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RELATIVIDADE RESTRITA por Roberto Baginski Batista Santos Reimpresséio 2008 Intervalos de. espago e tempo sto absolutos ea velocidade da luz € relativa Avelocidade da luz ebsoluta e os intervalos de espaco e tempo Go relativos. ‘SUMARTO ESTFLAR IMENTO DS LORENTZ FITZGERALD AGKO DOTEMIO ses 33 CONTRAGAO DE COM 34 4.1 FOSTUADOS DA RELATIVIDADE PE EINSTEIN 42. SMULTANEIDADE 43 _ COMO CONSTRUIR UM SISTENA DF REFERENCIA 4.4 TRANSFORMAGQDES DE LORE 45_CONTRAGAO DE COMPRIMEN 46 DILATAcio DOTEMPO... VORENTZ-FVZCERALD 48 ARERRACAO RELATIVISTICA DA LUZ ESTRLAR 49. ETO DoFTLER - 4.10 PARADOXO Da CONTRAGO DO CCMFRIMENTO? 4.11 PARADOXO Dos GéMEDs? )ADE E INVERSAO DA ORDEM TEMPORAL. DOS FVENTOS.. 1B VELOCIDADES SL MOMERSIO LINTAR 52. A2UEIDENEWrON - 53 BERGA 1M EXEMPLO Da CONVERSAG DE ENERGIA EM MASSA AGRADECIMIENTOS Introdupao No final do século XIX os problemas fundamentais da fisica pareciam sslidos a mec svi de Nemo him o movimento ds eae celestes ersten eden edics, agnaios Spies canner sob odevomogitne de Masve semantics ea en borane ena ei ees eer a eel pee nt een ao Vishis no horton esivessem logo dip. Feomente al operenes or re mae (Cada pequena nuvem desenvolveu-se em poderosa tormenta apés um quarto 4 scl oprormad hen ecva racine send, Una smeroergen ecu quit, event cs mgs eosin da mite tne €é mesmo mst a0 eso e deine ten ds vr pofeaimasts stietar,laldsteoate ple Pere ee ae! A mln de Eastin prev als fexdmesos cutotos: uma baa de comprinento & ter me compinena rele para ¢ = y= hETH quand estiverem movimento com velocidade v- a=l 4d) Como a éindepeaitete da velocidade seu valor sera sempre Ie a equagdo (43) toma-se Pe yhy 2-22 = Bh y24 72-022. as) Principio da Relatividade exige que uma particula em movimento ‘wiforme em relaguo a S esteja também em movimento retilineo uniforme em relagio a S'. Para tal, € preciso que « transformagio de ‘coordenatas sa linear AAs transformagges entre as coordemadas espaciais perpeadiculares & 4iregto de movimento reativo entre os sistemas Se S* so simplesmente * Convengise sso com una tansformagondoliney da formax'=x-vit a Seem So feo unforme de uma pantcula é dss or x= vt em S'0 movimento da deseo por N= a, que io € camcterisico de um movimento retlteo esse easo. 8 a8 Cum sistema intel, ver (46) Para convencer-se disso, suponha que duas réguas Re R’ idéaticas, wma sobre © ixo Oy eoutra sobre 0 eixo OY, estejam ambas com sua extremidade inferior sobre a origem do sistema inercial no qual a respectiva régua esti em repouso, igdo do compris régua os observadores de $ dirlo que a régua R'€ menor do que a cstaciondria R (Fig. 86). Se as extremidades das 1€guas possufrem laminas uma marca indelével sed deixada pela régua R’ sobre o corpo da régua R (© Principio da Relatividade garante que os observadores de S' dirdo que ). Uma a régua mével R é mais curta do que a gua estaciondria, ‘marca indelévelseré deixada por R sobre o corpo de R Hi uma nica forma de explicar como R’ pode marcar R (segundo 08 observadores de $) a0 mesmo tempo em que R marca R’ (segundo os observadores de $'. E preciso que as duas réguas, uma mévet ¢ outa estaciooéria segundo os dois engjuntos de observadores, tenham © messmo comprimento. Assim, as coordsnades espaciais perpendiculares & ditegio do movimento relative nio sto alteraas. Para as coordenadas x’ et temos et = axe pet NEyX+Ocb. an Sev =0devemos encontrar ev=et x=x as) ¢ portanto as Fungaes av). Biv) O() valem, para v = 0, o Visto por $ | yas vas | i R [ | x 0 ye Visto por $! Bi0) = 1 = 00) a(0) =0= 0) 49) As transformagaes inverss das eqnaghes (47) x80 1 ae Yh i oy ete fax’ Bx + dct’) (4.10) cedevemos exigir que ct -y B #0. selocidade dx’ dt = 0 em S') term velocidade ee aa (aaa) Da mesma forma a origem © de § (com velocdade dxdt = 0 em 8) tem