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Sobre as duras verdades e as doces mentiras da vida

Carssima,
sei que no sou amado,
ou idolatrado,
pois sei que no me acho tudo aquilo
que posso te dizer que sou.
Na verdade, carssima,
sou apenas um peregrino
procura de paz.
Na verdade, carssima,
apenas quero um pouco de vida
que traduza, em minhalma sentida,
a verdade que a vida me traz,
a cada dia,
em cada momento,
em mais um sentimento
que a vida me faz.
Sou amado, e odiado, carssima,
no se sabe direito porque,
ou por que cargas dgua o sou.
Talvez porque seja assim,
porque olho de frente,
porque sinto, assim de repente,
que a vida me leva, e que tudo
o que fao,
o que sinto,
o que penso,
so apenas vultos de para onde vou.
Carssima,
sei que no sou perfeito.
Sei que no sou amado.
Sei que sou at odiado.
Sei que a vida ingrata.
Sei que, nessa tal cascata,
posso me afogar.
Mas carssima,
eu jogo o jogo da vida.
E essa vida, carssima,
a que sinto pulsar,
como emoo que se encerra
a cada momento
em cada instante que vivemos.
E por isso, carssima,
que prefiro a dura verdade de ver a mim mesmo
como eu sou
a sentir a doce mentira de ser outro
que eu no fui.
Porque a verdade d-nos o real, para o nosso prprio bem,
enquanto a mentira apenas nos ilude, dando apenas no mal.
Fbio Peres

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