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TRATADO DA ARGUMENTAGAO A Nova Ret6rica Chaim Perelman Lucie Olbrechts-Tyteca Martins Fontes i 93 ny art ‘as as a enn mt rsh Indice Preficiod edigdo brasileira, por Fabio Uboa Coe... XL Preficto, por che! Meyer xix Inroducao, 1 PRIMEIRA PARTE (0S AMBITOS DA ARGUMENTACAO $1. Demonseagio e argumentacio 6 § 2.0 comtto dos espintos r § 3. Ocrador seu andor 2 § 1, O audtero come consucio do orador 2 § 3. Adaptagio do oridor so audtoro, %6 § 6: Pemmalire convencer » § 7 O audieno universal 3B 58.8 argumentacto perante um Gnico ouvinte x» £9. deliberagio consiga mesmo, is 510, Os efeitos da argumentagao 30 $11.0 genera epic, 53 $12 Bducagao e propaganda a 515, Argomentacho € wolenci. 6 $14, Argumentago e envolvimento 6 SEGUNDA PARTE (© PONTO DE PARTIDA DA ARGUMENTACAO, CAPITULO 1-0 acondo, 7% 5.15. As premissas da argumentagio 75 a) Os tipos de objeto de acordo, B Lt 516.0. fone sn veralcn 3 : eo ees 7 AS TECNICAS ARGUMENTATIVAS Ts Ocvaies & $15. Vie sain ots Sonos © § 4. Gencndades a 2. ks hears 7 oie z CAPITULO 1 ~ Os argumentos quaseigicos 219 522 Cogan ta ini ° $45. Caracersicas da agumeragto quasi... 219 $25 tinue da cua ri $46 Contadicoe incompacbidade mt £2. Gates ores ie $45 Poceintmes que pemtem evar ia cou $25 Uninet wedi dos lgancs copie ico nade a esin mince 108 48, Feeteas que ss aps cs on Co b) Ox acon rips de ca arguments. 112 pats o compas Bs 2 Oem rips de ens amentegit. 112 $49.0 ndiclo seu pup! na rgentaio. B {iacelnicaia tecna aeons i 5.50 tlemtidace «dno a argumereagan. os x s ; 551. Antec, anaine «tc as $38 ASiwomentaco ad hominem e 4 peugio de $51 Arla, 28 peicipo. 1s segra de justicn _ $55 Agumeron de wipro = strat leotitatatt cadet ttt datattah $50 Atumoros de canna B A ecotha don dan ¢ sun epics $55. Acoso da pare no ooo te $56.4 dvi do wa cm wus pane 2 § 2. Aselegio dos dos ea presen a $5: Osarmumenis de compara. a {30.8 necprcacio do sadoe Bs 156 Xanmmenagio pelo weniso a {31.4 insapretaio do dnc eum prclemas 10 $55 Patna » $32 Acwals do qunifiages. 3 $35 Sob o so dat nog. CAPITCLO 1 On agents sadn neta db £3. Actrumento esneureipenis das egies 130 wa » 3. Uses gumenstvos © pasidade ds mos 138 2 Ree ee $560, Generaldades a» CaPiTU10 mt ~Apresemtago dos dio forma do 4) arligaie de sucess » can i $61.0 vinclo caval e' agnentagio >» “Matéria © forma do discurso 161 ‘$62. 0 argumento pragmatico. a Means te aecctasdeidan te 5165.0 mca cata como rigio dew fo coon Problema cies de presen oa Su conse de he cm ni ‘As modalKades na Sxpreso do pons os 174 $64. 0s tse ot mes Forma do discuno e comnttio com sutra. 185, $65.0 argumento do desperdicio Fags decors mnt ess $0 argumeno da disio As Figura da escolha, ct presengae da comuniuo. 194 567. A superacio O esto das elementos de aumentacio e Sk b) As ligages de coenistinca apreseniagao, 203 568, A pessoa © seus tos eeetegse s 4 5 5 : : : ‘ 69. Inersgao ene 0 10 € 8 peso. 70, O argument de ator TI. As téenas de rupture de elrcamento opens ‘Ninteracio ato-pesson 72.0 discuiso como ato do orador 73.0 grupo e seus memos. 74, Out igagoes de coexisénca, 6 ato ea séncia 75. Aligacio simbolica 76. 0 argumento de hicrarquia dupla aplicado Sef sacoes de sucesso e de coexistencin 77. Argumentos concermentes as dierengas de grad ‘ede ondem CAPITULO I~ As igagdes que fundamentam a esi tur do re 1) 0 fiundamento poo caso particular: ‘Ranumentaczo pelo exemple A llusacio 0. O modelo eo antimedcla BIO Ser perfeto coma model 1 0 raciocinio poranalogia 82.0 que € analogs 3. Religoes ene on termos de ua analog a. Elewos da analogs 5. Como se ulna 4 analog 18.0 estituto da ano FA metifora. IBS AS expressocs com sentido metafovico ow met foras adomecilas CAPITULO IV ~ 4 dissociago das nogdes, 88, Ruptura de ligagao e dssociagao. 50.0 pur “aparénet-realidade 51. Os pares flosficos« sua jsticagao, 52.0 papel dos pres filosicos esas transforms 93. A expresso das dssociagoes 94 Emunciados que incentvam a dissociado, 95. As delinigoes dissocadorss 96. A retonca como expedcnte 337 a 383 301 306 a a7 an ws ed wor a3 a9 43 Bs a an 138 ar 53 459 467 a7 a a7 495, 502 504 su CAPITULO ¥ ~ A interagio dos argumentos $97. Amesagao © forga dos arguments § 98. apreclagio da fogga dos argumentos, fator de ngumeataqao § 99, Ainteracio por convergénca § 00. A amplitude da argumemagio. § 101. Os perigos da amplitude $102: Os pallativos para om peng da ample 103. Ordem e persuasio $104, Ordem do dicurso © condicionament do a $105. Caden e metodo Conctusao Nota. lista as dba cts. Prefacio a edigao brasileira Fabio Ulloa Coelho £ instigante como algumas ideas, embora importantes ‘quando irrompem ne ilosfia, acsham por esmaccer © che fam até a0 completo desaparecimento, para, apis secu, Fessurivem vigorasis ¢ renovidas, em contexto isco Substuncialmente diverso. Esse €, eat outtos, 0 caso da ogi anstowlica de dialesica cujas exatas implicagoes foram pouco a poueo ignoradis 20 longo da tjetona da flesofit oeidental. De fato, embora tena, no pensimento de Astle, una importineta quanto os silogssmes al. ‘icos,esst nogio mao mereceu, € m0 tem mesecco, igual atencio dos Mosofos. Os doss modos basioos de raciocnae propostos pelo grande pensidor da Antiguidide ~ isto € ‘por demonsiragio anaiica ou por argumentagto dates zo forum deseavolides, explorados ou sequee considers dos, aa mesa medida, valendo a pena telletin sobre as raases de tl desequiiorio, ‘No quinto capitulo do. Onanor, reuniramse os esc tos de Arsoteles dedicados a uma especiica forma de raciocinio, que pane de premissas mesamente provivels. Capitulo denominou-se Tipices,e, logo ni introdusio, & ‘estabelecido um paralclo entre oslogiamo analtico eo di letico. O primevo se taduz numa demonstagio fundida ‘em propenivoes evidentes, que condue © pensament a ‘conclusto verdad, sobre cujo estuclo se alex to 4 Toca formal: out se expressa através de un argument sobse enunciads provives, dos quais se povleriam exit Conclusdes apenss verossimiis,representando uma forma divena de raciocinas, Evidentes, puss Arist6teles, sto as proposiies que por s mesmas garantem propria ceneza, 46 paso que provivels do as que enunciam epindes ace tas por todos, pela maiora ou pelos sibios ~ em especial tenure cates mos, pelos “mais novels ¢ hustes” Nao se ‘ota, no pensimento anstoteico, qualquer sugestao de hie "arg entre exsas dss mais de racioinio eas no se fexclueat mutuamente, nao se sobrepoem, ao subsite ‘que se perdcu, na evolusio do pensamento filasi- ‘co, peas mses do crstanismo ¢ do raconalsm, fo! exit ‘mente 2 equiparacio, na importinci, dos raiocnios anal ico e dialetico. Isto 6, felegada 20 plano dos sofismas, ‘entificads 3s técnicas de persuasio sem compromisso ‘ico, sos discursos vazios de oradores hbeis em conven ‘er auditrios, quaiquer que fossem as teses, a dialetica no alcangou o ertatto de seredade © consisténcia conce ‘ido 3 sua ima, 2-analiica. A losofia, com efeto, deu rele ‘Wincia aos métodos Jo conhecimento, 0 quanto possvel rigoroso, da verdade, coisa que, decididamente, a Uiktica tines fo 'A propria expressio dialitice nem sequer conservou sew sentido original. Em Hegel, ao seculo XIX, 0 tenmo se refere as conidigiesinerentes 40 movimento de neRico fnerna em que se manifesta 0 Espinto.J4 nos quadantes dds inversio marist, report se aos mosimeatos da talds fe hisioea, externa 20 pensamento humano. De qualquer modo, perda a noqio anstoxclica, aprovesa-se a expressio para cots diferentes esse contexte, imposivel no se lembrar de Fou- aul © da genealogia dow saberes! 0 conhecimento acerea fos procestos menais, que foram mais tarde denominados persiasio ou convencimento ~ mascdos com os sos, 4 partir das necesdades praticas de discussio ¢ delibera30 politica no seo da oxganizagao democraica rega -,a des peito do refinamento anstotlio, passa a ser considerado ‘Gm saber menor e € desprezado pela tadicao filosotica. Inicialmente, 0 desprezo vem com 9 crstanisma, que m0 poder, em suas formulagdes inca, conviver com a ela te moltiplicidade de premissas,iqualmente aprovertavers ‘como ponto de pata para a argumentacio, Com eeito, se 4 verdade fundamental do conbecimento. humano aos & fevelada por Deus, nao hi como anu gl impontincla 4 om radociio fundado em merss opinives de homens (que, por mais sabios, notvels etlustes que seam, esto Contaminados pelo pecado orginal, Posteriormente 0 des prezo pelo “saber persuade convences” parte do raciona Tismo, para 0 qual a forma soficente de conhecimento & 2 cGentiea,capaz de explicar tudo e todos sequrdo padkbes de raconalidade. As opinibes ou bem so tese, a rela rem prov racional pelo métode cientico, ot sconces descents (por perniciosos ov, a0 menos, intel). ‘Ao ser tomado por mera teemen a servigo de imereses mesquinhos ~ 95 quais, por no conseguizem se aime por Sa psp “verdade’, se veer na contingeneis de Langa rio de qualscuer meios para obler @adesi0 dos intedoc tores ~"0 eaciocinto dialéico, tal como Tormulado por Astteles, € vitma de uma grande injustia. Ele. rgoress ‘mente falando, nao se reduz'a expedientes etoicos gui. dos exclustvamente pelo objetivo de viteria nos embates politicos ou forenses.acusigio que costuma pes conta os Sofisas.O racioino dialéieo, nos Taptcos, ¢ dstingido com dareza do chamado silogsmo erisico, alicerado em Dremisses apenas aparontemente provivess, Quer dizer, 40 omar como objeto de sta preocupacao floséfiea © estado tla maneina espectica de racocinar por argumentos, Ars teles nto pretendeu que qualquer eneadeamento entre pro= Posigtes, que desrespetasse 0s postulados da demonstra ‘lo analiiea, pudeste, o-somente pela fora retorica Je {quem 0 sustentava, alcangar 0 estatuto de argumentacao clsletica. Em outos ermos, a preocupacao do pensariento Flosofico no sentido de nao legiimar todas © quaisquer manifesacoes do intlecto hirano ~ mas apenas as res- tans de determinado método, que possblit o controle de ‘2 pertinéaca ~tambem estava, de algum modo, presente raeflexao arstotdica Asin 96 6 possivel entender 4 ic xv Tearape Da ancomenracion raxquizagio do raciocinio por demonstragio snalitea © 0 Udescarte do riciocinio diaeticn no contexto das necessidi- dds historias e na coerénclaimerma das grands expresses Flosieas que se seguirim a0 periodo cisico Vite e trés scculos se passim enquanto a Filosofia. resi, do lego arsine, apenas o modo anal de Froocinar, Ninguém manifest preocupacio em resgaat a fia de diléica como um saber necessiio, tio, pert nente, sujeto a regras propria, ponanto, controlive. Somente a paris de 1987, na Belgie, Chaim’ Perelman i alterar este quadro, dando inicio, jontamente com sua co horadora ince OlbrechtsTyteca, 2 pesquisas que resulta ‘lo, em 1958, na publicacio do Tratado da argusmentagdo, © ioneirismo de Perelman, ma reabltagio ca tetera, € lundnimemente reconhiceldo, Antes dele, a nogto anstotl a, € a8 extraordiniias possibilidades que propicia, no ‘despertaram o intresse de sucesivasgerigbes de hlsofos. E cero, também, por outto lado, que 6 pensador belga nao se limitou a wanspor acricamente 0 concen de dice dda Antigudade aos nossos ds. Pelo coniio, suas rete des sobre o discurso angumentativa € a inelugao dow Conceltos de audit6rio interno e universal ampliram, de ‘ned significative, 0 conhecimento acerca deste proceso de comunicagio, 10 ponto de parla de Perelman & 0 modo pelo qual se entender, 4 partir da couieagio napolednica princpal= mente, 0 faciocino jusiico, isto & 0 felacionado com a aplicagao do direto. Considerou-se, com efeito, durante mito tempo, que este raciocinio sera uma operaga0 ded tia a part das noemas postivas, que, em furgio do princt. pio da legalidade, devertam serir de premiseas nocesirlas Tal modo de entender 0 processo, no eniano, deveria ser ipaz de explicar como se opera interferncia dos uizos {de valor do aplicador da norma. Assim, a menos que se postulasse a desqualificagao da questio como objeto da ‘nei jure, tl como tentado por Kelsen, a teort do fieao ao 2 podera negligenciar. Em oulios termes, era recess defini se os julgamentos expressim apenas 36 presicio A poIcio messes xv femogoes, nteresses impulos do julgador, inserindo-se © proceso de splicacao do direto no campo do iracional, ca ‘Se exisira uma logica dos julgamentos de valor. Em sua obra Da ustica, de 1945, Perelman inclinou se pela primeira slug. Nela, procurou explorare fundamen {ar una nogao de justica formal, de snepiragao assumida- mente postvista, segundo a qual o justo se traduz em ci pensar tatamento igual a suagdes que se revelam, noe Sencial, semelhantes. Este conceto de jstiga somente se pode operar a partir de um plgamento de valor acerca dos tragos 2 tomat or televantes, na aproximacio ou no fasts mento entre qualquer nova stuacao e a que serve de prece ‘dente, Os ulgamentos de valor, entctant, apresentam se Inteiamente abies, msuseetives de tratamento rcional, ros escrito da fase snicial do pensamento perelmanano, i ‘as obras da mature a tesposta& questo ea intereré ‘dos valores muda significatvamente, Perelman pereebe {que considerar iracional a aplicacao do direito impor enunciae a qualquer flosofia pritica © abandonar aeiscpi- fa da conduta humana a0 sabor de emocoese interesses, ‘quer dizer, coisa 4 volénein, Insist com sain ‘gio da iracionalidade da apliagio do dieeto, Perelman lege como projeto tesco 4 pesquisa de uma “logien des iuletmentos de valor Dai nasteri a nota rtinica 'A preocupacio bisica de Perelman, de entender os means pelos quais os valores se introgizem no processo de subsungao de fatos a normas geras, ¢ ipa de sua pera Gio. Ea mesma preocupacio, por exemplo, de Recaseas Siches, formolador di gica'do razodvel, ou mesmo de Miguel Reale, em sua tevria tidimensional do diet, Mas fs caminhos explorados pelo pensador bela apresentam a paiculandade de se enrzarem num pensamento Hosa Se primeira ordem, 0 arsiotclico, © de deshravarem nows rumos. Alem do mais, resgate da nogao de raciocinio di letico, embora mwxivado por quesioesoriginaamente ju ica stua a contribu de Perelman entre as mais signif fats, da segunda metade do séeulo XX. pans propia Filosofia, A mona retina enseja possiviliades inéaitas para teoria do conecimento jurico, uma vez que estabelece & Tigncio ent 1 aplicacio de normas ¢ 0 acacia dale. fem su formolagio arstolica, Ors, @ pressuposto de ta Tame © « negagao da exinéneia de iterpreagbes jrkicas etdadeics™ As preminsas da argmeniaga0 nao S20 ev! dntes mas esutam de um acordo entre quem argument & Seu auditorio: slo as opine de que flava ANCES. O Siber fundado em tais premissas pode ser verosimily ow Indo, mas nunes seri verdadeio ov flso. Em outros termos, fio se ocupa 0 conhecinento juridico de qual seria 3 deci lo jdcial ow administathva veedadevamente derivada de tama orm ger, com exclusio de todis as outas, a als ‘nente devas, ocuparse, 0 sim, dos mes de sustentar ‘eterminada decisao como sendo mais just, equitauva, fazoivel, oportuna ou conforme 0 dieito do. que OUtras tantas deisbesigualmente cabives 'h contibuigio de Perelman para a iosoia do direto & fundamental, enguinto uma das peincipass propulsoras da hiptura ancienticia em curso’ De fato, nese final de Cetulo a teoria do confwcimento jariico. passa por uma ruptura de suma importncia, capa de rediecionar (ta Inente sua trajetOria, Trata'se on reflexao inspiada. pelo fsgotamenta do modelo cientificsta do conheciment0 do Sircto, presente au tata até agora desenhada pela teo- ta juridica. Apos Kelsen, que, 20 expiorar os limites da ‘Gencia do dieto, acibou por exaunt as possbilidades de ‘desenvolvimento do proxto, dedica-se hole wma parte dos jusflwofos 4 examina natureza do saber concentra na Interpreagio das normas, Poe-se em queso exatamente fsatuta centfica desse saber. Em Tero Sampaio Ferraz Jr por exemplo, como o problems que se propoe 2 dog ‘ea fordica nio @ 0 da Verdade ou da falsidade de seus Cnunciados as as pottas de decides possvels, ela se tmanilesta como pensamento fecnogico e no ietico. O fstudioso do diets conhecera, a Fgor, 2 adequatiliade de meios (isto €, as mutas interprtagoes possivels de uma hori furidica) para @ alance de fins dados extersamente pnavici aeons eases xvi 44 seu saber (2 adminitragto de confltos sociais, a manu tengo dt onganizagio econdmica, pole, social ade fquabiidade esc que nao se revela por demonsiagi0 Io ‘ondedtiva mas por argumentacao eerie Das novus e mas perspectives abertas pela ruptura amicientifista no seio du flosofla