velocidade dd = vem reli a Se portant, cy BL we at a2) ‘Ao comprar (411) (412) enconramos Quando as informagées dispontv s eansformagies de coordenadas so renidascsubitudas na equasio (4.5) «os coeicietes dos 2 «ext comparaos, bteatos p-et=1 Peat=1 (4.13) ap-yd=0 como B=y, aso--t (a4) w= — ais * Mize +(v) € chamado 0 FATOR DE LORENTZ ¢ nunca é menor do que | ‘As transformagSes entre as coordenadas de un evento no sistema Se n0 sistema S'sfo (4.16) Iyer As transformages encontradas so chamalas TRANSFORMAGOES DE LORENTZ © so consequéncia imediata dos dois pestulados de Ei As transformagies de Lorente sfo a solugo mais simples (com exee trivial v =0) do problema de relacionar as enordenadas de dois sistemas inerciais de maneira tal que um pulso esférico de 1uz com velocidade ¢ em um sistema seja também um pulso esférico de luz com velocidade ¢ no outro sistema, E uma tarefa simples inverter as transformacées de Lorentz. Esquesa as equagdes (4.10) e use a profunda simetria que hi entre um sistema inercial S ‘com velocidade v em relagio a S © 0 sistema S, que se move com velocidade -v em relagao a S'. Assim, (ary bastando trocar os papéis das coordenadas de § ¢ de S'¢ inverter o sentido (e 0 sinal) da velocidade nas transformagiies de Lorentz. Quando a velocidace relaiva v € pequena em comparagao a velocidade daluze idade e as transformagées, de Lorentz (4.16) tomam-se Xax- ie (is) que sio muito parecidas com as transtormagies de Galen da fisica de Newton {A dierenga, termo ~ ¥ x, seria responsive pla ft de Cequagi sincronia entre reldgios em movimento, mas, nos experimentos possiveis até a meade do século XIX a quantidade ct € geralmeate muito maior do que % x Nessas condigdes impossivel detectar algum desvio aprecidvel da nogio de ‘Tempo Absoluto e, na pritca, '=t. Isso explica 0 enorme sucesso d 45 CONTRACAO DE COMPRIMENTO DE LORENTZ FITZGERALD No ‘Como a barra esté em repouso aio é preciso medir as coordenadas de posigio ema inercial S' hd uma barra em repouso ao Longo do eixo OX. de seus extremns, x', ¢ X'3, de modo simultneo em S'. O comprimento da barra, segundo os observadores de S', € Ly=xa- 1419) 1° &chamado 0 COMPRIMENTO PROPRIO, OU DE REPOUSO, DA BARRA. Por outro do, osisteua $e coat ely aba ¥ = vi em relagto a0 rmedir © comprimento da barra mével, Ago ema inercial S. Nese sistema 6 mais complicado é preciso cuidar para que as medidas das coordenadas dos extremos da barra s (simottaneamente em S: j4 vimos que nar laneidade de eventos depende do sistema inercial em que as medidas so feitas). A definiglo do comprimento L da bana em S & feitas simultaneamente dade de Kinstein a a 1420) Para relasionaros comprimentos Lye L basta apicar as transformagies de Lorentz (4.16), =v =) 2p ecaleular (422) Assim, os observadores de S ditio que @ barra emt movimento possui comprimento (423) de S', que estdo em repouso em relagdo a bana {Um fensmeno parecido com esse foi aventado como possivel explicaglo iado negative do experimento de Michelson - Morley por Lorent id uma década antes da relatividade de Binstein(v. segao 3.3) como * Como os religios dos observadores de S eso siacronizados hasta que combinem que Lentativa de salvar a nogio de éter. L4,Lg era 0 comprimento que a bana teria ao fier. Aqui, o fendmeno é si se esiivesse em repouso em re os observadores de S' medirem c comprimento L de uma barra de comprimiento proprio Lo que esteja em repouss em relagio a S descobrirdo que sempre menor do que a mesma barra em reps yuma: a simultaneidade no sistema $ difere da ta pelos observadores de S' » Deserig i yas yas fo eee ° 7 0 Hl Figura Para apreciaro papel da simultaneidade das medidas dos extremes x(t) e x,(t) considere o seguinte experimento feito para tentar medie © comprimento 4a barra em movimento. Dois rel6gios sio colocados cada qual em uma das