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QUADRO 1: Diferenas entre ensino de gramtica e anlise lingustica

Ensino de gramtica
Concepo de lngua como sistema,
estrutura inflexvel e invarivel.
Fragmentao entre os eixos de
ensino: as aulas de gramtica no
se relacionam necessariamente
com as de leitura e de produo
textual.
Metodologia transmissiva, baseada
na exposio dedutiva (do geral
para o particular, isto , das regras
para o exemplo) + treinamento.
Privilgio das habilidades
metalingusticas.
nfase nos contedos gramaticais
como objetos de ensino, abordando
isoladamente e em sequncia mais
ou menos fixa.

Centralidade na norma padro.


Ausncia de relao com as
especificidades dos gneros, uma
vez que a anlise mais de cunho
estrutural e, quando normativa,
desconsidera o funcionamento
desses gneros nos contextos de
interao verbal.
Unidades privilegiadas: a palavra, a
frase e o perodo.
Preferncia pelos exerccios
estruturais, de identificao e
classificao de unidades/funes
morfossintticas e correo.

Prtica de anlise lingstica


Concepo de lngua como ao
interlocutiva situada, sujeita s
interferncias dos falantes.
Integrao entre os eixos de ensino:
a AL ferramenta para a leitura e a
produo de textos.

Metodologia reflexiva, baseada na


induo (observao dos casos
particulares para a concluso das
regularidades/regras).
Trabalho paralelo com habilidades
metalingusticas e epilingusticas.
nfase nos usos como objetos de
ensino (habilidades de leitura e
escrita), que remetem a vrios
outros objetos de ensino
(estruturais, textuais, discursivos,
normativos), apresentados e
retomados sempre que necessrio.
Centralidade dos efeitos de sentido.
Fuso com o trabalho com os
gneros, na medida em que
contempla justamente a
interseco das condies de
produo dos textos e as escolhas
lingusticas.
Unidade privilegiada: o texto.
Preferncia por questes abertas e
atividades de pesquisa, que exigem
comparao e reflexo sobre
adequao e efeitos de sentido

O co e o pedao de carne
O co e o pedao de carne Vinha um co atravessando um rio com um
pedao de carne na boca quando olhou para dentro da gua e viu, l no
fundo, um outro co com um pedao de carne maior que o seu. Julgando-se
muito esperto, largou a carne que trazia e foi agarrar outra que avistara.
Mergulhou, procurou, procurou e nada. O tolo acabou ficando sem a carne
que levava e sem a outra, que era apenas o reflexo da sua prpria imagem.

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