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Um dos principais autores do Neo – Realismo português. Em Lisboa se radicara desde a época dos estudos
secundários, depois dos quais frequentou, por algum tempo, a Escola de Belas – Artes.
Destacou-se como poeta, contista e romancista. Publicou Rosa dos Ventos ( poesia, 1940), Planície ( poesia,
1941, na colecção Novo Cancioneiro, de Coimbra), Aldeia Nova (contos, 1942), Cerro – Maior (romance,
1943), O Fogo e as Cinzas (contos, 1951), Seara de Vento (romance, 1958), Poemas Completos (1958), Um
Anjo no Trapézio (contos,1968), Templo de Solidão (contos, 1973), além de um volume de crónicas
( Crónicas Algarvias, 1986) e de uma Antologia de Fialho d´Almeida (1984). Reelaborou alguns de seus
textos mais de uma vez, dando-lhes forma definitiva para a Obra Completa.
Exceptuando-se os dois últimos livros e contos, de ambiência lisboeta, trata-se de uma obra profundamente
marcada pelo espaço físico e humano do Alentejo (…)
Em íntima relação com sua produção literária, Manuel da Fonseca desenvolveu uma intensa militância
social, política e cultural, tendo chegado a ser preso em 1965, por ter integrado o júri que premiou Luanda,
de José Luandino Vieira (…)
ØEstão situados numa Europa pós-guerra, onde os primeiros anos da guerra fria e
da afirmação nuclear são os principais problemas.
Ø
ØEnquanto assistimos ao enterro dos nacionalismos extremados, o Nazismo na
Alemanha e o Fascismo na Itália, a Península Ibérica vive sob as ditaduras de
Franco em Espanha e de Salazar em Portugal.
Ø
ØÉ na ditadura de Salazar, voltada para as colónias africanas, numa política
totalmente isolada do resto da Europa, fechada às mudanças intelectuais do mundo,
que surgem os contos aqui analisados.
Ø
ØNeles vamos sentindo uma desolação das personagens que pouco a pouco vêem
surgir lentamente um progresso nas vilas e nas aldeias.
Ø
ØCom este progresso acontece a perda de certos costumes, o eterno olhar
saudosista do português sobre o que evolui e o que se perde com tal evolução.
O Fogo e as Cinzas, publicado em 1951.
ü
ülivro de contos da moderna literatura portuguesa;
ü
ürevela uma tendência regionalista e de funda preocupação humana;
ü
üretrata a vida pobre dos trabalhadores rurais das planícies alentejanas;
ü
ürealce à sua luta contra a injustiça.
ü
üOs contos são acerca de um Alentejo dos anos 40 e 50, rústico e em
decomposição.
ü
üFalam das gentes de uma terra maravilhosa mas pobre: esse Alentejo de há muitas
décadas, que assistia aos primeiros passos de um progresso lento.
ü
üAs personagens são crianças, velhos, camponeses, habitantes de pequenas vilas
ou cidades, alguns deles condenados à exclusão pela pobreza ou pelo esquecimento.
ü
üCenas de um passado que em alguns casos se prolongaram até ao presente.
ü
üAlentejo associado ao imaginário neo-realista como lugar da revolta dos
camponeses contra os latifundiários;
•
ütranscende uma dimensão da luta de classes pela presença de uma panorâmica
social mais vasta, em que avulta a personagem do povo e o universo das
pequenas vilas, cujos habitantes se reúnem no café ou no largo principal,
verdadeiro "centro do mundo" para onde convergem as histórias ora dramáticas,
ora quase picarescas, que enriquecem narrativamente o conjunto.
Sequências narrativas
Prolepse Analepse
Cronologicamente
O anúncio do retrato
A história do Sr. Rodrigo
Olhar o retrato, muitos anos depois
O exame em Beja
A tirar o retrato
A história do Sr. Rodrigo
O adeus à infância
O adeus à infância
ja Espaço Físico
cidade
uturo, o desconhecido
ora ia para Beja, para longe da família” (l.96)
argo
a aldeia ou da vila
ocal de passagem
ocal de encontro
resente e o passado
m grande escândalo dos meus amigos passei pelo largo” (l.19)
Apresentação/moda
do e a gola dura em volta do pescoço faziam-me caminhar contrafeito. Tinha de conservar o tronco hi
, está associada à grande mudança na sua vida. Agora não havia liberdade de movimentos, estava cad
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