cextremidades da barra € jzados em S' sistema no qual a barra esti em repouso. No instante de tempo t'= 0 eada um deles emite umn facho de luz na 2% siregio O''. Os fachos de luz sio captados por dois detectores de uma série de Aetectores espalhados sobre o eixo Ox do sistema $, A distancia entre esses dois detectores serd a diferenge entre as posigies KAMAE MV(Lg+¥O)=Yv)Lg 424) dos detectores e seré (4.25) AA diferenga entre esse resultado ¢ 0 resultado correto (eq. 4.23) exté no fato de que agora tentamos medi © comprimeoto da barra mével, para observadores de S, usando a simultancidaée em S' da emissio de luz nos extremos da barra enquanto anteriormente a medida foi feitalevando em conta 4 simoltaneidade tal como definida em S. Cs observadores de $ dirdo que o acho de lncda extremidade da frente da barra foi disparado 7(v) vL.g/¢? depois io, que a extremidade da frente estaré mais & frente do que deveria e que a medida nfo terd sido feita corretamente, do disparo do primeira fac. Fla pois a barra est em movimento. Quando medimos © comprimento de uma barra que esteja disposta _perpendicularmente em relagio & diregdo de seu movimento nada acontece, pois y'=y © 2/=2. Fm particular, sso significa que essas medidas nao precisam serfeitas de modo simultaneo em quelquer sistema inercial. 46 DILATACAO DO TEMPO Dois eventos, € 2, acontecem na mevma posigdo espacial x° mas nos instanes de tempo sistema S'. Ao intervalo de tempo Atg=t' iy chamaremos 0 INTERVALO DE TEMPO PROPRIO. Aly. Os mesmos eventos acontecerio, segundo os observadores de §, 20 instantes de tempo 'y quando medidos por observadores em repouso no ‘ (326) n= rile € portanto 0 intervalo de tempo, em S, entre os eventos 1 ¢ 2 seré 1) Ag = yoad (2) ~ ve "em no mesmo lugar no S' sd0 maiores quando medidos uo sistema inercial S. em movimento em relacio a S', do cue quando medidos em S° Para entender methor esse da locidade da luz © papel ern construamos um relégio de Iue em S' ofigem O'e um espetbo a uma distancia L da origem © perpendicular a0 eixo O'y' (ver Fig, © intervato de tempo necessirio para que a luz v4 ao espelho e Vole refletida& origem 0" ¢ igual a ty = 2b. Orelégio pode exibir em um mostrador o valor do intervalo de tempo que a a2 @ origem O' € todos os observadores, em ualquer sistema, concordardo em dizer que um reldgio em repouso no sistema leva para ir ao espelho & marca o intervalo de tempo Ag. Esses observadozes podem também fazer medidas do intervalo de tempo que a luz leva para completar esse trajeto usando seus préprios relégios, Os observadores do sistema S podem medir o tempo que a luz leva para ir da origem O” de S' até 0 espetho e voltar, usando um rel6gio em repouso em S. Eles 0 fard0 por meio-de um conjunto de relogios em repouso € sincronizados em , espalhadis por todos os pootos de seu sistema inercial, de § estamos certos de que todos 0s relogios de § apresentam a mesma leitura. Lemos o rel6gio Ry de $ quaodo a ‘Ao ler qualquer um dos rel64 luz € emitida da or, gem O' de Se ore Iogio Ry de $ quan intervato de tem po deduzido dessas foituras € At. Na Fig. 11 vemos um ‘caso em que 0 rel6- gio de luz move-se com velocidade v=ci2¢ tom perio- do proprio Atg igual 2 20s. No sistema incrial $ © period do regio € de 23s. Vej ‘Como a luz propagn-se com velocidade c em todos 10 isso € posstvel. preciso apenas descobrir qual o percurso percorrido pela luz segundo os cobservadores de S. Em $ 0 sparato move-se uma distancia vAt/?2 para a dirita ‘entre a emissGo da luz e sua reflexdo no espetho. Dai até sua volta & origem O' de S! 0 aparato move se mais v At/? para a dieita, A situagio é estritamente lente Aguela encontrada na andlise do experimento de dew 24+ (4.29) © perfodo de tempo At atribuido 20 relégio em movimento pelos observadores de § pode ser encontrado a partir de (430) ‘bservalores em 5, corer tempo Atp marcado por ele € menor do queo tempo At marcado pelos rel6sios aes" Os observadores de $"ioerpretam tudo dle modo diferente. Segundo cles 08 reldgios de Sesta- vam fora de sincroaia (Fig. 12) &, portanto, & ‘mais do que natural que FE. Keating, Selence 177, 166: ‘do mun Os rstados dae geal eso em contort Cot 28 sta, Voar sme era 0 este retard © 2 ‘suas préprias medidas. Quando a luz foi emitida pelo rel6gio de tuz o retégio Ry de S, responsivel por marcar o tempo de retorto da luz & origem O' de 8’ jt marcava 0,68 s. 47 ALONGA VIDA DO MESON ions). Os mésons 4. também s = No expt- de mésons jt no tempo de sua produgZo © ao tempo instaveis e decaem seguindo a lei e decaimento radioativo, Ni sendo Noe N 0 niimero respectivamente. A constantet,9 68 meia-vida do méson pov sea, é o tempo necessério para que a populagéo de mésonsy sea reduzida pela metade. No sistema de repouso dos amésoos pt sua meia-vida é de3,1x 104s ‘Se montarmos detectores de mésons jt no topo de uma montanha de dade 6 mésons . em um certo intervalo de 5,0 km de altura e contarmos 0 de mésons que viajam com v= 0,98e obteremos um niimero como tempo. Nessa velocidade os mésons x deveriam le TAOS (previsao fstica) para chegar ao nivel do war e apenas 2,2 104 mésons 4. deveriam ser detectados 16. Toda |, © experimento mostra que 47x 108 mésons 1 so detectados a0 ns veres mais do que sugere @ provision rola parece ser de 116x105 (5 longa do que em repouso) ico mostra que, no sistema de repouso do méson a viagem nao dura At=1,7x105s mas sim Atg=Atly=3,4x 106s 105 mésons yt devem sobreviver & viagem. dilatagdo temporal é essencial pera entender a aparente do méson 2 temporal eda cotragSo do coupe: no so rugs fe movendo-se com no outro Lo cexperimentais [B. Rossi, D.B. Hall, Phys. Rev. 89, 223 (1941 cestrela que esteja sobre nossas cabegas devermos i pequeno angulo a. A discussZo ni-relativistica sendo va vel A viagem do méson também pode ser analisada por um observador solidério & particula. Para ele, ¢ para o méson ya distincia do topo da ‘montanha até os detectores wo nivel do mar aio seri Ly = 5,0 km mas apenas L=Lo!y= 1,0 km (para o méson jt a Terra vai a seu encontro a velocidade de 0,980). A Terra, segundo o mésor intercepta o feixe de mésons em apenas km/0.98¢=34n10%s, Portanto, 4.7x 105 mésons jt devem sobreviver & A vida do méson uw é um bom exemplo de realidade da di n pouco de iluminagao adequada, A anélise. feita em dois sistemas inerciais . mostra que em um desses sistemas o fendmen nsiste em mésons pL jima velocidade e sofrendo a dilataedo temporal enquanto na inercial tudo € explicado pela contragio de comprimento de = FitzGerald. Ambas as descrigles esto de acordo com os resultados 4B ABERRACAO RELATIVESTICA DA LUZ ESTELAR a entendida em Diseutimos na seco 3.2 a aberrago da luz estelar 1728 quando Bradley estudou cuidadosamente o fendmeno. Para observar uma ar © telescéipio de am a= arcig(v/e) #205", 431) idade da Terra em relagdo ao éter, representado pelo sistema increial das estrelas fixas. * Observagdes de curvas de lz de supernovas veloeitinas do tipo la so outro bom exemplo. © nes aaa vénos dae (sempre em ao%do co Suponha que no sistema Sno qual streets em repouso oa orgem, a tuz seu emtida no instante an dep do cixo Oz, A ‘Terre est em repoiso no sem S, qe visi com velociade = =~ vi em rlaho aS’ A tata da zm S dada por x=yvve zevzet (432) pois x'= 0, ( ingulo de inclinagio do telescdpio ceve ser (433) a= mie (3) = ae ( endo em vista que, para a Terra, v/e © 104 tomna-se muito dificil observar qualquer diferenga'entre a previsio relativistca ¢ sua antecessora. Desse modo, ambas concordam muito bem com os experisentos, De modo geral & muito dificil observar efeitos r jeos com as velocidades de nosso quotidiano (a velocidade