urkica, destacam-se ‘daas por sua importine. Primeira, a perda do carter nor mative da teora do conhecimentojuridco: segunda, a inte [Basi ene 4 proiogio doutnnéro-academica eo cotdia- fo profesional do drt, De fato, 08 jusilosofos tem despendido esforcos ¢ tempo, em abundant literatura, na diseussio sabe a8 tligoes para a constugio da ciéacia do direto. As obras de Kelen © AIf Rows, assim como as dos principats jursas mar kas, de muitos logleos do dreto € dos adeptos da anise ‘Sconsmiea, ém em comm taco de dager regeas nor Teadoras do métod clentfica que cad «ial elege come 0 forreto. Apontam, em suma, cauelas © procedimentos que Severtam ser adotados pelos estudiosos do detto pura se sssequratem da certeza e da veracidade do conheeimento ‘que produrem. Desse modo, 2 flesofiajriica tem seve «do principalmente no seculo XX, uma indisfargvel nature hnarmativa © abandon do projeto clenifiista invene 0 Seto da reflexdo jushilosdfica, que passa a descrever 0 proceso de prxdugio do conhecimento do direio, nao mais Postulando a adoro de determinado metodo como pressie Posto de qualiiagio desse conhecimesto Por outa lado, a0 reconecer © estaturo tecnagico {do conheciments juridco, a Hlosfia do direito rene o que fo separido pela epistemologia noeativa, to & 0 the Tho cotidlano dos profssonais Cadvoxado, fz, promotor de justiga ete) e 2 produgao doutrain. Se se a6, por ‘exemplo, ateora de Kelsen, € necessino dstingui a red {Go de una peticdo Inia, da elaboragio de uma monogr- Fi sobre toma jriico, negandorse pereryptoramente pt mira a natureza cientifea, que poder tera olima no ite ford teoriakelsensna. O que se deve fazer na academia ~ 2 cca do deta ~ nao influ no ee se fa for dela ~ xvi rTabo Da ancrwexracio pomulagdes judiciais e jlgamentos. Tal separagdo € elimi hada pela ruptura anicentiflsta, uma ver que todos 05 ‘chamados operadores do dieito ~ nesse conceto englobane dove desde os doutinadores e junsconsultos até os advo [pidos ¢ julzes~ sto thos como aniculadores de argumen fs convincentes, gnoseologicamente situados em pe Je iqualdade. ssas duas perspectvas inauguradas pela rupturt ant ems serve mo erp do penal represent {do pelo nove enfoque jusiosdtieo; enfoque que multo ‘dove a Perelman, inegavelmente um Je seus sospiradores mais destacados. Desse modo, conhecer sua obra ~ em ‘special 0. Tratado da argumeniagae, que recede 2g0ra pr Imorosa tradugio para 0 portugues ~, & spdispensivel Todos os profissonais do’ direto, cujas preocupagbes se pontam além das lides cotidianas, aangando questoes Sobre o proprio senido do tabalho que realzam, similar ‘cus ensinamentos ¢ sem divida, essencial par compreen- der nosso tempo, Prefacio Michel Meyer ‘Quando as Editions de [Université de Bauseles me pe iran que preparasse 2 nova edicao do Tratado, devo con Fesar que hewtei milo antes de aceitar. Afnal de cont, teaa-se'de um dos grandes clissicos do peasamento. con temporinco, de uma dessisraras obras uc, tls com a0 de Arstoeles€ de Cicero, de Quiailano e de Vico attves Sambo os séculos, sem necessitar realmente de inicio para tanto ‘Afora a idlidade a um pensamento que ha muito tem po identiica 2 Bola de Bruvolas © a ui homer gue fo tim amigo e um grande inspuador, 0 que me deck, por fim, cedigir as poucas lias que se seguem fot precisa mente 0 cdo de tomae stair oT tanto Com re Tagto a tadiglo retércn quanvo com rlacio & flosefa em seral Poss em nenhuma parte do Tratado evidence cla Famente © que consitu 2 especiicdade ds abordagem de- Finda pela Nova RetoricaPreocupades em par em ptica, sia propria visto, os autores mio se preocuparam muito Afra, em sia hisiorcamente a si mesmos, como 0 fez orem, # maiora des pensadores desde Aristteles Em primei lugar algumas alavras sobre # Esco de Breselas. Ninguém, hoe, pode dizer se ela sobrevivers mas uma coisa € cenar com Dupréel © Perelman. atl mente, com a Problematologi, nasceu.cresceu © desenv0 veurse. de modo Unico & contiauo, para enfentar 0 ie se convencionou chamar de esis do pensamento, ui Tosotia especies que fara orginalidade de Basxcls. xx earapo Da ancrwextacho A reorica resunge sempre em period de crise. der rocada do mito, etre os greges,coinode com 0 grande pe- odo sofia. impossibiidade de fundar a cigncia moder fie sta apodicicidade materdtia, mediante a escolasica a teologa, herdadas de Ansotces, conduz A retirea do enascimento. Hoje, o fim das grandes expliapdes monol- ‘ias, das ideologase, mais profundamente, da raconalids de eartesiana estnbadn nom tema ve, absoluo ensure ‘or da realidade,e mesmo de todo 0 real, asinala fim de uma cera concepgdo do logos. Este ja no tem fundamento indiscutvel, 0 que deitou 0 pensamento ehtsegue 2 um cepacismo modemo, conhecido pelo nome de nis, € 4 Uma reduglo da f2zio, tanquilzadora porém limitada, 0 postivismo. Eni “tudo @ permiido” © "a vacionalidade Joglea € 2 propria racionaidade”, surgiv a Nova Retrica de um modo gera, toda a obra de Perelman. Como atribuit 2 Razio um campo proprio, que mio se reduz a logics, de Inasiado eset part ser modelo Gnico, nem se submete 3 Iisiea do Ser, ao silencio willgensteiniano, 20 abandon ‘da flosoia em nome do fim sceio por Perelman ~ da metaisica, em proveito da acto poles, da Ieratura © dt poesia? A Tetra € esse espaco de rao, onde a rendncia 40 fundamento, tl como © conceded tradigio, no se ‘denufcarsforgosamente 3 destazao. Una filosofa Sem me fafisia deve ser possivel, porquanto de agora em disnte thio ha outa altemativa, O fundamenta ~ arazio cares ‘i, em suma ~ fala ae vezes de entero @ pron para de Sempalar as tees opostas.A Nova Retorica 6 ent, 0 dis ‘Gano do metodo” de uma racionalidade que fi alo pode vir os debates e deve, porno, tati-los e analisar 0s ar fRumentos que governam as decises. [é mio se tia de p ‘hlegiar a univocsdade da inguaigem, a onicidade a prov da tese valida, mas sim de aceitaro pluralismo, tanto nos valo- es morais como nas opinioes. A abertura para © multiplo © © miowoerio tomase, eno, a palavramesta da raciona. lidede, © ‘pensamento contemporinco, porém, quase nio ov vu 0 gle Perelman propunha Ao abundono do cartesian ‘mo, sicedew uma filosofia centrada na nostalgia do ser CContudo, se Descartes recusars 4 ontologia, era precisimen te porgue 0 ser, expressandovse de muiplas maneias, 0 pwerseso ial pods servir em de fundamento, nem de critro de discur sividide racional. nue ontologa,dotada de uma exit dade oca, mas init, et niclnalalade pode mate ‘nica ov sllogisica, mas Imstada, Perelman tomou uma ferceira vis: a argumentgao, que raciocint sem cout, mas {que também nao obriga a tenunciar 4 zio em prove {do weacional cx do indiivel Introdugao [A publicacao de um tatado consagrado angumentacdo sua vineulo a uma veha tadigao, a da tecnica da ds lesica regs, consituem sume rupiuna com noma concepsao dda razdo e do naciocinie, orn de Descartes tate ‘com seu cuno a flosfiaocidemal dos ts dimen seco ‘Com efeto, conquanto nao passe pela caega de nin suém negar que 0 porler de deliberate de argument seja ‘om sia distinivo do ser reional, Fa tds néclon que © tudo dos meios de prov utizados para ober @ adesdo Foi completamente descurado pelos locos © tebicos do co hecimento. Esse fato deveu-se x0 que hi de nao-coercivo ‘os arguments que vém a0 apoio de uma tese. A propria rureza da deliberacio © da angumentagio se ope 2 ne cessidade € 2 evident, pos nfo se delibers quando a So lugdo € necessria € 20'se argomenta conta a evidénci, Ocampo da argumentagio & 0 do verossimi, do plassive, o provivel, na medida em que ese timo eseapa as ene zisido cileulo. Ora, a concepeao chiramente expressa por Descartes, na primeira pane do Discurso do método, ern 8 Considerar "quase como fils tudo quanto ert apenis ‘erossimi. Foi ele que, fizendo da evidencia 2 marca da ‘Fazio, no quis consierar racionals senao as demonstragdes (que, parur de delay class ¢ distinas, esteniam, merce se provas apoditica, a evidéncia dos axomas a todos os © raciocinio more geometnico era 0 meelo propose 44s fisofos desejonen de_construit um swema de_ pens mento que padesse sleangar a dignidade de uma cnc De fato, un cigncia raconal no pode contentar se com ‘pinioes mas oy menos Verossimels, mas elabora um sist ina de proposiges necessrits, que se MpOe 8 todos os se- ‘es racionaise sobre as quaiso acordo & inewtvel. Da se Sulu que o desacordo € snal de ero "Todas a8 eezes que dois homens formulam sobre 4 mesma coisa um juizo con trino, € ceno”, diz Descartes, “que um dos dois se engans. 1a mais, nenhum deles possui 2 verdade: pois se um tives- fe dels uma visto clara niida poden expo a seu ad- erst, de tl modo que cla acaria por foqar sua con. Para os parttirios das céneiasexperimentas © ind vas, o.que conta € menos a necessdade das proposes do ‘que a Sa verdade, sua conformidade com o fates. © emp fata considera come prova nto a forga A qual 0 espio ‘ene ve-se brigade’ ceder, mas aquela 2 qual ee deve ria ceder, aquela que, impondo-se 4 cle, tornafia sua ‘renga confoume ao fato™" Embora 8 eidencla por ele reco ‘hecids nao seja ad inuigao eacional, mas 2 da inti ensvel, embors 0 método por cle preconizado nto se © las cléncias decutivas, mas 0 das elencas exponents, Sinda assim ett convencido de que as tinicis provas vl ds so as provasrecophecidis peas Genes natura racons, no sentido lao da palava, 0 que & confor. me aos métodos clentificos, « 38 obras de lies consi ths ao estilo dos meios de prova, mitadas esencialmente bo extudo da Geduio-© habaualmente compltadss por in ‘cages sobre 0 racocinio indutiwo, redusidas, als, m0 sos meios de construlr mas de verifier, a8 hipGtese, aven toram-se muito raramente no exame des meios de prova Utlizados nas ciéncias homamas, Com efeito, © Togo, Insp randorse no ideal caneslano, <6 se sente 3 vontade no est do das provas que Anstéeles qualicava de anaes, pos. todos of outros meies nao apresentam o mesmo cater de necessdade, F essa tendénaia acentuou-se mais ainda ha tum século, quando, sob a influéncia de logicos-matemst ‘os, loi fo Timtada a logica formal, ou sej, a0 estudo ‘doe meio de prov uilzados nas cgneias matemiticas. Dai ssmopncto 3 sesula que o§ racieiniosalheios 20 campo puramente for. ‘mal escapam a loge. com iso, mbem a rare, Ess 230, da qual Descartes esperava que permitse, pelo ments Em principio, resolver tolos 0s problemas que se coloca 440 homens e cuja solugao 0 espito diving #4 poss, ec ‘Cada Yer mats limkada em sua competéncia, de sorte gue 8 {que escaps 2 uma redugao a0 formal lhe apresenta efcul- ddades insuperives, Deveramos,ento, tar dessa evolu da ica e dos incomtestivess progress por ela realizado 8 conehisio de {que a arto ¢ totalmente Inconpeteote os campos qoe es ‘ipam ao cleo ede que, onde nem a expenehca nea a {deducio logics podem fomecernon 4 solo de um pro Dems, s6.nos rea ahandhnarmnos 3s fogs saconah aos nosios inno, 4 sagentlo 3 violence ‘Opondo a vontade 40 enendineno, 0 xpi defnese ao ep de geomet 0 corn rao «ae de pes dig 3 de convencer, Pascal procuria obwar is sic tits da metodo geometric sauantes do fato deo home, doco, fio er uname um st de asi i fnlades analogs qe comespondn a oposicio aniana entre ee clei © anitese herponiana ate inuigio ea tazio. Mas quer settle de flbsoles raion tas, quer duels qualfeadoe de ant-raconalas, toon ontinsary trig caresina cont hag post 3 iia de ao, Parece-nos, 20 conto, que est wma Fmt bn evi & perfetamente ngeificae campo dn ter ‘em nos facade de ratte de prov. Can ee, ao pane que Arles [fanaa a provas dale 26 lado das provas anaes, a que se reerem ao verosimi 20 ido dan que sto neces, vue Sto empresa deibergio © na agumenragio 40 Lie Ja que sb uta das na demvnstracio, a concepeio povcamcaans da i240 tos obnga a fazer itera elemertoy ursconasy cada sez die bt do conbecimeno nio vide Consist trees clement em obsticlon que devem set superados = tas como a imaginago, 9 pasta ou sugesto~ ou em fomes sopriracinais de ceca, como 0 Coragto, 8 kg, ‘0 infin itgdo Dergionians. ea concepsao 4 eran pa ancomerragao trod uma dicot, una dstngz0 das faculdaes hum fs interment arial eco ox procedimentos reas ‘Se noso pensameno Pe fib de eidéncia, como caracterisica da rato, aque campre cian, se quitrmon deta espaco Part uma ‘Con ca argumentacao que admits o soda roo para dit {gr rosa aelo pun infvencar a dos ous, A eke & Etncebida, ao mes tempo, como a fore qual oda men {ernormal tem de ceder € como sna! de vedade daguilo te wine por sr event A evden Iai 0 psko- TBgio ac logic permit passa de um desses panos pa {no cat. Tous prov seta redo & evidence o-que € ridene nao teria nectssidadealguma de provi € 2 apc ‘Go eats, por Pascal, da teoia cates da evidenia Jin ug comes et tah ae, Som ou proporconasem © meso de demonstrat todos 05 [uomis\que mio sto primitives, sem dsngu 2 Opinio {oe os homens tem dees sem se preocupa Se, pate tan {Srees the do seu consenimento ou nio™ ‘Ora teoris lope demonstra desenvolve'se segundo Lebnit, ¢ io Pascal, nao admis que o que i evidente nio isha necessdade alguna de prov da ‘sma forms a tea da argumentacio io se pode de ole se ta prow ¢ concebils como redigto 2 ev inca, Com eke, 0 objeto dessa Teor € 0 estudo das ttencas discursive que permite pried ow aumentar ‘ads dos expr tees ue se bes preentam a asen ‘iments, O sue ersctenen ade dow epitos€ 02 {erate st vate ada os obra a iar nosso ext oa um ga pariclar de sdsto, eaacerizado pela ee {aca mada now permite considera a prior que s gs {Ge desto a uma fese Aun probubiidade S20 proporcio tas nem idenuficar edna everdade.f de bom meted ‘Ho confundr no ini, os aspectos do racocinio relatives TYerdade © os que so relatvos 2 adest, sy estos adameste, nem que ss para preocifarse posenor ‘thot om sua imereénct ou com sua correspondence Erenaiss Somente com essa condo € que ponsvel 9 ‘LSeivolvimento de‘uma tcoria da argomentcio de aean- celosstice monet : Emhora nestes ts timos séculos tenham sido lance das obras de eclesisticos preocupados com problemas Te ‘anton pela Fee pela préien, embora 0 séeulo XX essa mesmo ter sido qualificido de século da publisidade’ © da Propaganda. e tenham sido dedicados numerosos tabalios 2 ers mater, 08 logicose 0s filosofos mexlemes, por $8 ‘ez, se desinteressram completamente pelo nosso 2ssunto E por esta rizio que nosso tatado se flaciona sobre coma pecocupacoes do Renascimento 6, onseqaentemen: te, coms dos autores gregos e latinos, que estudarim a te de persuade de convencer, a tecnica dt deliberacio © dda discuss, E por exa Tazo tambem que 0 spresentamos ‘como uma nota retric ‘Noss anise conceme as prowas que AristGteles chs sma de dléticas examinads pot ele nos Tepices, € cu Taaedo mora na Retna Essa evocacto da terminologa de Arsttcles teria fusca & spronimagio ds teoria Sngumentasio 4 dsltics, concebida pelo prope Ante Tes como a arte de acsocinar a parue Ue opines sere te aceitas(edanygy” Varis rzoes, pore, incentaram-nos 1 prefenr a aproximacio 2 retonic ‘A primeima delas € 0 aco de confusto que essa volt a -Asdicles poder trazer. Pols se 4 paves diated serv, Sante sevulos, par designe @ prone pcs. desde He tel por infucness de dovtrinas nele inspradas ela ada ia um sentido muito distnte de seu sentido primi, ralmente aceto na terminologis fllosblics contemporines. ‘Nao ocome o mesmo com a pains morc. cao empres flogeico cau em tamanto desuso, que nem sequer & men jonada no vorabulin de lesofia de A. Lalande Espers sos que nossa tenatva Far revver wma trdiglo glans € Mas outa azo, muito mals importante, a noso ver, morivou nossa escola <0 propo espinto com 0 qual # Antiguidade se ocupou de daléea © de etriea. O riioc: no dletico ¢ consklerado paralelo a0 raciocinio anal, ‘mas tata do Yerossiml em ver de trata de propenigoes ne cessirias. A propria idea de que a dtica concere op rides, Ou seas a teses as quais se adere com uma intend 6 ‘rane pa anconEsTacao de vrtve, nto fot aproveitads.Dirseda que 0 exatuto do Spinel € inpesoal © sue 0 opinides nao sto eatvas Sm espidtos ue 2 elas ‘derem” Em conrapartda, css Mei de adeao-e de expats aoe qua se diage um dseur Soe esencial em toda a coun ans da eo, Nos Sprosimagho desta thing visu 4 cnfazt 0 Tato de que € ej dew sudo que qualquer agumentayao se Teanelv, © esto do cpl! dos Tipleas poder nese ontextoinsesese em se Loa Sad, cnt, noo atid de agen tag uleapessrs em coon sopetos~e arplamente = o> fines da Tetons anti, a0 mesmo tempo que deta de Tad utes pect que avg cham #atengao dos rests de retoric "O objeto da etree