresso”. B esta espécie de tratamento do “antes ¢ depois” que domine o reestudo de Firth: ele constantemente justap6e aquilo que encontrou em 1929 com © que encontrou em 1952. Os processos interpostos de mudanga (aio confundi-los com as etapas da mudance) sio apenzs revel dos. Este enfoque também tende a enfatizar as mudangas de cos- tumes. Assim, 0 leitor constantemente se confronta com afirms- Bes do tipo: Porece, entretanto, que howe uma modillessio progressive ‘na cerimBnia de casamento Tikopia, através da ciminuisdo de atoc formais. Algune interoimbios tradicional de alimen tos foram reduzidos [em 1952, em relagio = 1929). [..-] Estas reducSes nfo foram felias somente em cesamentoe erie ties; pagios sequiram a idéia [...] a pritica do ritual ds ceaptura da noiva [...1 parece ter sido abindonada par eam. pleto em 1952 [...] (1959:208). Portanto, em seus estudos etnogréficos, Firth lids ampla- mente com a mudanca de (ou a escolha entre) um “conjunto de formes primérias” para outro, mas negligencia o problema refe- Tente aos individues escolhendo entre um conjunto de normas Enfase que Firth da a escolhs no seu conceito de corganizacio social & um marco importante da tendéncia prevale- ccente, na antropologia mais recente, de distanciamento da preo- ccupagio com a estrutura social em si. O interesse crescente por Processos sociais esti relacionado o esta tendéncia,’ incluindo 363 © estudo das regularidades na variedade do comportamento real do individuo dentré de estrutura social. A meu ver, a anilise si- tuacional pode ser muito til para se lidar com este proceso de opsio, isto é, a seleciio feita pelo individvo, em qualquer situa- gf0, de uma variedade de relasGes possiveis — que podem ser las mesmus governadas por diferentes normas —, daqueles com- portamentos que considcram que melhor serviréo a scus objetivos. As relagdes € normas selecionadas podem provavelmente variar com referéncia aos mesmos individuos de uma situag2o @ outra, bem como com referéncia a situagdes similares de um individuo 20 out. Um problema relacionado de significario sociolégica, para 0 qual a andlise situacional parece ser_relevante, refere-se A discre- Biase eect entre, lado, as crengas das pessoas e a aceitagio " _ declarada de_cerias_nérmias, ©, por outro Iado, © seu comporta- 14® 5G mento real, Eu argumentei que tais discrepancias nfo podem ser ‘explicadas se slo relegadas a categoria de infonmagdo denominada “excegées”. Acima de tudo, as discrepincias constiuem parte do campo de estudo ¢ podem revelar, numa anélise mais detalhada, sues prOprias regularidades. Além do mais, agdes que podem pa- recer conflitantes, para 0 etndgrafo € para os outros membros da sociedade, talvez possam ser explicadas pelos préprios atores em termos de uma ou outra norma, Também dei énfase a talvez necesséria suposigdo de uniformidede da anilice estrutural, © su- geri que a variago € um trago caracterfstico tanto das sociedades instéveis como daquelas no homogéneas: variagdes através dos tempos, no caso das primeiras; e variagoes sincrOnicas entre as partes componentes da sociedade, no caso dessas tiltimas. Como méiodo de integrar variagées, excesSes, e acidentes nas descrigies das regularidades, a andlise situacional, com sua énfese no pro- cess0, pode ser portanto particularmente apropriada para o estudo de sociedades instéveis ¢ ndo homogéneas. Mitchell (1960:19) fez este tipo de argumentago com referéacia ao estudo de relagies © Sociais em sociedsdes miltiplas, onde cleramente “néo estamos ©) | Tidando com um sistema cultural integredo, mas com um sistema no 7 | qual sistemas de crengas bastante discrepantes podem coexist e ser ativados em diferentes situacdes sociais”. Esta énfase no estudo das normas e do comportamento real, numa variedade de diferentes situacdes sociais para o tratamento 364 de certos problemas analiticos, implica também diferentes téo nicas da pesquisa de campo e apresentagio dos dados. Em pri tmeiro lugar, requer uma maior énfase, durante a pesquisa de ‘campo, no repistro_das ages dos individuos como individuos” como personalidsdes endo somente como ocupantes de status expeaifigcs. Pare que se possa aprender c, mais tarde, deserever 0 processo da opcao, € necessdrio registrar, em detalhes meticulosos, as agdes de determinados individuos especificos