orbital da Terra é de 30 km/s © isso prodvz um fator de Lorentz (v) que & maior do que I por una quantidade tao pequena quanto 5x 10°) 49 EFEITO DOPPLER Quando uma ambulincia passa por 263 om alta velocidade com eua sirena ligada percebemos que enquanto se aproxima de nés 0 som que dela ‘ouvimos 6 mais a tem maior freqiéncia, do que quando se afasta, Esse fendmeno ¢ conirecido como efeito Doppler ¢ pode ser entendido com base nos movimentos da fonte de ondas, do receptor e do meio no qual sio propagadas, “Cuno de Fisica Bésica", vol, 2, Edgard Blicher E preciso levar em conta, porém, que boa parte do efeto que nossos 4a intensidade sonora, que nossos ouvidos interpretam também como aumento da frequéncia, do que a0 efeito Doppler (percebemos o som da sirena de uma ambuldncia a 100 km/h apenas dois semitons acima da frequéneia emitida: La 6 percebido como Si e assim por diante-) ‘Uma das consequén teressantes do efeito Doppler com ondas que se propagam em um meio é # possibilidade de discemir entre um deslocamento de freqiiéncia causado pelo movimento da fonte em relagto 20 ‘meio e um eausado pelo movimento do receptor em relayio a0 meio ou ainda de um terceiro causado por ums combinagio dos dois thse wnpagncda da onda desempenha um papel p [isiea pré-relatividade. (Ondas de 1uz nao precisam de um meio para propagar-se © podemos ‘esperar, tendo em vista o Principio da Relatividade, que 0 efeito Doppler assuma feig@es novas na relatividade de Einstein, ‘Uma fonte em repouso xa origem 0’ do sistema $' emite palsos de luz de modo periédico. Dois desses pulsos sdo emitidos, por exemplo, nos instantes de tempo t=O e t= Ty e recebidos por um receptor em repouso na origem O do sistema S. O primeiro pulso € recebido no instante t = 0 e, segundo os observadores de S, as coordenadas da emissio do segundo pulso sio wh xo ev) + ples p= vie 43a) pois © segundopulso ¢ emitido em x' = 0, '= Ty segundo os observadores de . Como o segundo pulso € emitido da posigio x = vTy/WI- vic? & ‘propaga-se com velocidade c, levard um intervalo de tempo a © i vie -36 (435) para ser recebido na origem O de S. Portanto, o intervalo de tempo entre recepsio do primero pulso em x=0 (= 0) ¢ a reoepgdo do segundo pulse no ‘mesmo ponto x = 0 vale Tete (436) A frequéncia € 0 inverso do int vos do mesmo tipo. Assim, cm S a freqéncia de recepgio Quando a fonte © o receptor aproximam-se a freqiacia f € maior do que a frequncia fo e vice-versa. Nao hé como dizer qual dos dois esté em movimento absotuto, ‘Além desse efeito Doppler, chamado longitudinal porque a linha que une a fonte €o receptor é paralela& velocidade relativa entre ambos, hi também © efeito Doppler transversal, que € uma exclusividade da relatividade de No ef perpendicular & (0 Doppler transversal a linha que une a fonte ¢ 0 receptor 6 ‘dade relativa entre ambos © apenas a dilatago do tempo precisa ser Tevade em conla, Desse modo, fefiovi- ve (438) Um experimento recente, baseado no efeito Doppler, écapaz de mostrar que & extremamente improvével que a nogio de éter tenha qualyuer conseqiiéncia observivel. O resultado do experimento estabelece que, em qualquer época do ano, a velocidade da Terra em relaglo a algum possivel éter € de, no maximo 5 cm/s (GR. Isaak, Phys, Bull. 21, 255 (1970). O efeito Doppler também ¢ essencial a0 funcionaments das experiéncias de resfriamento de Stomos neut ices le produ temperaturas tao baixas quanto 10K (as palestras ministradas pelos agraciados com 0 prémio Nobel de Fisica de 1997 quando do recebiments do prémio tratamn desse assunt » Rev. Mod. Phys. 70, 721 (1998)) O efeito Doppler tem grande importincia prética, Sua existéncia torna dessa maneira, de radarps de aviagio e de transite, © Iocalizagdo nao-geoestacionémia da mannha dos Estados rediuzida sem o efeito Doppler, Até rbita geoestacionéria