antiga er, acima de tudo, 2 ane de faavem paca de mado peruse refers, pots, 0 ‘So i ngtogen falda, do iscuso, pera ina ml (ho eure na praca pois, com oft de over a ade ‘So data a uma tse que se Ihe aprewentava VEse a, {que a meta dh ane fata = 2adeto don epaios — {aa de quaquerargumentagio. Mas no tems raze fur imi nosso tudo 4 apresetagio de ua argumen Sho pa tar ld en Pr {ro ponero de aude so ql nos dimes -Eejcao da primein lta ruta do fat de pos ss presupabes stem muito ma a8 de um Toco deseo- ‘Src compmender o mecanismo do pensamerso do que 38 Siem meste Ge elogitacts clo Ue formar pratcanes fasarnon car a Aone de Anattles para mosear que fhowwo modo de-eneaar 4 retores pode prevalecer-se de fxemplos iste, Nowa extudo,prebeupandose sbretdo Som’? eseure da arguoenagno nao HES, ORAM, Na runes pla qual se ect 4 comunicag com © ao. onan sea terdade que tenia do dscuso Po biico site dagiea ds angumentaio eset, cone Reso Cuidado © anasar a argumentagao, mio podem lint fos ao cane da Genie do discus ea Alm so, ito Tmporuncle «a papel modems dos exo impresses tows anilises Se concentariosohretudo Hes, ‘in contapanida,deearemon de ido 4 mnemotécniea 0 esudo ds eosngao ov da aio rato. Tas problemas wvmanicao 7 sto da compctncia dos conservatis € ds ela de 2 te chamaicr dapensao-no dene exe “Tenn di aw extrem ta como rest, or exes te apenentare nas forma ms arn © oso cro Sou conccbdo cm tas sn pened ‘uo tc deed eopcamente em daca enaston como ‘Su dad de tn extra ds un tan also ‘hn commenconamente actos Com, de eo dy > {sco com un tric soocuor ou mesmo a Geico xia depend, rn ron opin, Oe ma tcp Singumeraco,compreensese que que em do joo de now cud ecede lent orcs ie © ue consersmos dt feo traiconal 2 he msn eat, ue € meant eeocassoh Ge s pens un dts, Todo aucune se die 3 um Stiri, nendo mito eager exquecer gue se aa o mes tno com vaio ext, Enjeanto ducuo © conerido rn fimgio deta do sono, 4 sosénca materia Ge Tere pose lar 0 exitor# ter doe ed sorinho no mano Eengano, a vende, se exo eh sempre condiena cdofometote wr incoascentemen: por mucles cr rand dsc Asin por abs de comodiae tcc © para jamais reer de a eave papel een osu {Mlzamos ov tomes decanters on ‘caderamos com fo angumettgiossuuce ave Spe Score suis x qin ets dng sm nos Seeman fo de que sc rat de wma apresctagio ps pales 0 pete esta, sem digi dacs em fone exes Fagen do penaneno Serene anion te se apcsetvs como 0 cdo de ua tees prs 0 wo do wg, npaent por ‘hepa sapien ConcasSes, or fora na epi farts. se dar ao tbo cio dun sve roam a nde mdo ures Har 0 ext Ga fumenigelo aqvela que €saapeds& um pbc Se fines fete spec oa ee expe fre ide ronments combstda por Patt ein seu Ganias eft ke (peta nn opi ea Gm fet, se quer ar. ora tga 2a turse seu aut. send famente compre ue 8 esr ba ARGLWENTACKO co dscurso mais efcar sre um auto incompetent ado € pexesiramente que comport 3 conico do isto Say por que nso sir que aguas srumenacdes pos Si Sr dae ato expec de audios? Quando Pl Se cua. em como eon que, exa sim, sera ‘nr do flosoto, 0 que cle preci € uns teeiea que fpr comvercer cs propos deuses, Mudando © audtO- Foc aagumentagao mada de aspectoe, se meta aque ela sae sempre de agi cficarmente soe os epitos para Ingarine 6 valor temps de leva em conta 3 bade Obs ‘Spica que ea consepue convener {> sien s porn panicle que concederemos 2 anise das argumentagoes floss, Wadsonalmente onideadas ae aie ractnais" posses, pane Por Se fresunar que se diem alte sobre ov quis 4 suReB0 T'presto ou incest tm pues ascends, Mesa: inom aay, que as menas cies de aumenag Se eh omar en dos ov els ano no da dsc 20 ce ‘frmem fara como no do hate nom me muito espe Shay Se ude den epinion ee # con Stmumenionem'canpos amet espacaatvon, apes aif avant do Se tl, anid daa extra com dot agumens utleados as discusses codanas exp {att portge e como se chegn a compreendos NNosso tito x6 verti sobre recurs discurtts pa ra se oer 3 adesio dos espitos: apenas a técnica que Ut Tea a linguagem para persuadir para convencer sti ext mina 2 Segue : TEs limitagao nao implica em absoluto que, a nosso ver, esse sea realmente 0 melo mais eficaz de atuae sobre ‘Os copiitos, muito pelo contriso.Hstamos fmiemente con- Nenetlos de que av crengs mais sOldas <0 as,que no 86 ho adidas sem prova, mas também, muito amide, nem Sequer do explietadas. E, quando se tata de obter # ade Sto. nada mate seguro do’ qe a experizncia extema ot in {ema ¢ 0 caleulo conforme a regras previamente acets Maso recurso 4 argumentgio nio pode ser evitado quan- So tals proves sio dicutldas por uma das pares, quando fio hi acordo sobre se aleance ou sua nferpretaeao, so bre seu valor ot sia rlago com os problems debatidos mopucio ° Por outto lado, qualquer agio que visa a obter a ade Sio cai fora do campo da angumentacio, pa medida em que renhum uso i linguagem vem apoitda ou interpret aguele que prega com p exemplo sem nada dizer © aquele ‘que usi.o afago ou o tpa podem obter um resulado spre flavel. Nés s6 nos ineresstremos por esses procedimentos ‘quando, gragas 3 linguagem, ces orem postos em evi: fia, quer se fecora a proms, quer a ameagas, Cas0s ain. 6 ba ~ tas como 2 benglo e 2 praga ~ em que a lings fem @ uslizada como meto de asia deta magica © alo co io meio de comunicagao. Trataremios deles apenas e880 ago estverimtegrada numa argumenta¢20, ‘Um des fatores essenciis da propagancl, tal como ela se desenvolveu sobeendo no séctlo XX, mas cujo oso era bem conhecido desee a Amtiguidade © que a lve ethics aprovetou com incomparivel mesa, 0 condicionamenta 4d auditério mercé de numerosis © vaiadis teeicas que luttizam tudo quanto pode influenciar 0 comportamente UEsaas tenicas exercem um eft ineyavel pars preparar 0 avditono, para torst-lo mais acessvel os Argumentos ie Se Ihe apresentari. Esse © mais um ponto de vista que fnosst anise deieari de lado: wataemes apenas do cond ionamento do audidrio mediante o discus, do que rea tam consideragdes sobre 3 ordem em que Os argumentox ddevem ser apresentidos pars exereer maior eto Enfim, a6 provas extiténicas, como as chama Arist teles®~ ou sea as que nfo dependem da tecnica rete 6 entrarao em nosso estudo quando houver desicondo acerca das conclusdes que dels se podem tir. Pois ine Fessamo-nos menos pelo desenrlar completa de un dehate do que pelos esquemas aagumentativos empregadon. A at 1 denominagio de “provas extratéenicas” € aqua pt bos lembrar que, enquanto nossa cilizasio, carcterizad por sia extrema engeahosidade nas tenis destinadas a ur sobre as coisas, exquccet completamente a teria dt Srgumentagao, da acio sabre os espinios por meio do di curso, esa era considerad pelos gregos, com 0 nome de et6rca, a ney por exceléncia, 0 rata ba anocuetacio mu Como a worn da argumetagto vss, através do dscur 0, 4 ober ua cio eica sobre 08 spits, et poder {et sido tata como um oda picologa. De fat, se os Srwumentos nio sho eoecion, se na even neces trent conventer mas posscm cena for, que pode als ‘Ganar confome os audition, nla € pelo feo peodu7ido {ue se pode lg O estudo a argumentao se tomara Sim un dos ebjos da pscolgia experimental, em que Sgummemaoes varada seam Pots 8 prov pent a0 iGno varado,slicentmente Dem cones Para que Soin pomsvel, 8 panir dewas expeniéncias, a concttes provides de cr generadade Agus picdlogosameicn onto devaram de deicarse a emelhates eudos, co ineresse lis Inconel os non mo de proces seeiferene:Bascamos, akin de tao, eater as dveras ets agen inivas ej atte deve preceder qualquer rosa exper tment ual se quscos submeter acct, Por Ouro Indo. nto pense que mend e aboatono poss de termina olor das animeay es iizadas nas clncias Tumangs em dro em esol poss a propria metodo togis co pacologo icons um objeto de coroners © se enquatia em noo ead. Ncw procemento Wei rdiclmente do proce sent aden pelo eos que se efogan em ret Umrnciocinos sobre questes sia, poles 0 Mlsoias, Stepno's em mevelos fonecis pels cis dev ‘ica experiments e que feetam como sem valor to D que nose umolds sos exquemspreviamente inposos State pelo conto, as noe insprremss os 15, as pura ar ov mits ue The tem propiado Go bons froutados de um seculo para ch. Nio esqueramos fat, qe primeira metade do séeulo MICs login no tnt @ menor prestg. Bem HOS trees cemicor erm ente grande pblico, Whately por Un ecrever, por vl de HOS que, se etic m0 o- $2 da so plo, 2 ics a anda menos de seus favors A loyicateve um hhante devensolsiment durante os em las anon, quankl, deisind de tephse vehi for ‘las, propésse analsar os meio de pro efetvamente Uiilzados pelos mitemiticos, A Hogiet Foraal morn consiuiuse come 0 estido dox aicios de demonic Ublzados nas egncias tert. Mis 0 resultado fl magn de seu campe po tale quanto € ion pos matemiticos € alheto 2 logics formal. Os logicos deer Completa teora da demonseragi asim cla com Ua ‘eon da argumentagio. Procinirem conseniela aaalistn does aeion de prota tsados pehis ciéncias humans, oe reo e a hlosol exariearemtos argumentayoes present ths pelos publicinios em seus forms, pelos politicos em seus dscuttos. pelos advoqados em sets artztaden, pls [tizes em suas selena, pelos filowolos emt se tac ‘Nasso campo de estidos que & imenso Feu ince durante sécuios Fsperamios que nosos primers resis incentivem qutios pesquisaderes' completilos 4 ape eotdos. Os ambitos da argumentacio 51, Demonstagao ¢argumentacio Para bem expor as canictersicas paniculaes da argu mentagio ¢ os problemas inerentes # seu estado, nada co fo contap6-l i concepgio clissica da demonsiragio mais especialmente 4 logs formal que se ata a0 exame dos meios de prova demonstatives. Ta logics madera, ontunda de uma zflexto sobve 0 raclocinlo matemitico, os sistemas formals ji no sto core Trcionados com uma evidenca racional qualquer. O logico live para elaborar como Ihe aprouver linguagem ati ‘ial do'sitema que conss6t, para determinar os signos ombinagbes de signos que poderio ser utlizalos. Cabe a te decidir quais to os axioms, 8 seja, as expresses ser Prova consideradas validas em seu sistema, e dizer quais lo as regras de tansformagio por ele inkwoduzides © que permitem deduzir, das expressOesvaldas, outras expresses Jgualmente validis no sistema. A unica obrigagio que se impoe ao construtor de sistemas axiomicos ermalizados € {que torna as demonstacoes coetcvas é a de escoer Sg ns ¢ roxas que evtem dvs ambigaidades. Campre ‘que, em hestar e mesmo mecanksmente, seja possivl ex Tabelecer se uma sequéna de signos ¢ admtida no site- ‘ma, se ela tem forma gual a outa seqiéncia de sgnos, se € Considerada wild, por ser um axioma ou ua expressdo Seduuvel, 4 panir dos axioms, de um modo conforme 3s regras de deducio. Qualquer considerao flava 3 orger 6 arabe na ancrauacéo dos sxiomas ou das regras de dededo, ao papel que se prestme que o sistema axiomitico represente na Uaboaclo {do persimento, €alhe 3 Hogea asim concebida, ra med= {41m que elt si do Ambo. Go foemabsmo em questio. A Fnusea da univocdade indiscuvel chepou a levar os lopicos formalist 4 consiruirem sistemas nos quais mio hé preoeu ppacho com o sentido das expressOes fam contentes se os gos inroduridos ¢ as tansformaghes que Ihes dizem re peito cam fora de discisedo, Dear a incerpectagao dos lementos do sistema axiomaitico para os que 0 aphicario © terlo de se precupar com sua adequagio 20 objetivo pre tendo. ‘Quando se trata de demonsrar vm proposgso, basa indicat mediante quais procediments ela pode ser obi ‘ono slim expresso de uma sequncia dedativa, cujos Drineiros clementon sto fomeckdos por quem consul 0 Ssema axiomitico dent do qual s eetua a demonsacio. De onde vém esses elementos, sejim eles verdades impes. Soais, pensamentos divinos, resltados de experéneta ou Postulades peculares 20 autor, cf questoes que 0 Kigico Foralia considers albeis 2 sua dsciplina Mas, quando se trat de angamentar, de inthuencar, por telo do dscuso. Intensklade de adesto de um auditero a ceases, M30 possivel menosprezar completamente, consierandi-as televantes, as condigoes piguicas socks em a5 quais a “ngumentagio fala sem objeto ou sem efeto. Pols fda ar iRumentaya visa a adexto des expintes & por ISO mesmo [prssupie exist de tm conto ntelectua Para que hal srgumentagio, @ mister que, num dado momento, realzese uma comunidade eleva dos expitos. Ermister que se exejt de acordo, antes de mas nad © em Principio, sobre a formagao dessa comunidad intelectual Scpois soe o fat de se debater wma questao determina dda Or, sso no & de modo algum evidente Mesmo no plano ds deiberaco latina, existem cond ves previas pars a argumentagi 4 pewoa deve, notda- tment, conceher-se como dvidila em pelo menos Gos i terocitores que partcipam da deberapio. E nada nos a toriza 4 considera essa divisio necessira Ela parece cons ttuida com base no modelo i deliberaglo com gutter Por conseguine, & de se prever que encontraremos, [ns ‘os Aarts Da ancumesTacao " postos para a deliberagio consigo mesmo, « maior dos problemas rclativos as condigoes previas para a discussio om outer, Multis expressbes 0 comprovam, Limitamo: fos a mencionar frases como: "Nao ougas teu anjo mau”, No comes pr isso em discussio", que s80 relavas, uma a condigdes previas atnentes as’ pessoas, 4 outed 4 ‘condigdes prévitsainentes a0 objeto da argumentacao, 52, Ocomtato dos espititos [A formaigio de uma comunidade efetiva dos espirios cexige um contunto de condigoes (0 minimo indispensivel 3 argumentagio parece ser a ceisincia de uma linguagem em comum, de uma tenica ‘que possibile a comunicacao, Tio nao basta Ninguem © mostra: melhor do que o au tor de Alice no Pate das Maraoitbas. Com eleso, 0 scees ‘esse pais compreendem um pouco a linguagem de Alice Mas o problem dela € entrar em coetato, enfabular uma ‘iscsi, pois no Ps cas Maravthas ao fi razdo alguma para ay dscussoes comegarem. No se sabe por que um se ‘irgina 20 outro, As vezes Alice toma a inctaiva © uulza singelamente 0 voeatve. °© camundongo"” Ex considera tum sucesso ter conseguide tocar algumas palavrasindife- rene com a duquess Em compensagao, a encetar um as- Sunto com Jagan, chegam Imediatamente a. um ponto mono. "Acho que voce devera dizerme, peimeir, quem €or qué, peegunta a lagara”. Em nosso mundo hie ‘arquirad, ordenad, exisem gealmente regras que est belecem como a conversa pode inicarse, um acordo prt vio resultante das propnas normas da vida socal. Entre Ali ‘ce e.0s habtantes ‘do Pas das Maravilhas, n20 hd nem hie rarqula, nem direto de precedéncia, nem funcdes que fa ‘gam com que um deva responder em Vez do out. Mesmo $s conversts entabuladss costunsim gorat, como @ conversa ‘om o papagalo, Exe se prevalece de sas idade- lice ado podia admit 0, sem antes ser quai le de. com 0 pupagav se racine 8 Ut 0 PVE tas nad fala 1s rearapo pa ancrauseracio A tinica das condigdes prévias aqui realizada & 0 desejo de Alice de entabular conversa com 0% se¥es Jesse AOVO (© conjunto daquetes 20s quais desejamos diigi-nos & ‘muito varvel. Esa longe de abranger, para cada qual, to- ‘dos os sees humanos, Em contpartid, 0 Universo 20 Qual Srcranga quer drgiese, precsimente na media em «ie 0 ‘undo dow adultos Ine fechado, se amps mesa a Sociagto dos animas e de todos os objets inarimados por ‘cls considerados seus inteslocutones natura i seres com os quals qualquer contato pode parecer supérflua ou pouco desejivel, Ha serex aos quais 130 no+ Preocupamos etm singin a palavay Ii outros tame com fguem nao aqueremos discutir, mis aos quai nos concent thos em ordenar Com efeit, para argumentar, & preciso tet aprego pela lesio do interocutor. pelo sew consenimento, pela st fcipago mental. Poranto, as vezes € uma distinga0 lapreciada ser uma pessoa com quem outos discutem ©. rrcionalismo ec humanismo dos ultimes séclos fazem pax fecer estanha 4 ideia de que soja uma qualidade ser al fnuem com cujg opine outs se preocupem. mas, em mut tes sociedides, nao se dnige 2 paavra a qualguer um, co ‘mo mio se dulawa eom qualquer um, Cumpre obser, alls, que querer convencer alguem implica sempre cer rosé da pare de quem argument, 0 que cle diz nao Consist uma -palavra do Evangel, cle eo dspoe dessa Sutoridade que far com que o que diz sea indiscutivel & ‘obvém imediatamente 2 conviceio. Hle admite que deve Persad. pensar nos angumentos que podem inluencar Seu interlocutor, preocupatse com ele, inleressrse por set ‘stud de esptio. (Os seres que querem ser importantes para outeem, audultos ou eriancas, deseiam que nao Tes ordenem mais ‘mas que Ihes ponderem, que se preocupem