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Ease ores Direito de Empresa 23) edicgao CAPITULO 3 REGISTRO DE EMPRESA ee 1. ORGAOS DO REGISTRO DE EMPRESA Uma das obrigagdes do empresario, isto é, do exercen- te de atividade econdmica organizada para a produgio ou circulagio de bens ou servigos é a de inscrever-se no Regis- tro das Empresas, antes de dar inicio & exploragdo de seu negocio (CC, art. 967). O Registro das Empresas esta estru- turado de acordo com a Lei n. 8.934, de 1994 (LRE), que dispoe sobre 0 registro ptiblico de empresas mercantis e ati- vidades afins. Trata-se de um sistema integrado por 6rg’os de dois niveis diferentes de governo: no Ambito federal, o Departamento Nacional do Registro do Coméreio (DNRC); e no Ambito estadual, a Junta Comercial. Essa peculiaridade do sistema repercute no tocante a vinculagao hierarquica de Seus Orgaos, que varia em fungao da matéria. ; O Departamento Nacional do Registro do Coméreio integra 0 Ministério do Desenvolvimento, Indiistria e Co- meércio Exterior, ¢ é 0 6rgo maximo do sistema. Entre as suas atribuigdes, destacam-se as seguintes: a) supervisionar e coordenar a execucao do registro de empresa, expedindo, para esse fim, as normas e instrugdes ssdrias, dirigidas ds Juntas Comerciais de todo o Pats; 56 b) orientar e fiscalizar as Juntas Comerciais, zelando jel regularidade na execugao do registro de empresa. Caso suas instrugdes nao sejam satisfatoriamente atendidas, cabe- yi, na forma da lei, promover a representagio as autoridades uiministrativas competentes, como os Secretarios de Estado que esteja vinculada a Junta ou, até mesmo, ao proprio Governador; ¢) promover ou providenciar medidas correicionais do Registro de Empresa. Dessa competéncia nao deriva o poder para intervir unilateralmente nos servigos da Junta Comer- cial, quando necessdrio a corregao de falhas ou deficiéncias. Como acompeténcia do DNRC tem natureza exclusivamen- {¢ supletiva, conforme esclarece a propria lei, em obediéncia 40 principio constitucional federativo, s6 podera ocorrer a intervengao se resultar frutffera a representacdo enderegada {\ autoridade estadual hierarquicamente superior 4 Junta € essa autoridade, entéo, concordar que a corregio se faga pelo érgao federal; d) organizar e manter atualizado 0 Cadastro Nacional das Empresas Mereantis. Esse cadastro nao tem efeitos re- pistrarios, ou seja, a inscrigio do empresirio nele efetuada nio supre o registro na Junta Comercial, para fins de regula- ridade do exercicio do comércio; cuida-se, isto sim, de um simples banco de dados de natureza essencialmente estatis- lica, que serve de subsidio a politica econémica federal. Por esse rol das principais atribuigdes do DNRC, po- ter uma ideia do perfil que legislador Ihe conferiu. ta-se de 6rgdo do sistema de registro de empresas sem 0 executiva, isto é, ele nao realiza qualquer ato de fun registro de empresa, Compete-lhe, todavia, fixar as diretri- ves gerais para a pratica dos atos registrarios, pelas Juntas Comerciais, acompanhando a sua aplicagio ¢ corrigindo distorgdes. 57 Ja as Juntas Comerciais, érgdios da administragao esta- dual, cabe a execugao do registro de empresa, além de ous tras atribuigdes legalmente estabelecidas. Destacam-se as Seguintes Competéncias: a assentamento dos usos ¢ préticas mercantis, O co- mércio rege-se também por normas consuetudinarias, cuja compilagao € da incumbéncia da Junta Comercial. Na fori de seu regimento interno, 0 assentamento deve ser precedi- do de ampla discusso no meio empresarial e andlise de sua adequagio 4 ordem juridica vigente, pela Procuradoria. Uma vez deliberado 0 assentamento, a Junta pode expedir 208 in- teressados as correspondentes certiddes, que servem em jut. ZO como inicio de prova; “a . ») habilitagao € nomeagao de tradutores ptiblicos e in- ‘érpretes comerciais. A Junta