durante um pe- Fiodo de tempo. Quando uma tal série de material de caso rela- cionado for posteriormente apresentada na anélise. os As. Bs. ¢ Cs de tantas “ilustracdes aptas”” situacionalmente isoladas perde- rio seu anonimaio, recuperando, 20 invés, sua identidade como Tom, Dick e Harry, ou Jack ¢ Jill: estes so agora atores em uma série de cireunstincias diferentes, que fazem um uso maior ou ‘menor (i2., manipula um elemento’ de escolha) de nommas que se ajustem as necessidades de situagbes especificas. O pesquisador teré que enfrentat_certos problemas para dar ao seu material de ccasoruma perspectiva histirica. Poderé decidir limitar seu periodo dz observagao, Mas este limite poderd ser muito restritivo e seré forgato, esse’ caso, 2 levar em consideraco eventos que ocorre- Fam anteriormente © a0 inicio de sua investigasio. Portanto, 0 cindgrafo que desajar registrar histérias de caros, terd que comple- mentar suas préprias observagdes com outros tipos de fontes como, por exemplo, « meméria dos informantes, registros do tri bunal de justiga e outras fontes documemtadas ou no. Entretanto, © eindgrafo deve estar ciente de que existe uma diferenca entre estas duas categories de Informacao. Em contraste com os dados observ os, as outras foates de informacgo podem conter um elemento de distoreéo nem sempre facil de ser avaliado (este observacdo nio € tio Sbvia quanto possa parecer). Freqiientemente antropé- logos que trabalham em sociedades tribais no so nada criticos em relagio as informagdes dos informantes sobre eventos ou con- digdes passadas. Por exemplo, 2s comparaces dos informantes entre a stual lassidéo moral € os “velbos tempos”, quando os culpados de relacées sexuais extramaritais teriam sido queimedos, foram muitas vezes relatadas ¢ aparentemente aceitas passivamente sem nenhuma tentativa de avaliacéo ert Um exemplo do tratamento especificas em relacdes estruturais vigentes 6 dado por uma série 365 poet de cascs relatedos por Middleton (1960:129229), Estes casos ocorrem em uma comunidade local, entre os Lugbara. Abrangem um periodo de aproximadamente um ano e séo baseados nas obser- vagSes do préprio Middleton, que contou também com a memé- tia dos informantes com relagio a0: dados sobre 0 passado; mas Middleton é suficientemente cuidadoso ao indicar quem conta o ‘qué, Exies casos so predominantemente relatives a sactificios eos espititos ancestrais como resultado de inforiGnio pessoal. Mas nfo ilustram somente normas, valores e pritices de adoraclo € reli- A gio de ancestrais Lugbara. Estes séries de casos demonstram uma ruptura crescente entre duas secSes de linhagem de uma comuni- dade local, que leva & sua separasio. Middleton interpreta esta série de casos como uma luta pelo poder conduzida em termos de ritual. Em contraste com este tratamento integrador, quero agora citar os seguintes itens de informades isoladas de Firth (1958). ‘Na pagina 246 ele registra uma entrevista com dois chefes Tiko- pia, Fangarere e Taumako, com os quais “discutiu sobre a estru- tura de linhagem de seus cls em 1952, Cada um estava preo- cupado em dar uma identidade separada a unidades bastante po- ‘quenas que eu havia analisado previamente como simples compo- nentes de outras maiores”. Foi especiclmente o chefe Fangarere ‘quem “insistiu em caracterizar a msioria das unidades que viviam separadamente como unidades individuais [...] [éizendo] &lhes adequado ficarem separados”. Firth nio tenta explicar esta al tuds, seja relacionando-a com outros eventos ou as posigGes espe- Glais dos chefes, seja culucandva Ue alguma mancita num con texio social maior. Entéo, Iemos na pégina 280 que o velho chefe Fangarere morreu em 1940 ¢ que ndo fora sucedido por seu filho ‘mais velho, como seria “normal”, mas 0 seu filho mais velho 0 sucedeu como chefe cristio Fongarere e seu filho mais novo como chefe pagio Fangarere. Como seria natural, o leitor fica ccurioso para saber se existe uma possivel conexiio entre estes dois fragmentos de informaco, especialmente porque hé uma ou duas referGncias isoladas sobre o chefe Fangorere que o fazem parecer algo “excepcional”. Para acentuar a especulagao, Firth insiste em se referir a0 chefe Fangarere sem discriminar se se trate do pagio ‘ou do cristio. 366 uso do material de caso detalhado do tipo que Middleton y.