com suas ea es, que os considetem membros de uma socledade mals ‘54 menos igual, Quem nao se incomada com umn ore talo asim com os outros seri julgado arrogante, pouco sim pico, a0 conto daqueles que sea qual fora impor. ‘a de sts fongdes, nap hestam em assinalae por seus di {euos 20 pablico 0 valor que dao a a apreciacio. ‘os avr Da anc menage » Mas, oi elito mits vezes nem sempre & louvivel que rer persiadi alguem as condligdes em que se eferus 0 Com tate dos espiion posdem, de Tato, parecer poued dignas Conhece-se a célebre anedota acerca de Antipo. # quem censuravam por ierse abaiado perane 0 iano Dionisio, Ponto de prse a sews pis para ner vido. Arstipo defen Hewse dizendo que nio era culpa sus, mas de Dionisio, ‘que tina os ouvios nos pes. Sera ent iniferente onde ‘Se encontram os ouvidos? Para Anntieles 0 perigo de discutr com certs pessoas € que. com elas, se perde a qualidade de sua propels argu mening: a lara deere ltt Nao basta falar ou escrever, cumpre ainda ser ouvid, ser ido. Nao € poueco tera atengio de alguém, ter uma la 8 audliénca, ser admiido a tomar 2 palavr em cers cir unstncias, em certs assem, em certos meios. Nao fesquecamos que ouvir alguém & mosrirse disposto a ace. tarihe eventoalnente 0 ponto de vista Quando Church proibiu os diplomatasingleses at de ouvisent 2s proposas de paz que os emissinosalemies poderiam transmits, fou guando um paride poltico ass estar disposto a escuat 45 propostas que The poder spresentae um formador de minstévo, esas dias attudes 20 sigaiicavas, porque ia pedem o esabeleeimento ou feconhecem 4 existences is ‘ontigoes prévas para uma eventual argumentaco. Fazer pane de um mesmo mci, conviver, marter rea s8es socials, tudo isso failia a realizacto das condicoes previ para 0 conto dos espinos. As discusses Fras € Sem imeresse aparente nem sempre sio despeovieas de ia Portincia, por contrbuirem para © bom fancionanento de lum mecanismo social indispensive, » ata Da anoraexracio 55. O condor e seu audidrio (Os auores de comuniagdes ou de mem eis costa pens ue Ts basa ear cas expen, ‘renctoar ete fos enuncar ceo mero de erases, pa sust faiveimenteo intereare de sus events Ov Times ou levores Tal atte suka da Hust, muito fore {ids em certos mene raionalisase eentcos, de que os f- tostalam poral so ¢imprimem una mares idle em 0 {8 exprto humana, cuje ade forcim,sejm quai orem ‘ts csposgocs Kr Bruner, scretino de redagio de ust teva pacolopta, compar exes autor, pouco peop Sos coum sev auc, com um viskante descones: les jam ums cde, nd enfadonhumerde sopatos¢snincars brscament, 18) mesmos ou 205 ees ‘incase ibe lane tao mowaram.. que a fence flomato anco respond nepnivamente a0 chogue ta” Moto bem: met senor, goes, e a? De rr ‘prgue devo incomeaar me co 6, ena oie verdade que esses autores, mt medida em que to- tmam a palais uma socedade ceaea ou pubiam um igo numa revise eopecialzads, podem desculdar dos tess de eta em conto com sot pablo, porque uma instuigio centica,socedade ou eva, fomece 0 Vinelo idspensivel ente o ondor e seu audiona.O papel Jo EnWore apenas mater, ene ele e 0 pablo, 0 conato que 2imsttugio lentes posfltow estabelcer ‘Mas nem todos se encontra num sag 180 pi leads, Pars que uns argumentacdo se desenvola, € pe Gio. de fat, que aquetes quem el se destin Ihe reste sigan ten. Amp afore ube © SE propaga se proc, acima de tudo. em prendet © tmetexe de um pablco indent, condici idpensivel prarno andamento de qualquer arguments. 0 & por fhe, em rand nimero ce reas tatese de educa de polica, Ge cence ou de adminicraco da justia ~ toda eiedade post ishuighs qe facia organizam ese Contato dor espiito que we deve fgorar a importa dev se problems pris, (s Aunmros De araresraco a NNormalmente, € preciso alguma qualidade para tomar a plavra © ser ouvido. Em nos civilizagio, em que 0 reso, tomado mercadora, aprovelase da orgueizacao fecondmica para imporse a aiencio, tal condigio so aparece ‘laramente nos easos em que 0 cantato entre @ oTador & Seu audi6rio nio pode esabelecer-segracas As wécnicas de isirbuigio. Portant, percebemos melhor & argumentagio ‘quando € desenvolvida por um orador que se diige verbal. mente a wim determinado audtérin, do que quando esti ‘conta nen liv posto 2 venda em livaca, Resa qualidade to orador, sem a gual mo sera ouvido, nem, muitis vezes, ‘eek autoriado a tomar a palara, pode varsar conforme ss ucunstincas. As vezes hasta apresenta-se como ser hu ‘mano, dcentemente vest, as veres compra ser ado 1 vezes, simples membro de un grupo constnuido, i ve 2es, pora-vo7 deste grupo. Ha fungoes gue autonzam ~ © $6 das ~a tomar a palvra em certos sos, ou perante cer {os auudiéios, hi campos em que tals problemas de habs tagio slo minuciosamente regulamentadon Esse contto ene o oradore seu auctoro no concer: re unicamente ds condigies prévis da argumentacio € e Seneial também para todo 0 desenvolvimento dela, Com feito, como 2 aqumentacio visa obter a adesto daqueles 3 ‘quem se ding ela €, por ineo, relaiva 20 audltono que procusa fluence Como definir semelhaate audio? Seri a pessoa que 6 orador Interpela pelo nome? Nem sempre- 0 deputado ‘que. ro Paramento inglés, deve dirgi-se a0 presidente po- dle estar procurando convencer nao s6 os que 0 over, ‘mas ninda a opiito pblica de seu pais Sera o conjunto de pessoas que 0 orador ve a sua Frente quando toma a pa ‘va Nio necessariamente. Ele pode pestetamente deat de Tad uma parte delas: um chefe de gover, num discus 4o Paramento, pode renunciar de antemao 3 convencer oS membros da oposicio ¢ contentar-se com a adesao de Sut maiora. Por outa lado, quem concede uma entrevista a Ut jomalita consider que seu audio € constiuido mas pe- los Tetores do jornal do que pela pessoa que esti a sua frente. © segred das delberaghes, modiicando ase que 2 ‘rave Da anc esac ‘6 omudor tem de seu auditorio, pode wansformar 0s termes. ‘de set dikcurso, Vese imediatamente, por exes exemplos, ‘quio dic € determina, com a ajuda de exter puramen Xe materais, 0 audiério de quem fala: essa diteuldade & muito maio® ainda quando se trata do auditrio do escrito, pois, na matoria dos casos, os egores mo podem ser deter Ininados com exalt, TE por essa razio que, em materia de reorea, parece- os preterivel defini o audtéro como o conjnto daguees {que oorador quer influecsar com sua angumentagao, Cada Srador pens, de uma forma mais ou menos consciente, na fqueles que procura persuadt e que constituem 0 audino 0 qual se dsjgem seus diseursos $4, 0 auditrio como construgio do orador © audidrio presumido & sempre, para quem argumen ‘2, uma construgio mais ou menos Sstematizada Pode se tentar determinielhe as ongens psicologkas’ ot socolg ‘os 0 smportante, para quem s= propoe persuadir eft ‘mente individvos concrete, € que a eonsrugto do audit 1 ndo seja inadequada 3 expentncis ‘No Se di © mesmo com quem se dedica a ensaios sem alcance weal A etic, tonada exerci escolar, dit sge-se a auditonios convencionas« pode, sem inconvenien- tes, aterse a vides extereotipadas dele, 0 que contabui, tango quano 4 anficalidade dos temas, para faré-la dege erat “A argumentagao efetva tem de conceber 0 audltio presumido to proximo quanto o possivel da realidade Uma imagem inadequada do auditor, resultante da igno- ‘incia ou de um concurs impreviso de cecunstncias, po- {deter as mals desagraciveis conseqencas, Uma argumen. {aio considerada persuasva pode Vir ater um efeto cevul- Sivo sobre um audio pars o qual as razies pro so, de fato, raves contra, O que se diser a favor de uma medica, alegando que ela @ capaz de diminui a tensio socal, le ‘antard coma tal medida todos os que desejam que Gor am distrbio, los ners nn ancisuesracai 2 © conhecimento daqueles que se pretende conquistar 6, pois una consi revs de qualquer argument (© vidado com 0 audiério tansforma cetos capitlos dos antigos tatados de retrica em verdadeiros estubos de psicologa Fol em sia Metnca que Arsitcles, a0 falar de Euditérios clasificados conforme a idade e 3 fortns, inse ‘i mit descrigdesargutsse sempre lids de pico Aiferencal Cicero demonsa que convém falar'de modo “iferente a especie de homens "ignorante e grosses, que sempre prefer o ut ao honesto” e 2 “outta, esclarecida & cults, que poe 2 cignidade moral cima de tudo". Quint Hano, depois dele, dedica se a> dierencas de arate, in ponaates para 0 radoe" (© estado dos aucitorios poderisigualmente constiuir lum capitulo de socioiogt, pois, mais que do seu carter ‘pessoal, a8 opiioes de um homem dependem de se meno Social, de seu crculo, das pessoas que freqdenta e com quem convive: "Voee quer’ czia ML siliond, "que 0 ho- ‘mem incuto mude de opine? Transplante-o"® Cada meio Podera ser earacteizado por suas opinioes dominant, por fuas convicebes indscutias, pelas premissas que aceita sem hesiars tis coneepcoes fazer pane da sua culUura © todo orador que quer persia um aitono pariculr em dese adaptars ele. Por seo a clara propria de cad sh tee transparece atcavés dos dscunos que Ie sto destin ‘dos, de tl maneir que &, em langt media, desses proprios fiscursos que nos jlgamossutorizads ata alums infor magia trespeta das clinagbes passadas, As consideracbes socio6gicas Gels ao orador podem versar sobre um abjeto particulamente preciso, a saber, 36 fangoes sociais cumpridas pelos ouvintes. Com efeito, exes ‘commam adotratitades gadas 30 papel que Ihe & confi {do em cera istiuigies soci. Esse fat fl sallentado pe To erador da pscologia da forma Podenie obtenat, ere ee”, muraveas mudan- ‘2 nos indiduns. come quand um pesto apaaonad trent seca tomas meno de um jr ov abito, 04 fz uae ages met endo dada pusagen i aude 2 ‘narao Da ancunesracao sectiin a um hones esorgo para tata © problema em (Gusto deuna mania yt fea come © mesmo com a mentalidade de um politico cuja visto muda quando, aps anos passados na oposicio. toma-se membyo fesponsivel do governo. ‘© cave, em tas novasfangdes, assumiu uma perso nalidade nova, que © orador no pode ignorar Bo que vale pata cada ouvinte particular nao € menos vido para 0s a {orios, em seu coajunto, atl ponto que os weorcos da re- {rica acredtaram poder disinguie generos orstérios pelo papel cumprido pelo audiério'4 que se diige 0 discus. 1s géneros oratrios, ais como os definiam os antigos ~ enero delberstiv, judiciino, epidcico ~, comespondiam Fespectivamentc, segundo eles, a auditors que estavam Aoliberando,fulgando ov, simplesmente,usufruindo como Cspectadores 0 desenvolvimemo oratorio, sem dever pro funcia-se sobre o imaygo do caso" Tratase,nesseciso, de uma distingdo puramenteprit: ca, cua falas © inauficénelas tio maniesiay,sobretudo fn concepgio que ela apresenta do género epidicico: alii, Tercinos de volta a ele" Mas, embora essa cassicacio dos ‘scursos ndo posta ser ace tal qual por quem estuda a {enica da argimentacto, ainda assim temo mezito de si Tense a importincta que o aaidor deve atnbair 3s Fungbes de neu auctor £E mito conum acontever que o ordor tena de persus dlr um audteno heterogeneo, teunindo pessoas diferencia dis pelo cater vinculos ov fungoes. He dever! utlzar ar [zumentos malliglos part conquistr ov diversos elementos de Seu audiono, & a ate de levar em cobra, na argumertacio, fone auidtero hetergénco que caracteiza © grande orador Podertmos encontrar amotas desst ate a0 anallsar os di curso proferdos prante os Parlamenios, onde’ os elementos ‘do sudhori heterogenco So facimente dscerives Nao € necesario encontase perante vars fesoes corganizadas para pensar no cariter heterogéneo do audio- Tio. Com efoto, pode-se Considerar cada om de seus oUvin- {es como integrinte, em diversos pontos de vist, mas si mulaneamente, de grupos multiples. Mesmo quando 0 ora (s Aarros na araruesracao 2% dor est diante de um miimero limitado de owvintes, até tesmo de um ouvinie Gnio, © possivel que ele heste em Feconhecer os argumentos que parecerio mai convincentes fo Seu audi6ro, insere-o endo, Relcamente, por assim dh der, numa série de suditorios diferentes. #m Testram Shandy" 40 qual nos refriemos ainda muitas vezes, por: {que #argumentaao consi um dos seus temas principals ~ Steme descreve uma discussio ene os pas do herdk, Me pai diz eve, que queria convencer minha mae de arrumar lum parte, {ex vale seus argumertos sob todos os Angulo, cu o> mo eit, como pagso, como mud, como pas, como Tome, aa me responds sempre como mer Fo jogo dro pars ei incipaz de ado pa 9 combate tans Issn lerentes ch wears uma parila desl a (ra, atengao, no € somente © orador que muda assim de cara, € muto mais ainda 0 audaévio a que se dsge ~ 2 pole espasa no caso — que ele transforma assim, a0 aor Ae Sua fanasia, para apreender he aspecios mais Yulne els, Mas, competindo iniiava dessa decomposiea0 do Auditério a0 orador, € a ele que se aplicam os tenmos “eo to ensto", "como palo", "como marido", "come pa Perante uma assemblia, o oridor pode tentar stuar & auditéno em seus marcos sociais Perguntarse-t se 0 aud Toro est incluido por inteko num Unico grupo social ou se ‘dove reparir seus ouvintes cm grupos mlplon ou, mes tno, opustos, Nesse caso, vislos pontos de putida sempre ‘Sho posives, De fato, pode se id igualmente © auco- fo de acordo com grupos soca ~ por exemplo. politicos, Drofissionais,relgiowos~ abs quis pertencem os indiduos fu de acoado com valores aos quals aderem centos ouvin- tes. Eas dvisoes ideas mio si tndependentes ume da Ou- tra; mio obstante, podem levar 3 consttuigio de aucitérios parcais mito diferentes ‘A suldivisio de uma assiténcia em subgrupos depen era, alas, da posg20 pessoal do omador se ee mantem, Sobre uma questio, opinioes extremists, nada Se 0port 26 ara Da anctMeracho que ele encane teos os seus itelocutores como partes de tim dinico sudtOro. Em contaparsda, se € de Opinio mo- Sera, sent leva a encarvios como partes de pelo me ‘nos dos audios cstntos" io se concehe 0 conhecimento do auditéro indepen. dlentemente do conhecimenta dos moios suscetvels de it- Tluenetzo. Isso porque © problema da narreza do auio- fio € ligado a0 de seu condiconamento. Ese termo imple a, scima de tudo, que sett de ators exrinsecas 20 “itor. E qualquer estado desse concicionamento press poe que este € consklerado como que se aplicando a uma fmidade que, por soa Yer, seria O audono tomado ems mesmo. Mas, examinando melhor 0 cis0, concer © aud Toro € também saber, de um ido, come & possvel ase far seu condlionamento, do outro, qual é a cada insane {do discuso, o coméicionamento que fi realizado. Para poder influencar mais @ auditor, pode-se cond cioni-lo por meios dieses: asic, Huminacto, jogos de ussas homanas, paisagem, dire teat. Tais mesos o- ym conhecidos em todos os tempos, foram empregados tanto pelos primis. como pelos geeyos, pelos romanos, pelos homens da Idade Médis, os aperfeigoamentos teen os possi, em nossos dias, descmvoW los posdero Smente, de modo que se vin nesses meios 0 essencal dt cho sobre as mente. "Ao lado desse condicionamento,cwjo estudo no pose mos abordae, existe um condicionamento através do pr plo discurso, de sore que 0 widOr0 fndo é, no final do {seuso, exttamente o mesmo do iniio. Ese timo condi Gonamento 80 pode ser realizado peta adaptagio contin ‘do orador se suo. 55. Adapragio do orador a0 auicrio “Todo o objeto da eloquénca”,escreve Vico, “@ relat vvo aos nossos ouvintes, € &-consoane wis opinibes que {devemonajstar os nosses dscutsos"= O importante, na a [Bumentagio, no ¢ saber © que 6 propo oridor considers Yerdadeio ou probatono, mss qual €0 parecer daqueles 2 Cs Amaro on ancetesracio a quem ela se dirge. Sucede com um discuso, para ctar uma ‘omparagao de Graciin,“o mesmo que com um festa, ean ‘que as cames aio sio preparadis para 0 palidar dos Cozi eiros, mas para o des convivas= ( frande orador,aquele que tem ascendéncia sobre ou ‘rem, parece animado pelo proprio espinto de seu auctor. Esse mio ¢ 0 caso do homem apasxonado que $0 se preoc [com o que ee mesmo sent. Se bem que exe ukio pos Si exercer era ifluencia sabre as pessoas sugestonavess, Seu dscurso 0 mais das vezes pacers desirrazoado 30s Ov vines O discuro do apaisonado, afm M. Prades, embo- 1H poses tocar, no produ um som "verdadero, sempre a ‘erdadlra figura “rcbena a mascara logics, pols, dz ele, “2 pclo € Incomensurivel para as razdes™. O ue parece ex Plicar esse ponto de vist! € que o homem apaixonado, en- ‘quanto argument, 0 faz sem evar sientemente em cont SO auctono a que se sige: empolgado por seu entusasmo Imagina 0 auditor senaivel aos mesmior argumentos que © persuadiam 