teriam seu funcionamento ¢ localizagio afetados caso seus projetistas desconhiecessem 0 efeito Doppler ‘A luzemitida petosdiversos elementos © compostos quimicos apresenta ‘uma seqiiéncia de linhas claras caracteristicas de cada substinci de emissio’. Quando o spectro da luz emi analisado descobre-se que todas seu espectro la por uma galixia distante & inhas estéo desiocadas para 0 vermelho (a freqUncia caracterstica de ads sinha na Tesra), ‘mostrou, apés analisar uma enorme quantidade de espectros galdticos, que a ha € menor do que a frequéncia da mesma jeando que a galéxia afasta-se de nds. Em 1929, Hubble ide de afastamento de cada galaxia em relagio & Terra € proporeional a sua distancia a Terra. Essa foi uma das primeiras evidncias de que nosso 80 estd em expansio, como previsto pela gravitagdo de Einstein, 4.10 PARADOXO DA CONTRACAO DO COMPRIMENTO? Uma barra “rigida” de 10. em de comprimento préprio move-se Tongitudinalmente sobre uma mesa horizontal. Em seu eaminho hé um buraco de 10.cm de comprimento proprio cobero por umm algapio que pode ser removido rapidamente, Em relagio & mesa 2 barra move-se com velocidade = VIB c /4, que produz um fator de Lorentz y = 4. ara os observadores fixos & mesa, do sistema inercial S, a barra tem apenas 2,5 em de extensio e deve no buraco t20 logo o algapao seja retirado. Para os observadores de um ema inereal $' que se mova com ‘velocidade igual da barra € buraco que possui apenas 2.5 em de extensio e, portant, a barta no deve cair no buraco. Quem tem razio? As transformagées de Lorentz devem responder. Para evitar qualquer io da barra em relagdo A mesa o algapiio $6 é retirado quando, para os observadores de S, toda a barra estiver sobre 0 bburaco. Suponha que nesse exato momento as origens de S eS" coincidam ¢ Para o8 observadores de S a extremidade traseira da barra tem nto vertical deserto por y=0 ,1<0 (439) - 2 y pao quet=0= pois na relatividade nma forga constante como a da gravidade produz aceleragio quase constante quando 2 velocidade ainda € baixa. Para os observadores de S' o movimento vertical da extremidade trnscira da barra é éeserito por <-xvie (4.40) Be eyes, vax , ssendo x’ a coondenaula horizontal da exttemidade tsaseira da bari’, A interpretagao desses resultados & simples: a extremidade traseira da barra segue uma trajet6ria parabélica e a barra & deformada, segundo os observadores de S'. Para os observadores de S a barra simplesmente ea, a0 longo de uma paribola, sem ser deformada. Rigidez nfo ¢ uma nogdo independente do sistema inercial. Nos dois casos, porém, a conclusio € mesma, a barra cai (ver Fig. 13). Mais detalhes podem ser encontrados em W. Rindler, Am. J. Phys. 29, 365 (1961). Descrigto feta pelos: () Descrigtin feita pelos: sce sengenes as i. 5 | ] a e Figura 13, 411 PARADOXO DOS GEMEOS? ois irmios gémeos vivem em uma estago espacial em repouso no sistema inercial $. Um belo dia, um dos gémeos entra em uma espagonave & sai, Universo afora, retomando a estagio apés um intervalo de tempo At medido pelo gémeo que ficou na estagio. O gémeo que ficou na estagdo conhece 0 fenfimeno de dilatagio do tempo e sabe que para seu irmBo na ‘espagonave passou-se um intervalo de tempo Alp anenor do que o intervalo de tempo At medido na estagio. Quando se reencontrarem o gémeo da espagonave deveré ser menos veho do que 0 gémeo que permaneceu na estagio, ‘Todavia, pensa o gémeo da espagonave, quem esti em movimento € 0 gémco da estagio e portanto li 0 intervalo de tempo tomado pela viagem seré menor do que 0 intervalo de tempo medido aqui, na espagonave. Quando os gémeos se reencontrarem aquele que ficou na estagao espacial deverd ser menos velho do que o gémeo da espagonave. Quem esti com a razio? ‘Ambos os gémeos parecem ter usado um raciocinio relativisticamente correto, langando mio do