funciona, nesse caso, como ante profissional dessas categorias paracomerciais, caben- pin Bae Peer disciplinar, bem como estabelecer 0 0 de ética da atividade e control: exercici pis jar 0 exercicio da pro~ een da carteira de exercicio profissional de sario e demais pessoas legal inscri is aroun pes ‘galmente inscritas no regis- __ A subordinagao hierdérquica da Junta i brida. Deve esse rgao, de acordo com a Sane pai reportar-se ou ao DNRC ou ao governo estadual a que per- tenga, segundo se trate, respectivamente, de matéria teenies de registro de empresa ou de matétia administrativa. Assim, nao pode © governador do Estado expedir decreto referente a registro de sociedade empresaria, assim como o DNRC nfo pode interferir com as questes especificas do funciona- lismo ou da dotagao orgamentéria do Orgao estadual. Em se tratando, portanto, de questdes de dircito comercial, a su- 58 Wwrdinagdo hierarquica da Junta diz respeito ao DNRC; ja em lermos de direito administrativo e financeiro, diz. respei- i Wo Poder Executivo estadual de que faga parte. A Junta Comercial, no exercicio de suas fungées regis- ihirias, esta adstrita aos aspectos exclusivamente formais dos documentos que Ihe sao dirigidos. Nao lhe compete ne- {ur a pratica do ato registral sendo com fundamento em vi- vio de forma, sempre sandvel. E, mesmo nesta seara, a sua luagdo deve orientar-se pelas prescrigdes legais, sendo-lhe deleso exigir o atendimento de requisilo formal nao estabe- jevido no ordenamento jurfdico em vigor. O prejudicado por \legalidade da Junta poderd, evidentemente, socorter-se do Poder Judiciario. A propésito, a Justiga competente para co- nhecer a validade dos atos da Junta Comercial é a Estadual, 4 menos que se trate de mandado de seguranga contra ato pertinente ao registro das empresas, hipétese em que o 6r- glo estadual age por orientagio do DNRC e, por essa razao, é da Justiga Federal a competéncia (CF, art. 109, VIII). 2. ATOS DO REGISTRO DE EMPRESA A lei de 1994, simplificando bastante a sistematica an- lerior, reduziu para trés os atos do registro de empresa: a imatricula, 0 arquivamento e a autenticagao. A matricula é 0 nome do ato de inscrigdo dos traduto- res ptiblicos, intérpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais. Trata-se de profissio- nais que desenvolvem atividades paracomerciais. Os dois primeiros, além de matriculados, sao também habilitados e nomeados pela Junta, enquanto os trés tiltimos sao apenas matriculados. O arquivamento é€ pertinente a inscrigdo do empresario individual, isto é, do empresdrio que exerce sua atividade 59 condmica c pessoa fisi ‘cor ca como pessoa fisica, bem como a co sti ie om e: fi be a constitui tias. AS cooperativas, grupos de sociedades, assi cos d i s assim como ° ae a empresas mercantis estrangeiras autoriza ar no Brasil. Arquivam-se, finalmente, as declara- ape aes Porte, além de quaisquer outros documen- ae 3 los de interesse de empresarios. O Codigo Civil de- a que Os atos modificativos da inscrig&o do empresa- -sejam averbados a margem desta (art. 968, § 1), Ae bacdo € uma espécie de arquivamento. , a J a ‘ ame e feittlicagto est ligada aos denominados ins- ane nos oe escrituracao, que sao os livros comerciais @ as, n ss re Nesse caso, a autenticaciio & condigao de. so ie documento, J4 que configura requisito ex- mine > le validade da escrituragdo mercantil. Ela pode ws sine. contudo, também de outra natureza, isto a da ne : ee Sk carrespindéncia material entre ¢ smo docum s ji gistrado na Junta (LRE, art, 39 iD Geass ene 3. PROCESSO DECISORIO DO REGISTRO DE EMPRESA Prevé a lei dois regimes de e: ai 3 é , ‘xecucgado do registro I" Presa: o da decisio colegiada eo singular (LRE, tts 4 Ee 42) Process. . : eee = pelo regime de decisdo colegiada o arqui- ‘ '0 de atos relacionados com a sociedade andéni is ‘SOMO OS estatutos, as atas de