9 ele propo. O que a paselo provocs & por temo, por esse esquctimento do audio, menos uma’ au seni de rides do que wma mi escola das res ‘Como on chefes da democraciaateniense adotavam 3 téenict do hab omar, um Msofo como Plata les cen suravs "adulat” a multdao que deveriam ding. Mas ne ‘hum orador, nem sequer 0 orador sero, pode descuidae esse exforgo de adap a0 auditor. Cabe 408 ouvintes, ‘ir Bosse fazer o8 pregadores, Em sua ft conta os de ‘magogos. Demostenes pede 20 povo ateniense que st ape more, para aprimoraro estilo dos orsdores: Jamis votsos orate, it ce, vos tomam bons of sma sois vs que frets les © que quer, Com eo, ‘io ten propels conformaroe's ata vonade 4 pa {ue cles se pata pelos deen qe vor stiboe. Tene ot, votes sais ido i bem. Pos, des, Uo Snare alo nace o a provelur dso, pr ata de owintes Upeston se dea em pera i £, de fao, 20 audtoro que cabe o papel principal para deerminar a qualidade da argumentagio e o comporamen: todos oradores” 8 TADO Da aRcLMBTACKO Embors os oridores possm ter sido comparados, em ‘suas relagbes com 0 audkério, nfo 96 com cozinheos, mas Se com paraitas que, “para trem tm higar tas Doas me Sis, empregam quase Sempre uma lingagem conitsia 20s Seu sentimentor"", no esquegamos todavia que, quase sempre, o-orador tem toda a liberdade de renunciat a per Sadie um determinado auditor, se s6 0 pudesse fazer efi ‘czmente de um modo que Ihe fepugrasse. Nao se deve Saovedtar que seja sempre honroso, esse fespeito, nem ser themsucedido nem sequer se propor slo. O problema de Concilar of escripulon do homem de bem com a submis Slo ao audiono e um dos que mais preocuparam Quinta ‘nom Pars ele retin sctontia bene dicen implica que © onador perfete. persuada ber, mas também que diga. 0 be Ora, se admitirmos que hi audeorios de pessoas de privadas qe mio queremos renunclar a convener € se nos Eolocarmot no ponto de vista ds qualidade moral do orador, Seremos esimulados, para resolver a difeudade, a estabele ‘er dinociagbese diingoes que mo S20 nada evidentes A obrigigio, para 0 orador, de adaprarse a0 seu a. ‘rio ea lmtacio deste 4 muleto incompetent, incapa7, {de compreeader i raciocinio ordenado e uj atenga0 es tia merce da menor distacio, levaram nao 50 20 descr to da rete, mas inroduram na Teoria do Users Fears fers cua valldade parece, enietamo,limitada a casos es Deciicos, Nao vemos, por exemplo, por que, em Paneipio, utagio de uma argumentagio teenies afasaris dare fete da dsica, Ti apenas uma regra a esse respeito, que € a adapt lo do dicurso 40 audltrio, sja ele quai for 0 fundo.e 2 Forma de cers argumentos, spropriados a certs crcuns ncas, podem parecer sdicuos noutrs" “A realidade dos mesos acontecimentos descetos.1u- ma obra que se pretende centiiea ou num romance hiss (Co mio deve ser provada da mesma forma, Aquele que teria Schado despropostads, se publicadas numa revista med i, pros fomecidas por J. Romains de suspensio vo Tuptira dos movimenton cardiacos podera consider las ‘uma hipotese interesante, sea encontrar desenwolvida nam, fs arms ne anatuesracio » A extensio do audt6ro condicions em ceria medi fs process arguimentavos,e 80 independentemente das ‘onsideragies relat aos acrdos nos cis nos basears que diferem conforme os audirios, Estudando 0 extlo fem Fangio dis ccunstincas em que se exerce a palavea, Marouzeau asinala ‘Leap de deferéci € de testo umuno que © nimero fmpoe A medida que intimidase dimou 0 wervpulo a ‘ment, escroplo de sr bem gad, de colber 9 spausd Su, polo menos, 0 assentimento dos olhares © das at oe Suits outrasreflexdes elatvas a panicularidades dos uudtrios que influenciam 0 comporamento e a argumen tuglo do omtdor poderam ser desenvolvdas com perinén- ‘Ga, E, pensamos, baseando se na consideragio dos audio fos sob seu aspecto concreto, particular, muliforme, que rosso estude ser fecundo. Todavia, gosttamos sobretudo de extender-nos nos quatro parigrafos segvintes sobre as Csracerisicas de alguns auditonos, cja ponding ine pivel para todos, especialmente para 0 M680. 56. Persuadire convencer As piginas precedentes mostram sufiientemente que a vasiedade de audiéros € quae infina e que, querendo adaparse 4 todas as suas partcularidades, 0 orador vese foafrontado com inumerives problemas. Talvez sei esta lima dis razdes pelas quis o que ssi acima de tudo 0 Interese € uma tecnica argumentaiva que se impora at dos os audio indferentemente ou, pelo menos, 4 todos fs auditcries compostos de homens competentes ou racio: fais, A busca de uma objetvidade, se qual for sun nature 24, coresponde a esse ideal, a esse desejo de tainscender 4 pamiculaldades histéricas ou locals de modo que as te ‘defends possim ser aceta por todos. Por esse mos. vo, como o diz Hussel no emocionante dscurso onde de Tends’ esforgo de racionalidade ocidental. “Somos, ef nosso teabalho flosfico, fancionarios da bumaridade™. E 20 marapo na ancxsorcio ‘po mesmo expirito que J. Benda acusa os egos de waigio, {quando abandonam © cuidado com o ciemo com © Un ‘ersal, para defenderem valores temporas e locas”. De fi {o, asistinos aqui a retomada do debate universal entre 08 artdiros da verdad e os da opinizo, ene hlosofos, nds Ipidores de absoluto, © retores, envolvidos na ago. E por fScasao desse debate que parece elaborarse a disinglo en lve peruadire conencer que gostariamon de retoma em fungio de uma teori da argumentsgo do papel desem- ppemhado por cetosauasorios™ Para quem se preocupa com o resultado, persuadir & mais do que convencer, pois 2 convieeao mlo passa da pe mmeita fase que leva 3230". Para Rousseab, de nada ada tu convener uma etanga “se nao se sabe persia l= ‘Em contrapartida, para quem est preocupado com 0 carter raconal da adesto, convencer € mais do que pets. fir Als, ora essa caracteristica acional da convo de pende dos meiosuilizados, ora das faculider is quais © ‘radlor se dirige, Pra Pascal o automata € que € pers. do, € ele entende com i50 0 corpo. a imaginacio, 0 sent ‘mento, em sua, tudo quanto no € a razio. Com mits freqigneis « perwasso ser considerada uma transposio injustiicada da demonsiagio. Segundo Dumas", na persia. ‘So, 0 individu “se contenta com azbesafeivas e pesca Sendo a persiasao em geral“sofisica” Mas ele no expect fica em que cena prova afetiva difeia tccnicamente de uma prova objiva Gs crstenos pelos quas se juga poder separar conv: ‘fo persuasio so sempre fundamentados numa decisio fque pretend isolar de um conjunio ~ conjunto de proced ‘Mentos, conjunto de faculdades ~ ceros elementos consid ‘dos racionas, Ha que salientar que ese solamento Bs ¥e 2s ince sobre 0s proprio ricocinios: por exemplo, mos- trarse que tl slogismo, mesmo ocasionando a conve. (20, nao ocasionars a persiasto, mas falar assim desse ilo smo significa holt-lo de todo tm context, significa supor que suas premissas existem ino espintosndependentemente 4 reso, sgaiiea ransformaas em verdades snabslvel, Intangives. Dienos-o, por exemplo, que tl pessoa, con veneida do perigo de mastigar muito pido, acm por isso tard de fz0-16%, porque se isola 0 faiocinio em que se (os Aunmros Da ac wenraco a base essa convicgdo de todo um conjunto, Fsquece-se, por exemplo, que tal conviccao poste cold com outa con Wier, a que nos afiema que hi ganho de tempo em comer mals depressa”Vése, ponanto, que 4 goncepga0 daquilo que consitl a coavico, que pode parveer huseads numa Ciferenciagdo das meion de prova ou das faculdaes posts fm jogo, © € também, muits vezes, no isolamento de cer tos dados dentro de um conjuato muito mais complex, Embora se possa recut, como Fizemos nos, 8 adot cessas Gstingdes dentro de um pensamento vivo, cumpee rio obsante reconhecer que nosstlinguagem utiza das hhogdes ~ convencer e persuad ~ entre quis considera. Se eralmente exisa um maiz spreensve. Propomo-nos chamar persuastea a uma argumestacio aque pretende valer sé para um auditoro particular e cha far coneincente aquela que deveriaabter't adesio de to {do ser eacional.O matic € basante delicado © depenie, es Sencialmente, da idea que 0 orador faz da encarnaga0 da Fazio. Cada homem cr@ num conjunta de fos, de Verda des, que todo homem “normal” deve, segundo ce, aet, orgie sio vélidos part todo ser racional Mas ser real. mente asin? Esst pretensdo 4 un validide absolute para qualquer auditoeo'composio de seres raciona no ser koran? Mesmo © ator mas Conscienciono tem, nese pponto, de submeterse 4 provi dos faos, 20 juzo de seus Ietores*. Em todo caso, ele terd feito 0 que depend dele para convoncer. se-acreda digi-se valdamente 8 seme Trance andor, Preerimos noso citério que, bastante prxino em ‘aus consequéncas,embora diferente en ses prance {os propos por Kant em ma Chica de rsa punt. A con vio ea persuasio si, part Kant dias especies de renga (Quando viel par cada ql 30 menos media fem que exe fem riz, seu principio € obetvamente st Slentees cena se cm conju, Set ge seu fd. tento apenas na naturers puriclar do sujet chamase Demat A peruano € mer aparénc, poguc ® prin Ai ao que ests uniamene no sujeto € Wo por eer [Asm Um fo desse gon 5 tem um tal nile {rena so pode comuniae se Loge, peeiast 0 fo Ai; verdad ser dsinguda sibedvameate da comic, 2 rmarapo na ae mexragio ss note ac LS SAS acvceiae Shce oor a Suonamrncpanals Saad pete eng | concepgte kantiana, embora bastante préxima da nossa por suas conseqiencias, cifere dela por fazer da opo- ‘gio Subjerso-objeneo 0 entero da distingo ene persis to e conviceio, Se a conviceio & fundamentada na ver ‘Ue de seu objeto, por iso, vila para qualquer ser raclo- fal, apenas ela pode ser provada, pols @ persuasco tem um flcance unicamente individal. Ve-se, desse modo, que Kent 36 dmite 4 prova puaamentelégica, estando a argu mmentagio nlocoerciva excuida, para cle, da flosofia. Sua oncepeao a6 € defensivel na medida em que se adite {que o que no € necessirio mio € comuniedvel, 0 que ex ina quaker angumtentagio concemente a avdionos par ticulares Ors, esta tlima € 0 campo preterdo da retria ‘A partir do momenta que se admite que existem Outros meioe de prova, alem di prova necessila, a angumentagio Concermente a audiGrios pariculares tem um alcance que Supers etenga poramente sujet "A dbtingio que propemos ene persuasio € conviegto expla indirexamento vinculo que se costuma esubelecer, finds que confusamente, de um lado entre persuasio € facto, do outro entre coavicedo e inteligéncia. Com efeio, 0 Cariterintemporal de ertosaudiorios exphica ques argu mentos que Ines sto destinados nao consttuem um spelo a cae imei “Tal distingto, fundamentads nas caracerisieas do aud torlo a0 qual se dirge o orador, mio parece, 4 primera vis ta, explicar a distinglo entre conticc2o e persiasio tl co tno ela € sents pelo proprio ouvinte, Mas ¢ Fel Yer que 0 fines crea pode, io obsante, ser aplicado, se leva mos em conta o filo de que esse ouvinteimagina a transe ‘os Anos na ancresracao 8 rncia, para outros aucliéros, dos argumentos que s© Ihe fapresentam © s¢ preocup com s acolhida que Thes seria concedida. ‘Nosso ponto de vista permite compreender que o ma tie nite os termos conrencer e persuadir seen seme i preciso © que, na prética, deva pemaneces asim. Pois, 20 asso que 25 fronteiras entre a imeligencia€ a vontade, en tue a razao ¢ 0 Hracional, podem constuir um limite preci £0, datingio entre diversos adirios € muito mas incerta, ‘so ainds mais porgue © modo come @ crador imag fs audios € 0 resultado de um esforga sempre suse vel de ser retomado, Nossa dingo ene persuair © convencer se assem tha, poranto, por mutios vagos, As dsingdes amiga", mes smo que nao thes adote os enteios: ela expliea também 0 tse que outros fazem, por modestia, do temo persuasio, fem sia oposicio a contiee20. Assim, Claparéde, na apre- “Sentasio de um de seus livron, dk nos que, se se deci a ‘exuimar seu manusento, Tora podido da sa Anupol, que te persuadis(mas aio me convencey) de que haveria inte reseeem publica ests peuisis”™ O autor ui, 0 pen. ‘em estabelecer uma distingao teeica entre 0 dois te ‘mos, mas valese de sua diferenga para express 20 mesmo tempo o pouico valor objetivo asserado e a orca das 20en apresentadas po sua colsboraors, © maiz de que se vale Claparéde pode comresponder a concepgi0 Kantian stende muito melhor ainda, a0 que parece, 20 Talo de se ‘watar de razbes probatoras para ele. que concede. contd, {que no © seam para todos, E, pomanto, a natureza do audiorto a0 qual alguns a uments poxiem ser submetilos com sucesso que deter Tina em ampla medida tao o aspecto que assumiedo as Srgumentagdes quanto o cariter, 0 aleance que Thes serio tunics, Como imaginareros os audtrios 208 quale € at buido © papel normativo que permite decidir a natureza convincente de uma argumentaglo? Encontramis ts espe cies de auditnos, considerados priilegiados a ese resp to, tanto na pritica cortente como no pensamento fos €0. 0 primeieo, constituido pela humanidade inteira, ov u TRATADO Pa anoLMTACAO Jo menos por todos os homens ads e nowmas, que Ghamremos de suditorio untersa, 0 segundo formato, to llogouncamente pelo titeiacuora quem se ce Crete, enfim, constuo pelo ppm sujet, quando Cle deliber ou figura as aden de seus aos. Digamos de frveato que somente quando homem ay vols cons tren ¢ inteocutr do dilogo nto consideradosenca facio. do nudioro waiver € que adqurem © prego Fosico confiado a razio, em vind do qual a argumen topio a tes diigda for amide assinilads m dscuro Topco, Com ee, conguanto 0 adoro univer de ci th omar poss ser comsiderado, de Um ponto de vista & terior un auditor particular anda asin, 2 ca instante {pars cada qua ext um auton que tanscende todos SSSttos que & ell prciar como ust audoro park Ghiar Em contpatda, o ndivduo que ders 08 © trator do dloge poder ser perthidos com Un a Gitoe particule, cuja reagbes conheremos © cus ca teres somos ao menos capares de stad Data impor ‘Gncia pmol do auditono univer enquanto norma Grrangumenagio objet, pow © parcel do dilogo © © inaividuo que debe contigo meso Rao sto mals qe “restmagbes sempre preciias 57. © audio universal ‘Toda argumentgio que visa somente a. um audio panicular olerece um inconvenient, 0 de que 0 oridor, preckamente mt medida em que se adapta 20 mado de ver Ge seus ouvintes, ariscy-se 2 apoir-se em teses que slo es tranhos, ov mesmo francimente oposias, 20 que admitem ‘us pessoas que nao aquelas 2 que, naguele momento, tle se dinge. Esse pero fa aparente quando se tata de {im audiono heterogeneo, que o autor deve decompor pars as necessidades de sua argumentacio, [sso pore ee 2: ‘dro, tal como uma assemblela parlamertar, devers rea [proparse em um todo para tomar uma decisio, nada mais Fl para 0 adversiro, do que volar coma 0 seu prede- ‘cess imprdente todos os aegumentos por ele usados com felagio Bs eversis partes do audtorio, sj1 opondo-os uns os Asm aceeracho ss 08 outros para mostrar a incompatibilidade deley, presentando-os aqueles a quem nao eram destinades, Dit 2 raqueza relatva dos argumenton que 26 sto aceos por Auditérios pariculares e 0 valor confeido as opinibes que ‘esfrutam lima aproragio undnime, especalmente G1 pare {de pessoas ou de grupos que se enterKem em muito POU E Shvio que valor dessa unanimidide depende do rnimero e da qualidade dos ue a manifestam, sendo lini te atingido, nessa tea, pelo acord do auditrioteiversa “Tratase evidentemente, nesse caso, 140 de um flo exper mentalmente provado, mis de uma universalidade © de lima unanimidade que'o orador imagina, do acolo de um Audion que devera ser univers, pois agueles que nao paricipam dele podem, por razdes legtimas, no ser lev ‘dos em considera. ‘Os hlesotos Sempre pretendem dirigr-se a um aucito- rio assim, no por espeatent obter 0 consentimento efetvo {de todos 0s homens subem muito bem que somente uma Dequens minora terd um di 2 opomtunkade de conhecee Sous esertos~, mas porcrerem que todos os que compcen- dderem suas rages terto de adits suas conclisdes O faconda de um auditor universal ndo é portant, uma ‘questdo de fato, mas de diveto © por se afimar 0 que & Conforme am fa objetivo, que constitu ama associa verdadeira © mesmo necessria, ue se conta cont adess0. agueles que se submetem aos ddos da experiencia ou 38 Tuzes da rario, ‘Uma argumentacio dirigida 2 um audiGrio universal deve coaveacer 0 leioe do carer coerewo das rides for- recidas, de sua eviéncia, de a valdad intemporale ab- solua,independente das contingéncias locals ou histories, A verdad’, diz-nos Kant, fepousa no acordo com 0 obj to e. por conseguint, com