—~,,: emprega visa esclarecer certas_regulatidades.do-processo social. ¢ = ‘io _realcar idiossincrasias pessosis. Por esta razlo, na coleta ¢ abresentacdo de dados sobre 0 comportamento real dos individuos "OS deyese referir sempre &s normas que dirigem, ou que so tidas como dirigindo, este comportamento, Assim, estaremos em condi- | <> ses de avaliar se 0 desvio de certas normas € geral ou excepcio: | =~ nal, por que tal desvio ocorre, © como sua ocorréncia € justificada. © cindgrafo deve procurar saber, em cada ocasiéo, 25 0 rpretapoes dos atores e também as das outras pessoas, nlo- com a finalidade de saber qual € a visto “certa” da situaczo, mas “> — para descobrir-alguma_correlesao entre as varia vod ‘mos, 0 status € papel daqueles que tomam ~~ Unia investigacao tao detalheda requer do ‘etnégrafo um con- tato mais {ntimo com individuos durante um perfodo prolongado de tempo © um conhecimento de suas hist6rias pessoals ¢ de suas redes de relagdes. Tendo em vista o fato de que o periodo de pesquisa do cindgrafo € geralmente Iimitedo a dois ou ts anos, ‘ou até menos, isto significa que teré que limitar sua drea de pes- isa, Assim, nem sempre seré possvel estudar uma tribo com, pleta, ou a organizagao de um sindicato ou uma érea urbana. Isto!" — nos leva & questéo da tipificacio da anilise antropolégica. Esta ‘questéo pode ser particularmente relevante se a preocupacéo prin- cipal do antropélogo for a de apresentar a cultura (os costumes) ou os prineipios estruturais ds sue unidade de pesquisa. Eu estou, no entanto, defendendo a anélise dos processos sociais. Isto signi- fis um tipo diferente de pesquisa de campo, isto é, pesquisa tls intensa numa unidade menor. A definigio dos limites geograficos, culturais, econémicos € politicos da unidade de estudo e a sua extrago de entidades malo- res — e talvez mais conyencionais — nos coloca diante de um problema dificil. E a questéo que surge é a seguinte: até que Ponto estas unidades menores podem ainda ser consideradas “uni- dades"? Como resposta, eu enfatizaris, em primeiro lugar, que 0 isolamento pata propésitos analiticos nao deveria ser confundido com isolamento de faio. Nos estudos tribsis, a tribo ¢ muito fre- qlientemente tratada como infludncias cultursis, ecordmicas ¢ politicas externas. Com toda a certeza, na Airica, especielmente desde a colonizeco européia, as sociedades ee 367 muito menos isoladas do que muitos antropélogos, historiadores ¢ outros freatientemente pressuptem. Em segundo lugar — e como derivacdo de questo precedente —, a questo do isolamento niio aparece repentinamente quando estudamos, por exemplo, uma aldeia, ao invés de uma ‘ribo inteira, ou até mesmo somente uma agéncia de um sindicato ao invés da organizagio nacional des sindicatos, ou ainda uma drca urbana, ou até mesmo ‘uma parte dessa area urbana, 20 invés de um pais inteiro. Seria mais verdadeiro afirmer que fol epenas relativamente hé pouco tempo que nos tornamos cientes do problema referente a defini- ‘cao da unidade de estudo em relacio & entidade maior da qual cesta faz parte. Conseqiientemente, o isclamento analitico de, dige mos, uma aldeia como unidade de estudo, 20 invés de uma tribo inteira, € um problema relativo. Por exemplo, foram povcos os que alguma vez questionaram 2 conveniéncia de um estudo dos Trobriend que, como Melinowski tio bem demonstrou, cram nada mais do que uma parte de um grande arquipélago, Malinowski, certamente, nfo indicou nenhuma preocupagio com o problema | da delimitagao dos Trobriand como unidade de estudo, Obvia- meate, eu nfo estou argumentando que os Trobriand néo sejam uma unidade analitica adequada, Ao contrério, estou meramente argumentando que extirpar. para propésitos analiticos. uma pe- quena rea das ihas Trobriand no criaria um novo problema metodolégico comparado com a extirpago das ithas Trobriand do resto da “cadcia do Kula”. Ambos envolvem o problema do isolamento analitico (veja Gluckman, ed, 1964). Uma observagdo final sobre esta questdo: devemos sulientar que existe uma tendéncia no sentido das unidades de estudo cimt- rnufrem em seu tamanho; da falta de limitsgao da escola de Wan- erlust para somente algumas aldeias (ou até somente uma) numa sociedade tribel, ou uma agéncia de um sindicato, e assim por diante. Isso no expressa necessariemente uma paixio por