assembleias gerais, d onsale de administragdo etc, Nesse mesmo regime es cna oO 60, 's de mi i microempresa e, analogicamente, também as de em-= J/vumento da transformagao, incorporagao, fusao e cistio yovledade empresaria de qualquer tipo, além dos relacio- » 4 consércio de empresas ou grupo de sociedade. As Juntas Comerciais possuem dois érgaos colegia- - © Plendrio e as Turmas, No primeiro, tém assento os ai (no minimo 11 e no maximo 23), que, excluidos o aidente e o Vice-Presidente, serdo distribuidos, na s \igural do Grgdo, em Turmas de 3 membros cada. As de- ‘sinfes colegiadas competem as Turmas (LRE, art. 21), que ‘Weliberam por maioria, O prazo para a decis: slo 5 dias, findos os quais poderao os interessados requerer 0 giquivamento independentemente de deliberagao, colegiada & J4 o regime de decisdo singular compreende a matri- suila, a autenticagio e todos os demais arquivamentos. As- sim, 0 contrato social de uma sociedade limitada, sua altera- gilo contratual e a inscrigéo do empresério individual sa por exemplo, arquivados por decisaio singular. Quem dete! inina a pratica do ato registral sujeito ao regime de decisdo singular & o Presidente da Junta ou 0 vogal por ele designa- do, Possibilita a lei também que a designagao recaia sobre {unciondrio ptiblico do 6rgdo, que possua conhecimentos comprovados de direito comercial ¢ de registro de empresa. © prazo para a decisao singular € de 2 dias. O julgamento de recurso dos atos praticados pela Jun- ia sempre se faz pelo regime de decisdo colegiada, ainda que ato recorrido tenha sido praticado em outro regime. A ins- \incia competente para julgar 0 recurso € o Plenario (LRE, art, 19). 4, INATIVIDADE DA EMPRESA O empresirio individual e a sociedade empresiria que nao procederem a qualquer arquivamento no perfodo de dez 61 anos devem comunicar a Junta que ainda se encont atividade, nos termos do art, 60 da LRE. Se nao o fizer serdo considerados inativos. A inatividade da empresa au riza a Junta a proceder ao cancelamento do registro, con consequente perda da protecao do nome empresarial p titular inativo, Exige a lei que a Junta comunique, Presario acerca da pos fazé-lo por edital. Se aten inatividade; no caso de nao atendimento, efetua- lamento do registro, informando-se 0 fisco, Se, empresario pretender reativar o registro, deverd ol 408 Thesmos procedimentos relacionados com a constituix de uma nova empresa, nao tendo o dire mesmo nome empresarial anteriormente adotado, tenha sido registrado Por outro empresirio Do cancelamento do regi corre a dissolugio da sociedade, mas ridade na hipétese de continuar funcion: sociedade com arquivamento cancelado riamente entrar em liquidagdo; mas sobre cias do exercicio irregular da atividade e: scios nao a encerrem (Cap. 9, item 4), previamente, o idade do cancelamento, po 5. EMPRESARIO IRREGULAR O registro no 6rgao proprio nao é da esséncia do con- ceito de empresario. Sera empresdrio 0 exercente profissio- nal de atividade econémica organizada para a produgao ou circulagao de bens ou Servigos, esteja ou nao inscrito no re- gistro das empresas. Entretanto, o empresério nao registrado no pode usufruir dos beneficios que o direito comercial li- bera em seu favor, de sorte que a eles se aplicam as seguin- 62 ida a comunicagao, desfaz-se ito de reivindicar QO istro por inatividade nao de penas a sua irregula= ando, Quer dizer, a nao deve necessa- vém as consequén- mpresarial, caso os. ssirio irregular ndo tem legitimidade a , Dead de falenca de seu ee cee al 97, § 1°, da LF. Por este dispositivo, | Be : io in , ‘ona Junta Comercial e que ean te © desta inserigdo esta em condigdes i. poste a de outro empresario. O irregular, em! cia ‘ne ef a fuléncia de outro exercente de “mee ner propria faléncia requerida e decretada Apria faléncia (autofaléncia); a “ies De diana medion que te BF trac : fon | Tease de Empresa como condigao ter acesso ao favor legal (LF, art. 51, Vv): § seus livros ¢) o empresdrio irregular nao pode ter os seus i i Ita de julenticados no Registro de Empresa, em aw le ‘ie ey resets os a . ws a legislaga processual atribui vficdcia probatoria q i Toes enienios no art. 379 do CPC; outrossim, se for OWN is A dee i du- ada a sua faléncia, esta sera, ere _ Jonta, incorrendo 0 empresdrio no crime falimentar pre’ no art, 178 da LE. i io de Essas sao as consequéncias abe advert fe exersicio d? ‘itividade empresarial por en ee “rm " et ie y istro de Empresa. Quando s Oe recite com se verd no momento Spoaui on ee , ns consequéncias, deve-se acrescentar mais a do take cc (“sociedade em comum’”), vale dizer, a respons al pelas obrigagoes sociais solidaria e imitate dos anton Pondend diretamente aquele que, dentre estes, admit a sociedade. 63 CAPITULO 4 LIVROS COMERCIAIS de prego (Lei n. 8.666/93, art. lidade de inscriggo em Cadas 2 Fest Clee tros Fiscais (Cadastro Ni CNPJ, Cadastro de Contrib 'M, e outros), com as decorrentes nal de Pessoas Juridicas — tes Mobilidrios — goes pelo descumpri brigagdo tributéria s6ria; c) auséncia de matricula junt (0. ao INSS, qui € processada simultan rots 8 id crh: Juridica — CNPJ, . 8212/91, art, 49, 1) @, também a proibigio de ao 208 empresérios, ¢do no Cadastro Nacional da Pessoa que o sujeita a pena de multa (Lei na hipotese de sociedade empresari; contratar com 0 Poder Ptiblico (CF, | DBRIGACOES COMUNS A TODOS OS EMPRESARIOS ‘Todos os empresirios esto sujeitos as trés seguintes a) registrar-se no Registro de Empresa antes de inleia atividades (CC, art. 967); b) escriturar regular- inente os livros obrigatérios; c) levantar balango patrimonial we resultado econdmico a cada ano (CC, art. 1.179). A inobservancia de cada uma dessas obrigagdes nao exclui o empresirio do regime juridico-comercial, mas im- porta consequéncias diversas, que visam mais a estimular 0 cumprimento dessas obrigagdes que, propriamente, punir 0 empresdrio pelo descumprimento. Isso nao significa que tais consequéncias sejam desprovidas de cardter sancionador. Pclo contrario, elas importam, até, em alguns casos, pritica de crime. A inobservancia da obrigagio de promover sua inscrig&io no 6rgdo de empresas, antes de iniciar suas ativi- dades, tem por consequéncia a irregularidade do exercicio da atividade empresarial, ou seja, a ilegitimidade ativa para © pedido de faléncia e de recuperagio judicial, a ineficécia probatoria dos livros e a responsabilidade ilimitada dos s6- cios pelas obrigagées da sociedade, conforme ja referido an- teriormente (Cap. 3, item 5), O descumprimento das duas 65 outras obrigagdes — escritu i i iragdo dos livros i levantamento anual de balango — sera oboe eral Presente capitulo. a Em principio, assim, 0 em i scott + " Presario, pess i juridica, independentemente do ramo de alvidate eal Existe apenas uma categoria de empresatios que se en- contra dispensada de escriturar os livros obrigatérios: & dos microempresérios ¢ empresarios de pequeno porte op- tantes pelo Simples Nacional, rém, que, quando nao sao optantes pelo Simples Naci um one eae permite o recolhimento a diver Sos impostos ntribuigdes mediante um tini a ened © microempresario e 6 empresirio de nee pal ap igados # manter escrituragao simplificada. A lei é ura 20 preceituar, neste caso, apenas um certo grau de si Plificagao da escrita contabil e nao a dispensa. Diz, nesed sentido, o art. 26, § 2% da Lei Complementar n. 12372006 que os nao optantes pelo Simples Nacional manterao aes- crituragio regular do livro-Caixa, a menos que sejam i pessinios individuais com receita anual de até R$ 56 000,00. aoe : ee ‘a matéria, contudo, no % p ; , s |, do Estatuto determi exclusio do Simples Nacional in lteria, “houyer falta de escrituracao do livto-Catwa oa na eed tl 66 iy