relacio a tal objeto, 0s ulzos de ‘qualquer entendimento devem estar de acordo” Toa cien- objetiva pode comunicarse pols € "villa para a razio Se todo homem Apenas Uma assercio assim pode ser afr ‘mada, ov seja, expressa “como um juz necessaiamente waldo para todos" De fato, presume-se que semelhante jvio imponha-se 4 todos, porque o proprio orador esta convencido de que 36 RaTAbO Da aRGLMBNTACAO cle no podria ser posto em dvida. Dumas descreveo, ni fms lingam muito expressiva, essa certeza cartesian: A coneza € x renga plen, que exe nearer # ctu Eto ese i ae ‘home seguro no naga 4 pola de prefer 8 Smog cna ina uaa com deen nporse a todos nas meats cocunstncas. En su a & ed em ue emer conscnia de pensar 2 Yerdade, ave {josamente eas oer univer esta obigaca0 mental 2 sine despre, 0 Hoe Pa cao ci lato homers et ae como individu exad de cone {Soi mua veres deserto com aaa de metfors, como Fite ea caeza nae a lummnagso da cones rion tz Sus explo. Ee €repouso e deconragio, esto Be Shen en enos, pol cl aa com steno com ctu tafe nec Be aca de ‘Sumento de prenca e,20 mesmo tempo, de anime ‘Sistmese ques prevenci, » pao, 0 capo vidal Aieaparecerm. Na renga los,» vedadeTora-se fons ctomamornon a verdad CObsera-se que, onde ve isere a evidéncla racona, a adesio do epi parece pendente de una verdade coer Sac os prcedimentos Je argumenaeJ0 no representam enhum papel. © indivi, com sia iberdade de dele fio edevscolh, apagrse antes rindo que 0 coage et Je guatguer possbidade de dies. NO limite,» retrca cficie para um auditono universal seria a que manipula ‘pena prota lie. "Pe" raionlismo, com suas pretenses de liminar qua quer rorct dh Howfi, orlars ur programa mito am Bose gue devera proporcionar 0 acordo dos espsios frscs 4 edna rational que se Impoe a todos. Pore, rl foram formuladas as exigancas do método carestno, Descartes fi adantava, em some dela, ssserges muito Comestves. Com efits, como diningul a evdencas ver dhdcias as false Ser gue se vagina que © que conven fe um audio universal cu reprsenante eal € cons Serado propria pessoe, poss realmente ess vaidade ‘bjetna Pareto observ amiavelment, em paginas pe feast, que 0 consentieno universal ivocado © mas ‘os dummros na ancrenracho a ds vezes mo passa da eneralizago etna deur iti flo particular’ & por ext razio que ¢ sempre temerino Tdcntficae com a lca 2 argumentagio para Uso do audio ‘io universal ta como propria pessoa 0 concebeu. AS onceproes que os homens eriaram no cirs0 da historia ‘dow “fats objetivon” ou cas “verdaden evident” vararam ‘bastante para que nos mosremos desconfiados a esse res" pelt. Em vez de se cer na exitencia de um audito vn ‘ers, andlogo ae espinto divino que tem de dar set con Sentimento 2'verdade”, poderseia, com mais razao, cua terizar cada oridor pelt imagem que ele proprio forma do uditéeio universal que buses congjistar pars nas opines. ‘© audirio universal € consttuido por cada qu 4 pa tir do que sabe de seus semelhantes, de modo tanscen er as poucas oposigbes de que tem consciencia Assim, cult, cad individvo tem sus propria concep do fsuditoro universal o estudo dessas varlagdes seta mu Insnaivo, pois nos fala conhecer 0.que os homers cons. ‘eraram, no Jecomer da historia, rea, verdadero e objetiea ‘ment ido, Sea argumentagio disigida 20 audio universal, € {que deveris convencer, no convence xiv 8 todo, rest sempre 0 recuno de desquaificar 0 ealcitrante, conside- rando-o estopide ou anormal, Esse modo de proceder, fe ‘ghee enue os pensadores medievas, encontes se iva mente entre os modemnos”. Tal exclusdo da Comunidade humana s0 pode obter 4 adesio se 6 mero e 9 valor ine lectal dos prosentos alo ameagarem tomar rico seme: Thane procedimento. Existindo 0 pergo, deve-se recor & foutra argumeatasio e opor a0 auditono universal um aude too de elite, dtado de meios de eonhecimento excepeio raise infalives. Aqueles que se jacam de uma reveag30 Sobrenatural og de um saber misico, aqetes cue spelam fos bons, os crentes, sos homens que a rags, ma festam sua preferencia por um aulitono de elite, exe su {ono de elite pode até confundirse com o Ser pereto. ‘© auditono de cite nem sempre ¢ coasiderido assim Livel a0 audi6no universal, Jonge disso. Com efeto, ocorre suits veres que o alter de ete qucies fear disino do hhomem comm, neste caso, a ele € earacterizada por sia situagao hieriequica. Musas vezes, porem, © avdiorio de 8 rerio mn ancemenagao elite & consderado 6 modelo a0 qual devem amoldarse os homens para serem dignos desse nome; © aldiéeio de elite cra, ent, a norma para Todo © mundo. Nese caso, a elite & vanguard que todos seguitdo ¢ a qual se amoldari. ‘Apenas 4 sua opin impora, por se, afinal de contas, a {que sera determinant, © auditoro de elte 56 encama 0 auditéro universal para aqueles que the reconhecem 0 pape! de vanguard © Se modelo. Para os outros, a0 contin, ele consis ape- ‘nis um auditéno pariculae © esto de um audit6ro Ve ria eonforme as conceppoes que fm. CCenos aueitios especializados costumam ser assimila- dos 20 suxlitério universal, tl como 0 auditrio do cents ‘dingindo-se aos seus pares, O cientsa diigese 2 ceros homens paricolarmente competentes, que admitem os ds ‘dos de um sistema bem definido, conssuido pela cienca fem que sio especalitas. Contudo, esse auditéro to limita {do € geralmente considersdo pelo cleatsta nao como UR “udtéro panicula, mas como’ vendo realmente 0 auto Universal ele supte que todos os homens, como mesmo treinamento, a mesma competéncia € mesma informacio, sdotariam as mesmas conchisdes ‘Di-se o mesmo quando se tata de mor. Fsperamas ‘que noseos uizos Sejm confrmados pelas reacdes dos Ov: twos, Os “outros, 26s quais apelamos assim, no S10, po- rem, quaisquer “outtos". Apelamos someate aqueles que “refletran evidamente sobre a condita que aprOvamos ‘i desaprovamos, Como diz Findlay: Apelames part alem das eahorasfrefltdas da soc de presente, para spunde sciedade ds pesos ret ‘Sone quer que els pom se ituada no expgo Ov HO Semelhante apelo € crticado por J-P, Saree em suas notiveisconferéncas sobre 0 audton0 do eseritor Dissemas que 0 esror se dig em praipo todos os heen Mat, logo depos, oberon ue et. bo 5 ‘mente por aun Da dtc ene 0 puleo Wal € © pi os dmnuros oe anceteracao » bio fel asc 2 iia de universe abit so er ier que 0 aor posuls 4 perp repesi¢ao, nom iro {ndefinda, do ponhado de lehores de que dpe ho presen te 0 recut 8 ifindade do tempo buses compensa © Fracasco no eps (lta ifints do heme deem do autor so seclo XVI extent ifita do lube de exores do publico de especalstas para aor do séulo XIX)» Pel “iver concrta Cumpre eter. 10 conti, fo tlie dos hens que vem inn dad sociedad Sartre censura 0s escrto‘es por deixarem de lado univer salidade concreta 2 qual poteram., e devesiam, drgi-se © Comtentarem-se com 4 fusora universalidade abseata. Mas ‘no € 0 audtério universal de Saree que deverd julgxr da Tegitimidade dessa erica, que deverd decidir se. sim ou ‘nfo, howve até agora iusto voluntila ou involuntiria por parte do escrito, se ee filhou até agora no que se aaibuira “como mise”? E esse audtero universal de Sate € aque Je 20 qual ele se dinge para expor suas proprias opinibes sobre a univeriidade abet © concets, ‘Acreditamos, pois, que 0s autres mo 0 indepen dentes; que sto audltéaos concretos pariculares que, po ‘dem impor uma concepeio do audiérto universal que thes © propria; mas, em contapartida, € o audiorio universal rio definido que € invocado para julgar da concepo do audtério universal propria de determinado suditorio con. ‘reo, para examinar,a'um $6 tempo, 0 modo cone € con pos, quals os indivduos que, conforme © creo adotie do, 0 integram e qual a legimidade desse crtéro, Pode se dizer que 0s audtoris ulgam-se-uns 30s outs. £18, A angumentaco perante um tno ouvinte © alcance filoséico da agumontagio apresentada um ‘nico ouvintee sa superiordade sobre dirgda a um vas to aueitéro fot admatida por todos os que, na Antiguidade, proclamavam a primazia da dalétca sobve a erica sta se limiava a técnica do longo dicuno continuo. Mas wm di ‘curso asim, com toda a aGlo oratéra que compan, seria ridieulo © inefieaz perane tm tnco ouvinte™ normal l= 0 ‘rao a anceesTacao var em conta suas reagdes, sas dencgaghes © suas hes {hes €, quando conaladas, no hé como exquivarse: cum- pre prosaro pono contestdo,informar-se das rzdes da = oiéneia do interlocutor, penetrar-se de suas objeybe: 0 li Curso degenersinvarawcimente em dillogo. F por isso que, Segundo Quintiano, por causa do aspecto mais denso da “ngumentagio, Zeno. comparava a dati, como técnica logo, a um punho Techado, enquanto a reorca the pirecia semethante'f mio abera™” Nio hi divida, de fato, {que a posiblilade que the €oferecda de formulae pergun: tis. de apresentarobjegies, a0 ouvinte @ mpressio de ‘que as leses 8 que adere, para termina, sio mais solidamen- te aicergadas do que ay conchsdes do oridor que desenvol> te um discurso continuo, O dialeico, que se preocupa, 2 ci 18 pusso de seu riciocnio, com a concorde de sine terlocutor,estria mais seguro, segundo Pati, de seguir © ‘minh ds verdade. Essa opinido ext claramente express reste pequeno discus que Socrates dre a alice is pois uma queso resol cad ver gue esivermos de aor sbee um pont, ete pono ser consead ul ‘enmenteprvao por snes spats, sem ser acceso ‘Guminslo de novo. Nio pods, Je ft, coneeder mo por fae de vaca nem por exces de ure no odes [Been querer enganarime pos tee meu ami, ces ‘onwo aor, pr onsen, provars realmente que te ‘oe 9 wera" Esse modo de tansformar a adesio de um 56 em ind cio dle verdade sera ridiculo ~ 0 que 6, alés, a opiniao de Parcio" — se o inteflocutor de Sccrates expressasse um ponto de vista puramente pessoal, Talver fosse exagerado izes com Goblot, qe “Patao pensa estar seguro de que rrenhm ierlocutoe poderia responder de forma cliferente Gaquele que ee faz falar™, mas € cert, de todo modo, que adn interlocutor de Séerates €.0 poMa-vor, supOM © me Thor, dos defensores de um determinado ponto de visa ‘cuias objgdes devem ser previamente afastdas para faci tara adesto do publica as teses desenvolvidas (© que contere a0 dllowo, como género filosoico,e & latéica, tal como a coneebeu Plato, um alcance eminente (0s dwar ba anctatevnagio a io € a adesio cfetiva de um interlocutor determinado ~ pois este consitul apenas um auditsrio panicular dente ‘uma infinidade de outos ~ mas a adesto Ge ua persona Tidade que, seja ela qual for tem de incinarse ante ev déncia da verdade, porque sua convicgio resulta de uma ‘onlrontagio rigorosa de seu pensanento com 0 do orador ‘A felagio enue didlogo e verdade etal que E. Dupréel ten ‘de a Grer que Gorgias nlo deve ter praticado espontanes mente 0 dialogo: 2 predilec20 pelo procedimento do dio f0 tela sido, penss ee, cricersica de um adversino da Fetcrca, paniino da primacia apenas ua verdad, a ser, ipas de ida”. (© sldlogo escrito pressupde, mais ainda do que o di logo efetvo, que esse ouvinte encame o suditono univer sal: E tal concepsao parece jstiicada sobretudo quando se admite, como Pata, que exsiem no homem painipos in femos coerevos que © guiam no desenvolvimento de set pensamento" “A argumentagio de semethante dilogo s est sgnifca- do flostico se ela pretende ser valida os olios de toon CCompreende-se faciimente que a daledca asim como a ar- ‘gumentacto vollada para o audio universal, tena sido Feniicada com a logica Essa @a concep dos estdicon € 4 Idade Média". Nao vemos nela senio uma isto, ou um process, cuja importnea 6, porém, inegavel no desea ‘imento ds flosofiaabsolussa, buscando por tos os meies pasar da adesio a verdade. A adesio do mterlosutor no ie logo extra sev significado dp fato de este ser consdendo tum encaragio do aualtono universal. Admite-se que © Ou ‘inte dispoe dos mesnios recurgs de racocinio ue 08 Os: teos membros do multoro universal, pois elementos de precio relativos apenas & competéncia tecnica slo fom los pelo cnador ou, presumes esto largamente 8 dispo Seto do ouvinte, em virtue de sia stag soca Nio comin, no entanto, que a adesio do interlocutor Livesse sido obvida unicamente fracas 4 supenondade dale ‘ica do orador. Quem cede nio deve ter sido vencido numa contenda ernica, mas deve terse incinado ane a evden ‘Ga da verdade. & que 0 dalogo, tal como ¢ focalizado aq, ro deve consttuir um debate, cm que convicgbes estab ‘dase oposas so defendidas por seus respectivos parts fos, mas uma dics, em ie iterators buncam honestumente¢ sem preconcetos 4 melhor solueao de um problema contoveriga. Opondo 20 ponto de vis efsico rpm de ws euratcocetos auton conemporsneos Spresentam a dscssdo coo © intramento ide ara che gira conclases vbjvamente Widse™ Supbe-se que on ‘mehr oan ao erect Iowa © provar todos os agumenson, a vor CON ‘Rincnes a cierae eevee em prewenga, A dncuso, leva 2 Nom wsno, deve condunr soma conch steve @ unanimemente sdmitda, se os argamenton,presumida- frente com mesmo peso para todon,exiveser disposes {Smo que aos patow de uma balan NO debate, em com ‘Tapa, cada iterdoctor 96 avenriaargmentos vor Neb un tewe e0 se preacuparis com argumenton que Ihe So destavoiveh par rel los ou linitarihes o aleance ‘home com posto tomada€ portato pare, tanto poe froma po crm px io per tt er tho. pare Goo aumernos pemiaencs que he €favorvel fren os otros por sn der, gelads eso apaecendo bo debate e-0 adreraino os sventar Come se supoe ee Exe ultimo adote 4 mena aitude, compreende-se que 2 Seuss so apresentads como una bunea sincera da ver ‘ade, enquant, no debate, eada qual se ecocupa sobre ‘Socom nfo de sua propia txe bora iesimene dino sj ti, eh nto perm te, senlo medunte uma Reneraagio mule sidacions Considerar os paripantes de uma dacaso desnteresada Como ports-vozes do auctino universal apenas em Vtide Ge'unn visto bastante esquemitiea da realdade € que cera awimiar 4 determinagio de peso dos arguments 2 {ia pose de lngore. Adem, aqucle que delende um ‘reminado ponto devia esto mats dis eves, conver ‘io de que ae sta de uma tse que € obyetvamente a me thor ede que wu runt €o tno da ow eas Por outo lado, na pela et dingo ene a discus sto €o debate pate, cin mots ccinoes, fll de prec Sar com feo, na mara dos cos, ela Fepousa fa en {io que atrbuines, com ou sem rao, aoa parpantes do SSstogo, intengo eos que, por sua ve. pode vanar no de ‘Sirs deste. Somente nds ctuos prileiados, em que a at ‘os arrose anc esac 8 tude dos paricipantes ¢ regulamentada pelasinstiuigoes, € {que podemos conhecer de anemio suas intengoes: no pro ‘ess0 dial, sabemos que © advogado de cada pate ten de menos a esclrecerse do que a desenvolveraspunentos fem favor de uma tese. Fxando os pontos a serem debt ‘das, 0 deito favorece esst atte unter, esses tomas de posigio, que o itigante 56 tem de sistenfar com con ‘nei contta'0 seu adversco, Em mrsios outros casos, as insttuigoes iatewvém de ums maneira mais discret, con ‘quanto efetva: quando um eandiato defende ma tese contra os membros do jun que a eriticam, quando um memo do Parlamento defende 0 programa de seu partido. Enfim, essa attude pode reslkar de compromise sum dos pelo orador se este prometeu 4 alquem defender Ihe ‘andidatura perante-umna comissao competente, 0 dillogo ‘que manteri coms mernbos dessa coms ser na ver ‘dade, mats um arrazoado do que uma busca da verdade — no caso, a deteminagio do melhor candidate, Vee que, salvo quando sabemos por qual fizi0 is tucional ou oura ~ 2 atte dos paricipantes ¢- da detest de uni tese e, conseqientemente implica 0 desejo de em buaragaro aeversifo, 4 dating ciara entre um didlogo uc tende 2 verdade e um diilogo que sera uma sucesso de dlefesss de tees €difici de manter Ela sO podera sistentat- ‘se mediante uma dstineao, previa e exal, entre a verdade © © emo, disingio essa que, salvo prova de mi, 4 propria ‘exiséncia da dscunsio toma dif de esibelacer, (© dislogo heuristico, em que 0 jaterlocuor € uma en- ‘cammagio do audt6no universal, © dilogo eristico, que te fia por meta dominar o adversirs, io apenas. ambos. ci sos excepcionas, no dilogo habival, os partipantes ten dem, pura e simplesmente1 persuadir sew auloro cot 0 Jnuto de determina una ‘a¢d0 imedkata ou futur, E nese plano pranco que se desenvolve a maioria de nosos die os drios. lis, € curiososallentar que esst atvidade di fa de dscussio persuaiva € 2 que menon ait 2 atenci dos teéricos: a maior parte dos autores de tratados de reo fica a consideravaalheia a sua dscplina. Os hlowolos que se ocupavam do diilogo o