detalhes ‘menos densos. Ao contrério, esta tendéncia pode nos proporcionar © tipo de material que nos habilitaré a fundamentar melhor a com- paragdo intercultural em maior escala: € uma questao de reculer pour mieux sauter. at Farei agora um sumério breve dos meus pontos principais re 0 registro dos casos a partir de um quadro de referéncia 2359"10 evacional, Uma. das suposigdes na qual a andlise situacional est4 368 Deseada € a de que ss normas da sociedade nio constituem um toio coerente e consistente. Sio, 20 contririo, freqlientemente va. >) ‘gis © discrepantes. R exatamente este fato que permite a sua ma- nipulaso por parte dos membros da sociedade no sentido de fayo- 1942 Fecer seus préprics objetivos sem nevessarlamente prejudicar sua 2! estrutura eparentemente duradoura de relagdes sociais, Por isso, or *21? anélise situzcional enfatiza_o estudo das normas em conflito. es mais frutifera sobre nor Previsivelmente, a fonte de inforr ‘mss conflitantes € constituida por disputas, expostas ou nao dentro de um tribunal. As descrigdes sobre a“! ‘mente sugerem que todas as disputas sio simples casos de “trans- ‘gressio da lei” e que, portanto, a discussiio esté bascada nos “fatos” do caso, enquento existe uma concordincia silenciosa ou express entre todas as partes interessadas com referéncia & norma ou as norma aplicéveis. Estes descrigOes ignoram 0 fato de que podese ‘encontrar, em quslquer sociedade, uma grande categoria de dispu- tas onde a discusséo gira principalmente em torno da questio sobre quais normas, entre um néimero de normas mutuamente conflitan- tes, devem ser aplicdveis acs “fatos” indiscutfveis do caso. A partir) deste ponto de vista, torna-se mais importante obter diferentes ava- Hiacdes ¢ interpretacées sobre disputas, ou outros eventos eapect- | ficos, de virias pessons, do que procurar aveliayio ¢ interpreta ‘g80 correta destes eventos, O enfoque situacional vai muito além daquele que tenta saber o que pensam “os sébios homens velhos da vila”, da escola © 0 advogado. Para 0 socidlogo interessado em recess soils, do enistem pontos de vista “certos" ou “etra-_) os"; apenas existem pontos de vista diferentes representando dife-"*\.)°~ renles grupos de infetesse, satus, personalidade e assim por diane.” a. Como corolério, deve-se documenter o méximo que for possivel sobre 0 contexto geral — os casos devem ser apresentados situa cionalmente — e os atores devem ser especificados. Por exemplo, disputes sobre dotes podem envolver muito mais que meramente a demanda pelo dote que nio foi pago. Podem ser 0 veiculo para uma disputa em outro campo (exemplo politico) que, por uma outta rezo, nfo podem ser tratados como sendo uma disputa poli GQ tica (veja, no caso. Van Velsen, 1964:125). Finalmente, durante o (2), trabalho de campo, devem-se procurar casos inter-relacionades den- lee tro de uma pequena érea que envolva somente um mimero limi | "3 tado de dramatis personae. Tais casos devem set, mais tarde, apre- <)3\)9-= 369 sentados na andlise em seu contexto social, como parte de um pro- ceess0 social © no como casos ilustrativos que sGo razoavelmente cconvenientcs para uma gencrelizayio especifi Os préximos doit exemplos mostram a oplicagio pritica da abordegem situacional, Mitchell foi um dos primeiros entropélogos 12 usar este forma de casos inter-relacionados integrados 2, ¢ como ‘base para, sua anélise da composigio da aldeia Yao. Em seu estudo, ‘presenta uma série de casos de acusagdo de bruxaria ¢ divindades swyrestell (1956:165-175), que abrangem um perfodo de cito anos, retroce- dendo a um periodo anterior & chegada do autor em cena, Estes casos referemse predominantemente a inforttinios pesscais tais como morte ¢ nascimentos dificeis. Se fossem tratados como ins- tancias isclades, estes casos poderiam ter sido usados para ilustrar, de forma razoavelmente apropriada, as nogdes de feitigaria dos ‘Yao. Porém, Mitchell apresenta seus casos no contexto social total de uma aldeie especifica ¢, dessa forma, descreve © processo de ampliagdo da clivagem existente entre as segdes de linhagem na aldeia e sua ruptura final em duas aldeias separadas. O livro con tém informagées similares sobre outras aldeias e 0 autor as epre- senta conjuntamente com uum relaio dos principios estruturais dos grupos residenciais e de parentesco dos