da movimentagao financeira, inclusive bancaria”. haveria uma contradigao na lei. O que 0 art, Migpensaria (escrituragao do livro-Caixa), 0 art, 29, VIII, vis indiretamente. Na verdade, a melhor forma de inter- Mit edness dispositivos, conferindo sistematicidade ao tex- em reconhecer aos optantes pelo Simple: fi) que permita a identificagéo da movimentagio finan- Wi, inclusive bancdria, ou bem escrituram o livro-Caixa. » dizer, o optante somente esta dispensado de qualquer ‘Pserlturagdo mercantil se a documentagiio que mantiver ar- ‘quivada nos termos do art, 26, II, do Estatuto permitir a Went )» da movimentagao financeira, incluindo a ban- ‘eins, Se os documentos guardados nao tém essa aptidao, a eserituragdo do livro-Caixa devera ser feita para suprir a de- ficiéncia, Em suma, 0 optante pelo Simples Nacional tem, i Verdade, a escolha entre manter documentagao que per- wilt a identificagéo da movimentagdo financeira, dispen- jando-se de manter qualquer escriturag&o mercantil, ou es- (riturar o livro-Caixa, Continua, assim, dispensado do dever yeral de escrituragdo impostos aos empresarios, em razdo da primeira alternativa ao seu alcance. Em conclusao, os microempresarios e empresdrios de pequeno porte esto dispensados de escrituragdo mercantil desde que sejam optantes pelo Simples Nacional e mante- nham arquivados documentos referentes ao seu giro empre- sarial que permitam a identificagao da movimentagao finan- ceira, inclusive bancéria, Os demais microempresérios e empresdrios de pequeno porte devem escriturar 0 livro-Cai- ta, 4 menos que sejam empresarios individuais com fatura- mento anual médico. Ressalte-se, por outro lado, que a so- ciedade limitada de propésito especifico (SPE), constitufda por microempresérios ou empresdrios de pequeno porte op- tantes do Simples Nacional para exploragéo do comércio 67 nacional ou internacional. na ck , nao se ber i i ae mercantil. O art. 56, TV, de Been = Eee Complementar n. 128/08) sguc 4e regime préprio de i a que compreende dois livros: Diario cae ~ dos livros do empresario. iiss obiganbrios San Por sua vez, so de duas espé- cuja escrituracao oF acultativos. Obrigatérios sio aqueles por isso, Sa con senda t® Cmpresirio; a sua auséncia, campo penal). Ja eis Sancionadoras (inclusive no Shito deaeliues con facultativos so os livros que 0 empre- seus negéci, 3 Hh NASA a um melhor controle sobre og OS € Cuja auséncia nao importa nenhuma sangaio. s . . iene re de rigatétios, Os livros empresariais se subdivi le legorias: Os Comuns e os iai : is oe E i a OS especiais, Ci Ss ice Ee livros obrigatérios cuja eSétituragio € cena po si Sr eretttO8, indistintamente; a0 passo que es; aia is ae eS Cuja escrituragdo & imposta apenas a oer ‘ada categoria de exercentes de atividade empresa, No direito comereial brasileiro de hoje ha apenas wm I 1 “:D ” Ivro comercia obrigatério com lum, que € 0 “Digrio”, por 68 Wit 1.180 do CC. Somente a escrituragao deste li- Wilria a todos os empresdrios, independentemen- yon da atividade econdmica que exploram, do tipo ule adotado ou outras condigdes. Qualquer empre- # Wlos ox empresdrios, pe: ffsicas ou jurfdicas, eset ituraro livro “Diario” (ou os instrumentos conta- Jegalmente os substituem). ~ fi ia categoria dos livros obrigatérios especiais, cabe (UH Wo livro “Registro de Duplicatas”, cuja escrituragao yal a todos Os empresarios que emitem duplicatas, em do prescrito pelo art. 19 da Lei n. 5.474, de 1968. O ile “Entrada e Saida de Mercadorias” deve ser escritu- ) pelo cmpresdrio que explora Armazém-Geral, nos ter- {ie dlo art, 7° do Decreto n. 1.102, de 1903. Por sua vez, 0 wil 100 da Lei n. 6.404, de 1976, prevé uma relagao de li- yoe cuja escrituragdo é imposta a todas as sociedades por ayOes, da qual podem ser destacados os seguintes exemplos: “Royistro de Agdes Nominativas”, “Transferéncia de Agdes