foraizavam geraimente por su aspecto pevlegad, em que o interlocutor encuna 0 aad ‘orio univers ou, endo, pelo aspecto mais psicoldgeo, “ marae Da aRcusMENTACHO ‘mas também mais escola, do diflogo eristico, dominado plo cuidado daquilo a que Schopenhaver* chima “Rechte Faberei. A. Reyes notou, com razao", que o discuso pivac fp consitui um terreno contuo 20 da antiga retorcs, de fato, € durante converas cotidianas que a argumentac30, tem mals oporunidide de exercerse Acrescentemos que, mesino quando 0 cuvinte dni, seja ele © ouvinte avo do dilogo at um ouvite silencio Satquem.o orador sedge, €considerado 2 encanaeio Se umn audio, nem sempre se trata do audio univer ‘Sie umber pode sere muito amiide 9 € a/enea tugdo de um audio parca hoo ¢ verdade,evicentemete, quando 0 owintetiico representa um grupo do qual € 0 dekgado, 0 pora-vor, em ‘Rho nome cle poder tomar decsdes Mas € embers 0 qe Sebi quando’ ovine €considerda una amoua deo ‘énets sobre o pensamento de seus membros, mulplicarao 4s reunides de carter educatvo e alguns chegaelo mesmo, ho limite, a empregar a ameaca ou a coergo para levar os ‘caleitrntes ase submeterem aos discurson qe os imprey. fhario de valores comuntirios. Em contraparla,consige rando qualquer atague contra valores ocaimente recone: ‘dos um io revolucionrio. cases mesmos dingentes, mo ‘iante 0 estabelecimento de uma censura, de um index, mediante © controle dos meios de comunicar 35 ideas, for ‘ojo por tomar dil, se no impossvel, para os adver- ‘ios, 2 vealizagio das condigdes previas da argumentacio. Estes ukimos serio compelidos, se quierem continar 2 i. ta, a0 uso da org, : odes de lito, testa obter um mesmo resultado sea pelo recurso 4 violencia, sels peo discuso que vist 3 ade io dos esprit, Em funcio dessa altemativa que se con ‘che com mais clareza 8 oposicio entre iberdade espe fe coae20. O uso da argumentagao implica que se tha ‘nuncado a recorerunicamente 8 forgs, que se dé aprego A Adesio do interlocutor. olida gragas 4 uma persuaso rio ral, que este no sejatatado como um objeto, mas que se apele sua Uberdade de juio. 0 seeuso 2 agumentacio Supoe 0 estabelecimento de uma comunilade dos spires que, enquanto dura, excui 6 uso da violencia”. Consent «2 resrapo pa ancomeynacao na discusdo ¢ acetar colocarse do ponto de visa do inter Tocuor,€s6 se prender ao que ele admte e nao se prevale cer de suas proprias crengas, senio na medida em que fiquele que procuramos peruadir esti disposto 2 darhe fest assentimento, "Toga justiicaio”, diz E. Dupréel, i 6 por essénci, um ato moderador, um passo rama @ mais co- mmunbio das conscienesas" ‘Auns pretendera0 que, as vezes, ov mesmo sempre, ‘6 recurso 2 argumentaeao nio passa de uma dissimulagao. Faveriaspenan uma apareneia de debate argumentativ, = in porque'o orador impo a0 auditono a obrigagio de esc tar se porque ese Uhimo se contenta em simular esc Jor tam num como nouiro caso, argumentacao no seria mais que uina Tera, 0 acordo adguirido nao. passaria de {uma forma disfarads de coergio ou de um simfbolo de boa Vontade. Esta opinido sobre a atureza do debate argumen: tativo nio pode ser enclida a prior, no entanto a. mov mentacao da miquina argument fica mal explicaa se, fem ceros casos pelo menos, 0 hi pesuasio verdadeirs De fato, toda comunidade, seja ela nacional ou intemacio- ral, preve snstuigoes jurdieas, polticas ov dlplomaticas ‘ue permitem resolver ceros conitos sem que se sea abe fda a recorrer a violencia. Mas é uma iso erer que 2 ondigoes dessa comunhao das conseiincas esto inscrias ‘na maturezs dis cols. Por nlo pederem relerrse a est, (0s delensores da flsofa ere, tis como Guido Calogero, vvéem na vontade de compreender outrem. no principio do ‘ialogo, 0 fundamento absoluto de uma ética iberal™ Calo- ineo concebe 0 dever do dilogo como verdad de expr sua fe de efoearse por convener os ‘ton a, dover de desir ox oat aerem a msm {2 Cooso ee excsos com 3 mesma boa votade par Conpreenderihes as verdades tomiras nose, que rca ‘amos dels com eaga0 a8 ness" se “dever do dilogo’, que Calogero aprescnta como ‘um compromisso entre o absoltsmo de Pato e 0 cepts mo de Proigors, nao constitu de modo algurs uma verda- (de necessria rem sequer uma assergao incotestvel Tr tase, nesse caso, de Um ileal perseguido por um numero (0s uz ba ancora 6 reduzido de pessoas. a8 que conferem mals impomtincia 20 pPensamento do que day ~ e ainda, enge estas, este Prin pio 36 valeria para os hildsofos nao-absoltsas. De fato, muito poucas pessoas admitiriam que todas as quesides pudessem ser postas em discussao. Adstoeles considera que: Nao se deve, em sums, examin tod tes, nem todo problems, se dove flo no ato em que sialdade Props po pesos em base de arguments, ¢ 0 quan 8 € um cago 0 que ela reget ov @ando busts ab ‘thos Aqueles ques por exsmpl, colocsm = props ‘queio de ser se cmpre ou to hon dees ama Gh pais necensam apenas de uma baa coreio, © ai ha peg en nc, ype Val ele mais longe ainda © aconseha seus litores a rio sustentarem nenhma proposieio que sea improvivel fu conta & conscigncia, como, Tudo se move” Ot “mala Se move", “o prazer €0 hem oU “cometer a inustia € me Thor do que a sofrer"" Decent, estes sao apenas conselhos drigidos a0 dialeico, Mas refctem a tide do senso co ‘mum Este admite a existonca de verdades inlsctilas € Indscutves,admite que cera fegras estjam “Tora de dis uso" © que cers sugestOes "nao merecem discuss! Um fato estabelecido, oma verdade evident, una rea aby solu tazem em si afimagio de seu carer indicative, ‘Que exci a posablidade de defender os prose os cons, (© acordo uninime sobre certs proposigaes pode tomar ‘muito diel pé-ls em duvida. Contece se © conto erent fem que, 30 contri de todos, apenas uma eranca, Inge Inga e inocente,attevewse a aliar que 0 fei esava ompendo assim a unanimidade naseida do temor de dizet 4 verdade'™ ‘Ser de uma opinizo que se afasta da de todos os ous romper uma comunhao social undada, ese ~e 0 mas ‘das veres com toa a rrzio ~, em dados de ordem objet, © século XVII, Trances e alemo, fomece-nos o exemplo de una tentatva, utopica deceno, mas com toda a cereza =-de estaelecer ua catoledade dos espiios 4 _earAno Da anctsenracho com base num racionalismo dogmatico que permitia asse: Bsurar fundamentos sociais esveis a uma humanidade im pregnads dos prncpion raconais, Essa tents de resol ver, meseé da razi0, todos os problemas levantados pela gio, embora tenha’ contnbuldo para 2 genecllzaga0 da insiniio,infelamentefracasou porque se percebe, bem depress, que a unanimidade ers preci, isin, mes mo impensivel. CContudo, todas as sociedades fazem questio de asse _gorar ess unanimidad, pois conhecemthe 0 valor ea for 2". Por iss0 a oposicio a uma noma aceta pode leva © FRomem a prsdo ou a um hospico. Por vezes, © mero questonamenta de certas decisdes serd severamente punido. Deméstenes faz alusi, em sa Primeira oliniaca, 20 decret ateniense que interdkava, sob pena de morte, a introdugio de um peojeto de lei que ‘mocifiasse a destinagao do fundo de reser da ciade™ Mesmo quando 1 dicussio € em principio admilds, ‘momentos hi em que seu prolongamen j1 rao ¢ tolerado pr causa dis necessidades da acio. A regulamentagio de fim debate pode verir nio 6 sobre as questoes previ, fais como 2 eompeténcia dos oradores dos ouvintes, a de imiaa0 do objeto, mas tambem sobee 2 duracao dos dis cursos, sua ofdem, 2 maneita de concuir¢ sobre as condi ies nas quais 1 discussio pode prosseguir Este limo Ponto € muito impomante. Com efeh, a vida social exige que se reconheg 4 autoniade da coisa ulguda. Mas 4 ds ‘cussio pode prosseguir F esse proseeguimento costa ste ‘ser onginizado, de sore que nao se deva espeear uma deci So particular cua iniciatva incumbisa a alguéey 0 sistema Dicameral fomece um exemplo diss. 'A insttconalizagio nem sempre € completa; podem exist todos or matizes. Mais amide, porem, i nio'€ pre {50 que, a cada vez, itervenha uma Jecsio- 0 posse ‘mento em geral ¢ previso, espersse velo ocorre, si fanizacio mende & necessidades socais profundss. Anda ‘qe, para que se dé o prosseguimento, sei necessria ume tnicatva, esa em geral € reguamentas, 60 convidado tomila pelas propras insttuigoes: a ordem judicasia com suas cones de apelagio de cassagio € und dis mais racteristeas a exe respeto ‘os dos aceenTaco 6 ‘Gumpre notar que 0s casos de interdicio do pronsepui mento no so lmitados a0 sistema juidco. possiel ree ‘hese a0 principio da coba jolgida mesmo fra dos tabu fai Muito antes de sua mpossibiidade ter sido demonstra aya investigagio da quadtatura do cirulo era consderada pela Academia de Cigncias de Pars definitvamente fora de ‘seuss, Ha que acrescentar, alls, que & raro, a vida soca, ‘que 0 prosseguimento de una dscussdo sea, de med in Contestivel, pemtido ou vedado, Exise toda uma zona in- tenmediea ene a iterdigio absoluta de prosseguimenso € 5 permistio incondicional de prosseguimento- essa zona & fegids em grande parte por Iradies, por costumes exte mamente complexos. Este € um dos aspectos nao descurs ‘eis da vs de uma comunidade I intercigao de prosseguir ceras discusses pode ser ‘uma munifestagio de infolerincs, da mesma maneira que 4 Interdigio de por em quesi2o certos problemas. Todavia, slbsste uma diferenca fapialr a de que um veredieto def rita, sea cle qual For, enguanto for concebido como vere ‘ico, ndo fica interamente dewvinculado de tudo quanto ‘0 precede, Conseqientemente, © que a vida social da co- Iunidide arasta consigo € uma decisio, mas, alem dss, 4 agumentagoes que a peecederam. Tso se relaciona, alts, com um problema teGrico bas: tanie grave: somo objetivo da argumentaqio € obter um assentimento, podeiamos dizer que a argumentagio vise ‘Siprimie as condibes previ para uma agumentacio ut ra Mas, como a prova retrica nunca € coercva,o silencio ltaposto nao deve ser considered defiaiivo Se, por ou lado, sto relizadas as condigdes que permite na argu meniacao ’At instuigdes que regulamentam as discussoes tem limportancis porgue © pensamento argumentatio © 2 420 por ele prepurada ou) determinada esti intimamente lig fos. por causa dis reagoes que # aumentacio possui ‘com & aedo ~ pos ela no se desenvolve no vazio, mas mu ‘ma. situagao social ¢ psicologicamente determinada ~ que ‘ls compromete pratcamente os que dela paticipam. F 205, problems levantados por esse compromisso que serd con igrado o alamo parigeafo desta primeira parte ca reatavo bs ancuaenracho 14, Argumentagioe envolvimento [A impossibidade de considerar a argumentagio um exerci intelectual snteamente desvinculado de qualquer preocupacio de ordem pritcs obnga 2 alear eras novoes ‘Soncemnentes so conheemento, que foram etaboradas ama perspectivsfiloséfica totalmente ciferente, tal como Opes fio entre 0 oben € 0 subjewo. A objeuvidade, quando Sfinente a argomentacio, Jeve ser repensada, reinterpret, para que poss ter sentido mama concepgao que se Cush 3 Scparar ui afiraaglo da pesson de quem a Fz. ‘Muitas vezes, por ocasiao de um debate que opde en ‘we si partidos de teses opontas, nas qua jlgames ter i= Teresses,ouvimos pessoas peirem que se apee a terceos {que cirimirio 0 debate recorrendo a exterios objetvos. Mas busta ser completamente alheio 30s snfeesses em confronto pra dispor de um cetrio objetivo que se smporia a todos? Se'fose esse 0 cis0, 10 sera mais simples reunir Mm ume todas ests regras objeisamente validas que permit ‘hum resolver confites tao simplesmente quanto problemas ‘de aritnéca? De fato, existe obras asim, s80 os dversos tratados de moral, de diveto, 6 segulamentacbes reconhect tis nos mais diversos campos, Mas, como se sabe, esses Tratados © esas regulamentagoes mio tem validade univer ‘al ¢ univocdade perteta, Se, apesar deses regulaments ‘bes, poclem ocorrer divergéncias, de bowie, & ou porque {ima das partes pelo menos no reconhece 2 validade de ‘ert regulamentagio, ou porque as regulamentacdes adi tidas dio azo interpretagoes diferentes. As dificalades Slo sinds maiores quando neniuums regulamentaglo rege & ‘questi, quindo se tata de escoher 0 melhor candi pa tm cargo fesponsavel € alo se esti de acordo sobre triers que permtam classifica os candidates dsponives “quando se tata de tomar a melhor deciso de ordem pol ke esti escapa a qualquer regs prcenstnte, Bastard dizer {que mos colocamos do. ponto de vista de Sus, que est ‘nos pereamente desinceressads, para podermos fornecer Un parecer objetvamente vile? A reagio que ta ineasa0 fio dear de provoear por parte das partes em conironto Serio espanto, Se nao a indignacio, de que um alhicio 30 ‘ebate ouse iniaculrse no que nie Ie di respexo. Com ‘os Amarros na arorwenraco o feito, como esses debates devem redundar numa decisio, ‘como devem determinar ua agio. ser um espectador de sinteresado nZo confere, lange disso, o direto de pariipar dda discussio e de inflit no sentido de seu desech, Con fraramenie ao que se passa em ciéaci onde basta, part role um prbles, Cone 4 nica due pete onseyuilo, € mister, part intends numa contoversa cujo Udesfecho afta determinado grupo, fazer parte dessert po ou serie solar. Quando tha opinizo exerce ma Inluencia sobre a agio, fi ndo basta a objetividade, a me- fos que se entenda por bso 0 ponto de vista de wm grupo ‘mais amp, que engloba a0 mesmo tempo ov aversion ¢ © “neutro, Este€ apto a falar mio como neu ~ ais. c a qual pode enticarhe a neutalidade em nome de prin. pos comuns de justica ou de dilto =, mas por ser lmpar. Gal ser imparcal nao & ser objet, & ger parte de um mesmo grupo que mjucles 2 que se juga. sem ter previ ‘mente tomado parudo por neahum deles. Em muitos debs tes, 0 problema de saber quem tem qualidade para intervie, até mesmo para jugar. € penoso e delicado, porque uns to Imarim partido ¢ os outs mio so membros do grupo, ‘Quando’ se tatou de jlgar a atiude dos ofcais francenes {que haviam preferido seu lealsmo mir ao prosseguimen- 1 da puerta conta a Alemanha em 1940, os fanceses 10 tinham dito de julgi-los poe terem tomado partido, 0s es ‘uangeitos,pariculamente os newts, por na Fazerem par te do grupo em questo ‘imparcalidade, se concehida coavo a de um espects dor, pode parcer a ausénce de qualquer atrgio. um fe tugio desprovida de panteipagio nos debates, uma tide ‘que tanscende as dscussoes. Em coatapara, se ela deve Caractesizar um agente, € antes Un equlnio dis fora, uma atengio mlkima abs intereses em cat, mss repar 1d igualmenté entre os pontos de vist” "A imparcalidade encontse, asin, 0 campos em ve © pensamtnto ea agao ea inimamente snsoctdos, ene # ‘obptvidide que mio confere 20 terceiro neshums qualidade para inewvir €o espinto sect que 0 desqualica Igporou-se com freqdénci, sob a infhuéncia de um ob: Jetusmo abstr, que pensimento que detent 3630 rao pa ancT4c30 tem vm estatuta diferente dos enunciados jntegrados um Sistema cientiic, Mas, por ous lado, € essencial prever lime possblidade de disociat nossas convegbes de nossos Intereses e de noses palxoes. E quase un lugar comom 2 insistncia no modo como nossis esperancas & nossos desejos determinam nossts con egies, “Todos os homens i-os Pascal so ase sempre le asks see alo pel ova mas pelo aatho™ « procura expicar ese fendmeno isistndo no fato de que as cols do veradeis ofl, conforme a face pela qual 3 Ghanos A votade que se compruz numa. mais do que outa denis‘ erie de consderar a qusdades das Que ‘Geinte goa ce vere asam o eon, foorando um todo ‘Soma vonage, dense para war 2 face de que gost; © ‘um gn po que na ve" Wiliam James justiieava as opinives que favorecem rnossos deseos, pois, reforeand estes limos, elas mam fhuis provives suse possblidades de sucess®. Outros es Gitores, mais racionaisas, descontam os efeitos dese ftor {de descabiidade, que consileram responsivel pelo carter frescional Je nossas opinides™. Mas se tala, em ambos os {Gsos, apenas de hipeteses de ordem ger, de dificil ver ‘Geio, quando fltatn os entrion de uma opinido “objetva tment fundamentada, Desse mado um estudo, como 0 de Hund, que mostra uma corrlagio de 0,88 ene a deve Tade de ceras tees © 0 gra de conicco por eas insp- ‘do, a0 paseo que a comelaglo sea pequena entre COMIC Go'e conhecitento, ou enire convieqao e elementos de provs, fol cicada pelo soci6logo americano Bird em ter for no entos de oni even, cscrev ele, que 2 andlise dos conics de ‘conligao lo dene moto espago para magna, de al forma que o deep pe ter determina a renga de Que © ‘hare desea 2 een ada vez que import refuar a aeusicio de que nossos desefn & que Geterminaram nossas crengas,€ indispensivel fs Aarts. ancuensacao © ornecer provas, no de nossa objerividade, © que € ieeali- Zivel, mas de nossa imparcialidade, iadieande as creuns- {nets em que, numa stuacio ansioga, agimon contrari mente ao que podia parecer nos interes especticando Se posshel a regra 0 os ertrios que seulanos, oF quais Seam validos para um grupo mais amplo que englobaria todos os interlocutores «90 limite, se identifica com © soditoro univers ‘Contudo, munca se deve esquecer que, mesmo nesse caso, sua propria concepcio do audio universal que 0 Individuo apresena © que as teses que ele pretend serem valias para todo © mundo podesiam encontrar dtratores, ‘que mio sto nocessarlamenteInsensatos ou de mie, NO {concordar com isso sera exporse a erica de fanatismo, ‘Quando se tmta de verdad. cujo estabelecimento apela pa créros reconkecidos como fndscutves, que Sividuo nao se enconta numa siuacao em que 0 recurso 3 argumentagio € possvel nao ve pode falar de fanausmo. O Fanitico € aquele que, aderindo atuma tee contestada © cuja prova indiscutivel mo pode set fornecila, recusa mesmo Essim considerat a ponsbiidade de suber a uma livre flscussio e, por conseguine, recust as condigoes prévias {que peeiliiam. nesse ponto, 0 exericio da argumentacio. Assinilando 4 adesao a uma tese ao reconhecimento dla verdade absoluta desta, chegi-se 3s veres, mo a0 fans tismo, mas ao cepeicisma. Quem exige, de uma arguments ‘io, que el fomneca prowas coetevas, provas demonstra Yas! e nao se contenta com menos para ari uma tes, desconlece timo quanto fanaiicd 9 carster preps do Drocesso argumentatvo. Ete, por tender justameate 2 us Bear escolhss,ndo pode fomecerpatificagbs qe tend a'mostrar que mio ha escola, mi que ums niet solgae Se oferece dos que examinam » problema ‘Como a prova retires jamais & wramentenecessiia, 0 espinto que di sa ado fs conchisoes de uma argumen- lacio o faz por um ato que o envolve e pelo qual é respon- Sivel. 