Principio da Relatividade e da dilatagto do tempo i: paradoxo!? Nio! Hi um pequeno erro no racioefnio do gémeo da espagonave. Para poder ‘mas obtendo resultados incompat retomar & estaglo espacial & preciso, em algum momento da viagem, inverter 0 sentido da velocidade da espagonave. Tal procedimento produz. conseqiiéncias| observaveis na espagoniave ~ objetos soltos chocar-se-fo contra as paredes da fave apés um periodo de movimento acelerado, péndulos em repouso comegario a oscilar€ toda sorte de fendmenos estranhos, semelhantes 10 que ‘aconteceriam se uma forga agisse sobre tados os objetos no interior da cespagonave, teria lugar ~ mas nada semelhanfe acontece na estagao espacial Portanlo, 0 gémeo da espagonave nao esteve, durante toda a viagem, em um sistema inercial e no pode usar o Principio da Relatividade, que 36 garante cequivaléncia das i Concluimos que 0 g&meo da estacao espacial esté correto e que viajar pelo espago é um modo de reduzir o envelhecimento. 412 CAUSALIDADE E INVERSAO DA ORDEM TEMPORAL DOS EVENTOS nos, na segao 4.2, que dois eventos simultaneos em nm sistema inercial io s4o necessariamente simultaneos em outros sistemas inerciais. Sera posstvel que os observadores de dois sistemas inerciais cheguem 4 «iscordar sobre a ordem temporal em que dois eventos acontecem? Suponka que no sistema inercial S os eventos |e 2tenham coordenadas espagotemporas xy, ty ¢ X2, ty € que tp > ty, OU seja, que 0 evento 2 acontesa apis o evento 1. No sistema $! tervalo de tempo entfe os dois eventos seré Ata t2- (aly com At = 6) ty > 00 AK=X3—%; Para que 2 ordem temporal ene 0s eventos sejainverida basta separagdo Ax entre eles seja maior do que e2At/v. Equvalentemente, basta «qe a velocidadev etre os sistemas inerciissatisfag a desiguadade va ree (442) Isso mostra que & impossivel inverter a ordem temporal de dois eventos que no satsfagam a desigualdade Ax>cdt, (443) pois v € necessariamente menor do que a velocidade da Iuz.c’. Em todos os ‘outros casos € sempre possivel encontrar um sistema inercial em que a ordem dos eventos seja invertida, Serd posstvel que um efeito preceda sua propria causa? Para que o evento I posse ser causa do evento 2 & preciso que alguma 8 posigdo xp antes do instante fou, no méximo, que anja 0 ponto xp exatamente no instant tp, ca80 interagdofisica, com origem no evento 1, propague-se ‘contrdrio € impossivel que o evento 1 seja causa do evento 2. Nada propaga-se ‘com velocidade superior & velocidade da luz no vacuo ¢, portanto, & preciso que fos eventos 1 e 2 satisfagam Axsedt (4.44) para que 0 evento 1 possa ser causa do evento, ncompativeis¢ a conclusio inverter a ordem temporal de dois eventos que nao possam manter uma relaglo de causa ¢ eftito, ou seja, de dois eventos que acontecem em pontos tao distantes entre si que sequer a luz poderia sair de um 10 outro evento antes que esse acontecesse, Isso ni significa ‘2mantenham, realmente, uma relagio causal. ‘Um detalhe importante. Apenas a coordenada espacial a0 longo da diregao da velocidade relativa importa. Se dois eventos acontecerem sobre o cixo Oy do sistema S ¢ estiverem muito afastados (Ay > c At) no serd possivel inverter @ ordem temporal da sequéncia de eventos com sistemas inerciais cuja velocidade rolativa seja ¥ = vi 413 ADICAO DE VELOCIDADES inercial $', que se move com velocidade ¥ = vi em relagio a $? A resposta galileana a essa pergunta nio Foi capaz de explicar 0 resultado do experimento de Michelson ~ Morley (segio 3.1) e ainda que a lei de adigdo de velocidades de Galileu seja simples tiva devemos esperar que a lei de adigto de velocidades de Ei ente diferente para poder abriger a contragio do comprimento, a dilatago do tempo e a constincia da velocidade a luz A forma a is simples © menos sujeta « erros de encontrar a velocidade Gt & a diferenciagao