s”, “Presenga Nominativas”, “Atas das Assembleias Gerais”, ilow Acionistas” etc. SA0, todos os mencionados, exemplos de livros empresariais obrigatérios especiais, j4 que sua es- writuragao nado é imposta a todos, mas apenas a uma parcela dos empresdrios. A relagio completa dos livros desta cate- joria & bastante extensa e variada, contemplando mengao a livros especiais de banco, leiloeiro, corretores navais ¢ ou- [vos comerciantes e empresdrios. Entre os livros facultativos, que nao sao muito usa- dos, podem-se citar 0 Caixa e 0 Conta-Corrente. Alids, 0 empresdrio pode criar instrumentos de registro contabil no- vos, de acordo com as suas necessidades gerenciais, os (uais integrarao, sem diivida, a categoria de livros empre- sariais facultativos. 69 3. REGULARIDADE NA ESCRITURACAO on feck livro empresarial obrigatério, comum ou especit atibut mel Les Produzir os efeitos juridicos que a lei > nder a requisito: 5 9s: inte © extrinsecos, “misitos de duas ordens: intefn lade. Vém definidos, | il mente, pelo art. 1.183 do CC, Por este dispositivo, a eel ano, sem intervalos i / emendas ou barennner ee Ein ee a Proprio, o empresdrio poderé ass ou abreviaturas utilizadas em s§ IG fies Se apresentarem intrinsecamente regulares, a correcaq Ri ea 86 pode ser feita por meio de csi IS 10 OS requisitos relacionados coma seguranga vr ti ram : estiver autenticado pela Junta Comercial (CC, art, | 18 Dy ‘ em rama : spiieideradla regular a escrituragao do livro s Observe ambos os requisitos. Um livro j gularmente escriturado, vale di eee § , vale dizer, que nao preench: quer dos requisitos legais, equi ied isitos S, equivale a um nao li i de um livro, a que f: isto aoc , falte requisito intrinsec vrO, a ql s ‘0 ou extrins para 0 direito, titular de livro nenhum. ne seus om ° desenvolvimento tecnolégico, os empresarios seus contabilistas tém-se valido de instrumentos de escritu- 1” Widade por meio de processo mecAnico (datilografia) ww woltas, que devem ser encadernadas, com termo de # © encerramento, antes de serem levadas ao Registro Hiyprosn para autenticagao (Dec.-lei n. 305, de 1967, art. Nowe caso, 0 empresdrio pode substituir a escrituragao ivvo “Didirio” por dois outros instrumentos contabeis: as © © livro “Balancetes Didrios e Balangos” (CC, art. vel a microfilmagem da escrituragiio, ob- iplina da Lei n. 5.433, de 1968. Pode, também, Wipresirio valer-se de processo eletrénico (informatiza- ), eneadernando os formuldrios continuos ou papéis im- 40s & semelhanga das fichas ou microfichas geradas por iilerofilmagem de safda direta de computador, Também € iliissfvel a escrituragdo em “livro digital”, vale dizer, feita, ycessada e armazenada exclusivamente em meio eletréni- vo (IN-DNRC 102/06). Qualquer que seja 0 processamento, i enlanto, os requisitos a atender, intrinsecos ou extrinse- 008, silo os mesmos. Para fins penais (CP, art. 297, § 2°), os livros mercantis (comerciais ou empresariais) se equiparam ao documento pti- blico. Assim sendo, quem falsificar a escrituragao do livro comercial estara sujeito a pena mais grave que a reservada pura o crime de falsificagio de documentos administrativos nilo contabeis do empresdrio. Outrossim, um livro empresa- rial falsificado nao tem a eficdcia probatéria que Ihe € propria. 4, CONSEQUENCIAS DA IRREGULARIDADE NA ESCRITURACAO Se faltar a um livro obrigatério do empresério um dos requisitos legais — intrinseco ou extrinseco — ou se nado possuir livro obrigat6rio, estaré ele sujeito a consequéncias na 6rbita civil e penal. 