0 faniico aceka esse envolvimento, mas Como i fue que se inclina ante oma verdade abwoltac rea Yel 0 ceptico recust exe envolvimento, a pretexto de qe tle mio the parece poder Ser definuvo. Recusase a adese porque tem da adesao uma dela que se assemelia 2 do 70 rrarano a ancuerracio fan: amos deconbecem gue aumento ist tums excl entre posites, propondo e justheando a hie ‘Rrguia. dels, els ona torn aconal urna desi. Fa atmo e cepiciamo negam essa fangao da argument ‘moss daisoes.Tendem ambos dea, na fala der So coercva, campo livre # ilencs, ecusando 0 envol ‘mento ds poss. SEGUNDA PARTE © ponto de partida da argumentagio Capito t Oacordo 515. As premissas da argumentacio Nossa andlse da argumentagio versa primeiro sobre 19 que & aceito como ponto de parida de racocinios &, de- pols sobre s mancira pela qual estes se desenvolver, ga a5 2 um coojunto dea processos de ligagio e de dissoca (lo, Ess diisio,indisponsavel para a expesico, azo deve Ser mal compreendida, Com efeto, tanto 0 desenvolvinen to como o ponta de paride da argumentagio. prssupem Acondo do audio. Fase acordo tem por objeto ora 0 con teado das premissas explicias, ora as lgigdes particulares Uillzdas, oa forma de servirse dessas gages, do prin- ‘pio 20 fim, a andlive da argumentagao vera sobve 0 que & presumidamente admitido pelos ouvintes. Por outro lao, propria escolha das premissas sua Formulacio, com os a Fanjos que comport, raramen est ientas de valor a fumentativo: wata-se de uma preparacio para 0 raciocinio ‘Que, mais do que oma itrodugao dos elementos, ft const {Ul Um primeiro pass para a sua utllzagio persuasiva, (© frador, liizando as premisas que sewea0 de fur clamento 2 sua constupio, conta com a adesto de seus Ov Vintes 2+ proposigdes inci, mas estes tha podem recuse, Seja por mio aderiem a0 que 0 orador thes apresenta como Aadquirido, sejt por pereeberem o carter unilateral da esco- Tha das premisis, seja por fete coatrariados com 9 ari- ter tendencioso da apresentagao dela. pelo ato de r= tica de um mesmo enunciado poder sisarse em ts planos ” smrapo pu ancuesraco ierentes que nossa aniline das premissas comporard tés ‘ipitlos, consigrados sucessvamente ao acordo referee ‘as promissas, sua escalhae sua apresentacao. Trataremes, para comesar, do objeto dos acordos gue podem servir de premissas Nosso extme io tenders, ev enfemente, estabelecer 0 inventria de tudo. quanto & ‘uscotvel de consti abjeto de crenga ov de adesio, in vestgaremos quais sto 0s tipos de acordo que desempe ‘ham um papel diferente no processo argumenativo. Acre diamas que sers Uti, desse onto de vist, agnipar ees ‘bjetos em das eitegoras, umm relawva 20 real, que com Ponaria os fates, as verdades e as presungdes, 4 obtra reli ‘a a0 prgericol, que contera os valores, as hierarquas © 05 Iugares do prefer 'A conceprio que as pessoas tém do real pode, em la. 0s limes, varia conforme a8 opines fosficas profes das, Enea, na argumentcio, tudo 0 que se presume ‘versa sobre o eal se eiractriga por uma pretensio de vl ade pars 0 audit6no universal’ Em contraparila, © que versa sobre 0 preferivel, © que nos determina as escoas © ‘no € conforme a uma feaidade proexistente, ser gid & tum ponto de vista determinado que s6 podemos ienificar com 0 de um audio panicular, por mais amplo que sa Poder sit faclmente contesar o fundamen de uma classificagao em Uipos de abjtos de acondo, tl como pro- poremos, mas achamos dill mio recomrer a ea se tenet ‘harmo fazer uma anise técnica e referente 3s argumeata es ais como elas se apresentar, Cada adit admit, ‘videntemente, apenas um determinado numero de objetos pertencentes a cia um desses pos. Mas alguns objetos de fide tipo se encontram nas argumentagdes mals diversas, ‘lus, encontramse igualmente como tipos de objcton de esacordo, ou se, como pontos sabre os quis pee inc ‘iru igi. ‘Além da maria dos acordos, dus ordens de consid ragdes serio por nos estudadas neste primeio capitulo te tasse das condigoes em que se encontrim as premisss, quer em razio de acordos especiais que reyem cers avd torios, quer em rario do estado da discussdo, A primeira PONTO DE Pu A AnGLOMTAGAO B ‘ordem de consideragdes & antes, esttca, porque est a ntureza dos acordos de certos auditérios consituidos, ‘uta € mais dinimica, porque se prende aos aeordos en ‘Quanto igidos a0 progvesso da discussio. Mas © qUe Nos Interessara-nesse dinamo, oma ver que esidamos as remiss, seri mostrar © empenho do oridor em buscar 3s Imanfestacses explicit ou implies de um aso com a ‘ul poses contr 4) 08 TIPOS DE OBIETO DE ACORDO 516. 0s fatos as verdes Entre 0s objetos de acordo pestencentes 20 real distin siremos, de unt lado, os fatos e verdes, de out, a8 pee Sungocs, Nao seria possvel nem conforme 20 nosso pO: Sto dar do fto uma defini que penta, em todos oF {empos ¢ em todos os lugares, clasfear este ou aquele di do concreto como sendo um fa, Cumpre-nos, a0 cont No, instr em que, na argumengacio, a nog de ato" & Canucerizads unicamente pela dels que se tem de ceno we fer de acosdos a eespeito de certos dados: os que se ree fem a uma realudade objetva e desgaartam, nm uma a lise, Gtando Hl. Poincar "0 que € comum a viros entes pensantese poeria ser comm a todos” Esta ultimas pal ‘ras suerem imediatamente o que chamamos de acordo do Aludino univers, O modo de conceber esse audio, a6 fencamagoes desse audio que reconhecemos seri. por tanio, deverminantes para decidir © que, neste ow naqhele ‘aso, sera considerado um fato e se caracterea por uma Aadesio do aultono univers, adesio tal que se init forgicla, Os fatos sio subsides, pelo menos provsors ‘mente, 2 argumentacio, 0 que signtica que a Intenscade de adesto nao tem Ge ser abmentada, nem de ser genera ada, e que essa adesio ndo tem neahiuma necessidade de fusca. A adesio ao ato nao sera, para individu, Se rio uma reapio subjeiva a algo que se impoe a todos. S0 estamos em presen de um fato, do poato de visa argumentativo, se podemos postular @ seu Tespeito um % TRaTADO Da ancLMETACAO scotdo universal, no contovero. Mas por consepin, enh enundo ¢stegurada a frag ose dee Suna, pore acoedo spre € suse de ser qso- ‘do ¢ na das pans do dbus pode ec qs: oe fo ao qe aa seu ave, Haver, pena, clos modos normals para gc um acorccinen prea ‘cet de fo quanto se leven divas no eo Sto soa fla apenas ala ‘See aun acescendo he oro membros cj ale ‘ide para lar €reconbecda que mio acme ese {fn eva fn Ese sep proceso nem go 2 fart do momen cm ie & ponte! nos eles theo qulnins quc alan o fee aponc un aes Paris,» cu concepcs se opens dx menor de Sin ato ample Nao tetas com oenbum ct que nos possbll teem suaguer chounaane ¢inepenncie a Te dot otc, afmar que signs cl wt, ND stare, posemosreconbeer que exe cera ones us ftoecem ese condo, be perio dene se Seite eft cons & estos ou tm onde fim advent: st exe 0 co, ncadamene, and se

me TRATADO Da ARGLMBNTACKO laze. Fildsofos como Mastin Buber, como Gabriel Marcel, in Surgemse conta 0 fungvel, © mecinico, 0 universalizave £ preervel, de er, violent um er que se posse realmente do que patkar una henevolenca tnoding 2 Para G. Marcel, valor de um enconito com um ser rasce de esse enconieo ser “Unico em ser gnero™ O que & tinico nio tem preco,e seu valor aumenta pelo peoprio Fato de nao ser avalivel, Por isso Quintana aconselha 20 ‘orador nio cobra a sua colaborae20, porque “a maiora das coisas pode parecer sem impordnci, apenas por se dat um rego # elas™, ‘0 alr do ico pode exprimicse por sia oposigio 20 comum, a0 comiqueio, a0 volgar. Exes senam a forma de preciava do mulupio oposto a0 Unico. O Unico & orginal, isingue-se, por 50 € digno de nota e agrada mesmo 8 ‘mulidio. Ea valorizacio do Unico, ou pelo menos do que parece tl a base dis masimas de Gracian e dos consclnos {qve ele dt-a0 homem da corte, Gumpre coita repetir-se, {Cumpre parecer inesgotivl,mistenoxo, nao classiicivel com Tacitade a qualidade Unica toma-se um meio com visas a ‘bier 0 suftgio do maior nlmero. Mesmo 0 grande aime prec 0 que se diingue, 0 que € rato e lial de realizar, © mais if dir Artes, € proferbet so que 0 & menos, pis aprectmos mais a pone ds cosas que nO 10 Hes desde Notase que Adséeles ado se contenta em envnciar & lugar. Esboga’ uma explicagao. Relaciona-o com 4 pessoa, com o esforg. O rao conceme sobretudo 20 objeto, 0 cif. fla0 sujet, enquanto agente, Apresenta uma coiss como Sic ou rar € um meso de valor ‘A precaredace pode ser considerida 0 valor qual vo oposto ao valor quanikativo da duracio, & corvelatva 20 Unico, 20 original abe se que tio quanto ext ameagade ganka um valor eminente- Carpe diem. A poesia de Roasard log habdmence com esse tema que nos toca imesiatamen- {el A precariedade nem sempre € ameaca de more, pode ‘poe De Punt Da anctMNracho 103 referirse a uma sivagio: a dos amantes os oles um do tutto, comparada com a dos esposos, € oposicdo do valor {do precario ao do estavel Tse lugar € vinculado a um lugar mito impomante 6: tado por Anitoteles, que seria 0 da oportunidad cada cu & prefer no momento em que tem mais Inmponinci: por exempo 4 auséci de mas € ras dese bel na vehi dn. quc ma feud, pos fem mas poe ‘Src na vebace™ Se inverermos 0 exemplo de AnstGteles, se insiirmos ras coisas importantes para a crianga ou © adolestente, ve- Femos que, lazendo o valor depender das circunstineias Transits, insistimos na precatiedade desse valor 6, 20 fesmo tempo, enguanio ele € vali, aumentamodhe 0 revo. (© lugar do ‘ereparivel se apresenta como um limite, aque vem acentuar 0 hig do precario: a forea argument Ms vinculada 8 sua evocigio, pode ter um feito fulminan te Exemplo, a celehre petonigio de S40 Vicente de Paulo, Sinigindose 2s damas piedosts © mostrando hes os drftos por ele proteyidos Fontes st mies segundo a gig, deade que sas mes seguo spatrcea om abundonaru® Wedes ago se quer {aren sundonsioe para sempre sua Vida © sia mone ‘culo em wonas mos Hes sverio, se continuares te fun com ces um caidado cadena delro sos perc Bens earto meno aa, se vos os desparate Se essa perorago teve tanto sucesso (0 apelo resultou rat fundago do Hospital das Crangas Abandonadas), € 20 Tugar do ireparivel que o deve ‘0 valor do ineparivel pode, se quisermes pesquisr- the os fundamentos rlaconarse com a quuntdade: dus ‘ho inna do tempo que se escoael depots que o inepati Yel tive sido feto ou eonsatado, cemteza de que os efeitos, imencionais ou lo, se prolongasio indefinidamente. Nas tle também poxle vincularse 4 qualidade unicidade ¢ Conferia 40 seontecimento que se qualfica Ge krepaeivel Seja ele bom ou mau em suas consequencias, €fonte de 104 aravo a anceesracsio ppwvor para o homem; pars que uma agio se imeparivel, & preciso que nio possa ser fepetida: ely adquire um valor Delo proprio fato de ser considera sob esse aspect, (0 inreparivel se aplica ora 30 sujeito, ora 0 objet; ale sauma coist pode ser irepurivel er shot om relagho 4 tl Suelo: poderio replantat Frente de minfa porta un novo, arvalhe, mas fl nao serel eu que senate a sa soma ‘Ve-se que o inrparivel na argumentagio & realmente um lugar do preferivl, ne sentido de quer quando cle se ‘efere a'um objeto, s6 pode ser na medida em que este € pportdor de um valor nao se mescionara o lreparivel. 0 femedivel, quando se watar de uma imeparalidede que ‘no acareta nenhuma conseqincia na conduits, Talvee se fale num discurso cientfico da segunda le da terodinam , mas esta 96 ser considerada argumento. do ineparivel Se atibuimos um valor a um cero estado do univers ‘Uma deciso cujas conseqiencias sera iremedveis € valorizada por iso mesmo. Na agio, prendemonos em sera ao que € urgente- os valores de intensidade, Vinca {dos a0 dni, a0: precio, 20 imemedivel, ela est 10 primeira plano. Assim € que Pascal vale-se dos higares dt ‘quanti para mostaraos que & preciso prefer 4 vida tema 3 vida teen, mas quando fos pressions para tom ‘uma decisio afiema-nos que estamos embarcados «que ‘cumpre escolhes, que a hesiaeao nao pode dura, que hi lrgencia temor de naufigio. ‘Alem des usos do lugar do Gnico como orginal rao, uj exisénca € precirn ea perdaimemedivel pelo que € Coniraposto a0 que € furgive! e comum. que nie eoremos © isco de perder e & facmente sobstuivel, hi nusnia Or dem de ideias totalmente diferente, um uso do lugar do Tinieo como oposto so diverso. O UNKo & nese eto, 0 ‘que pode servi de nonma: esta aduire um valor qua fem relagio 2 mauluplicidade quantitativa do divers Opor- ‘e-i 2 uniedade dt verdade 4 diversidade das opinioes, A Superiordade das humanidades clissicin em relagio 6 hi ‘manidades mosernas, dita um autor, deve-se a0 ato de os antigos apresenarem modelos ftos,seconhecidon,«teros fe univers Os autores modemos, mesmo que scam Ho bons quanto os antigas, ofercem inconvennte den poder servi de norma, de modelo indscutvel: € 4 multipi ‘oro¥TO De PARMA Da aRCLOMENTACAO 5, cidade dos valores representadas pelos moxlemos que thes russ a inferondade pedagogicaTsse mesmo lugar seve a Pascal para jusiicar 0 valor do costume: Por que Se segue ab antigas eis ws snc opines? Sera que 0 mat sada? No, mat 89 Gn, © nor ex pm da dh derstand”. 0 que € Gnico se beneficia de um presigio inegive: 3 exemplo de Pascal, pode-se explicar com isso um fendme- 0 de adesio, fundamentando-o nesse valor postive que se Toma como base de uma argument, sem dever funda ‘mento por sua vex. inferoridade do malipo, sei cle © Fngivel ou 0 dverso, parce adit com moa frequen a, seam qua forem as justeagbes, muito variadas al, ‘que seriamos capuzes de The encontrar $24. Outros lugares Poder-seia pensar em reduzir todos 0s lugares a0s da quarsdade ou da qualidade, ou mesmo em reduait todos 0s lugares aos de uma tnicaespécie ~ teremos a gcastio de teatar dessa tentatvas = mas parece-nos mais di, dado 0 papel que represenlaram e coninuam a fepresentar como ‘Ponto de patida das argunentagoes,consagrst algunas Posigoes aos lygures da ordem, do existente, da eséncla & a pessoa. ‘Os lugares da ordem afirmam a superiordade do ante sor sobre 0 posterior, om da causa, dos prncipios, ort do fim ou do obec, ' superiordide dos princpios, das leis, sobre as tos, sobre 0 concreo, que parecem ser a aplcagio dos prime os, € admitida no pensamento nio-empirisa, O que € ca sé razio de ser dos efeitos e, por 0, Ihes € superior Se esas fomas praduzidas. dis Plotio, . exitiser por axon mio eearam nos ukimos hares seat exo, © Porque a loge est a cosas pranitan ak eau proce fora qe, por seem caus, exo nos primes Iie

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