Yao. Devido a este tipo Ge apresentasio dos casos, ox indimeros exemplos de briga, de ‘acusagGes amargas ¢ de outros sintomas de desunifio nfo nos le yam & concluséo de que estamos confrontando uma “sociedade desintegradora” (por exemplo, como resultado da ocupagio brita- | nica). Ao invés, 0 autor nos mostra que tais periodos de ar-argos ‘\e freaiientes conflitos no so sintomes de “patologia social", mas sim inerentes a0 ciclo de vida des aldeias Yao desde sua forma- cio, passando pelo seu crescimento até a sua dispersio. Turer spresenta uma elaboraco deste tipo de anilise. Em ‘seu livro, sua principal preocupario reside no ciclo de desenvol- vimento da aldeia, neste caso entre as Ndembu. ¢ a ela integredos, estfio uma série de “dramas sociais”: uma série de casos, todos WiC ocalizados numa aldeia © centrados num homem chamado San- dombs que Iutou contra intimeros imprevistos para conseguir Do- sigio politica, fracassando porém, Turner descreve o ritual como tum mecanismo de compencagio que tends a “vir a existir em si tuagdes de crise, quando aparecem conflitos na aldeia ¢ entre as aldcies como resultado de contradigées estruturais, e néo simples: 370 mente de transgressio da lei por parte de individuos ambiciosor € maliciosos" (1957:530). O objetivo deste autor foi também 0 de ‘mostrar como © nico, © casual © 0 arbltririo estéo subordl- nnedos 20 “costumeiro” dentio de um Gnico sistgma espacial © temporal de relesSes sociais (...] [e] para mostrar como © geral © 0 particule, 0 ciclico co excepcionel, o regular © 2 irregular, o normal ¢ 0 desviante, estéo interrelacionados num Minico processo social (1957:328). Por esta razlo, julgou “nevessério tomar uma tinica aldeia como meu universo” (1957:528). Turner, como Mitchell, retrocedeu no tempo, iniciando a anélise de seus casos em uma data bem ‘anterior 20 periodo em que comecou seu trabalho de campo, En- tretanto, ambos os autores indicam, quando necessério, quem sfo 8 informantes de histérias especfficas ou de outras porgdes de informagio. Isto ajuda o leitor a situar os casos no seu contexto social. Os estudos realizados por Mitchell ¢ Turner constizuem, anGlises estruturais, mas enfatizo que ambos foram capazes de s¢ aproximar mais da realidede observada, adicionando-the uma outre dimensio, especificamente uma anélise do processo social, ou seja, a maneira pela qual os individuos realmente lidam com seus rela- cionamentos estrutursis ¢ exploram 0 elemento de escolha entre Conclusto Neste ensaio esbocei métodos de anélise e pesquisa de campo desde a composicéo de costumes coletados a0 acaso, passando pelo método estrutural — mais modesto, mas também’ mais frutifero com sua énfase na morfologia social —, ¢ chegando 2 um método que visa analisar as inter-relagdes das regularidades.estruturais universal”) de um lado, € 0 comportamento real (“nico”) de individuos, de outro, Embora eu seja da opiniao de que o enfoque teérico do pesqui- sador de campo é de fundamental importdncia com referéncia a0 tipo de material que procura, e embora eu pense que os métodos 371 da pesquisa de campo s6 possam ser prescritos em termos gerals, apresentei algumas sugestdes com referéncia & coleta do tipo de ‘material que mais provavelmente satisfard as necessidades de algu- mas das teories atuais. Estas necessidades tendem para uma ané- lise sincrénica de principios estruturais gereis que esté intimamente figada com uma andlise diacrinica da operagio destes princfpios ‘por atoros espocificos em situagSes especificas. 372 Bibliografia BARNES, J. A. “Social Anthropology in Theory and Practice: Inaugural Lecture at Sidney University Ars.” The Proceedings of the Sidney University Arts Association, n° 1, 1858, pp. 47-87 "African Moéels in the New Guinea Highlands.” Max, ne 62, 1962, pp- 39. BOHANNAN, P. J. Judgement ond Justice Among the Tix, Londres: ©. U.P. For International African Institute, 1957. COLSON, E. “Vengeance and Social Costral in Piatens Tongs Society.” Africa, 2 22, 1983. pp. 199212. Republicado em Colson, E., The Plateas Tenge of Northern Rhodecia, Manchester: Manchester Univer sity Press, 1962 DEVONS. E. “The Role of the Myth in Polties.” The Listener, no 58, 1956, pp. 845-844. EVANS-PRITCHARD, F. E. The Nuer. Oxford: Claredon Press, 1940. 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