71 No plano civil, 0 em; eficdcia probatoria que o aos livros empresariais presdrio nao poderd valer-se Cédigo de Processo Civil con (art. 379). E, reconhega-se, uma ios que cumprem, satisfatori jamente, ragdo contabil. Fica 4 vontade do e abrir mao, diga-se assim, do exercici mpresdrio decidir 10 desses direitos. No entanto, esta nao € a tinic: regularidade ou inexisténcia de Orbita das relagdes civis, Com e CPC, se for requerida a exibi ‘do © empresario, nao o Possuindo, Presumir-se-do como verdadeiros 9s fatos relatados pelo re~ querente, acerca dos quais fariam prova os tio. Esta é a sangao, na esfera do diréito para o empresirio que nao cum escrituragao regular de seu negécio. No campo do direito séncia ou irregularidade na ‘a consequéncia para a ire criturago empresarial na feito, pelo art. 358, I, do de livro obrigatorio contra Ou possuindo-o irregular, penal, a consequéncia para a au- escrituragdo de livro obrigatério encontra-se no art. 178 da LF, que reputa crime falimentar “deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentenga que decretar a faléncia, conceder a recuperagao judicial ou homologar o plano de recuperacdo extrajudicial, 0s documentos de escrituragao contabil obrigatérios”, Fa- lindo © empresério ou sociedade empreséria que nao cum- pre a obrigagdo de manter escrituragdo regular de seu negé- cio, a faléncia sera necessariamente fraudulenta, Veja que nao ha impedimento a solicitagdo da recuperacio judicial ou homologagao da recuperacao extrajudicial, nesse caso, mas S¢ 0 empresdrio irregular o fizer, respondera por crime fali- mentar também, 72 ‘/Adelo se ndo optaram pelo Simples Nacional e tiverem fa- ()s livros empresariais devem ser rie per = : we rigilo das obrigagGes neles escrituradas os art. shige rst rescricional de todas as 0 decurso do prazo pr I det 3 - oscrituradas em certo livro, a sua inexisiEnclt So es ) \egularidade nado acarretam as consequéncias, ¢ fonnls, acima listadas. Os microempresdrios e os En = ee ont i nteriormente (item J de. c we, conforme assinalado ai : s ‘ pitulo). esto dispensados de manter escrituragdo mercantil fivamento superior a R$ 36.000,00. Nese Seaildd, ape wirio de uma dessas categorias que nao at yon Wibil exigido pela regra de escrituragdio mercal i mn " Hew iii do art. 26, § 2°, da LC n. 23/2006 estar nia a Se jy Consequéncias que a lei reserva aos emp! “i me " penal, quando descumprem ° dever secese nuragtie wi ‘ ele nao poderd usa-los em juizo para fazer bid s vor e, falindo, incorreré em crime falimentar. §, EXIBICAO JUDICIAL E EFICACIA PROBATORIA DOS LIVROS Os livros comerciais, em tese, gozam da protsio 86 principio do sigilo, cujo perfil legal encontra-se ie art. en do CC, A exibigdo de livros empresariais = Saas sn : s ite imples vontade s azio, nao pode ser feita por simp ; C utes 01 Ror decisio do juiz, sendo em determinadas hipéteses da lei. Em primeiro lugar, deve-se distinguir a exibigdo par cial da exibigao total. Aquela se destina a za ae : pio do sigilo, resguardando da aaieantae at —— i a i nao interessa Ja escrituragao mercantil que iteres : demande judicial, além de, é claro, nao ‘ificnlar a we r horagao e utilizagao. Assim, a exibigao parcial s 73 extragdo da suma ta do livro a0 em importar sua rete: da agao, tando a si que interessa ao juizo e restituicao i n ou Festituigao im Presario, Ja a exibigao total doa linn Ape engao. em cartério durante todo o an ni segurando 0 sigilo de seus dados e di Mizagao € escrituracdo pelo empresério. Por estas razdes & ou gestio a conta de outrem ti rigestio Ac ou faléncia), eo parcial pode ser decretada de a 0 da parte, em qualquer ago judicial, 40 passo que 0 ou a requ sempre que titil Tminar de oficio a exibigao 200'do:STE, pela qual “o exame 0 judicial, fica limitado as tran- + no exclui a exibigdo total da Sagoes entre os litigante seri i crita dos empresirios, quando autorizada em lei Exibi arci ' athe hee jotal ou Parcialmente, ou tendo sido objeto de Smuts thee eee © livro empresarial tera a forga meee er fie que a lei estabelece on i 3 - Ou seja, 0 livro empresari : an : 0 presarial prova c Mitemait Sendo-lhe permitido, contudo, detest, on oe , Drebatstios, 4 eventual