das transformagées de Lorentz (445) sepuida por (4.46) alileano, Observe que, no que diz respei perpendiculares & diregdo de 7 = vi também siio alteradas como cconsequéncia da transformagio dos intervalos de tempo entre-os sistemas inercais A inversio das equagies (4.46) pode ser realizada diretamente, com base no Prinefpio da Relatividade, (aan, Suponha que no si por uma foate em repous. A velocidade do puso, segundo os breradores de $6 = ei Para os observadores de Sa veloidade do palo 6 = uy] en dao por vy EE EE EE Caney 1, ie” Sey © pulso de tuz tom a mesta velocidade nos dois sistemas inesciais como reza a Lei do Propapagio da Luz. A velocidade da luz 6 2 maior velocidade passivel para o movimento de qualquer objeto. Em 1964 um experimento conduzido no CERN (Laboratério Europeu para Fisica de Particulas), um gigantesco acelerador de particulas na Suiga, verificou esse resultado, Mésons x, produzidos pelo bombardeio de beri por protons, com velocidade de 0,9997Se emitem luz ao decair em mésons yA. velocidade da luz produzida por essa fonte extrenamente répida foi medida no sistema de repouso do faboratério. Se o resultado do experimento for escrito comoe + kv, com v = 0,9997Se, descobre-se quek = (0+ 1,3)x 104, Portanto, nas avelocidade da luz é sempre c, independentemente do sistema inercial em que a ‘medida € feita. O experimento é deserito em T. Alvager tal, Phys. Lett, 12, 260 (1964), 5.1 MOMENTO LINEAR Dificitmente as modificagtes conduzidas pela relatividade de Einstein sobre a cinemética ~ medidas de comprimento, de intervalo de tempo e de Vvelocidade — no teriam contrapartida na dinamica. Nem sempre € simples descobrir quais grandezas terdo utilidade na Uescrigéo da natureza. Hé, no presente caso, doi 2 conservaedo do momento fi areas que sio de uflidade: ar (se 0 momento linear alo pudesse ser conservado nio teria valor) € ¢ limite nao-relati Estudaremos. um processo de colisio eléstica ertre duas partienlas idénticas proposto. por G.N. Lewis ¢ R.C. Tolman em 1909 para descobrir as modificagses no trazidas pela relavidade de Einstein, No sistema inereial $ a particula 1 possui momento tr jalmente, velocidade widade jalmente sistema $ e no sistema S’,respectivamente. ~————— al CColiso observada em S| (6) Colisio observada em S| 240+ As velocidades das duas particulas no sistema S, antes e depois da colisfo sic: ANTES BA COUSKO Deto's a couisio a = 4) je =a) evi at 62) evi hy a = vi eh rT) Para calcula a velocidade da particule 2no sistema § basta transformar sua velocidade antes da colisio @, = ~ uj e depois da colisio @, = uj do sistema S'. no qual sio bern conhecidas, para o sistema $ usando as equagbes (4.47). Note qne o sistema S' move-se com velosidade 7 = vi em relagio a0 sistema. Vamos supor que o momento linear seja dado pela expréssio B= mu) a, que se reduz a mii quando wle @ =H) = i9tuy OF, fosse perpendicular a ¥ aequaylo (54) seria generaizads para 52 A24LETDE NEWTON [Na meciinica de Newton a expressie mais getal para 22" Lei de Newton Ee 68) aque continua vids na relitvidade de Einstein desde que usemos 0 momento B = y(0) mpi. Certamente a forga seri alteada quando medida em outro Bet. Um caso simples de aplicagio da "Lei de Newton na relatividade & 0 ie uma parton de masea de repouso im que pre do repouso no instante de tempo =0 ¢ esté submetida a forga consante F = Fi. Como Gf/dt = Fo encontamos imedistamente que fit) = Fyti- O momesto linearé dado por = y(u) mpd e, portant, Bot = = yodmoe = aos ae Assim que a particula € posta em movimento a quantidade Fgt mpc ainda é sistema inercial mas a2* Lei de Newton manteré sua form: muito menor do que 1 ¢ u(t)=Fot/tmp em um movimento quase , quando Fot mpc >> 1 a velocidade da patculacomporta-se como u(t) = €~(¢/2) (mee Fob?

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