inveracidade dos io ‘ ik s % ¢ Ihe sao desfavoraveis; e Prova a fay d at wuld i em lemanda entre empresdrios, desde que ie di od ar at ast itrinsecos e extrinsecos jé stinaladine, Cone a ea que, de um lado, para que tenha eficdcia p rose imo ° jeu titular, 0 livro empresarial nao rei “ ao we . io 40s requisitos legais de escritura, a8, exige para fins d ja pre : ae ‘ le eficic i favor do empresario que os escriturou; ain dsnote i ISSO, I 4 “le de qualquer exclusao do direito de exame da escrituragdo dinpresarial nao tem eficdcia probatoria inquestiondvel favor de seu titular, quando se tratar de demanda contra empresdrio, em razio do principio constitucional da Jade, posto que o ordenamento juridico nao confere lico direito & outra parte judicial. A tutela do sigilo dos livros empresariais nao tem 0 nce de eximir 0 empresdrio da sua exibigao para deter- judas autoridades administrativas (CC, art. 1.193). Ao jirdrio, em duas hipéteses o legislador expressamente ga- ile a certos funciondrios ptiblicos irrestrito acesso aes yeiio mercantil. O art. 195 do CTN prevé a inaplicabilida- sly empresario pela autoridade fiscal 0 art. 33, § 1°, da Lei ) 8212/91 reconhece A fiscalizagéo da Seguridade Social jd@ntica prerrogativa. Evidentemente, quanto as demais joridades administrativas, prevalece ainda 0 princfpio do s pilo consagrado pela legislagao civel. O funciondrio da Myeleitura do setor de fiscalizagaio da seguranga de uso dos imveis, por exemplo, nao pode ter ace: a escrituragfio do empresario, porque nao existe expressa isposigdo na legis ugdio federal que afaste a incidéncia do art. 1.190 do CC na especie. 6, BALANGOS ANUAIS A obrigagao de levantar, anualmente, dois balangos — 0 balango patrimonial, demonstrando © ativo e passivo, compreendendo todos os bens, créditos e débitos, e 0 balan- go de resultado econdmico, demonstrando a conta dos lu- cros & perdas — é imposta a todos os empresarios, pessoas fisicas ou juridicas (CC, art. 1.179, in fine). A esta obrigagaio nao pode furtar-se nenhum empresario, exceto 0 microem- presario e o de pequeno porte. Ha empresirios obrigados a levantar balango € outros demonstrativos em perfodo mais 75 breve que o anual (como as institui . as Instituigdes financei virtude do contido no art. 31 da LRB dever eiras que, mestralmente), » devem fazé-lo A Lei de Faléncias, no . f art. 173 falimentar a inexisténcia dos Salers cserit bancério tem sido condici a apresent ‘ionado a cai oe regularmente elaborados, de me a pad meee pan a eae 40S empresdrios que nao os a a 4 participacao em licitagdes publicas depende de incite oe _ fesilatidade econdmico-financeira, feita Icio apresentaca L 866695, or ar ntagao de balangos (Lei n. 76 CAPITULO 5 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL |, CONCEITO E NATUREZA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL O complexo de bens reunidos pelo empresario para 0 desenvolvimento de sua atividade econdmica € 0 estabele- vimento empresarial. Para se entender a natureza desse instituto juridico € (itil socorrer-se de uma analogia com outro conjunto de bens: a biblioteca. Nela, nao hd apenas livros agrupados ao mas um conjunto de livros sistematicamente reu- dispostos organizadamente, com vistas a um fim — ilitar 0 acesso racional a determinado tipo de infor- . Uma biblioteca tem 0 valor comercial superior ao da les soma dos pregos dos livros que a compocm, justa- mente em razao desse plus, dessa organizagao racional das informagées contidas nos livros nela reunidos. O estabelecimento empresarial € a reunido dos bens necessdrios ao desenvolvimento da atividade econdmica. Quando o empresario retine bens de variada natureza, como as mercadorias, maquinas, instalagdes, tecnologia, prédio etc., em fungao do exercicio de uma atividade, ele agrega a 71

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